sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Capítulo 26

Obrigada pelos comentários anteriores! Vocês são incríveis! Eu leio tudo, incentiva muito e eu adoro ler cada palavrinha. Esse capítulo eu vou dedicar pra Mayara, umas das melhores e mais interativas leitoras. Boa leitura, meus amores! ❤️

 - Me conta, eu vou fazer o possível pra te ajudar, te entender. Ou até mesmo, o impossível. 
 - Você nunca vai me perdoar. - balbuciou. 
 - Eu não estou entendendo nada, Tatá. - falei suavemente. 
 - Luan, se você me der as costas e nunca mais quiser olhar na minha cara... Eu vou entender! - afastou nossos rostos e me olhou profundamente.
 - Eu nunca vou te abandonar, para com isso. - a repreendi. Minha curiosidade só ficava mais atiçada e eu, impaciente. - Conta de uma vez! 
 - Não fala nada, deixa eu terminar primeiro, ok?! 
 - Como quiser. - dei de ombros. Ela fechou os olhos, respirou fundo e me encarou por alguns segundos antes de começar a se pronunciar. 
 - Você sabe que a gente nunca se preveniu. Não sei o exato porquê, mas acho que é uma coisa de confiança... De momento... Nunca pensamos nisso! Meio irresponsável, mas real. 
 - O que isso tem a ver? - juntei as sobrancelhas.
 - Deixa eu terminar, Loli. Por favor! Eu estou falando com uma coragem que eu não tenho. 
 - Tudo bem. - ergui minhas mãos e deixei que ela continuasse. 
 - Quando namorávamos, mesmo com tantos descuidos, eu nunca engravidei. 
 - Infelizmente. - falei sem pensar e ela me lançou um olhar reprovador. 
 - Mas agora foi diferente. - abaixou a cabeça e eu fiquei sem ter o que pensar. Como assim agora foi diferente? 
 - Tatá... - sorri, desentendido.
 - Eu engravidei, Luan. Nós iríamos ter um filho. - meu sorriso continuou na boca e eu nem sei porquê, não estava entendendo mais nada. 
 - Tatá... - chamei-a. Ela tinha que ser mais clara, eu só estava ficando confuso. 
 - A sua irmã descobriu. Ela foi lá em casa tirar satisfação sobre o texto que eu deixei no seu quarto e eu senti uma tontura. Enfim, fizemos o teste de farmácia e deu positivo. - meus olhos arregalaram e minha boca secou. - Meu mundo desabou. Olha o que estávamos passando! Um filho, entende? É algo pra sempre, era o nosso filho. - por que ela está falando no passado? Eu precisava absorver aquilo e simplesmente não conseguia acreditar.     - Depois, fiz o exame mais confiável e deu positivo também. Eu estava grávida mesmo. - prosseguiu e eu simplesmente não conseguia mudar minha expressão. Não tinha palavras, não sabia o que eu estava sentindo. 
 - Eu vim pra cá pra refletir sobre tudo e pensar no que fazer; era diferente, eu estava esperando um filho seu. - sorriu, deixando algumas lágrimas percorrerem o seu rosto. - Eu fui me acostumando com a ideia, Loli. Fui me sentindo mãe... Fui sentindo o sentimento de mãe.
 - Por que não me contou? - foi a única coisa que meu cérebro conseguiu elaborar e me fazer pronunciar. Minha expressão continuava a mesma: olhos esbugalhados, boca entreaberta e seca. 
 - Eu sabia que se eu te contasse, você não aguentaria esconder. Você ia contar tudo, acabar com essa situação de uma vez. E eu não queria isso. Queria algo planejado, uma conversa, no meu tempo. 
 - Você não podia ter me escondido. - ri, desacreditado. - Meu filho. MEU filho, Tanara! - me exaltei.
 - Loli, calma. - ela deixou escapar mais algumas lágrimas e eu percebi que a história não terminava ali. Precisava me acalmar pra saber do resto, mas simplesmente não conseguia! Estava ofegando, estava confuso, estava chateado por ter sido privado... - Eu sei que eu errei. - retomou. - Mas foi só pelo o nosso bem! Eu ia te contar assim que eu voltasse pra São Paulo, eu juro. 
 - Por que você tá falando assim?
 - Eu errei, eu ando errando muito... Eu não mereço você. Mas Loli, eu perdi o nosso filho. Eu não estou bem, eu preciso de você. - abaixou a cabeça, se permitindo chorar. Fui do céu ao inferno. Naquela hora eu não percebi a gravidade daquilo e só me comovi com seu choro, lhe abraçando de imediato. Não conseguia racionar, era muita informação pra mim. A envolvi em meus braços e aos poucos, minha ficha foi caindo. Eu tinha o direito de ficar com raiva dela por ter me escondido a existência dele, mas, eu não conseguia. Ela parecia sofrer e eu nunca a vi assim. Tão frágil, tão mal. 

