sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Capítulo 23

Senti uma luz forte bater nos meus olhos, juntamente senti um cheiro maravilhoso. O cheirinho dela, impregnado na minha cama, em mim. Então eu sorri, antes mesmo de abrir os olhos. E quando os abri, tive a visão mais linda. Foi na hora certa! Ela vinha com uma camisa minha, segurando um copo d'água em uma mão e na outra, alguma coisa tão minúscula que minha visão não alcançou. 

 - Bom dia, Loli. - ela sorriu, lindamente.  
 - Bom dia, meu amor. - esfreguei meus olhos, sem tirar o sorriso da boca. 
 - Está melhor? - sentou de lado na lateral da cama que eu estava, ficando de frente pra mim. 
 - Com você aqui...- alisei sua coxa e ela riu. 
 - Trouxe pra você tomar. - estendeu a mão, mostrando um comprimido. 
 - Uai. - me ajeitei na cama. 
 - Eu sei que você vai sentir dor de cabeça e todos os sintomas de ressaca. - entortou a boca e eu me encantei com sua preocupação. 
 - Nem me lembrei de dor quando te vi entrar. - subi a mão na lateral da sua coxa e ela me cortou, me dando um tapinha. - Ai, muié. 
 - Toma logo isso, Luan Rafael. Deixa de sem vergonhice! - repreendeu-me e eu peguei o comprimido de sua mão. 
 - Você é muito chata. 
 - E você é muito teimoso! Eu devia nem cuidar de você, você não merece. Já falei que não te quero bebendo. Isso faz mal! 
  - Não me quer bebendo. Se enxerga, tampinha. Acha mesmo que pode mandar em mim? 
 - Pois continue bebendo pra você ver se eu venho cuidar de você. - disse marrenta e eu ri, pondo o comprimido na boca e pegando o copo d'água da sua mão. Engoli junto da água sob seus olhares atentos e logo em seguida ela tomou o copo de mim. 
 - Pronto, chatinha? 
 - Pronto! Agora você vai tomar outra coisa que eu fiz.
 - Eita! O quê que cê fez? Eu não confio, não! Vai me matar?
 - Eu sou ótima na cozinha, querido. 
 - Não mesmo. Só em doce e tapioca. 
 - Você ainda vai me implorar pra fazer algo, mal agradecido. - mostrou a língua e saiu, enquanto eu ria. Eu levantei e fui ao banheiro. Fiz minhas necessidades matinais e saí, curioso. 

Ela tinha arrumado a mesa, tudo bonitinho, como se fosse meiga. 

 - Cadê? - sentei. Ela pegou uma panela e com um sorrisinho sapeca, aproximou-a de mim. Panela? - Já tá na hora do almoço? - perguntei desentendido.
 - Não, Loli. Aqui é seu café da manhã! - abriu a tampa. 
 - Caldo? 
 - Caldo. - sorriu convencida.
 - Você fez caldo pra mim, Tatá? Credo.
 - É bom pra ressaca! Minha avó fazia pro tio Marcos quando ele estava assim. Não reclama antes de provar! - se virou e voltou com um prato e uma colher. 
 - Cê é doida! 
 - Falou a pessoa que come pizza de peixe. Vai, Loli. É bom! - pôs no prato e em seguida, na minha frente. Eu encarei fazendo uma careta e ela riu.
 - Mas é fresco, esse desmunhecado. - resmungou e eu mostrei a língua. 
 - Vou ver se esse trem presta. - fiz cara de nojo e ela cerrou os olhos em mim. Mexi devagar e ela me olhava desacreditada. Estava fazendo aquilo só para irrita-lá e ela sorria, o que me deixava satisfeito. Finalmente provei e nossa, aquilo era bom. Tomei mais um pouco e ela riu, já se gabando.
 - Gostou, né?!
 - Dá pra comer. Foi você mesmo?
 - Claro. Diferente de uns e outros, eu não peço em padaria! - alfinetou e eu lancei um olhar feio. Ficamos conversando e brincando enquanto ela vigiava eu tomar todo aquele caldo, como se eu fosse uma criança. Terminei e ela pegou o prato, colocando-o na pia em seguida. 

 - Não vai comer? - me aproximei dela. 
 - Já comi. Acordei cedo, meu amor. - sorriu pequeno e eu entrelacei as mãos na sua cintura. 
 - Prendada você. 
 - Loli, promete pra mim que vai parar de beber. 
 - De novo isso? - desviei o olhar.
 - Não, é sério. - segurou meu rosto, mantendo nossos olhares conectados. - Por favor. Eu tô te pedindo! - falou manhosa.
 - Tudo bem, Tatá. Eu não bebo mais. 
 - Não adianta me falar isso agora e quando tiver sozinho, esquecer do que disse. Promete?
 - Eu prometo. - sorri amarelo, não sabendo se conseguiria cumprir aquela promessa.
 - Eu confio em você.
 - Pode confiar, sempre, pra tudo. - sorri lhe passando confiança e ela me abraçou forte, como se tivesse temendo alguma coisa. 
 - Eu tentei terminar com ele. - suspirou pesado. 
 - Eu sei.
 - Eu falei que te amei, que foi muito forte, mas ele aceitou tudo... Eu até falei que você era o motivo da minha frieza com ele, da minha distância.
 - Ele é um idiota. 
 - Eu tentei, Loli. Eu juro. 
 - Eu sei, eu acredito em você. Ele veio conversar comigo.
 - Veio? - me olhou arregalada. 
 - Veio. - ri fraco. - Falou um monte de coisa e disse que não ia desistir de você por causa do seu passado, assim como eu fiz. 
 - Não acredito. - disse boquiaberta. 
 - Pois é. Ele gosta mesmo de você, mas ainda acho que você podia ter sido mais firme. 
 - Mas eu falei tudo isso e ele não aceitou, Loli. Queria que eu dissesse o quê?
 - Ele não pode te obrigar a ficar com ele, uai. 
 - Eu não quero magoar ele. 
 - Então você prefere me magoar? 
 - Claro que não, deixa de bobeira!
 - É o que parece, Tanara. - me soltei dela, virando de costas. 
 - A única coisa que faria ele me deixar em paz de vez seria eu contar do nosso envolvimento atual. Eu tenho medo, Loli. Traição não é tão simples...
 - Nos metemos nisso juntos e vamos enfrentar juntos, é simples.
 - As pessoas vão nos crucificar...
 - Foda-se as pessoas.
 - E a reação do Felipe? 
 - Você tá com medo de magoar ele ou com medo dele? - encarei-a. 
 - Os dois, Loli. - abaixou a cabeça.
 - Ele não vai fazer nada com você! Se ele fizer, eu mato ele, é mais simples ainda. Você tem a mim, pra sempre. - a abracei mais forte e ela riu abafado. 
 - Você mata ele?
 - Mato. Você é meu anjo. Por que eu não te protegeria também? Sou capaz de qualquer coisa por você.
 - Eu preciso muito de você, mais do que imagina. - me apertou. 
 - Eu também. Está vendo? Só precisamos da gente e está tudo certo! Vamos ficar juntos de uma vez e foda-se o resto, meu amor. 
 - Agora está mais complicado ainda, Loli. 
 - Por quê? Tatá, você não tá me escondendo nada, né?! - perguntei desconfiado. 
 - Claro que não. - sorriu amarelo, nada convincente. - Me dá só mais um tempo, eu te prometo que vou resolver tudo. A certeza principal eu já tenho, eu amo você. - sorriu tímida, me causando um sorriso gigante com aquela doce declaração. 
 - Eu que te amo, minha baixinha. Pra ficar com você eu espero o tempo que for. - peguei em seu rosto e tomei seus lábios para um beijo. Ficamos naquela troca de carinhos ali na cozinha até a campainha tocar. Nos assustamos e depois Tatá concluiu que seria a Marina. Mas não me lembro de ter pedido para ela vir hoje... Pedi? Se o porteiro autorizou, devia ser ela mesmo. Fui atender meio emburrado por não poder mais ficar a sós com a minha Pikitinha e levei um susto ao abrir a porta. Puta que pariu! 

 - Bruna? - arregalei os olhos.
 - Cadê a Tanara?
 - Tanara? - tentei disfarçar. 
 - Eu sei de tudo, Luan Rafael. Sai da minha frente! - disse séria e eu bufei, dando sua passagem. Tatá apareceu na sala e não tinha o semblante assustado. 
 - Oi, Bruna. - ela disse emburrada. 
 - Oi, Tanara. Você preciso vir comigo! 
 - Por quê? - ela perguntou. 
 - Porque sim. - minha irmã revirou os olhos. 
 - Ei, dá pra alguém me explicar o que está acontecendo? 
 - Eu descobri vocês.
 - Desconfiou e foi me procurar, sendo essa intrometida que é. - Tatá alfinetou. 
 - Melhor ser intrometida do que uma... 
 - Bruna Santana! - a repreendi. 
 - Olha, não vou perder meu tempo xingando você, Tanara. Mas você disse pro Felipe que ia me ver quando saiu correndo do jantar pra vir ver o Luan e agora ele me ligou. 
 - Você disse isso? - encarei-a.
 - Disse, Loli! Eu só tinha essa alternativa. - falou baixo e eu cruzei os braços, sério. 
 - Sem ciúmes agora, Pi. O assunto é sério! Ele ligou pra ela e ela não atende. Aí ligou pra Érika e perguntou se ela ainda estava dormindo...
 - Eu não acredito que ele fez isso. 
 - Fez, Tanara. Ele parecia muito desconfiado! - minha irmã resmungou. - Então ela disse que você não dormiu lá e ele ligou pra mim. Eu falei que você dormiu lá em casa e ele disse que ia resolver algumas coisas e depois ia te buscar.
 - Não acredito! - Tatá arregalou os olhos. 
 - Era só o que me faltava. - bufei. 
 - Você precisa ir, senão eu vou passar por mentirosa e bom... - Bruna falou e Tatá me olhou amedrontada. 
 - Ela vai, Bruna. - disse firme. 
 - Luan. - me olhou receosa.
 - Vamos só conversar rapidinho, Bruna. Anda, Tatá. - fui para o quarto e a fiz me seguir. Fechei a porta e ela já estava com uma expressão preocupada.  
 - Por que você não me contou que ela sabe?
 - Não faz tempo.
 - Se ela estragar tudo de novo, Tatá? Você não disse que teme isso? 
 - Eu não tive outra saída a não ser confiar nela, Loli. Você acha que ela seria capaz?
 - Eu não sei. Ela era sua amiga quando fez aquilo, por que não de novo? 
 - Todo mundo merece uma segunda chance e agora, não tem mais jeito. - entortou a boca. Suspirei pesado, passando a mão no cabelo. 
 - Ele está desconfiado, ele vai nos afastar cada vez mais. 
 - Confia em mim, eu vou dá um jeito! Isso vai acabar em breve!
 - Eu não aguento mais, Tatá. Isso tá me esgotando. - confessei minha fraqueza. 
 - Você sabe que eu te amo, não coloca tudo a perder! - disse dengosa. 
 - Veste sua roupa e vai logo, antes que esse idiota chegue lá. - mandei e sentei na cama, com as mãos na cabeça, refletindo. Ela trocou de roupa na minha frente, carregando um olhar triste, preocupado. 
 - Eu já vou. - disse pronta e eu assenti. Se abaixou na minha frente e pegou no meu rosto, ligando nossos olhares. - Tudo que eu fizer daqui pra frente, vai ser preciso e vai ser pela a gente. Loli... Tem que confiar em mim! 
 - Por que tá falando isso agora?
 - Porque... - respirou fundo. - Sim. Porque sim! Hein? Promete? Não vai pestanejar?
 - Seja o que for, eu prometo. Não pode piorar! - revirei os olhos. 
 - Eu já vou, Bruna deve estar impaciente. Não esquece o que eu falei! E olha, sobre a Laura, vai dá tudo certo... Isabel não é párea para você e não pode te privar disso. Estou com você nessa também. - segurou minha mão. - Fica bem? 
 - Eu tenho você. - sorri de lado. 
 - Tem, tem sim! - riu. - Qualquer coisa, você me liga, me fala... Quero saber de tudo! 
 - Vou fazer isso.
 - Fica com Deus. - beijou meu olho e eu amoleci com seu cuidado. Sorri e beijei sua testa. 
 - Vai logo, antes que a Piroca comece a reclamar. 
 - Eu tenho que agradecer. - riu.
 - Por enquanto que ela está ajudando, não é?!
 - Luan, não seja tão pessimista. - me repreendeu, levantando. A levei até minha irmã e meu coração apertou ao sentir uma semelhança entre aquela situação com uma despedida. 
 - Tchau, Loli. - sorriu.
 - Tchau, Pi. - Bruna disse sem jeito. 
 - Bruna. - a chamei. 
 - Oi?
 - Obrigado. - falei, fazendo Tatá sorrir e Bruna soltar um sorrisinho sem graça. 
 - É o mínimo. - disse por fim. 

