Capítulo 3 - “Não adianta inventar paixão, eu sei que seu coração ainda não me esqueceu.”

Mais que dedicado à Livia, essa lienda que fez aniversário ontem. Parabéns de novo, queridan! Te adoro, viada!  

Luan's POV. 

Acabara de chegar na cidade do show de hoje e, nada mais era que Fortaleza. Cidade que me marcou muito por ser a cidade dela. Vocês sabem de quem eu estou falando, não é?! Não era a primeira vez que eu vinha aqui depois do nosso término, aliás, já teve outras vezes e pra minha sorte ou não, nunca a via, nunca ela comparecia no show. Desde 2015, no meu show em outubro, que tivemos aqueles dias de amor, eu não a procurei mais e como sempre, ela fugia. Isso foi até bom, me ajudou a esquecê-la. Sim, eu está falando dela agora não significa que eu não esqueci. É claro que eu esqueci! Trocava mensagens com alguns amigos quando senti um impacto na van que eu estava. Todos se assustaram e logo, paramos. O motorista desceu e Rober não tinha uma cara nada boa. 

- Eu vou ver o que foi! - avisou, antes de descer também. Dei de ombros, sem a mínima preocupação. Sem a mínima curiosidade. Minutos depois, meu amigo voltou com uma cara ótima, o que me deixou intrigado. Por quê?

- Adivinha o quê aconteceu? - deu um sorrisinho de lado.

- O quê? - respondi sem interesse.

- Acho que você vai gostar muito da ideia... E vai ter que me agradecer!

- Fala logo, boi. - continuei concentrado no celular.

- Bateram na van. 

- E isso é algo que eu vou gostar? Só vamos nos atrasar mais e eu tô cansadão. 

- Ah, eu pensei que você ia gostar de saber que quem bateu foi nada mais nada menos que a gata da Tanara Albuquerque Accioly. - falou com ar irônico e eu meus olhos voaram para ele na hora de ouvir aquele nome. 

- Você tá zoando com a minha cara?

- Sabia que você ia ficar assim! - riu de mim. - Tô falando sério. Ela está a menos de um metro de você, linda como sempre e com a maior cara de preocupação. - falou e eu automaticamente lembrei de como nos conhecemos. Também foi numa batida, em Fortaleza... Isso não parecia coisa do destino? Já fiquei nervoso, sem ao menos saber disfarçar. 

- Mas relaxa, você nem vai ver ela! Porque ela vai dar o dinheiro do conserto e vai embora. Nem se preocupa!

- Vai pra porra, cara. Eu quero ver ela! - levantei. - Tô bem? - perguntei referindo à minha aparência. 

- Tá feio, cara. Desencana! Já passou tanto tempo... 

- Para, boi. Eu quero ver ela. O que eu faço? 

- Vai mostrar de cara que quer ver ela? Mesmo depois de tanto tempo? Ela vai sacar que você ainda tá na dela.

- Eu não tô na dela. Eu só quero ver ela... Qual o mal disso? 

- Nenhum mal! Mas se eu não soubesse que você é louco por ela, e visse essa cena, eu deduziria que você não esqueceu porra nenhuma e ainda gosta dela. 

- Ninguém vai ver nada, então não tem ninguém pra deduzir!

- Tem ela. Que a pior pessoa existente pra poder deduzir isso.

- A Tanara é lesada, já passou muito tempo. Claro que ela sabe que eu já esqueci, claro que ela já esqueceu... Não podemos fugir do passado, cara.

- Agora você me confundiu! Mas enfim, se eu fosse você, eu ia. Ela mudou pra melhor, cara. Puta que pariu! Linda demais. 

- Nem fala, faz tanto tempo que eu não vejo ela... Tenho curiosidade. 

- Ah, pois se prepara. Sua paixão vai disparar. Até eu acho que tô apaixonado por ela!

- Vai se foder. 

- Posso perguntar uma coisa?

- Claro, fala aí. 

- Vai tentar um flashback? 

- Claro que não, cara. Já acabou, já passou...

- Então pra quê você quer ver, se não vai usufruir?

- Eu não quero me envolver de novo. 

- Seu problema é sério, cara. Só falei que ela está perto e você já tá falando se de envolver! O que essa mulher fez contigo?

- Me deixa, Testa. Eu tô de boa. Vou descer com a desculpa de ver o estrago... 