 - Tatá, não fica assim. Me explica isso direito! - falei carinhoso. Deitei sua cabeça no meu peito e com meu polegar, levemente, eu fui tentando limpar seu rosto molhado. 
 - Ontem eu tive um sangramento e corri pro hospital. Lá eles me confirmaram, eu sofri um aborto espontâneo. - senti dor na sua voz e fui  contagiado pelo seu estado. Meu coração ficou pequeno, apertou mais do que nunca e eu só queria ter as palavras certas para acalma-la. Mas era o meu filho, algo que eu tanto desejei... E ele simplesmente se foi antes que eu soubesse. 
 - Eu não sei o que falar. - confessei. 
 - Pode me xingar, me acusar. Eu não deveria ter te escondido. - levantou a cabeça, passando as mãos levemente no rosto, tentando cessar o choro em vão. Ela tinha vergonha de chorar. - Mas agora já aconteceu, Luan. Eu estava de seis semanas e meu corpo simplesmente não suportou ele. 
 - Não fica assim, meu amor. Eu não vou te acusar de nada. - sorri fraco. Ela precisava melhorar, e então, só depois, eu pensaria em tudo que ouvi. 
 - Por que você é tão maravilhoso? - sorriu de canto. 
 - Porque eu te amo. Você tem razão, se eu soubesse dessa gravidez, eu espalharia de imediato. Não ia deixar você continuar essa palhaçada com o Felipe carregando um filho meu. E tem que ser no seu tempo! 
 - Eu fiz pela gente. Eu ia te contar! Só precisava absorver a ideia, resolver o que fazer antes. 
 - Está tudo bem, eu já entendi. Não se preocupa com isso. 
 - Eu não queria ter perdido, Loli. - encarou o chão. 
 - Eu sei que não. Você é maravilhosa e com certeza já estava o amando. É nobre esse sentimento. Mas entenda meu amor, não foi culpa sua! Seu corpo não quis, são os planos de Deus. 
 - Mas por quê? Eu tomei todos os cuidados, não fiz esforço... 
 - Já falei que a culpa não foi sua, Tatá. Para de se martirizar! Não era pra ser. Dói muito mais pra você que tava carregando ele, eu sei. Mas eu também estou sentindo e prometo que vou te dar muitos outros filhos. - falei, conseguindo lhe arrancar um sorriso. Ela só me abraçou forte e naquele momento nós dividíamos a dor daquela perda tão precoce. Me apertava como se eu fosse a cura para aquele pesadelo. Fiquei muito triste com aquilo, mas não podia passar isso para ela. Minha tristeza nem se comparava com a dela e eu não podia vê-la triste. Eu não podia permitir. Mãe é uma coisa tão forte e ela pôde carregá-lo; por um curto tempo, mas já o suficiente. Eu nem sabia e estou mal, imagine ela? Precisava lhe transmitir confiança, amor, apoio... Não deve estar sendo fácil. 

Ficamos abraçados por um bom tempo, enquanto na nossa mente se passava um turbilhão de pensamentos. Era muita coisa pra um dia só. Com nós dois mais calmos, eu pedi que ela me contasse tudo com detalhes. Foi um aborto completo e ela não precisou de curetagem, algo que servia para tirar os restos do feto. Pelo menos isso! Já que pelo o que ela contou, curetagem era algo mais incomodo e mais complicado. Depois daquela conversa tão pesada, finalmente lhe roubei um beijo. Ela precisava mesmo de mim e eu ficaria ao seu lado, independente de tudo.  