Elas saíram e novamente eu estava sozinho. Com a minha ressaca, meus problemas e minha solidão. 

Tanara's POV. 

 - Anda, me conta o que ele tem! - mal entrei no carro e ela começou com o interrogatório. 
 - Nada que seja da sua conta, sua metida. 
 - Olha aqui, sua safada, você disse que ia me contar. - deu partida. 
 - Me respeita, Bruna! Se quer tanto saber, pergunta pra ele. - dei de ombros e ela fez careta. 
 - Você sabe que ele não me conta mais nada. Quase não nos falamos direito! 
 - Culpa de quem? Hein? Hum? - provoquei e ela me mostrou o dedo do meio. 
 - Você é uma mal agradecida! Eu devia era te entregar pro Felipe. 
 - Entrega, ué. Aí que seu irmão nunca mais vai olhar na sua cara. - sorri cínica. 
 - Se eu soubesse que ia dar essa merda toda, eu tinha deixado vocês reatarem em 2015 mesmo. - balbuciou e eu não sei porquê, mas ri. Soou engraçado. Seria cômico se não tivesse sido trágico. 
 - Do que você tá rindo?
 - De você. Mimadinha com ciúmes! Foi tão boa atriz com a gente e até agora, não conseguiu papel nem em novela da rede tv. 
 - Tanara, vai tomar no seu cu. - se irritou, me fazendo gargalhar. 

Fomos nos alfinetando até chegar na sua casa e por sorte, seus pais não estavam. Fiquei sentada na sala, mexendo no celular e vendo as ligações de Felipe. Mandei um "oi" pra ele e depois fui responder minhas mensagens. Bruna apareceu com o puff e ele ao me ver, correu para mim. 

 - Puff, meu amor! Que saudades! - o peguei. 
 - Ela é falsiane, neném. Não vai pra ela! 
 - A única falsiane aqui é você, marmitinha. - sorri irônica e ela riu sem humor.
 - Tão engraçada! 

Fiquei brincando com puff, que sempre gostou de mim. Eu estava mesmo com saudades daquela coisa fofa e fiquei matando-as. Aquele momento rendeu uma foto, que eu pedi para Bruna tirar. Logo depois, Felipe chegou. 

Ele não perguntou nada e eu fingi normalidade. Passamos um curto tempo ali e depois fomos embora. Ele só me deixou em casa, não permaneceu; e eu agradeci. O clima entre a gente não estava tão bom. Bastou eu chegar em casa para começar as minhas cólicas, que agora eu sabia o que era. Troquei algumas palavras com a minha mãe e fui pro meu quarto, estava precisando descansar. Deitei e encarei minha barriga. Um sorriso se escapou nos meus lábios e eu me vi rindo sozinha, enquanto alisava minha barriga. Agora eu carregava um ser dentro de mim. Uma coisinha pequena, que eu teria que cuidar pra sempre. Meu filho. Meu bebê. Finalmente um fruto do meu amor com Luan. Ele enlouqueceria quando soubesse e eu não via a hora de acabar com tudo aquilo e ir pros braços dele, para cuidarmos do nosso filho. Agora ele era minha prioridade e eu não podia ficar nessa confusão, nessa perturbação. Tudo aquilo estava me fazendo mal, me deixando nervosa; o que eu não podia ficar, agora tendo que proteger meu filho. Pensando dessa forma, tomei minha decisão. 

Eu sabia de um lugar calmo, tranquilo, que me passaria somente paz. Do lado da Dona Fátima! Longe do Felipe e de todas as pressões. Não, eu não fugiria! Eu só precisava de um tempo. Pra por as ideias no lugar, pra absorver minha gravidez, pra decidir o que fazer de fato. Estávamos em dezembro, e como desculpa eu falaria que queria ficar esse tempo com minha avó, até o natal. 

E não demorei pra por em prática. Não podia pensar muito! Tinha que ir e fazer. O tempo estava passando, eu não podia perder mais nenhum segundo sequer. Liguei pra minha avó e ela pulou de felicidade. Depois, já de noite, eu procurei passagens na internet. Tinha para a manhã seguinte, perfeito. Conversei com a minha mãe logo em seguida e ela achou uma loucura, mas teve que concordar. Ela não tinha mais poder nas minhas decisões; mas claro, podia me guiar, me aconselhar. Ainda naquela noite, eu arrumei minhas malas e quando terminei, disquei o número do Felipe. Expliquei tudo e ele reagiu como minha mãe. Aleguei estar sentindo muita falta da minha avó e ele questionou os preparativos do nosso casamento. Eu respirei fundo e respondi que ele podia tomar de conta, fazer o que ele quisesse. Aquilo não me importava, não rolaria casamento. Depois de tanto rebater, ele teve que aceitar. Desliguei a ligação aliviada e vi mensagens de Luan, mas achei melhor não falar sobre a viagem. Ele daria um jeito de me fazer mudar de ideia e eu não podia continuar ali. 

Luan's POV. 

Depois que as meninas foram embora, eu voltei pra minha cama. Não tinha vontade de sair e muito menos fazer alguma coisa... Fiquei pensando no que fazer com Isabel. Tatá tinha razão e me ajudou bastante. Me encorajou, me fez enxergar direito. Mas além de pensar, eu não fiz nada naquele dia. Dormi e finalmente consegui acordar como antigamente, tarde. Marina estava ali e me mostrou o que tinha feito de café da manhã e de almoço. Já se passara da hora do almoço e ela me perguntou o que eu queria. Decidi almoçar logo e fiz isso sob suas histórias do dia a dia, que me distraiam. Contei da Isabel e ela ficou horrorizada, a chamando de louca. "Louca por mim". E ela era mesmo! Mas se ela quer ser louca, ela seria longe de mim, sem me afastar da minha filha. Terminei de comer e fui pra sala. Liguei a tevê e fiquei assistindo algumas matérias de futebol. Aquilo não prendeu minha atenção e então eu peguei meu celular. Abri no Instagram e fiquei olhando algumas fotos. Para a minha alegria, vi uma postagem de Priscila, que já fazia algumas horas. 