- Vai lá, boa sorte. - riu de mim novamente e eu desci, com as mãos geladas. 

Olhei o estrago que ela havia feito e tentei controlar meus olhos, que estavam doidos para encara-la. Sua avó, Dona Fátima, desceu do carro vindo falar comigo e eu finalmente olhei-a. Puta que pariu. Como estava linda! Abracei Fátima, sempre gostei muito dela. E, novamente o destino agindo, fui convidado para um almoço na sua casa. Percebi sua expressão de insatisfação e na cara de pau, alfinetei. Ela disfarçou, mas eu gostava da ideia dela se incomodar com a minha presença. Se ela tivesse esquecido de verdade, não estaria nervosa daquele jeito. Fui o caminho todo conversando com sua avó e agradeci mentalmente ao saber que não tinha ninguém em casa. Dona Fátima pediu para a neta me fazer sala e foi para a cozinha. Estava realmente com saudade do seu tempero, e ficar olhando Tanara perdida, era um tanto divertido. 

- Aqui não mudou muita coisa, não é? - perguntei, sem tirar meus olhos de cima dela. Observava cada detalhe seu. Estava mais maravilhosa do que antes. 

- Não. - sorriu sem graça. - Falou com o seu motorista? 

- Falei com eles, já estão resolvendo. Você é um desastre ambulante.

- Ah, obrigada. Melhorou muito meu dia falando isso! - disse irônica, com seu jeitinho único que eu senti tantas saudades nesse tempo. 

- Relaxa, menina. Eu sou o dono, e já falei que não me importei.

- Continua metido.

- Continuo realista.

- Continua cara de pau também! - semi-cerrou os olhos em mim, percebendo que eu a secava com uma cara nada santa. Era mais forte que eu. 

- Continua linda. - a elogiei, fazendo ela desviar o olhar.

- Obrigada.

- Não vai dizer que eu também? - brinquei, fazendo-a rir.

- Você não mudou nada, né?! 

- Infelizmente quase nada. - meus olhos penetraram os seus e ela novamente ficou sem graça. - E você, mudou?

- Não. - deu de ombros. - Fazia tempo que não nos víamos, né?!

- Quase 2 anos. 

- Passa rápido.

- Pra mim foi uma eternidade. Estou bem feliz em te rever. 

- Ah, quê isso. 

- Você foi muito injusta com a gente.

- Não vamos falar disso, né?! Como tá a sua vida?

- Agitada. Como sempre.

- Você sempre fala que vai diminuir os shows e nunca faz isso. - riu.

- Sucesso né?! Fazer o quê. - dei de ombros.

- Você tá horrivelmente metido. A fama subiu sua cabeça?

- Jamais. Estou brincando com você, boba. - falei e ela riu sem graça. - E aí, sua vida melhorou depois que me deu um fora por e-mail? Conseguiu me esquecer? - eu estava sendo bem direto, confesso. Mas era preciso. Meu coração estava acelerado e não dava para inventarmos outro assunto. Eu ainda era indignado com a nossa história. 

- Melhorou. Consegui. - não foi convincente. Seus olhos diziam o contrário. - Eu fui uma idiota. - riu.

- Ah, foi mesmo. 

- Não falo disso, falo de um engano que cometi.

- Qual?

- Quando li o e-mail que você contava da Laura, achei que era mais uma namorada sua. Você falou que ela era linda e que iria assumi-la. Nunca imaginaria que fosse uma filha. - falou tímida e eu soltei uma gargalhada.

- Você me deu um fora por ciúmes?

- Não foi ciúmes. 

- Ah, não? Da minha filha, Tanara! 

- Eu não sabia, tá legal? Você não explicou. Comparou ela comigo, o que me deixou mais irritada.

- Você é uma boba.

- Só depois fui ver na tevê, na internet...

- Laura é linda e coincidentemente, parece com você. Tanto na beleza, quanto na personalidade. Sofro na mão dela igual sofria na sua.

- Você não sofria na minha, seu chato! - se defendeu, me fazendo sorrir. 

- Ah, eu sofria sim. Eu não tô exagerando, viu? Uma mini Tanara.

- Você pai, não imaginava. 

- Eu também não. - suspirei. - É difícil, Tatá. Amadureci a força.

