domingo, 16 de julho de 2017

Capítulo 76 - Nova Tanara.


Em instantes, Bruna já havia se levantado e corrido até a cunhada. Tatá sorriu tímida quando notou a presença de Bruna e as duas se abraçaram como se fizesse anos que não se viam. Agora elas conversam algo que eu, obviamente, não conseguia escutar. E não me importava. A boca de Bruna se mexia na mesma empolgação de todo o corpo. Maravilhada, pegava nos cabelos-cortados de Tanara, analisando cada mecha. Com certeza a elogiava, porque Tanara, que sempre fora desinibida, estava sem graça. A linguagem corporal dela era a que eu mais entendia. E agora eu me encontrava fixado nela.


fixado
cs/
adjetivo
0. 1. 
preso ou colado a (algo); cravado, pregado.




0. 2. 
olhado, observado com insistência.







— Ela ficou bonita. – Cestrel disse, com um certo incômodo. Tanara era bonita. Era linda. Mas com esse novo cabelo, parecia outra pessoa. E essa outra pessoa é estonteante. Porra, eu me apaixonei à primeira vista por essa pessoa.
— É, ela tá linda. – sacudi levemente a cabeça, respirando fundo, tentando despertar do encantamento. Olhei em volta e percebi que Tanara se tornou dona de todos os olhares da minha mesa. Não sei por que, mas não foi algo que me surpreendeu. Eles só estavam como eu. Só espero que ninguém tenha se apaixonado à primeira vista pela Nova Tanara, porque caso isso tenha acontecido, temos um grande problema.

“Luan, deixa de ser louco!
Não existe outra pessoa.
Não existe Nova Tanara.
É só a Tanara de sempre.” – minha consciência gritou, tentando me aplicar uma dose de lucidez.

Tá, consciência. Então me explica: como é possível se apaixonar de novo pela mesma pessoa, em milésimos de segundos, sem nunca ter desapaixonado? Rá. Rá. Te peguei! Não tem como. Então, essa é, sim, uma outra pessoa, uma Nova Tanara.

                Luan 1 X 0 Consciência de Luan


— Oi, gente! Boa noite! – Tanara disse educada, cumprimentando todos. E pronto. A chuva de elogios sobre o seu cabelo começou. Cestrel estava do meu lado e parecia muitíssimo nervosa. Já eu, fiz o máximo de esforço para manter a normalidade e convencer minha esposa que não tinha nada demais nisso. Porém, o sexto sentido de Tanara era aguçado e seus olhares para mim me faziam acreditar que estava escrito na minha testa que eu e Cestrel estávamos mantendo um caso. Que saco.
— Carol, deixa a Tatá sentar aí! – Bruna se dirigiu à Cestrel, que sorriu amarelo e já foi se levantando.
— Não precisa. – Tatá sorriu calma. — Vou sentar com as minhas amigas. Eu vim com elas, seria uma desfeita.
— Sério, Tatá? Poxa! – Bruna emburrou.
— Não vai ficar chateada com essa besteira, né?!
— Não vou, mas... – Bruna não iria, mas eu já estava incomodado. Que porra é essa? O que vão pensar?
— Dramática! – Tatá deixou um beijo estalado na sua bochecha e saiu, linda e serena. Minutos depois, Bruna já estava discutindo comigo.

— Você é burro? Vai deixar sua mulher sentar com as amigas?
— Ela quis, Bruna.
— Você nunca deixaria a Tatá não estar colada em você. O que tá acontecendo?
— Ela veio com as amigas. – dei de ombros.
— Larga de ser bunda mole, Luan Rafael! Cristo! – revirou os olhos.
— Por que sua namorada é assim? – perguntei ao Breno, que estava rindo da impaciência de Bruna.
— Eu não sei, mas também não deixaria ela sentar em outra mesa. Sei lá. Chama as amigas pra cá também.
— Tá vendo? – Bruna levantou a sobrancelha, de braços cruzados, como se fosse a dona de toda a razão do mundo.
— Tá, Bruna. Eu vou lá. – respondi, enquanto Cestrel não sabia como agir, mas demonstrava o incômodo.
— Carol, acho melhor você ir pra perto de onde todos da equipe estão. Tatá vai sentar aqui. Aqui é família.
— Bruna! – repreendi minha irmã.
— Não, Luan, não tem nada demais. Ela tá certa. Aqui é família e eu deveria sentar junto com os seus outros funcionários.
— Ué, Pi, mas é. Eu não gostaria de ver alguém grudada no Breno assim, mesmo que não tenha maldade.
— Não estamos grudados. – Cestrel sorriu sem graça.
— Estão, sim. Desde o Faustão. – pude ver Breno dar um cutucão na linguaruda da namorada.
— Luan, por que a Tatá não está aqui? Vocês brigaram? – Juliana, a dona da minha vida...
— Tá vendo? Todo mundo tá pensando isso!
— Não brigamos! Já estou indo lá. – saí, sem ouvir os murmurinhos que ficaram para trás.

Cumprimentei todas as amigas da minha esposa, que me recepcionaram com um grande sorriso no rosto. Me abraçaram e demonstraram o quão contentes estavam por estar me conhecendo. Depois de tanta simpatia, chegou a hora de enfrentar Tanara. A mulher que estava do lado dela me cedeu o lugar e após isso, nós dois ficamos na ponta da mesa, o que me permitia sussurrar o que eu quisesse em seu ouvido.