lunara Bom dia, queridas. Hoje a rainha está trabalhada na preguiça #AcordarCedoPraQuêMeuDeus? Estava triste com isso, mas como uma boa viciada que sou... Abri aqui e nossa, meu humor mudou completamente. Mudando a hashtag para: #ObrigadaMeuDeusPorEuTerAcordadoCedo. Vamos começar a brincadeirinha, que eu tô preguiçosa porém ainda rainha. Não sou muito de repostar textos aqui, porque dificilmente algum me agrada! Mas, hoje, eu me surpreendi. Vi o user da vadia da Natália, vulgo minha amiga, vulgo a @donzeladoluel. Miga, cê arrasou! Depois me agradeça por essa divulgação aqui... Vamos para a postagem! donzeladoluel > Com todos esses boatos que lunara estaria voltando, eu resolvi refletir um pouco sobre isso. Tanara e Luan, história começada em 2013. Bom, eu nunca amei e nem odiei nenhuma namorada dele. Pra mim, todas elas (sem exceção) nem fediam e nem cheiravam. E agora vejo vocês morrendo por causa dessa possível 'volta'. Tanara conseguiu a aceitação de inúmeras, mas muitas ainda não a engole. Tanara pra mim sempre foi apenas a namorada do meu ídolo. Sempre. Quando ela virou blogueira, eu passei a acompanhar porque minha curiosidade me fez ir no seu blog e nossa, eu amei. Amo moda e ela parecia ter a manha. Pronto! Além de namorada do cantor que eu admiro, ela era uma blogueira que eu também passei a admirar. SÓ POR SER BLOGUEIRA, que fique claro. Sabe aquela frase? "Só damos valor quando perdemos..."? Então, ela se encaixa perfeitamente. Mas enfim, mesmo eu sendo amiga da Priscila, essa louca, eu nunca fanatizei a Tanara como ela. Eu até ria. Achava legal que a Tanara retribuía o carinho dela, mas só isso. Também nunca tive nenhuma queixa dela. Ela sempre tratou fã bem, não se negava a tirar fotos e era simpática. Só que veio o término. Foi todo aquele rebuliço e o fandom entrou em guerra terminantemente. Até ela voltar pra Fortaleza, sempre saía boatos deles e as notícias não paravam, o que atiçava as brigas. Rolou até clipe bafão com o gostoso do Mc Biel. Ela não é boba nem nada, Brasil! Mas não gostei do que xingaram ela. Eles já tinham terminado e claro, foi um trabalho, ela ganhou por aquilo. Não tem essa de "puta", acordem. Vamos prosseguir! A volta de luade e mais tretas. Tretas infinitivas. Era real e oficial: lunara definitivamente tinha acabado e Luan sempre amou a Jade. Sim, foi isso que muitas falaram! Fiquei até com dó da minha amiga, @lunara, tinha que ler essas coisas e ficava vermelha de raiva. Mas, ele que causou aquilo... O que podia ser feito? Nada! Só que aí veio o show de Fortaleza e todos sabem que ele chegou uma noite antes. Depois, viram a Tatá na van... E no show... Não era normal. Eles eram ex namorados e bom, ele já estava com outra. Como explicar a aparição dela? Não sei, ninguém soube. Todos ficaram assim, desconfiados e indignados com a cara de pau do Luan. Se ele amava a Jade e só usou a Tatá por todo esse tempo, por que bastou ter show pra ele ir atrás de uma recaída? Outra coisa sem explicação era o sorriso dele. De orelha a orelha, em todos os momentos lá. Ele queria confundir todo mundo? Não sei. Ninguém sabia o que estava acontecendo com eles. Podíamos deduzir, mas de fato, só eles sabiam a razão de tudo. E mesmo não 'shippando', eu, modestamente, enxergava algo intenso nos olhar dos dois. Sofrimento. Amor. Fiquei intrigada, mas deixei passar. No domingo à tarde, ele foi embora. Atendeu as meninas com um óculos escuro e com um sorriso amarelo. Muitas alegaram que sentiram a frieza dele e seu rosto estava meio vermelho. Choro, talvez? E logo depois veio o término com a Jade. Todas as luades estavam enganadas. Era lógico. Ele amava a Tanara e acabara de levar um fora, coitado. Depois daquele dia eu vi a falta de um brilho no olhar que o Luan só tinha ao lado dela. Minhas suspeitas estavam certas, eles se gostavam de verdade. Passei então a entender a loucura da minha amiga. Juntos, eles zoavam como amigos, se olhavam como fãs um do outro e se beijavam como apaixonados. Nossa, por que eu não shippei? Não enxerguei isso antes? No tempo que eles passaram juntos o Luan tinha um brilho no olhar diferente. Nunca saiu boato de traição, eles se mantinham fiéis diante todo aquele mundo tentador. Ela se mantinha ao lado dele mesmo com tantos julgamentos e calúnias. Dava pra ver que não era algo forçado, era natural. Não precisavam dar as mãos quando viam câmeras ou simplesmente falar declarações da boca pra fora. Ia além. Bem além. Era paixão, era de verdade, era bonito. Ele era feliz, ela o fazia feliz. Não que Luan não fosse feliz, mas ele tinha a necessidade de tê-la para se sentir completo. No final do ano ele voltou para Fortaleza, mas parece que dessa vez não havia nada acontecendo. Durante esse meio tempo, vimos que o Luan assumiu uma postura de pai, um pai galinha que não se prendia a nenhuma mulher; parecia que nenhuma era capaz de fazê-lo tão feliz quando Tanara o fez. E agora eu sinto falta de um Luan apaixonado, de um Luan bobo, de um Luan único, de um Luan da Tanara! Se eles realmente tiverem tentando de novo, parem de tanta implicância. Vamos deixar ele viver novamente esse amor, ele tem necessidade de ser feliz para que eu possa estar feliz também. Luan, deixe a mostra o brilho maravilhoso que seus olhos têm quando está ao lado dela, eles brilham mais que as estrelas do céu, você não tem ideia! Sejam felizes, porque agora, vocês terão mais uma pra torcer por esse amor. ❤️✨ @luansantana @tataccioly 



Li tudo e me emocionei. É claro, eu a amava, todos percebiam. Nós deveríamos ficar juntos! Sorri e não pensei antes de curtir aquilo. Passei a foto e por sorte, vi outra foto nossa. No Caribe. Sorri mais uma vez e curti também. Vi uma postagem da minha princesinha e curti também. Estava com saudades da minha filha e aquela foto me fez lembrar o que eu tinha pra fazer. Ligar para Isabel. Me deu raiva só de pensar. Antes de sair do Instagram, eu vi mais uma foto; que diferente das outras, não me agradou muito. 

tataccioly São Paulo ✈️ Fortaleza 



Ela viajou? Não me falou nada? Por quê? Não posso acreditar que ela fugiu de mim mais uma vez. Tanara, sua cínica! 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Capítulo 22

Dedicado às três aniversariantes da semana... Parabéns atrasado, meninas! Beh Costa, Jú Santos e Kethelyn. ☺️

 - Felipe? - estranhei.
 - Precisamos conversar. E sério. - disse com uma expressão nada boa. O que será que aconteceu? 
 - Entra, uai. - dei de ombros e ele entrou. Fechei a porta e voltei a encara-lo. 
 - Tatá me contou tudo. - suspirou e meus olhos se arregalaram num pulo. Meu coração deu um solavanco, tão desacreditado quanto eu. 
 - Tudo? - perguntei, engolindo seco.
 - É, tudo. Quando vocês iam me contar que já namoraram? Porra cara, eu tinha direito. - ela tinha contado isso? Só isso? Respirei fundo, mais aliviado, ou irritado. Não sei bem o que eu achava melhor naquele momento. 
 - Como assim? 
 - Não se faz de desentendido. Ela me contou a história de vocês. Batida de van...
 - Felipe, olha... 
 - Por que, Luan? Você me fez de otário.
 - Eu não fiz ninguém de otário! Eu só omiti. Tanara fez o mesmo, não fez? É passado.
 - Mesmo sendo só passado, eu deveria saber.
 - Ela te contou tudo? 
 - Contou. Ela me disse que te amou, e não gosta de mim como já gostou de você. - confessou e meu sorrisinho foi inevitável. Percebi sua cara emburrada sobre mim e disfarcei. 
 - Ela disse isso?
 - Disse. Meu motivo de estar na seca é você. É mole? - cruzou os braços, indignado. Eu controlei minha risada. 
 - Tatá foi muito especial pra mim. Eu amei ela.
 - Ela foi o motivo que fez seu coração se fechar, não é? 
 - Sim. - assenti.
 - E eu achando que você nunca amou, sempre foi esse galinha.
 - Ela é a culpada. Ela me deixou quando eu mais precisava dela, quando eu estava no ápice da minha paixão. Eu sofri muito. 
 - Você sofrendo por mulher? Sempre achei que você só as fizesse sofrer. 
 - Por mulher não, pela sua namorada. Ela foi a única. - sorri de lado, cínico, e ele revirou os olhos. 
 - Luan, ela foi sincera comigo...
 - Vocês terminaram? - disfarcei minha felicidade com aquela pergunta.
 - Não. - riu óbvio. - Por que eu terminaria com ela?
 - Ah, não?
 - Não. Ela até pediu...
 - Ela pediu pra vocês terminarem e você não quis? - cruzei os braços, fechando o punho, já com ódio daquele babaca. Ele é idiota ou o quê? 
 - Eu amo ela, do jeito que você amou. - não mesmo. Nunca. - Eu não vou deixar ela assim, por causa de passado. Esse foi o erro de vocês, não? Ficar lembrando do Erick. É assim o nome dele?
 - Você não sabe o que foi nosso erro. Foram várias coisas, não se resume nele. E não fala dele, por favor.
 - Você não o suporta, não é?! - riu debochado.
 - Ele é um desgraçado. Mas ela nunca chegou a me falar que amou ele mais do que gostava de mim, sabe? - alfinetei e ele me encarou.  Minha língua não se controlava e sentia que aquilo não daria certo. 
 - Vai passar isso na minha cara?
 - Não, Felipe. Só quero deixar claro que foi intenso demais... 
 - Eu preciso que você me responda uma coisa.
 - Fala.
 - Você ainda gosta dela? - meu coração deu outro solavanco e eu pensei mil vezes antes de pronunciar algo. Eu não podia por tudo a perder; ele não deixou ela terminar, mas ela tentou. Então ela gostava de mim, estava disposta a ficar comigo. Ele está com ciúmes, vai fazer de tudo para nos afastar. Se eu responder a verdade, que a amo, vou estragar tudo. - Hein, Luan? Você ainda ama ela, é isso? - se desesperou com a minha demora.
 - Eu sofri. Muito. 
 - Você ama ela??????
 - Não, Felipe! Eu não amo ela. - suspirei. - Está satisfeito? Amei, sofri, mas passou. O tempo cura tudo. - menti.
 - Que bom, que bom! - por quê? Faria o quê se eu amasse? Babaca. 
 - Era só isso?
 - Era. Precisava conversar com você, ouvir as duas versões. Parece que ela estava certa, foi intenso.
 - Foi muito forte. 
 - Mas é só passado. Agora ela é minha, vamos nos casar. - sorriu cínico. 
 - Seja feliz, uai. É só passado. - semi-cerrei meus olhos naquele otário. - Só... passado. - sorri falso e ele fez o mesmo. Eu acho que nossa amizade acaba de acabar. Ele que me desculpe, mas sou eu quem faz ela feliz. A razão a carregava pra ele, mas o seu coração sempre a fazia voltar pra mim. 

Tanara's POV. 