- Mas você não era um moleque quando descobriu, Luan. Até queria que eu engravidasse!

- Não era, mas não estava cem porcento preparado. Ainda mais para começar a criar uma menina de 4 anos. É muito mais complicado do que um bebê, caso você engravidasse.

- Ela te dá muito trabalho? - sorriu, encantada.

- Não muito, mas... É como você, já falei. Não é tão fácil de se levar.

- Você tá me criticando? Olha que você já gostou de mim, não seja hipócrita.

- Nunca falei que você era fácil de domar, mesmo te amando. - trocamos olhares novamente e ela abaixou a cabeça, mexendo no cabelo.

- Ela é muito esperta.

- Tá com 5 anos, não é?

- É. - sorri. 

- E a mãe dela? Por que escondeu?

- Disse que tinha medo. 

- Vocês fizeram o exame de DNA, certinho?

- Sim. Minha vida mudou radicalmente, mas eu não sei mais viver sem minha Laurinha. 

- Que fofo, você pai! - sorriu, me olhando linda. - Diferente de você eu não tive nenhum filho.

- Que bom! - sussurrei e ela não ouviu.

- Hã?

- Sério que não, Tanara? Ainda bem, né?! A criança agradece.

- Fique você sabendo que eu serei uma ótima mãe! - se gabou, me fazendo rir. 

- Você precisa ver a Lau, igualzinha cara.

- Traz ela, eu vou amar. Mas você não precisa vir junto, você é chato.

- Ela tá mesmo precisando de uma madrasta. - alfinetei novamente, a fazendo rir sem graça. Dona Fátima nos chamou e fomos almoçar. Tanara agradeceu, já que o que eu falei a deixou sem graça e cortou o assunto.

Almoçamos entre as brincadeiras que eu fazia com Fátima, e enquanto eu contava um pouco da minha vida. Não fazia questão de disfarçar meu olhar para Tanara, infelizmente meu coração estava disparado. Era quase inacreditável que aquela menina mexesse comigo, depois de tanto tempo, da mesma forma. Eu estava nervoso, mas disfarçava a deixando sem graça. Aquele reencontro pra mim tinha sido um sinal. Não éramos pra acabar. Eu desisti fácil dela. E diante o que sentíamos, merecíamos mais insistência. Merda, Luan. Deixa de ser idiota! Você só viu ela. 

- Gostou? - Tanara perguntou, enquanto eu terminava de comer a sobremesa que ela mesma havia feito. Dona Fátima tinha nos deixado a sós e eu não achei ruim. 

- Amei. Está ótimo. Você nasceu para o doce.

- Não para o salgado. - completou sincera, me fazendo rir. 

- Me dá, eu levo pra cozinha. - se aproximou, estendendo a mão para pegar o recipiente que serviu a sobremesa. 

- Não precisa. - levantei, nos deixando mais próximos. - Eu levo. - falei mais baixo, enquanto ela me olhava receosa. Que saudade de perceber nossa diferença de altura numa dessas nossas proximidades. 

- Luan. - me repreendeu, ao perceber que eu estava prestes a prensa-lá numa parede qualquer dali. 

- Oi. - sorri, abaixando minha cabeça e deixando nossos rostos mais próximos ainda. 

- O que você tá fazendo? - perguntou nervosa. 

- Nada, uai. Eu só achei coincidência demais e estou testando se devemos investir nessa coincidência. - deixei nossas bocas a centímetros, sua respiração acelerada a entregava (mais até do que o meu coração). Que papo sentimental, não é? Por isso que eu queria partir para a outra fase, a menos sentimental, a única que eu estava praticando nesses anos que passaram. Queria mesmo beija-lá e faria isso. Era cedo demais, éramos apenas ex namorados. Não tinha lógica eu tentar beija-la, não depois de anos separados, não no nosso reencontro, não depois de provar a sua sobremesa. Mas eu não estava nem aí para todos esses contras, foda-se a razão. Eu estava seguindo algo mais forte, algo que me mandava aproximar-me e nem todos esses contras foram capazes de me impedir. De me controlar. 

- Eu tô noiva, Luan. - Tanara disse, me empatando de selar nossos lábios e me causando um choque. 

Derrubei o recipiente que eu segurava e ela me olhou sem graça, pra variar. Meus olhos arregalaram e meu estômago embrulhou. 