 - Sabe quem veio te ver também? - falei, afagando seus cabelos. 
 - Quem? - riu fraco. 
 - Uma menininha muito parecida com você!
 - Mentira que ela veio, Loli. - me olhou, mais animada. 
 - Veio sim. E deve estar impaciente. Eu disse que ia conversar rapidinho com você e olha o tempo que estamos aqui... 
  - Tadinha! Vamos descer, quero ver ela. - fez menção de levantar e eu a segurei.
 - Nada disso! Você vai ficar aqui, repousando. A Bruna também veio... Ela está triste.
 - Ela também estava gostando da ideia de ser tia novamente. - sorriu de canto. 
 - Não fica assim, meu amor. Não quero te ver tristinha! 
 - Meio impossível.
 - Eu sei que você não vai esquecer, mas... Pensa no que eu te falei! Você não teve culpa, foi Deus. E se ele fez isso, é porque tem coisa melhor para nós dois. 
 - Obrigada, Loli. Nem sei o que seria de mim sem você! 
 - Ah, eu também não sei. - brinquei, a fazendo rir. - Vou chamar elas. Laura vai amar! - sorri e ela assentiu. Era bom que ela tivesse alguma distração, estava muito recente. Desci e vi as três conversando ainda na cozinha. Avisei que já tinha conversado com ela e disse que ela queria vê-las. Laura subiu as escadas questionando tudo e Bruna parecia cansada de tantas perguntas. Abri a porta devagarinho e Tatá abriu um sorriso ao nos ver.

 - Tatá?! - minha filha me olhou fazendo uma careta, toda desentendida. 
 - É, Laurinha. Você não lembra que a Dona Fátima, a que tava te dando bolo, é vó dela? - minha irmã perguntou. 
 - Sei, mas...
 - Oi! - Tatá disse, ainda com o sorrisinho fraco. - Aqui é minha casa, Laurinha. 
 - Mas eu pensei que você morava lá com a sua mãe...
 - É complicado! Depois o papai te explica. Vai lá, dá um beijo nela. - induzi minha filha, que correu logo em seguida para abraçá-la, enquanto Tatá já tinha os braços abertos. Elas se abraçaram forte e eu sorri, encantado com a cena. Bruna foi se aproximando aos poucos, meio sem graça. 
 - Como você tá, hein?! - Tatá mexeu em seu cabelo, a sentando na cama. Ela também estava meio sentada. 
 - Eu tô bem. - minha filha respondeu simpática. - Você tá doente? - perguntou inocente.
 - Não. - riu, me olhando. Eu passei a mão no cabelo, meio envergonhado. - Quer dizer, só um pouquinho...
 - Oi. - Bruna disse.
 - Oi, Bruna. - Tatá sorriu de canto. - Obrigada por avisar ele. 
 - Não foi nada. - dei de ombros. - Você está melhor agora?
 - Mais ou menos. É muito ruim...
 - Eu imagino. Sinto muito. - minha irmã falou com uma expressão triste e Tatá sorriu amarelo, me olhando. Com certeza lembrando do que eu falei: eu não a queria lembrando e ficando triste. 
 - Meu pai disse que íamos passear, Tatá. Vamos ficar na sua casa? 
 - Ah, não sei. Mas eu ia amar! 
 - Vamos, papai? - me olhou pidona. - Aqui é muito legal! Seu quarto é lindo, Tatá. - disse deslumbrada com a criatividade da futura boadrasta, olhando todos os cantos do quarto. 
 - Obrigada, meu amor. Deu um trabalhão! 
 - Vamos ficar, Laurinha. - respondi firme e ela me olhou alegre. 
 - Eba! - comemorou e todos nós rimos da sua empolgação. 