 - O que você disse, Tanara?
 - O que você ouviu.
 - Você tá traindo o... Com meu... - gaguejava, boquiaberta. 
 - Bruna. - a interrompi. - Foi mais forte que a gente. 
 - Mais forte? Meu Deus, sua louca! Você tá traindo o Felipe! 
 - Dá pra você falar baixo? - encarei-a. 
 - Você tá tendo um caso com o Luan. Sua hipócrita! Sempre falou que traição era a pior coisa do mundo! 
 - Não sou hipócrita. Você não me entende. - suspirei triste. 
 - Não é hipócrita? Tem certeza? Porra, olha aonde você deixou isso chegar! Eu vou ser tia.
 - Nós não tínhamos mais o controle das coisas, Bruna. 
 - Vocês se gostam. Eu sabia! Bastava uma aproximação. O Felipe sabe pelo menos do namoro? 
 - Sabe, eu contei ontem. Eu pedi pra terminar com ele, juro! Mas ele não quis. Ele gosta de mim. 
 - Assim como o meu irmão. E agora?
 - Eu gosto do Luan e no começo eu me vi mexida. Gostando dos dois... E a gente acabou combinando de ficarmos nos vendo até eu me decidir. O tempo foi passando...
  - E você tá usando os dois! Tadinho do Pi! Menina, você não tem noção?
 - Eu não tô usando ninguém. Eu gosto dos dois, mas, eu tentei terminar com o Felipe. Você não ouviu? Eu não gosto dele como eu gosto do Luan. 
 - Ele não aceitou. E agora? Você e o Luan vão ter que se assumir. 
 - Tá todo mundo contra a gente. - deixei escapar algumas lágrimas. - Na viagem que fizemos, até nossas mães, as que mais nos apoiaram, tentaram nos afastar. 
 - Por medo. Elas tinham medo que acontecesse o que já aconteceu! Vocês se envolvessem de novo... 
 - Eu não sei o que fazer. 
 - Isso é sério, Tatá. Você errou muito feio!
 - Quem é você pra falar de erro? Você que separou a gente! 
 - Eu errei e já me arrependi. Mas estamos falando de você...
 - Se for pra me julgar, pode sair. Se eu quisesse julgamento, eu postaria um texto no Instagram, contando toda essa  história. Aposto que choveria pessoas pra me crucificar. 
 - Desculpa. Mas...
 - Eu simplesmente não medi as consequências, Bruna. Não quero me afastar do Luan, eu não consigo. Ele me faz bem. 
 - Vocês se gostam, Tatá; mas o Felipe deixou claro que não vai desistir de você tão fácil assim. 
 - Eu falei que amei o Luan. Que foi intenso, forte, diferente do nosso relacionamento. 
 - Você falou isso pro Fê? Tadinho! Meu Deus! Não sei de quem eu fico com mais pena. 
 - Eu falei tudo, e ele aceitou. 
 - Não falou a traição.
 - Você acha que é fácil assumir uma traição? Eu não quero machucar ele. Eu tenho medo da reação dele, da reação dos outros. Iam cair em cima de mim e do Luan. Todos iam nos julgar! 
 - Você tá grávida, Tanara! Grávida! 
 - Luan sempre quis ter um filho nosso. - sorri de lado. 
 - Se ele sabe disso, ele não vai mais aguentar essa situação. Ele vai abrir o jogo e vai acontecer tudo que você teme. 
 - Eu sei.
 - É um filho. Ele vai enlouquecer de felicidade! 
 - Bruna, me ajuda. - chorei. Eu já estava em desespero. Ela me olhou com dó e se aproximou, bem devagar, com cautela. Sentou-se do meu lado e passou a mão no meu cabelo. 
 - Tatá, só tem uma solução... Tira esse filho. - falou baixo e eu lhe olhei receosa. 
 - Não, Bruna. Isso, não! - neguei, imediatamente. - Não vou tirar uma vida. Sempre fui contra à abortos, ainda mais com meu próprio filho. 
 - Era contra traição e olha aí...
 - Eu vou ter que abrir o jogo com o Felipe e aguentar todas as reações. Eu vou ter o Luan do meu lado. Eu sei que sim! 
 - Vão cair em cima dele também, Tatá. Você tem que ver isso. Vai prejudicar mais ele do que você. 
 - O que eu faço então, Bruna? Eu tô grávida, eu tô atordoada. Eu sempre hesitei filho! Eu sou tão irresponsável, como vou cuidar de um filho?
 - Nem sabemos se você está de fato. Olha... Mas se você tiver mesmo... Pode contar comigo. Eu vou te ajudar.
 - Me ajudar? - ri irônica. - Pra chegar no Luan e inventar outra história? 
 - Eu me arrependi. Você não acredita? 
 - Sinceramente? Não. - levantei. - Me deixa sozinha, Bruna. - limpei minhas lágrimas. - Só peço que você não conte pra ninguém. 
 - Acha mesmo que eu faria isso? Estou absorvendo essa história complicada... Sei que não somos amigas, mas envolve meu irmão. Eu o amo. Eu tô preocupada.
 - Eu vou pensar em algo. Afinal, eu errei começando com isso tudo... Vou ter que arcar com as consequências. Já tenho 22 anos, não posso fugir de algo que eu mesma causei. 
 - Amanhã, eu venho te buscar pra irmos fazer o exame de sangue. Vamos ter a certeza se você tá ou não, aí pensamos em algo. 
 - Pensamos?
 - Eu acho que assim é a única forma de me redimir. Eu causei sofrimento pra vocês dois por puro ciúmes, mimo. Tenho vergonha! Eu quero ajudar, de verdade. 
 - Não precisa.
 - Você é muito orgulhosa! Chata! Teimosa! Olha, amanhã de manhã, esteja pronta para irmos. - disse por fim e saiu.

Eu não sabia o que fazer, o que pensar; e isso me rendeu uma noite de insônia. Eu tinha que dar um rumo pra minha vida, só não sabia como... 

No dia seguinte, eu cedi à ordem de Bruna e fui fazer o exame de sangue, próprio para gravidez, escondendo minhas olheiras com um grande óculos escuro. 

 - Abre de uma vez, Tanara! - ela pedia, impaciente. Eu respirei fundo e abri o exame feito mais cedo, com minhas mãos quase trêmulas.

Eu. Tô. Grávida.

 - Estou esperando um filho do Luan, Bruna. - engoli seco, após ler o resultado do exame. 
 - Meu Deus. - ela riu, nervosa, com um sorrisinho de surpresa. - Parabéns! - me puxou para um abraço e eu ri. Como ela me abraça, me deseja parabéns, sendo quem somos e estando na situação que eu estou? Louca. 

Eu não conseguia falar nada, estava atordoada demais pra isso. Fomos pro carro e ela falava algumas coisas que eu não prestava atenção. Meu Deus, eu carregava uma vida dentro de mim... 

 - O que você vai fazer? - ela perguntou, pronunciando a primeira fase dita e capaz de obter minha atenção. 
 - Não sei. Eu não sei. 
 - Se o Luan souber, ele não vai mais segurar essa barra. Se você não quiser que ele faça algo antes de você, vai ter que esconder dele, enquanto resolve tudo. 
 - Ele não vai saber. 
 - Ainda não, não é? Você não pode esconder um filho do meu irmão! Já errou bastante com ele, já o fez sofrer demais.
 - Vai começar, Bruna?
 - Eu só falo verdades! Você tem uma sorte do caralho dele ser apaixonado por você e fica aí, fazendo ele de brinquedo. Olha que ele cansa, hein?
 - Eu não faço ele de brinquedo.
 - Você tem que pensar no seu filho. Parar com o medo! Medo das pessoas, medo Felipe. 
 - Acha mesmo que é fácil assim? 
 - Não. Mas acho que se formos viver preocupados com o que os outros vão pensar, nunca vamos viver. Nunca vamos ser felizes. No máximo, você tem que ter cuidado com o Felipe. Sabe que nessa história um dos dois vai sair machucado e agora com esse filho, o óbvio é que seja o Felipe. 
 - Eu preciso de um tempo, Bruna. Pra absorver tudo! 
 - Você vai fugir? Pra variar?
 - Bruna, dá pra parar de falar como se estivesse me dando lição de moral? Você não é lá essas santas, politicamente correta. 
 - O seu problema é ter dois homens e depois eu que sou a patricinha mimada. 
 - Cala a boca, sua ridícula.
 - Rídicula é você! Sua safada.
 - Olha quem fala! A marmita de São Paulo.
 - Marmita? O quê? - riu desacreditada.
 - Todo mundo come! Aliás, São Paulo só não, né?! Marmita, corredor de mão... Quer mais alguma? - alfinetei, começando uma discussão, uma troca de ofensas até chegarmos na minha casa. 

Passei o dia no quarto, pensativa. Não peguei em celular, em computador, em nada! Felipe não havia mudado comigo e no outro dia, inventou um jantar com sua família. Eu não podia fazer desfeita e mesmo mal, aceitei. Um vestido bonito, maquiagem leve e uma sandália simples. 

Jantamos, comemos a sobremesa e depois ficamos conversando. Não. Ficamos, não. Eles ficaram. Eu mantinha um sorriso amarelo e concordava com tudo, balançando a cabeça positivamente. Felipe estava mais grudento e aquilo estava me irritando. Sempre ouvi falar que a gravidez mexia com o humor da mulher, hormônios, e agora estava sentindo isso na pele.

Meu celular tocou, atrapalhando a conversa. Vi o nome "Loli" na tela e gelei. Sorri sem graça e disfarcei, afirmando para o meu noivo que era Bruna. Eu sei, nada a ver! Mas foi a primeira coisa que veio na minha cabeça. Me afastei e atendi, com medo que alguém escutasse.

- Oi, Luan...
- Onde você tá? Eu preciso de você agora, Tatá. - ele estava com uma voz triste, ao mesmo tempo dava pra perceber sua embriaguez.
- Eu tô na casa do Felipe, o que foi?- me preocupei. 
- Sempre ele, sempre! - resmungou. 
- Ele é meu noivo. - falei baixo. 
- Foda-se. Dá uma desculpa pra ele e vem aqui. Eu preciso de você.
- Eu não posso, Luan... - hesitei. 
- Pode sim. Por favor, Tatá. Preciso só de você. - pediu e eu suspirei.
- Luan...
- Então não vem, Tanara. Esqueci que você não gosta mais de mim, não tem nem um pouco de consideração.
- Me fala o que aconteceu!
- Não, fica aí com sua futura família. - desligou na minha cara e eu já fiquei triste. Ele não parecia estar bem. Não podia deixá-lo assim, sozinho; e não pensei duas vezes antes de discar o número de Bruna. Era o único jeito. 

- Não acredito, Tanara! Você vai se encontrar com o Luan de novo? Você não sossega? Tá na casa do seu noivo, menina! 
- Bruna, ele  parecia estar mal.
- O Felipe não é idiota, Tanara. Cuidado! Me fala, o que aconteceu com  o Pi? Ele nem ligou pra minha mãe. 
- Eu não sei, mas ele disse que só queria a mim... Eu tô preocupada... Pode dizer que eu estou aí, ou não?
- Posso, Tanara. Posso. Mas só pelo o meu irmão! Você vai me contar tudo depois, está me ouvindo? 
 - Obrigada, marmitinha. E eu não vou te contar nada. Tchau! - respondi e desliguei. Inventei uma história para Felipe e ele acreditou, perguntando se eu não queria que ele me levasse até Bruna. Hum, não! Ficou feliz com a nossa aproximação. Ele gostava dela. Selou meus lábios e eu saí, atrás de um táxi. Peguei o primeiro que vi e dei o endereço de Luan. Toquei a campainha e ele abriu a porta, mais bêbado do que nunca. 