- Você...- não conseguia lembrar de palavras que eu pudesse pronunciar.

- Eu tô noiva. Eu vou casar.

- Como assim noiva? - sorri, nervoso. Me afastei imediatamente. 

- Eu estava namorando e ele me pediu em casamento, ué...

- Você tá blefando, Tanara. Você não tá namorando com ninguém! Você nunca postou foto, nunca falou nada... - comecei a me exaltar. Ela pensa que podia brincar com a minha cara assim? 

- Somos discretos. Eu não preciso inventar isso só pra você não me beijar. - me olhou apreensiva, contendo sinceridade nas suas palavras. 

- Você tá falando sério?

- Já disse que sim. - se abaixou, pegando o que eu havia deixado cair. 

- Quem é ele? Por quê? O que ele tem? - andou para a cozinha e eu comecei a segui-la. 

- Ele é uma pessoa maravilhosa, a qual eu me apaixonei.

- Claro que não! Você gosta de mim, dá pra ver no seu olhar.

- Você é muito iludido, sabia? - virei-me. - Só porque eu já fui louca por você... Acha que eu nunca vou conseguir superar e sentir afeto por outro.

- Mas é verdade. Você nunca vai conseguir superar e sentir afeto por outro. Comigo também é assim.

- Uma pena pra você, Luan. Eu gosto de verdade do meu noivo. 

- Casar com 22 anos? Qual o seu problema? - cruzei os braços, indignado. Estava sendo difícil absorver aquela informação. 

- Não tenho problemas. Não mais. 

- A Tanara que eu namorei hesitava falar em casamento, e eu vivia te pedindo isso!

- Eu era nova, Luan.

- Dois anos depois você deixou de ser nova? Ah, claro. 20 é bem diferente de 22. Ou talvez o problema não fosse sua idade, mas sim o cara que te pedia, né?!

- Luan, não tem nada a ver.

- Você é uma idiota, Tanara! Uma idiota! Eu só posso ter cometido o pior pecado em outras vidas pra merecer me apaixonar pela mulher mais idiota do mundo, que faz de tudo para não ficarmos juntos. 

- Quem você pensa que é? Vem me ofender na minha casa?

- Eu só falo a verdade. Você vai quebrar a cara com esse cara.

- Você nem conhece ele! Você é louco, Luan. Quem tem problemas é você!

- Ah, mas eu daria tudo pra ver vocês dois juntos. Por que escondeu ele de todo mundo? 

- Não é da sua conta. 

- É da minha conta sim. Tinha medo que eu visse? Do que falariam?

- Você não tem direito e nem intimidade pra falar essas coisas comigo! 

- Tenho muita intimidade. E mesmo que não tivesse, eu falaria do mesmo jeito. Você é uma idiota, Tanara! Acabou com a gente por burrice e agora, vai casar com outro por uma burrice maior. Casamento é uma coisa muito séria! 

- Burro é você! Olha, Luan, eu não acredito que a gente tá brigando depois de tanto tempo sem nos ver. 

- Eu não acredito que você vai casar! Porra!

- Eu gosto dele, ele gosta de mim. 

- Você é nova...

- Éramos novos quando você pensava em casamento.

- Você não entende!

- Entendo muito bem, Luan. Você só quer atrapalhar minha vida! Não quer que eu consiga te esquecer, que eu siga em frente... Só que tá muito tarde para todos esses seus quereres. Já te esqueci há um bom tempo e vou ser muito feliz, sim! 

- Quer saber? Seja feliz mesmo. Muito feliz. Que ele não te magoe, como eu magoei. Desculpa de novo, eu realmente não tenho o direito de me meter assim, na sua vida. Não sou mais nada pra você. Só achei que... - suspirei. - Tchau, Tanara. Desculpa mesmo. - falei e saí, apressando os passos, desnorteado. 

Tanara's POV.