Elas engataram uma conversa e eu fiquei satisfeito. Laura estava distraindo-a e isso era muito bom pra ela. Dona Fátima logo apareceu e ficamos ali, falando bobagens. Passamos a tarde daquele jeito e para me perturbar, Bruna falou para minha filha que ali perto tinha um parque aquático. Preciso dizer que Laura ficou toda empolgada para ir? Não parou mais de pedir, me deixando quase louco. Eu falava que não podíamos ir, mas ela insistia. À noite, por sorte, ela dormiu logo. Dona Fátima preparou o quarto de hóspedes para Bruna e Laura, já deduzindo que eu ia querer dormir com Tatá. O que poderia dar errado era Laura ver isso... Ela não sabia do que estava acontecendo com a gente. E era melhor assim. É esperta e sabia que Tatá era noiva do Felipe; e claro, também poderia contar para a mãe e ferrar tudo. 

 - Bruna fez de propósito. - bufei, deitando ao seu lado. Tatá só riu. - Você fica rindo, né?! 
 - Ela é criança, deve ser louca por isso. 
 - Mas nós não viemos pra isso! Vim pra ficar com você. - abracei-a e ela continuou rindo fracamente. 
 - Leva ela, amor. É sua folga, tem que curtir com a sua filha.
 - Você vai insistir mesmo? 
 - Eu vou ficar bem. Você já veio, já passou o dia comigo, está ótimo. 
 - Você não conhece a Laura. Ela é muito mimada, acha que pode todo. Tem que ter tudo que quer, na hora que quer. 
 - Ela não tem culpa. A culpa é de quem? Hum, acho que dos pais, né?! 
 - Eu passo pouco tempo com ela. Se eu tirar esse tempo para dar bronca, nunca vou aproveitar a minha filha. 
 - Não é dar bronca, é educar. - me repreendeu e eu fiquei um pouco sem graça. - Então você prefere aproveitar a companhia dela para mima-la? Pra ela se tornar uma menina chatinha? Mimadinha? Insuportável? - foi direta ao ponto de me fazer pensar no modo de criação de Laura. 
 - A Laura não é isso.
 - Mas você mesmo disse. 
 - Tatá... - suspirei. - Não vamos falar disso. 
 - Desculpa! Eu não tenho que me meter na criação da sua filha. Eu ainda não sou mãe. - entristeceu a voz. 
 - Não, poxa. Não falei por isso! Você entendeu errado. - tentei me explicar.
 - Está tudo bem, Luan. 
 - Eu tenho certeza que você vai ser uma mãe maravilhosa. E uma madrasta também! Por isso, a Laura não vai se tornar uma garota chatinha, mimadinha e insuportável. - afinei a voz e ela riu. A envolvi mais em meus braços e ela suspirou, fechando os olhos. Beijei seu rosto. 
 - Hoje foi um dia cheio pra você. - disse baixo.
 - Ontem foi pior. - sussurrou.
 - Tatá. 
 - Hum? 
 - Promete uma coisa pra mim?
 - Pode falar. 
 - Não fala mais nesse assunto? Eu percebo que só te machuca, me machuca... Isso não é bom. Não podemos ficar lembrando o tempo todo. Isso é gostar de sofrer e eu não aguento te ver assim. 
 - Foi ontem, Loli. É impossível esquecer... Tá sendo muito difícil pra mim. Foi uma coisa nova, tá sendo uma dor nova. 