- O que aconteceu com você? - perguntei, alisando seu rosto.
- Você deu uma desculpa pro corno? Não precisa fingir que se importa comigo.
- Para com isso, Loli. - entrei e fechei a porta. - Eu me preocupo com você.
- Até parece. - encheu um copo de uísque. A garrafa estava quase vazia.
- Você já tomou tudo isso? Onde você compra tantas garrafas? Porque seu estoque, meu Deus, já acabou. Não é possível! 
- E daí, Tanara? Já pode ir embora.
- Você é um grosso, não é?! Ridículo! Eu devia ir mesmo, mal agradecido. - falei e ele deu de ombros, sentando no sofá. Me aproximei e tomei o copo da sua mão.
- Para! Você quer morrer de beber? - me ajoelhei na sua frente. 
- Quero. Quero esquecer tudo! E aí, vai me impedir também? 
- Eu tô aqui. Se abre comigo, por favor.
- A Isabel, Tanara. Ela ficou com raiva de mim e levou a Laura pra longe. Fui buscar ela, hoje era meu dia, e ela não estava. Liguei e ela passou na minha cara. Ela está em outra cidade, só por pirraça. - falou e eu arregalei os olhos, sentando ao seu lado.
- Por que ela ficou com raiva de você? 
- Ela é louca. Não aceita que eu não quero ela! E agora disse que não vai voltar tão cedo, que vai me afastar da Laura. 
- Ela não pode fazer isso, Loli. 
- Ela vai. A desgraçada vai. Além de perder você, eu vou perder a Laura.
- Você acha que vai resolver tudo isso bebendo?
- Acho. 
- Eu não vou deixar você virar um alcoólatra, não vou deixar você se afundar desse jeito.
- Fala como se se importasse comigo. Tá com aquele viado, não comigo.
- Você não vai entender nunca?
- Não, Tanara. Vocês dois me traíram. Eu te amo. Você é minha. Ele não podia ter feito isso! 
- Ninguém sabia de nada.
- Foda-se. Foda-se, Tanara! Volta pra ele. Ele pode pensar que você tá traindo. Ele veio conversar comigo, passar na minha cara que é com ele que você vai casar. 
- Vamos tomar um banho. - peguei no seu ombro e ele respirou fundo.
- Para de fingir! Que merda! 
- Para de ser infantil, Luan! Você tem 26 anos! Que coisa chata! Eu tô aqui porque me importo com você. Agora se você quiser facilitar e ir tomar banho, eu agradeço. 
- Você não manda em mim. Eu sou sozinho. Não tenho mulher, não tenho filha. Felipe é feliz. Ele tem você, vai cuidar dele. - levantou, indo pro quarto.
- Dá pra você pra parar? 
- Não dá, Tanara. Não dá. Você só quer me iludir, me enganar. Mas no final você fica com ele! Sempre assim! Amanhã de manhã eu vou estar de ressaca, sozinho, e você vai tá nos braços dele. - entrou no banheiro, batendo a porta. Respirei fundo. Luan bêbado ficava mais agressivo e mais sensível. Era contraditório. Procurei uma roupa pra ele e pus em cima da cama. Fui até a sala e limpei a bagunça que ele fez. Tranquei a porta e voltei pro quarto, encontrando ele só de bermuda, deitado na cama. Talvez eu tenha demorado na arrumação. 
- Tá sentindo alguma coisa? - me aproximei. 
- Nada, Tanara. Sai daqui.
- Deixa de ser grosso. Eu vim ficar com você. Que coisa chata! Rabugento. 
- Desculpa, vai. Mas eu não quero sua companhia.
- Ah, não? - ri, me deitando ao seu lado.
- Não. - fechou os olhos, pondo o antebraço na testa. Me aproximei mais, pondo minha perna em cima da sua. Me encaixei entre sua lateral e seu braço deitado e beijei seu peito.
- Criançona. - sussurrei.
- Pode fazer o que você quiser, eu não ligo. - respondeu sem me olhar. 
- Posso dormir com você? Aqui? - alisei seu peito.
- Dorme com o Felipe. - implicou, me fazendo rir. Fechei os olhos também e fiquei ali, passando minha unha em todo seu peitoral. 
- Eu te odeio. - sussurrou.
- Eu também. - respondi. - Amanhã você vai procurar a Isabel, tudo bem? Vai conversar com ela... Você é pai, ela não tem direito total sobre a Laurinha.
- Amanhã eu tô de ressaca.
- Depois de amanhã, pode ser? 
- Pode. - riu. - Queria que você não me acalmasse dessa forma. - suspirou.
- Queria não me preocupar com você. 
- Cala a boca. Cretina. - respondeu fingindo braveza e eu caí na risada.
- Bêbado. Alcoólico não anônimo.
- Você acha que ela seria capaz?
- Não. Claro que não! Conversa direitinho, usa seu charme.
- Justamente por isso. Ela quer ficar comigo e ficando usando minha filha.
- Fica com ela. - falei e ele abriu os olhos. 
- Você sabe que eu não quero ela. - me olhou profundamente. 

Luan's POV. 

Fui buscar a Laura e tive uma surpresa desagradável. Elas não estavam em casa. Desentendido, eu liguei pra Isabel. A infeliz tinha inventado uma viagem de propósito. Ela queria me afastar da menina. Merda! Puta merda. Lembrei do dia que ela usou Laura para me convidar para o aniversário da sua mãe e eu fui curto e grosso com ela. Com certeza era por isso. Ela era baixa e capaz de tudo. Sabia como me atingir. Eu a xinguei, indignado. Era o único tempo que eu tinha com a minha filha, minha agenda estava lotada. Eu estava morrendo de saudades, queria curtir ela ao máximo. Perdi seus primeiros anos de vida, isso não bastava? Para me provocar ainda mais, ela ousou falar que só voltaria se eu fosse buscá-las. Voltei pra casa pensativo e puto. Vi minhas bebidas e não resisti. Eu estava precisando de uma calmaria, eu estava precisando dela. Tanara. Sabia que ela ia brigar por me ver bebendo, mas não me importava. Ela ali e estaria tudo certo. Porém, novamente me aborreci. Ela estava com a família de Felipe e me negou por isso. Ordinária! Ahgr. Criei raiva dela também e agora eu estava mal por tudo. Chateado com tudo. 

Um curto tempo depois, ela apareceu. Ela veio. Respirei fundo, aliviado, mas não amoleci tão fácil. Contei por cima o que aconteceu e como imaginei, ela tentava me acalmar. Só sua presença já adiantava bastante. 

- Olha pra mim, nos meus olhos. - desviei o olhar, ainda meio emburrado. - Eu sou sua, só sua! - não consegui conter um sorriso e enfim olhei em seus olhos. - Você vai ter sempre a mim, e a Laura. 

Ela era meu anjo, meu guia pela vida. Sempre estava ali pra dizer as palavras certas. Nos últimos dias me sentia esgotado, acabado, solitário. Sem contar que não me sentia bem fisicamente também. Mas era só Tanara chegar que iluminava o ambiente todo. Ela trazia de volta a minha luz e a minha paz. 
- Obrigado por estar aqui. - suspirei. 
- Você vai ligar pra ela e vai ser firme. 
- Você sabe que eu nunca sei fazer essas coisas direito e...
- Você é pai. Não se mostra abalado! Se você mostrar medo, ela vai achar que te tem nas mãos... 
- Eu estou com medo. 
- Mas não pode deixar ela saber disso, meu amor. 
- Você tem razão. - disse baixinho. 
- Ela tá usando sua filha, Loli. Não deixa. Seja firme!
- Você vai estar aqui, não vai? 
- Eu vou te ajudar em tudo... 
- Eu pensei em ir de imediato e acabar com isso... 
- E se render a ela? Ela só tá fazendo isso por charme. - ela me disse calma e acariciando meu cabelo. Tanara me trazia a calma, a paz de espírito. - Essa mulher quer você. Não dá gosto a ela. 
- Você acha que ela seria capaz de fazer o que prometeu? 
- Meu amor, você é pai... Dá de tudo pra Laura e mesmo que não desse, é seu sangue. - ela sorriu. - Você é um grande pai, e como tal, tem direitos. Ela não pode fazer isso. 
- Você me acalma como ninguém. 
- Nunca havia te visto como pai. - ela disse e eu me assustei. 
- Você se importa? 
- Claro que não! É lindo, essa sua preocupação toda. Te ver como pai é diferente pra mim, mas é uma das coisas mais encantadoras que você já me deixou ver.
- Queria que você fosse a mãe dela… - fiz uma careta e ela riu, estranha. 
- Amanhã você vai ver isso e… 

Tanara mexia com toda a minha cabeça. Nem conseguia imaginar que estava bravo com ela ainda. Deitado, olhando em sua direção, meio tonto por causa da bebida, mas melhor depois do banho, eu me perdia na menina que mais amava nesse mundo, infelizmente. Ela falava enquanto me hipnotizava com seu olhar, me convencia de tudo deitada de bruços, colada em mim e com a mão que não apoiava seu corpo na cama, ela me acariciava a nuca. 
Antes que pudesse prestar atenção novamente no que ela dizia, ela meio que se deitou em cima de mim e foi beijando lentamente meu pescoço.
- Só relaxa meu amor… - levei as duas mãos pra sua cintura e fiquei de olhos fechados sentindo seus toques, seus lábios me beijando a pele, suas mãos suaves deslizando pelo meu cabelos, suas coxas no meu quadril, sentada sobre meu membro; o que acabou me deixando excitado. Ela se afastou um pouco, ficando cara a cara comigo.
Juntou nossas testas e sorriu lindamente. E então nos beijamos. Beijos molhados, quentes e tão delicados quanto jamais havíamos dado. Minhas mãos apertaram sua cintura com força e eu passei um braço por cima dela, puxando seu corpo cada vez mais ao meu encontro. Assim que nos separamos, Tanara saiu de cima de mim num pulo e quando retomei minha consciência ela já estava puxando minha bermuda pra baixo, junto com a minha cueca. Dobrei meu corpo pra frente, sorrindo, e chamei ela com o dedo. Tanara se aproximou engatinhando e sentou no meu colo, juntando as pernas na minha cintura. Eu, sentado, tomei a iniciativa dessa vez, tomando sua boca pra mim. 
Tão linda nos meus bracos, tão quente, tão gostosa, como eu podia ficar bravo com ela? Ela sempre me ganhava com seu jeito de fazer. Com meu jeito de sentir. 

No meio do beijo eu levei minhas mãos pra barra do seu vestido, depois, em questão de segundos, eu subi ele pelo seu corpo, parando de beija-lá só pra passar a peça. O sutiã vermelho foi arremessado pelo quarto antes que ela pudesse ver. A calcinha, em um movimento rápido, rasguei, arrancando dela um olhar profundo e um sorriso. 
- Uau meu amor...
- Você fica demorando aqui, tenho que rasgar. - ela riu fraco. 