Luan almoçou conosco e eu estava me sentindo culpada por sentir as mesmas sensações ao ver ele próximo, mesmo estando comprometida. Tudo piorou quando ficamos a sós e ele se aproximou de mim. Ele ia me beijar? Louco. Ele era louco. Ele não pode tentar me beijar na primeira oportunidade que nos vemos, depois de tanto tempo. Tempo era algo muito sério. Tempo trazia e levava pessoas. Não estamos em 2015, Luan. Para ter uma recaída! Estamos em 2017 e tudo mudou. Não fazemos mais parte das nossas vidas e recaídas não se encaixam de forma nenhuma nas nossas novas vidas. Eu precisava impedi-lo e para realizar isso com rapidez só tinha um jeito: contar de Felipe. Perfeito. Luan se assustou, deixando cair o que segurava. Me encarou e sorriu nervoso, como se não acreditasse. Diferente do que acontece em filmes depois que o casal principal se encontra depois de algum tempo, nós discutimos. Luan me chamou de idiota diversas vezes e eu não entendia sua revolta. Quem ele acha que é? Pra me ofender dentro da minha própria casa? Depois de dois anos sem nos falar? Criticando uma escolha minha? Aquilo era muito estranho. Mas nós éramos estranhos. E depois de tanto argumentar contra mim, ele saiu, me desejando felicidade. Obrigada, Luan. Eu vou ser muito feliz. Felipe vai me fazer tão feliz quanto você me fez e eu nunca mais vou lembrar de você sentindo o mesmo sentimento. 

Naquele dia eu mal dormi, lembrando das palavras de Luan e analisando-as, uma por uma. Será que ele fez aquilo por sentir alguma coisa por mim? Ainda? Não, não. Ele era um louco. Sem juízo. Isso é o motivo. Felipe ligou, atrapalhando meus pensamentos. Conversamos sobre nosso casamento. Ele queria que fosse em São Paulo, coincidentemente ele mora lá. Ficamos trocando ideias e ele sugeriu que eu fosse pra lá, já começar a organizar tudo com a minha mãe. Ele sabia que eu tinha receio em deixar minha avó e me acalmou, alegando que seria pouco tempo. Depois do casamento nós decidiríamos onde iríamos morar. Eu aceitei. Afinal, já estava formada, não tinha nada que me prendesse ali naquele momento. Felipe estava ansioso pra conhecer minha família "de São Paulo", ele era um fofo. Marcamos a data que eu viajaria e eu me despedi, o desejando boa noite. Ainda estava perturbada com o que aconteceu mais cedo. Por mais que eu não amasse Felipe, eu tinha certeza que conseguiria isso com o tempo. Estranhamente Luan ainda mexe muito comigo e eu tive medo de deixar escapar isso na sua frente. Ele não podia saber. 

Luan's POV.

Sai da casa da Tanara perturbado com aquela notícia. Suas palavras foram doloridas, eu novamente me senti um idiota por achar que ela sentisse o mesmo que eu. Eu falei que a esqueci, mas eu menti. Ou omiti. A verdade era que eu falar que ela destruiu meu coração, era uma forma de dizer que ele estava reservado somente pra ela. E agora me sinto mais otário do que nunca. Ela já vai casar e eu aqui, com os pensamentos novamente voltados para ela. Contei para Rober, que ficou boquiaberto. Não disfarcei minha tristeza, eu fiquei bem triste. Saber que ela vai casar com alguém que não sou eu, fez minha dor voltar com tudo, frisou que eu havia perdido-a. Fiz o show e fui embora. Não queria ficar mais nem um minuto ali. Em casa, eu novamente fui trouxa. Me permiti pegar a aliança que havia comprado pra ela, (antes de toda nossa confusão) e imaginar nós dois. Se fosse tudo diferente... Ainda tinha guardado muitas lembranças dela. Muitas. O Vevê era a maior delas (literalmente) e depois de conhecer Laura, ela se apegou a ele. Era o xodó dela. Tá vendo? Não minto quando digo que ela era Tanara todinha. Infelizmente. Precisava esquecer de uma vez. Ela ia casar, ela está seguindo em frente. Não posso ficar preso no passado! Liguei para Natacha, precisava me distrair. Natacha era uma amiga, se é que me entendem. Eu sabia que ela era apaixonada por mim, mas nunca me interessei em algo mais sério. Transávamos sempre que eu queria. Ela era bonita. Ruiva, alta, gostosa. Uma peguete fixa, digamos. Minha família gostava dela, eu sempre a apresentava como uma amiga. Laura então, a adorava. Eu tinha tudo para ter alguém do meu lado e novamente, Tanara era a culpada disso não acontecer. 

Tanara's POV.