 - Eu sei que não é fácil, você não vai apagar da memória da noite pro dia, mas... Eu não quero, não consigo te ver assim. Vai passar, hum?! 
 - Eu sei que vai. 
 - Promete pra mim que não vai falar mais disso? Tudo tem um propósito. 
 - Prometo, Loli. Obrigada, tá?! Você ultrapassa as qualidades de homem perfeito. - ri fraco. 
 - Tudo bem que eu sou bão demais, mas não chego a perfeição... Tenho meus defeitos. Poucos, mas tenho. 
 - Ah, tem?! Mas suas imperfeições também são perfeitas pra mim. - me apertou, cheirando-me.
 - Sabe o que eu acho mais legal na gente? 
 - O quê?
 - Nossa cumplicidade. Confiança...
 - O que faltou no nosso namoro. - completou.
 - Tatá...
 - Não falo isso só pelo término. Por tudo, Loli. Éramos inseguros demais, tudo girava em torno da nossa falta de confiança... Aí meu Deus, tanto ciúme. - me permiti rir. 
 - Mas ao mesmo tempo, éramos melhores amigos.
 - Contraditório. - riu. 
 - Pra mim não mudamos nada! Tínhamos essa cumplicidade, o nosso problema era o medo, insegurança, ciúme... E bom, isso não mudou. 
 - Não?!
 - Não. Só mudou a pessoa, mas me sinto da mesma forma. 
 - Claro que mudamos, Luan Rafael! Mudamos muito. - me deu um tapinha.
 - Só um pouquinho.
 - Só um pouquinho? 
 - Mudança maior foi durante o nosso namoro. 
 - Ah, verdade! Uma reviravolta! - rimos sincronizados. - Principalmente de um certo cantor. 
 - Para, Tanara.
 - Ah, eu não tenho ciúmes de você. Para de me provocar. Eu sou foda, eu me garanto. - tentou imitar minha voz, o que foi hilário e me causou uma gargalhada. 
 - Seu tio vai voltar quando? - perguntei, depois que minha respiração se controlou. 
 - Não sei. Por quê?
 - Por nada, uai. Só quero ir embora antes. - falei e ela me olhou com a testa franzida. - Porque ninguém sabe da gente, não é assim?
 - É, mas não parece que você quer ir embora por isso. - transformou o olhar em um desconfiado. 
 - Uai. - ri sem humor, tentando disfarçar.
 - Você ainda tem medo do tio Marcos, Luan Rafael?
 - Medo? Eu? Tá louca, muié?!
 - Meu Deus, você tem medo dele! - desacreditada, caiu na risada. 
 - Para, Tanara! - apertei sua coxa e ela não parava. - Não é medo, só que você lembra de tudo que ele fez pra estragar nosso namoro? 
 - Eu lembro, mas sei lá, pensei que você tinha superado isso. - tentava normalizar a respiração.
 - Eu fiquei traumatizado. - confessei, lhe fazendo me olhar fingindo um "dó".
 - Tadinho do meu amorzinho. - alisou meu rosto. - Relaxa, tá? Nesses anos houve uma mudança essencial. 
 - Qual?
 - Dentro de mim. Eu nunca mais vou deixar ninguém se meter na nossa vida, estragar nosso relacionamento.
 - Eu também não. - sorri e aproximei nossos rostos. - Nunca mais. 
 - Nós dois, contra todos. Vai dá tudo certo. 
 - Se Deus quiser.
 - Eu ele há de querer. - sorriu lindamente e eu selei nossos lábios. Dormimos sob nossas carícias e nessas horas eu tinha certeza do lugar que eu queria ficar pra sempre: ao seu lado. 
 