Estava com tanto desejo que não aguentava mais esperar. Minha menina  já estava pronta pra mim, eu podia sentir. 

Com ela ainda sentada sobre mim, levei minha mão até sua intimidade. Tanara suspirou bem perto da minha boca, se soltando do beijo, quando sentiu minha mão no seu clitoris. Fiz movimentos circulares em volta dele e minha mulher soltou um gemido baixo entre o beijo. Afastei nossas bocas sorrindo. 
- Está vendo né? Como você é minha. 
- Eu sou só sua. - disse e abriu um sorriso jogando a cabeça pra trás, com uma expressão de prazer, quando intensifiquei os movimentos com sua fala. 
- Quero você dentro de mim! - ela disse e aproximou sua intimidade do meu membro, nos fazendo sentir um ao outro. 

Minhas mãos seguiram suas coxas até a sua bunda e eu colei ela nelas, me deitando em seguida. E ela não prolongou o sofrimento. Voltou a beijar minha boca e enquanto isso, levou a mão até meu membro, guiando ele até dentro dela devagarzinho. 
Abri um olhos depois de suspirar com a sensação e tive a visão mais linda do mundo. Tanara estava bem perto de mim, de olhos fechados, e gemendo baixinho com uma expressão linda de prazer no rosto. 

Aquilo foi um combustível pro meu corpo um pouco mole da bebida. Não quis mais fechar os olhos, e ela, ao se sentir observada, fez menção de abri-los. 

- Não, não abre, continua fazendo essa carinha pra mim, que eu vou rezar pra me lembrar dela amanhã. Ou melhor, por toda a minha vida. 

Um sorriso tomou seus lábios e eu ajudei ela a começar os movimentos. Tanara mexia o quadril pra baixo e pra cima, devagar, me ficando entrar dentro dela totalmente e sair. Seus lábios retomaram a expressão que me deixou extasiado. Mordi meus lábios, tentando reprimir um pouco todo o prazer que olhar ela dessa maneira me proporcionava. E então, ela fez a coisa mais linda que podia ter feito em uma noite de amor nossa. 

Suas mãos desceram pra coxa sem parar os movimentos sobre meu membro, e pegaram a minhas, uma com cada mão. Deitou mais um pouco sobre meu corpo enquanto entrava um pouco mais rápido dentro dela e seus lábios deixavam escapar gemidos baixos e suaves. Se apoiou nos cotovelos e estendeu nossas mãos sobre a cama; e em seguida, entrelaçou nossos dedos, me dando as duas mãos. 

Além de todo o sexo, eu podia sentir nosso amor. Fazíamos amor com todas as letras. Eu estava entregue pra ela, mas suas mãos. O contato do nosso corpo era fantástico. Fora a penetração em si, sentir seus seios sobre meu corpo e seus gemidos baixos estavam me deixando louco. 

Comecei a diversificar o ritmo, ora estocava mais rápido mexendo o quadril, ora deixa ela ditar os movimentos, enquanto fazia movimentos circulares com o quadril. Sem paciência com seu ritmo suave, me soltei dela e levei minhas mãos nas suas costas; me sentei, depois virei o corpo, deitando-a e me joguei sobre seu corpo. Tanara me olhava com intensidade, e eu não tive dó. Penetrei seu corpo de uma vez, arrancando de sua boca um gemido alto, constante. Ergui uma das suas pernas e coloquei sobre meu ombro, estocando com força e firmeza. Mantinha um ritmo rápido, entrando e saindo dela. Era o melhor lugar do mundo, tão apertada e quente. Eu me sentia em suas mãos, e sentia elas nos meus braços. Ainda podia ver seu rosto demostrando todo o prazer e nossas mãos ligadas novamente. 
- Sou sua. - ela disse entre dentes. - Você entende? 
- Eu sei que você é. - disse ofegante, quase chegando no clímax.
- Eu te amo Luan. - disse no meio de um gemido mais forte e senti seu corpo tremer, suas mãos apertaram as minhas e ela jogou mais o peso sobre a cama. 

Seu rosto tinha a expressão de prazer estampado. Ela havia chegado lá, e em questão de segundos depois de aumentar a velocidade, me derramei dentro dela soltando um gemido contínuo e diminuindo os movimentos aos poucos. 
- Eu te amo, Tanara. Você não tem noção do tamanho do meu amor por você. 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Capítulo 21

Querida Julianny, suafalsiane! Parabéns!!!!! Tudo de bom!!!! Não gosto de você, sua chata. Beijo e feliz aniversário atrasado ❤️ 

 - Eu vou te contar tudo, Felipe! Não dá mais pra mim. - confessei. - Eu não aguento mais essa situação, eu vou te contar toda a verdade. - o encarei, decidida a contar tudo de uma vez. Eu seria sincera, como jamais fui com Felipe. Ele saberia de tudo, agora. 
 - Eu estou aqui, disposto a ouvir. - sentou na ponta da cama. 
 - Bom. - suspirei. - Eu era fã do Luan, muito fã. Desde o comecinho dele! Com 15 anos, eu tive meu primeiro namoradinho, Erick. E ainda com 15, eu entrei no camarim do Luan e abracei ele, vi pela primeira vez.
 - Foi aí que tudo aconteceu?
 - Não, Felipe. Eu era só uma menina! 
 - Continua. - se ajeitou, prestando mais atenção. 
 - Realizei meu sonho e tudo mais; fiquei emocionada, feliz, realizada. E a vida seguiu e os anos iam passando, e eu continuava alucinada por ele. 
 - Seu namorado... Esse Erick... Não tinha ciúmes?
 - Não, não tinha! E o que era pra ser só um namorinho passageiro, durou quase três anos. Ele me acompanhava nessa vida louca de fã, viajava comigo, me dava presentes do Luan, comprava ingressos... Ele me ajudava muito e acho que isso era essencial. Eu adorava isso, me via encantada. 
 - Que trouxa! - resmungou. 
 - Trouxa, não! Ele entendia que eram sentimentos diferentes. Pelo o Luan era um amor platônico, ter ciúmes disso é ridículo. Eu admirava Erick por isso. 
 - E quando o Luan entra nessa história sem ser como seu ídolo? 
 - Não gosto dessa palavra. Ídolo. Meu ídolo é Deus! Luan pra mim era uma pessoa próxima. Que eu sabia de tudo e me despertava sentimentos lindos e inexplicáveis. Sempre achei fã algo louco, mas também uma coisa linda. Em 2013, com 18 anos, teria um show do Luan em Fortaleza e como sempre, eu iria vê-lo no aeroporto. Mas eu tive uns problemas e acabei não indo com as minhas amigas. Elas ligavam me apressando e quando eu já estava no caminho, falaram que ele já tinha chegado e passado por elas. Ou seja, perdi a oportunidade. E pra piorar tudo, eu bati o carro do meu primo numa van.  Só que essa van era nada mais nada menos... 
 - Do Luan. - ele completou. - É isso? 
 - Sim, é isso. Vou resumir. Eu o conheci, nós discutimos e o Rober me ofereceu camarim, para me acalmar um pouco, abafar o caso. 
 - Foi aí que tudo aconteceu? Nesse camarim? 
 - Não. Eu não pude ir no show e mais uma vez perdi a oportunidade de vê-lo. Quer dizer, eu o vi... Mas não agi como a fã apaixonada que era. Eu morava em Fortaleza com a minha avó e minha mãe já morava aqui. Enfim, eu fui demitida do meu emprego e minha mãe me titulando de irresponsável, me trouxe pra cá. 
 - A história que sua mãe e a Dona Marizete eram amigas, era mentira?
 - Não. Elas que nos apresentou! Enfim, aqui sem fazer nada, em um dia de semana, eu resolvi ir no cinema e encontro Luan e sua turma mais uma vez. Nós derrubamos refrigerantes um no outro e não passou disso. Só que naquela noite, minha mãe tinha marcado um jantar pra me apresentar pra família de uma amiga... Ela sabia que eu era fã, deduziu que no mínimo eu ia pirar. 
 - E você pirou? - revirou os olhos.
 - Nós brigamos mais uma vez. Só que numa oportunidade de ficarmos a sós, nós...
 - Vocês ficaram? 
 - Foi só um beijo. 
 - Hum. - desviou o olhar. 
 - Se eu for contar nossa história vou demorar três dias só falando.. Aconteceu muita coisa! 
 - Resume, Tanara.
 - Nós criamos uma amizade, muito forte. 
 - Colorida?
 - Mais ou menos...
 - Vocês eram amigos que transavam? Ah, que legal. - revirou os olhos. 
 - Não! Não transamos! 
 - Você era virgem? 
 - Não. Tirei minha virgindade com o Erick; mas não rolou fácil assim com o Luan, não. O colorido eram só beijos... De vez em quando... Ele dizia gostar da minha boca e continuava implicando comigo. Eu chamava ele de vesgo e ele me chamava de encalhada. - ri, lembrando. - Era tudo muito divertido, muito bom. Só que começamos a não dividir as coisas e... Sabe? Foi ficando estranho, fomos ficando sem graça... Eu me apaixonei por ele. 
 - E ele?
 - Não sabia decifrar bem o que o Luan sentia, mas eu fui a trouxa primeiro. Essa nossa amizade foi muito intensa! Muito, muito... Nos tornamos confidentes em um curto tempo, tudo aconteceu com intensidade. Eu estava apaixonada e o Luan insistia em continuar com aquela amizade colorida, sendo que estava me machucando. Aconteceu um jantar, até então, de amigos. Que não agimos como amigos! No final, acabou que...
 - Vocês transaram?
 - Nossa primeira vez. - sorri de canto. - Foi maravilhosa, mas depois eu me declarei e ele me deixou sem respostas. Me deixou plantada. 
 - Que canalha. - xingou-o e eu ri. 
 - Depois eu voltei pra Fortaleza e resolvi esquecê-lo. Só que aí começa a intervenção do meu ex! Ele tinha me traído e Luan me zoava por isso. O irmão dele era meu melhor amigo. Saiu uma foto nossa e o Luan ligou me xingando muito, como se estivesse incomodado... 
 - Ele estava com ciúmes?
 - É. Só que na hora eu não liguei a isso. Depois minhas amigas armaram contra mim e fizeram ele ir lá em casa. Nós conversamos, brincamos, e...
 - Transaram de novo. 
 - Sim. Só que quando eu acordei, ele não estava mais lá e eu me senti trouxa de novo. Mas tinha um bilhete dele, que me prometia que daquela vez seria diferente! Só sei que, depois disso, ele me pediu em namoro na frente de todo mundo, no lançamento do seu dvd no cinema. - tentei disfarçar meu brilho no olhar ao lembrar de tudo. - Isso aconteceu em outubro de 2013 e nós namoramos até janeiro de 2015. 
 - Por que terminaram?
 - Por causa do Erick. Luan passou o namoro implicando com ele, tinha ciúmes e ele foi o pivô do nosso término. Achou que eu tinha o traído com o Erick e minha vida virou de cabeça pra baixo. Afirmou me odiar e nunca mais querer olhar pra mim. Mas a gente se amava, Felipe. Muito. É como já falei: era intenso demais. Ele sofria de uma lado, e eu de outro... Novamente voltei pra Fortaleza! Bruna, sua bonequinha, atrapalhou a gente.
 - Como assim? 
 - Nós éramos muito amigas e eu contei tudo pra ela. Só que ela era falsa comigo. Dizia uma coisa pra mim e outra coisa pro Luan. Tudo isso por ciúmes, sei lá... Fez ele me odiar ainda mais, sendo que pra mim dizia que ele estava irredutível. Em um jogo de provocação, Luan voltou com uma ex namorada, que até então eu odiava. Aquilo me machucou de uma forma sobrenatural e dentre tantas mágoas, ficava mais impossível imaginar nós dois juntos de novo, mesmo nos gostando. 
 - Eu tô sem palavras. - foi a única coisa que Felipe disse. 
 - Não para aí. Em outubro, Luan descobriu tudo e foi me procurar. Nós passamos três dias juntos e na hora dele ir embora, eu falei que o perdoava mas não voltaríamos. 
 - Ele aceitou?
 - Teve que aceitar. Eu não queria enfrentar todos os problemas que teríamos que enfrentar; eu não tinha mais forças. Além do mais, eu estava estabilizada em Fortaleza e não queria voltar pra São Paulo. Não daria certo namorarmos por distância, sendo que sempre fomos grudados. Fiz ele prometer que não me procuraria mais e ele foi embora. Só que depois ele falou comigo por e-mail e quando descobriu a Laura, pus um fim. Então  nunca mais nos falamos... até você me apresentar o seu melhor amigo. 
 - Eu não acredito nisso, Tatá! - levantou. 
 - Eu não tive coragem, Felipe. Imagina como eu fiquei! 
 - Eu tinha esse direito! 
 - Me perdoa! Eu falei que ia ser sincera, e eu vou ser sincera. Eu gosto de você, Fê. Só que não se compara com o que eu vivi com Luan. É tão diferente! Não sinto com você um por cento da intensidade que sentia com ele. Eu o amava, de verdade. 
 - Você não me ama, né?! 
 - Eu gosto de você. Mas...
 - Mas não chega perto do que você sentiu pelo o Luan. 
 - Você não merece isso, Fê. Me perdoa.
 - Você tá mexida com a proximidade dele? 
 - Eu não sei. - menti. 
 - Isso tem a ver com você não querer transar comigo?
 - Tem. 
 - Mas nós já transamos. 
 - Duas vezes, Felipe. 
 - Não foi bom pra você?
 - Foi, mas... Agora eu estou diferente. É meu corpo, são minhas vontades, você tem que entender. 
 - Vocês dois agiram na maior cara de pau... Mentiram pra mim!
 - Omitimos, Felipe. Só isso.
 - Mesmo assim! Eu merecia saber! 
 - Olha, eu entendo sua chateação. Estamos noivos, eu não deveria estar assim. Deveria te amar, me entregar como me entreguei pro Luan... Mas não é isso que tá acontecendo, eu não tô conseguindo. Melhor pararmos por aqui. - falei, com muita dificuldade.
 - Como assim parar? 
 - Felipe, você escutou tudo que eu acabei de dizer? Eu te entendo, podemos terminar numa boa. 
 - Tanara. - respirou fundo. - Eu te amo. Independente do que você sinta por mim agora, você me cativou, você me fez sentir o que eu nunca senti. Nunca pensei em casar, achava uma baboseira e hoje espero ansiosamente pelo o nosso casamento. Por isso eu apressei as coisas, por isso te pedi em noivado mesmo com tão pouco tempo e mesmo sendo à distância. Não foi certo você ter me escondido, mas você também não tem culpa. Foi sincera comigo, e agora isso me fez te admirar mais. Eu quero continuar com você, eu vou esperar meu sentimento ser recíproco, ser da mesma forma. Eu quero que sejamos como você e o Luan. Eu não vou ter ciúmes! Como você acabou de contar, foi o ciúme dele  de um ex, que estragou tudo. Vou ser diferente, eu quero muito ser feliz com você. 
 - Felipe...
 - Vamos esquecer isso, vamos continuar com os nossos preparativos. Eu sei que tudo é uma questão de tempo! E sobre você não se sentir à vontade, não tem problema...
 - Fê, são suas necessidades, isso é injusto. São seus direitos de noivo, isso faz parte. 
 - Está tudo bem. - se aproximou. - Estamos só começando. - pegou na minha mão. - Só vamos transar quando você se sentir bem, e eu tenho certeza que será na nossa lua de mel. Se não for, também não tem problema! Temos a vida toda. - sorriu de lado, levando minha mão à sua boca e beijando-a com delicadeza. Sorri nervosa.