Me despedi da minha avó, deixando várias recomendações. Ela precisava se cuidar e eu não ia totalmente feliz, em deixá-la sozinha. Felipe mandava mensagens perguntando que horas eu chegaria, se eu já havia entrado no avião, alegando estar com saudades. Um amor! Eu ria dele. Tirei algumas fotos já sentada na minha poltrona e postei no meu SnapChat. 

Como previ, dormi a viagem toda. Antes de sair, me ajeitei. Eu veria meu noivo, não podia estar desarrumada! E assim que eu saí na porta do desembarque, o vi com um sorriso imenso. Correu para me abraçar e me apertou, enquanto eu ria. 

- Que saudade de você. - falava me dando vários selinhos. 

- Deixa de ser dramático, Felipe. - o repreendi, rindo. 

- Você não sente saudades porque não me ama, como eu te amo. - fez drama novamente e eu neguei, rindo.

- Bobo. 

- Eu quero um beijo direito. Vem cá. - pegou na minha cintura, me puxando e iniciando um beijo. 

- Carente. - disse, após encerrarmos o beijo. 

- Louco por você. - beijou meu rosto. - Animada pra casar? - pegou minhas malas. 

- Demais. - sorri. 

- Tô com medo da sogrinha. Ela é muito brava? 

- Dona Érika é um amor, Fê. Relaxa! 

- Mas e se ela não gostar de mim, minha princesa? Não deixar você casar? - brincou, me fazendo rir novamente. 

Felipe foi o caminho todo fazendo mil planos pra gente. Queria que eu conhecesse sua família, seus amigos... Queria começar os preparativos do casamento, queria tudo, todo animado. Enquanto eu assentia calada, lembrando de tudo que vivi naquela cidade. Com outro alguém.

Chegamos na casa da minha mãe e Felipe estava todo nervoso, me fazendo falar mil coisas para acalma-lo. Ele tinha medo de sogras. Achava que era como em novelas: todas tinham que ser más. E minha mãe o surpreendeu. O recebeu muito bem, depois de me apertar bastante. Ele simpático como sempre, conversou bastante com todos. Eduarda, Hugo e minha mãe. Se deram bem! Mas Felipe logo foi embora, afirmando que me deixaria descansar para mais tarde. O que tinha mais tarde? Um aniversário de um amigo seu, que ele fez mistério e disse que eu iria e não tinha desculpas. Aceitei um pouco contrariada, tinha acabado de chegar, queria curtir mais um pouco minha família. 

Desfiz minhas malas no meu antigo quarto. Sim, o quarto que eu e Luan tivemos muitas noites. Conversei com a minha mãe, soube das novidades... E assim o tempo foi passando e logo chegou a hora do tal aniversário. Felipe me mandou mensagens perguntando se eu já estava pronta e eu respondi, afirmando ainda estar de toalha. Deixei meus cabelos soltos e optei por um short jeans e uma blusa, que juntos tinham formado um look bem bonito. Um salto, claro, já que eu não era não provida de altura. E uma maquiagem leve. Já pronta, Felipe me ligou avisando já estar me esperando na sala. Ok, ele tinha mesmo gostado da sogra. Neguei rindo e desci, o cumprimentando com um beijo no rosto. Nos despedimos de minha mãe e fomos. Ele falava que os amigos que estariam eram muito importantes para ele e que sabia que me adorariam. Felipe sempre afirmou que além de linda, eu era engraçada e simpática, tinha uma luz que atraia todos, sempre conseguindo me deixar sem graça. 

O lugar era conhecido por mim. Travei, enquanto descia do carro. Ali era a casa do Sorocaba. Logo me toquei! Hoje era 15 de setembro. Claro, ele era o amigo. Por que diabos Felipe era amigo do Sorocaba? Justo do Sorocaba? Automaticamente lembrei de 2013, quando Luan me trouxe para o aniversário do mesmo. Uma lésbica estava dando em cima de mim e para afasta-la, ele me beijou na frente de todos e mesmo assim, continuou alegando que éramos apenas bons amigos. Minha mão ficou gelada, ele não poderia estar ali. O destino não poderia fazer isso comigo! Era muita crueldade com alguém que nunca fez mal a ninguém. 

Felipe é um fofo, não é? Gostaram do novo design, meninas? Mica fez esse efeito, obrigada meixxxmo lynda. Adorei! Hahahaha Comentem, hein? Boatos que o 4 está cheio de...