Felizmente eu acordei primeiro que Tatá. Mesmo quando eu queria, podia, não conseguia dormir até tarde. Isso estava me esgotando e eu simplesmente não sabia o porquê. Ela dormia tranquila e eu ousei lhe dar um leve beijo na face. Fui ao banheiro, tomei banho e me arrumei. Uma roupa leve. Ela ainda continuava dormindo e eu agradeci por isso. Ela precisava mesmo descansar. Desci e fui direto para a cozinha. 

 - Bruna? - me espantei. Ela estava sentada na mesa, comendo sozinha. - Acordando cedo? 
 - É, nem sei o porquê. - deu de ombros. 
 - Laura não acordou ainda?
 - Graças a Deus, não! Não aguento mais tantas perguntas. - revirou os olhos e eu ri, puxando uma cadeira.
 - Só a gente tá acordado? 
 - Não. Dona Fátima tava aqui comigo, saiu faz pouco tempo. Disse pra onde ia, mas eu não prestei muita atenção. Volta logo.
 - Hum... 
 - E a Tatá?! Melhorou?
 - Mais ou menos. Tá sendo uma barra. 
 - Eu imagino. 
 - Por que você não me contou?
 - Ela me pediu. Vocês dois são loucos, estão agindo como namorados. 
 - Por que esse interesse de repente? - encarei-a. - Não entendo essa sua ajuda. 
 - Luan, eu não quero falar sobre isso. Você vai passar na minha cara o que eu fiz e eu estou cansada desse assunto!
 - Não faz sentido, Bruna. 
 - Eu me arrependi, já falei. Não estou ajudando, foi um acaso. Eu descobri que ela estava grávida e o que eu podia fazer era entregar vocês ou esconder, como fiz. 
 - Por que não optou por entregar?
 - Porque eu já fiz isso uma vez e as consequências não foram nada boas. Eu errei, Luan. Eu sei o quanto fui fútil! Não tinha o direito de intervir na vida de vocês assim. Ela era minha amiga, e por ciúmes eu passei a esquecer isso, a ser traíra, falsa, a desgostar dela. 
 - Você foi uma cobra.
 - Eu sei! Me arrependo muito. Todo mundo erra... 
 - Bruna, eu vou falar bem sério agora. Presta atenção! Se você tiver sendo falsa novamente, atrapalhar a gente de qualquer forma, eu nunca mais olho na sua cara. Voltamos a nos falar, mas acho que duas vezes é demais! 
 - Eu sei bem o que você é capaz de fazer. E não, eu não estou sendo falsa. Se eu gosto ou não de vocês juntos, eu não tenho nenhum direito de me meter. 
 - Continua com ciúmes dela?
 - Não. Aprendi a diferenciar as coisas! - mostrou a língua e eu ri fracamente. 
 - Então você não gosta, mas suporta porque aprendeu a ter bom senso? 
 - Não é que eu não goste de vocês! O problema era meu ciúme e eu já falei que não tenho mais. Amadureci. Só acho que vocês são loucos e que você não merece o que ela está fazendo com você. 
 - Não quero falar do Felipe...
 - E eu nem vou falar. Você parece cego de amor ao ponto de aguentar tudo, então tudo que eu disser não vai servir de nada. - deu de ombros. - Você gosta mesmo dela, né?!
 - Você nunca tinha percebido? - brinquei e ela revirou os olhos.
 - No começo do namoro de vocês, eu duvidava. No final, eu já tinha certeza. Por isso fiz tudo aquilo! Mas sei lá, dois anos é muito, né?! Dizem que o tempo cura tudo.  
 - Mas não curou, não. E nossa reaproximação só piorou!
 - Tomara que vocês fiquem juntos, então. Mesmo com essa indecisão dela, dá pra ver o quanto ela te faz bem quando está perto. 
 - Ela me faz feliz. 
 - Eu quero você feliz. - sorriu e eu devolvi o sorriso. 
 - Ê, Piroca! - levantei, lhe puxando para um abraço. 

                            •
 
 - Eu sabia que você ia ceder logo. - Bruna riu, enquanto Tatá alisava meu pescoço sentada em meu colo. 
 - Eu só estou indo, porque não tem problema a Tatá ir! - alisei sua coxa.
 - Me poupem dessa cena. - Bruna revirou os olhos e para pirraçar, Tatá tomou meus labios para um beijo. - LAURA!!!!!! - minha irmã gritou, fazendo Tatá me soltar rindo. 
 - Apela mesmo, marmita. - disse baixinho e Bruna a fuzilou com o olhar. 
 - Marmita? - perguntei, desentendido.
 - Tanara, eu vou te bater. - Piroca ameaçou.
 - Eu disse marmita, amor? Eu não disse marmita.
 - Disse sim, uai! 
 - Pronto papai! Já achei. - Laura disse, descendo as escadas com um sorriso de orelha a orelha. Tatá automaticamente se levantou do meu colo e Bruna riu vitoriosa. 
 - Juízo vocês, meus amores! - Dona Fátima apareceu também. 
 - Vou cuidar dessas loucas, Fatinha. Pode deixar! 
 - Fatinha? - Tatá arqueou as sobrancelhas. 
 - Você pode apelidar minha mãe de tia Zete e eu não posso chamar sua vó de Fatinha? Algum problema pra senhora, Dona Fátima?
 - Claro que não, meu filho! - respondeu risonha.
 - Tão vendo isso? As intimidades do garoto? - cruzou os braços. 
 - Cala a boca, tampinha. 
 - Deixem de tagarelar, vamos logo. - Bruna resmungou. Tatá se despediu da avó, depois Laura, depois Bruna e depois, eu. Dona Fatinha deu as recomendações como sempre minha mãe fazia e eu assentia, tirando brincadeiras em tudo que ela falava. Ela ria. 