PUTA QUE PARIU! 

Bruna's POV. 

Aquele texto no quarto do Luan me deixou intrigada. Quem poderia escrever aquilo? Não foi meu irmão. A letra dele era totalmente diferente. Mas então por que estava no quarto dele? Só podia ser alguma mulher. E por que alguma mulher que ele esteja se relacionando, teria tantos empecilhos como descreve? Luan não tem mais medo da mídia, das fãs. Desde que terminou com Tanara, ele nunca mais escondeu mulher. Além do mais, ele nunca mais se relacionou seriamente com alguém. Se tornou um galinha voltado totalmente pra filha. Até pensamos que ele ainda gostasse dela... Luan também nunca tinha levado mulher pro apartamento, além da filha. Aquele texto não tinha lógica nenhuma! Mas eu sou no mínimo muito curiosa e não sosseguei até desvendar pelo menos um pouco daquele mistério. Num ato rápido, lembrei que aquela letra não me era estranha. Então percebi o quanto estava sendo burra. Por que não pensei nisso antes? Aquela letra era de Tanara, eu tenho certeza! Veio tudo à tona. A reação deles ao se encontrarem quando Felipe os apresentou. A viagem, a qual minha mãe contou que ficou com medo deles se aproximarem e se acalmou ao ver eles conversando e decidindo ficar só na amizade. Conviveram nessa viagem próximos demais e foram padrinhos juntos. Além do mais, quando Tanara chegou na igreja, Marquinhos foi com ela para a sacristia, onde estava somente meu irmão e Sorocaba. Depois saiu o Sorocaba... E depois Marquinhos... Não! Não! Claro que não! Eles não fariam isso com Felipe. Tanara sempre foi contra traição, ela odiava. Mas merda, esses dois se gostaram demais e se não fosse por mim, estariam juntos. Eu precisava tirar isso a limpo! 

Tanara's POV.

Felipe me levou em casa depois da nossa conversa e minha consciência pesou. Ele tinha sido incrível, infelizmente. Ele gostava de mim de verdade! E agora? Eu estava mais ferrada do que antes. 

Luan me ligou naquela madrugada e percebeu que eu estava estranha. Eu desconversei, o dia havia sido cheio demais. Eu estava sobrecarregada e nem um pouco preparada para contá-lo aquilo. Ele ficaria mal e com ele mal, eu também ficava mal. 

Eu estava cansada, mesmo sem ter andado muito; por isso me despedi mais cedo de Luan e ele concordou contrariado. Acordei antes das dez da manhã, morrendo de fome. Mas na hora de comer, meu estômago embrulhou. Senti um forte enjoo, náuseas. Minha mãe estava do meu lado e eu disfarcei, mas acabei não comendo e tendo que inventar uma desculpa. 

Tinha planos para passar o dia no quarto, quieta; porém eles foram atrapalhados por uma visita não muito agradável.

 - Bruna? - me assustei. 
 - Oi, Tanara. - disse sem graça. - Sua mãe disse que eu podia subir. 
 - Entra. - falei, tão sem graça quanto ela. 
 - O que eu tenho pra falar com você é sério. É melhor você fechar a porta. - disse séria e eu me ajeitei na cama.
 - Fecha, não tem problema. - falei e ela fez. - O que é que você tem pra falar? - disse séria.
 - É sobre o meu irmão. 
 - Não temos nada para falar sobre o Luan. Da última vez que fiz isso, você foi falsa, mentiu para nós dois e estragou tudo. - sorri cínica e ela desviou o olhar, parecendo envergonhada. 
 - Você não precisa me alfinetar. Sei do que fiz, já sofri por isso e já me arrependi. Luan nunca mais foi o mesmo comigo. 
 - Nos gostávamos de verdade. 
 - Eu sei que errei, mas não vim falar disso. 
 - O que você quer, Bruna? - perguntei ríspida.
 - Quero saber porque você escreveu um texto e deixou no quarto do Luan. Aliás, o que você estava fazendo lá? - perguntou de braços cruzados e eu levantei, rindo nervosa.
 - Do que você tá falando, garota? 
 - Eu li, e aquela letra é sua. Eu não sou burra, Tanara. Tinha data! Vocês dois não estão se encontrando, não é?! 


Merda! Por que o Luan foi deixar ela mexer nas suas coisas? Fiquei tão nervosa com sua suspeita e simplesmente minha boca secou. Eu não tinha palavras. Antes de tentar pronunciar algo, antes de gaguejar, senti uma tontura forte. Tudo começou a rodar e eu levei uma mão à cabeça e a outra para a cama, como uma apoio. Fechei os olhos e não aguentei ficar em pé. 

 - Tanara? Você tá bem? - Bruna se aproximou, preocupada.
 - Fiquei tonta, mas já está passando. 
 - Tonta? Nossa, o que será? - sentou-se ao meu lado e aos poucos foi passando. 
 - Eu não comi hoje. Fiquei enjoada e não consegui. Deve ser por isso. 
 - Você ficou enjoada e agora tonta? Por acaso você tá grávida? - riu fraco e eu lhe lancei um olhar arregalado.
 - Tá louca? - ri da sua pergunta sem lógica. 
 - Mas são sintomas. Não é muita coincidência? 
 - Bruna, claro que não!
 - É normal, Tanara. Você e o Felipe são noivos, vão casar. Que mal há nisso? Descuidos acontecem. 
 - Eu não posso e não estou grávida! 
 - Por que não pode? - sorriu desentendida. - Vão casar, não tem problema. Felipe ficaria feliz e você não é tão nova. É da minha idade, temos 22 anos. 
 - Bruna, deixa de bobeira! Isso não é gravidez. - levantei, nervosa.
 - Por que você tá assim? É normal. Sua menstruação tá atrasada?
 - Está, mas ela sempre atrasa. 
 - Olha, você tá grávida! - sorriu, pondo a mão na boca.
 - Não... - falei, lembrando do ocorrido no posto de gasolina e das cólicas fortes, acompanhadas da falta da minha menstruação. Não, não, era impossível.
 - Por que você tá negando? Só se...
 - Só se o quê, Bruna? - cruzei os braços. 
 - Se esse filho não for do Felipe. Aquele texto foi você e eu tenho certeza! Se foi você e tava lá, é porque você esteve lá. E se você esteve lá e escreveu aquilo, é porque está ficando com o Luan! Você tá traindo o Felipe com o melhor amigo dele! 
 - Você não pode vir na minha casa só pra me acusar! Sua mimada! Intrometida!
 - Essa história está me intrigando e agora, vindo aqui conversar com você, só tive mais certeza que tem algo de errado. 
 - Você quer é me prejudicar de novo! Não basta o que já fez? Me deixa em paz, deixa seu irmão em paz.
 - Tudo bem, eu não tenho o direito. Me desculpa! Mas...
 - Mas o quê, Bruna? Vai embora! 
 - Você vai fazer o exame de gravidez na minha frente. 
 - Quê? - ri, desacreditada. - Tá zoando comigo?
 - Estou falando sério! 
 - Acho que você está bêbada, isso sim. Não pode exigir nada! Faz o favor de sair do meu quarto?
 - Se tá com medo de fazer, é porque sabe que posso estar certa. Vamos comprar o exame de farmácia e você faz enquanto eu te espero. 
 - Você é louca, garota! Já mandei você ir embora! 
 - Olha aqui, sua mal educada, eu vou. Mas saiba que se eu sair por aquela porta, eu vou sair contando pra todo mundo que você está grávida do Felipe. Vão todos ficar felizes! Ele então, vai dar pulos de alegria e espalhar pros amigos. - disse, frisando a palavra 'amigos'. Eu bufei e ela me lançou um sorrisinho. - Se prefere que saibam antes de você mesma ter certeza, eu já vou indo... - passou por mim e antes que ela abrisse a porta, segurei seu braço. 
 - Vamos comprar essa droga, pra você ter certeza que eu não estou grávida e me deixar em paz! - falei séria e ela sorriu vitoriosa. 

Troquei de roupa e saímos, dando uma desculpa qualquer para minha mãe. Na farmácia ela pediu os três melhores testes, metida. Voltamos e subimos de novo, enquanto ela lia a bula, me explicando. Revirando os olhos, eu peguei os malditos testes e entrei no banheiro. Fiz o primeiro e demorei um pouco para olhar as fitinhas. Só apareceria uma. Claro, só uma.

Nervosa, eu reprimia os olhos pedindo a Deus que aquele resultado desse negativo. Sem coragem alguma, eu peguei-o e meu coração acelerou ao ver duas fitinhas. Não, não, não! Neguei várias vezes e parti para o outro, e depois pro último... Os três deram positivo. E agora? O que eu faço da minha vida? Bruna batia na porta desesperadamente, perguntando se eu havia caído e morrido dentro do banheiro. Abri a porta, sem ao menos saber disfarçar minha expressão.

 - E aí? - perguntou ansiosa. 
 - Eu não estou grávida! Te falei, não foi? Pode ir embora agora! 
 - Não. Não! Olha a sua cara. Cadê os testes? Deixa eu ver! - tentou entrar no banheiro e eu empatei sua passagem.
 - Bruna, é a minha privacidade...
 - É o filho do meu amigo! - ignorou meu pedido e entrou, vendo os três testes, positivos. - Tatá, você tá grávida... - falou boquiaberta, segurando um dos testes. - Meu Deus! - riu. - Por que você tá com essa cara? Triste? Preocupada? Você tem que tá feliz! Você vai casar grávida!
 - Não, Bruna. - saí da porta do banheiro e sentei na cama, desnorteada. Ela me acompanhou, com um sorriso de orelha a orelha. - Suas suspeitas não eram sem cabimento. Eu e o seu irmão estamos nos encontrando e faz muito tempo que eu não tenho nada com o Felipe. Esse filho é do Luan. - abaixei a cabeça, mas mesmo assim pude ver seus olhos arregalarem e seu sorriso se desfazer. - O que eu faço agora? Estou ferrada! - pus as mãos na cabeça, apoiando meus cotovelos nas minhas coxas. 

Luan's POV. 

Naquele dia, só fui falar com Tatá de madrugada e ela não quis alongar a ligação, afirmando estar cansada. Eu concordei, meio contrariado. Não engoli bem essa história da saída dela com o Felipe; mas sabia que se fosse questionar, nós discutiríamos e eu não queria me afastar dela. Eles eram noivos e ela não tomou nenhuma decisão ainda. Era a realidade e por ela eu teria que aguentar. Só não sei até quando! 

Os shows acabaram e finalmente veio minha folga. Voltei para o meu apartamento antes do almoço, dando tempo almoçar a deliciosa comida de Marina. Amanhã Laurinha viria e eu estava morrendo de saudades da minha filha. Almocei e fui descansar, estava cansado. Eu estava cansando com muita facilidade, confesso. Devia ser pela correria! Dormi até o fim da tarde e fui comer. Alimentado, eu fiquei jogando vídeo-game até cansar. Cansei e aí, peguei meu celular. Não estava tão tarde, mas com certeza já dava pra ligar pra minha pequena. Liguei e ela não atendeu. Merda. Então para passar o tempo, eu fui para o Instagram, tendo uma surpresa maravilhosa. 

lunara Dia triste para as inimigas, pois eu não morri e nem abandonei o fc. O CHORO É LIVRE!!!!!! MEU DEUS! QUANTO TEMPO! QUE SAUDADE DE VOCÊS SUAS LOCA! Eu estava viajando, por isso meu sumiço. Não pensem que eu desisti do meu casal, porque não desisti! Além do mais, mesmo com eles separados, esse fc só me trouxe coisas maravilhosas e vocês fizeram ele se tornar muito especial pra mim! Eu sei, eu sei... BASTOU EU ME AUSENTAR DESSA BAGAÇA PRA ESSES VIADOS APRONTAREM! Muitos fcs já postaram, mas, vou frisar. A LINDA DA @tataccioly voltou pra São Paulo e não foi à passeio, queridinhas. Sempre que ela vinha pra São Paulo, era pra quê? Hum, vamos relembrar pois RECORDAR É VIVER! Antes de tudo, ela veio pra cá e eles ficaram naquela de amiguinhos, foi quando eu vi os dois no shopping. Aí ela voltou pra  Fortaleza e só veio de novo quando ele PEDIU ELA EM NAMORO. Aí ela só voltou pra Fortaleza, quando eles terminaram. Tatá sua loca! Assim fica muito na cara! #DisfarçaPikitinha O QUE APRENDEMOS NA AULA DE HOJE COLEGUINHAS? Tanara Accioly em São Paulo = lunara brilhando ✨ "Priscila sua iludida, ela estar em São Paulo não significa nada demais, deixa de ser paranóica!" Ô FOFINHA, ANTES DE AO MENOS RESPIRAR, TERMINA DE LER A POSTAGEM DA RAINHA! Não seria nada demais SE meu amigo ex benzão não tivesse postado foto com a Laurinha e a Alice (afilhada dos dois), anunciando o insta dela! SENDO QUE A BRUNA JÁ FALOU NO SNAP QUE JÁ TENTOU FAZER E ELE NÃO DEIXOU. Tá, isso não significa nada. Só que antes disso, MINHA MARAVILHOSA postou foto com a Laura, a Alice e a Eduarda (irmã dela) COM OS MESMOS BIQUÍNIS, DO MESMO JEITINHO! É paranoia minha? Vocês querem mais? Tudo bem... Depois disso, a Laura passou a usar o Instagram com o mesmo estilo and marra de uma certa BLOGUEIRA BAIXINHA, vulgo, minha maravilhosa aparecendo na história mais uma vez. @lausantanareal, faz como o papai e dá follow aqui na titia, sua linda! ♡ Aproveita e fala pra gente como é ter um pai e uma boadrasta como aquele casal de loucos. Você sobrevive? Por que ela te seguiu? Ela que te ajudou nessas poses? Ela que dobrou seu pai e fez esse Instagram? VEM PRO DIRECT DA RAINHA, vem! Deve ter sido estranho pra Pikitinha! Para de namorar o cantante com ele solteiro e sem filhos... Aí de repente, volta pro boy e tem que dividir ele com uma lindinha de 5 anos. Mas maravilhosa, relaxa! Pra quem dividia o "Rafa" com milhões de negolas, vai ser molinho dividir ele com mais uma! A diferença é que a novata gasta o dinheiro que as negolas dão pra ele. SÃO SÓ FATOS! HAHAHAHAHAHA Voltando à programação normal, para melhorar ainda mais, DONA TANARA FOI CONVIDADA PRO CASAMENTO DO MIGO SOROCABA. Por acaso eles são amigos? Hum? Não? E da amiga Micaella diva? Não também? Mas por que ela foi convidada então? A DÚVIDA QUE NÃO QUER CALAR: VEJA SEXTA, NO GLOBO REPÓRTER! Não, não... Veja agora, com a rainha Priscila! De acordo com as minhas informantes (e olha que são FONTES SEGURAS) Tatá e Luan foram padrinhos juntos... Vocês acham isso pouco? Porque eu acho suficiente! Ah, só pra finalizar com chave de ouro, hoje mais cedo ela seguiu ele. Eu já entendi tudo e tô radiante ao imaginar eles dois juntos de novo! E vocês? Que conclusões tiraram? Estava com tantas saudades daqui, nossa senhora! Mas prometo que estou de volta real oficial... NÃO VOU MAIS PARAR DE TE PERTUBAR, migo! @luansantana CURTE AQUI VOCÊ, tô com saudade dos seus likes também... Enfim, ESSE REATO BRILHA OU NÃO BRILHA? Começar é bom, mas recomeçar é melhorar ainda ❣ #RainhaDeVolta #LunaraBrilhando #PikitinhaBoadrasta #AMO #SOU 



QUE SAUDADE DESSA MALUCA! Me vi gargalhando como nunca. Priscila sempre foi essencial para nos divertir, nos aproximar e nos apoiar. Torcer para nós dois. É, agora ela estava sendo a única e isso me animava muito. Minhas gargalhadas foram atrapalhadas pela campainha tocando freneticamente e com o celular na mão, ainda sem curtir aquilo, eu fui atender.

 - Felipe? - estranhei.
 - Precisamos conversar. E sério. - disse com uma expressão nada boa. O que será que aconteceu?