Antes de sairmos, eu e Tatá tiramos uma foto no carro sob as reclamações constantes da minha irmã. Minha filha estava tão empolgada que nem percebia nada, o que era muito bom! Ela não podia ver e nem saber de nada. Tatá foi para o banco de carona, retrucando as coisas que Bruna falava. Dei partida, rindo das duas.

 - Dá pra parar, cêis duas? - pedi e as duas se calaram. 
 - Parecem crianças. - Laura falou séria, causando risadas em nós três. 
 - É muito abusada mesmo! - disse. 
 - Tem a quem puxar. - Tatá alfinetou e eu lhe olhei com os olhos semicerrados. 
 - Depois eu que começo, né Luan?! Tudo bem. Vou ficar quieta, não vão estragar meu bom humor. - percebi-a pegando o celular. Posicionou-o na frente, com certeza começando a tirar fotos. - Partiu Beach Park! - disse animada, fazendo minha filha me abraçar toda alegre. Olhei para Tatá e ela tinha um olhar encantado sobre nós dois. É, não tinha pessoa melhor para ocupar o cargo de madrasta. Mas infelizmente, no fundo, eu sentia que não seria tão fácil assim. Mais um empecilho pra gente, talvez iniciado nesse passeio que deveria ser só diversão. 


Você acha que o nosso amor pode fazer milagres? Eu acho que o nosso amor pode fazer tudo aquilo que quisermos. É isso que te traz de volta pra mim o tempo todo. 
- Caio Fernando Abreu

28 comentários:

  1. Queria que não existisse um Felipe para estragar esse romance tão lindo! Esse capítulo ta maravilhoso, mais do que eu esperava.. Já ta cansada de saber que me surpreende né? Continua logo meu amor
    Laura Araujo

    ResponderExcluir
  2. Que capítulo foi esse?! Perfeito! ... o mais perfeito de todos... amei amei amei ❤ ❤ ❤ ❤ ❤Posta mais plis!! x.x.

    ResponderExcluir
  3. Acho que a Laurinha vai ser empecilho pra eles

    ResponderExcluir
  4. Ele morreuuuu mini ser ;( mas, luan tá certo não era pra ser agora.....
    esse cap. foi simplesmente perfeito foi tão meigo e fofo , Tanara Tanara muie de Deus ja tah na hora da tatahzinhq despachar o Felipe quero meu casal de volta uaii, cê não sabe o quanto eu sinto falta do lunara e suas lunarisses kkk e tenho certeza q essa próxima volta deles vai ser bm mlhor pois os dois, tem mais confiança um no outro e estão mais maduros e seguros do amor q tem um pelo outro, e sim estão dispostos a enfrentar tudoo pra viiverem esse amor, espero q a senhorita já esteja agilizando as coisas pra eles voltaren eiiin.
    CoNtInUaAaa.

    ResponderExcluir
  5. Capítulo triste, porém lindo! Eu não vejo a hora de ver esses dois juntos logo, sem ngm atrapalhando! 😭

    ResponderExcluir
  6. E eu espero q eles comecem o ano novo juntoss sem felipe pra se preocuparem, espero muitasss surpresas boas na virada do ano e no natal tbm eiiin ...!!!!
    cOnTiNuAaaaaaaa.

    ResponderExcluir
  7. Capítulo triste,porém foi lindo 😍😍 to ansiosa pra ver meu casal junto,sem ninguém atrapalhando

    ResponderExcluir
  8. Aí capítulo fofo e triste e maravilhoso Tbm haha, hum esse parque aí sei não em, acho que uma certa Pri ou um certo Felipe vai descobrir e dar ruim, mas não tem problema pra mim não haha é bom que esses dois se resolvem logo kk e como o textinho do fim disse o amor dos dois faz tudo o que quer e faz milagres então esse "problema" vai ser mais um pros dois passarem por cim juntos..

    ResponderExcluir
  9. TO É JOGADA NA BR, MELHOR CAPÍTULO DE HOJE, PELO AMOR CONTINUAAAA

    ResponderExcluir
  10. Que pena que ela perdeu o baby deles.
    Luan me surpreendeu com o jeito que ele recebeu a noticias e tudo.
    To com medo da Laurinha ser um empace pro Luan e pra Tatah.
    Continua bjooos

    ResponderExcluir
  11. Bebê lunara ñ existe mais !! #choremos !! MELHOR HOMEM MELHOR CASAL q lindooooos amo dmais,e esse final prevejo q Laurinha será o empencilho dos meus amores :( pf ñ faz mas esses dois sofrerem junta logo eles de vez Tatá kkk cont melhor fic

    ResponderExcluir
  12. Ai,ai,ai meo deuss só quero esses dois juntos logo pq se for pra Tatah ficar nesse doce,Luan podia da um forinha nela pra ela criar vergonha!!

    ResponderExcluir
  13. Ameeeei o capítulo, graças a Deus não deu briga kkkk agora espero que continue dando tudo certo e que a tata consiga se livrar do Felipe

    ResponderExcluir
  14. Deus, obrigado por fazer o Luan entender e não julga-la, amém.
    Que bom que o Luan entendeu cara, seria bem pior se ele a virasse as costas. A Tatá agora precisa dele como nunca, ela podia aproveitar o embalo e terminar com o Felipe logo cara, essa enrola ta me matando já.
    Bem que ele podia aparecer ai de surpresa neh? Super apoio.
    #BRILHALUNARA #BENZÃOTABEMDEVDD #QUEABRUNANÃOESTEJAMENTINDO

    ResponderExcluir
  15. Por um momento esqueci do Felipe Magia kkk aff Tanara perdeu o baby 😥.. Gente Laura é muito fofa mas acho q ela não vai gosta nada do Luan com a Tatah

    ResponderExcluir
  16. Cadê o corno do Felipe? Se esse Felipe amasse a Tanara de verdade já teria ido atrás dela. Não gostei dela ter perdido o baby, mas você sempre arrasa,e sabe o que faz..continuaaaaaa

    ResponderExcluir
  17. Esse final foi meio suspeito, derrepente o Felipe vai aparecer ali.. Ta na hora desses dois voltarem de vez.
    Continuaaaa tatah?
    Beijos

    ResponderExcluir
  18. Como pode? Tu sempre me deixa com "minhocas" na cabeça. Pensando milhões de possibilidades e querendo cada vez mais ler e acompanhar essa história que, nem parece fictícia de tão incrível e real que é.
    Mulher, tu precisa mostrar pro mundo esse talento!
    Sobre o enredo: Porque o Loli é tão maravilhoso? Porque a Tanara é tão fofa? Porque eles são o melhor casal do planeta?
    Quero Lunara juntinho, ainda com toda essa dor que eles tão enfrentando. O que me intriga é a Laura, tô desconfiada com ela aí, junto com eles.
    Uma perguntinha: Vai existir "Brueno" na fic? (Amo o Breninho! ❤)

    ResponderExcluir
  19. Na boa sempre tem que ter um obstaculo para estragar ne??! Mas contiinuuuaaaa

    ResponderExcluir
  20. Eu quero fazer outra fanfic com eles dois me ajudaaaaaa

    ResponderExcluir
  21. Capitulo muito emocionante, pena que a Tatá perdeu o bebê.. Continua nega.

    ResponderExcluir
  22. Essa Laurinha vai ser um empecilho na vida deles. Ela é muito ciumenta, menina chata do caramba. Precisa de uns tabefes isso sim, pra nao se meter na vida dos adultos. E Tadinha da Tatá:/ perdeu o bebê. Mas espero que ela engravide de novo. E não vejo a hora dela largar do pela saco do Felipe. Garoto abusado e chato. Beijos! Continuaaaa logo! (:

    ResponderExcluir
  23. Tanata cadê ocê muie ???
    posta o próximo cap. negah tô ansiosa.

    ResponderExcluir
  24. Desnescesario deselegante demorar tanto assim viu sr tanara e pq raios vc matou o bb lunara ? Pode trazendo gemeos agora so pra compensar viu ruuuuum to de oio

    ResponderExcluir
  25. Já estava em luto pelo BB Lunara sem ler, depois de ler estou mais de luto ainda :'( Porque fazer isso com uma pobre criança Tanara? Continue kirida

    ResponderExcluir
  26. Eeeeeeeeei já pode postar viu dona Tanara !! To cm sdd 😢

    ResponderExcluir