— Você ama ferrar comigo, né? – sorri, para quem estivesse vendo achar que fosse algo fofo e romântico.
— O que eu fiz agora? – ela sorriu, da mesma forma.
— Não faz a sonsa, Tanara. – apertei seu braço.
— Me solta.
— Vamos pra mesa comigo.
— Você não sabe que "não" é "não"?
— Eu sei que você é uma mimada-atrevida.
— Vai à merda, Luan Rafael. – a frase escorregou por entre seus lábios, enquanto os mesmos abriam um sorriso natural. Tanara daria uma ótima atriz.
— Por que você cortou o cabelo?
— Porque eu quis.
— Tá feia. Não combinou com você.
— Uau, Luan. Estou realmente muito preocupada com a sua opinião. Acho que vou voltar lá no salão e colar o cabelo de novo.
— Devia mesmo. Ficava muito melhor com o antigo e eu sempre te avisei... Mas você nunca me escuta, né, Tanara. Nun...
— Bia! – me interrompeu. — Contei pro Luan sobre sua vontade de gravar com ele e ele disse que também adoraria. E que pode ser agora. Tudo bem pra você? Dá certo?
— Meu Deus! Sério? – Bianca abriu um sorriso, se animando.
— Sério, né, amor? – Tanara alisou meu rosto, cínica.
— Claro, uai. – confirmei, sem jeito. De repente as outras começaram a dar palpites para ajudar e eu encarava Tanara, que ria do fato de ter conseguido me tirar de tempo
— Eu odeio você.
— E também odeia meu cabelo. Não se esqueça disso.
— Eu odeio você e o seu cabelo. – falei olhando nos seus olhos e quando dei por mim, Tanara já tinha uma de suas mãos apoiada no meu rosto, e seu dedão alisando meus lábios. Com a outra ela segurava um copo de vinho, e acabara de sorrir marota depois de um gole. Como quem ia aprontar. É, foi isso mesmo. Juntou nossas bocas sem ligar para o que eu achava disso e de repente estávamos num delicioso beijo de língua, que me fez esquecer de tudo ao redor... Só conseguia me render a ela e às suas carícias ávidas.

antilunara Oi, xuxus. Tudo bom? Voltamos porque você piscou e Cestrel Makeup atacou novamente! rs Acompanhou nosso Luanzin no Faustão (olhem os stories dela, fotos no bastidores e tudo) e pra finalizar com chave de ouro, FOI PRO PARIS 6. 🍮🍷✨Só gostaria de saber aonde se encontra Tanara Accioly, nossa querida Maria Microfone! 😦🚨🤷🏻♀❓Quem souber, me informa? É que eu tô a fim de saber qual a justificativa vão dar para esconder o chifre da vez. rs Até mais! 😄 




modestiasantana @luansantana com a blogueira Bianca Andrade, Estou falando sério. – deu uma risadinha.gravando para o seu canal " Boca Rosa", hoje, no @paris_6. #luansantana #bocarosa



— Tá feliz? Já estão falando merda!
— Merda de quê? – não era possível que ela não lesse os absurdos que postavam. Aliás, são absurdos por serem mistérios desvendados tão facilmente. Como essa tal "antilunara" liga tão perfeitamente as coisas? É realmente preocupante! Mas, mesmo que fosse muito impossível a Tanara não ler, eu só tinha que torcer para isso continuar acontecendo.
— Nada, Tanara.
— Nada mesmo. Pedi às meninas que não postassem nenhuma foto minha até eu postar a minha oficial de cabelo curto.
— Mas vazou minha e da Bianca. Estão falando que você não estava comigo.
— E eu sou obrigada a viver grudada em você? Quem faz esse papel é o Wellignton, meu bem. E digamos que ele é bem mais alto e mais moreno que eu. Ou você nos acha parecidos?
— Muito engraçadinha! – sorri falsamente.
— Eu vou postar a foto e depois aviso às meninas que já podem postar o que tiverem de postar. Aí vão saber que eu estava com você, mesmo eu não sendo obrigada a estar vinte e quatro horas na sua sombra.
— Pega logo o João Guilherme, quero ir pra casa.
— Não vai descer?
— Tô cansado, Tanara.
— Sua mãe vai adorar saber disso.
— Ela vai entender. O que ela não deve entender é uma irresponsável pegar a guarda de uma criança pra em menos de meses ficar abandonando na casa da sogra.
— Sua mãe adora ficar com o João, Luan Rafael!
— Mas você não pode ficar se livrando das suas responsabilidades.
— Eu só fui no salão, seu louco.
— O que eu vi foi você ir no salão, depois em uma peça, depois em um restaurante.
— Vai à merda, Luan.
— Vai você, Tanara! – e ela saiu, batendo a porta do carro com força. — Vai você. – Bufo. Era impressionante o tanto que ela conseguia me irritar.

— O que ele tem? – João pergunta, depois de ter entrado no carro e notado minha tromba.
— Menstruação. – Tanara tira da bolsa um pacote de absorventes. — Fora a TPM, ele se queixou que está descendo muito. Rios de sangue e uma cólica insuportável, Joca. Inclusive temos que passar numa farmácia e comprar absorventes noturnos, porque esses não vão aguentar.
— E remédio pra cólica. – João completou, rindo.
— Ah, sim, claro. E chocolate também, né?
— Sim! Muito chocolate.
— Rá, rá, rá! Como vocês dois são engraçados! – arranquei o carro.
— Vou falar a verdade, João. É triste, mas você vai entender todo esse mau humor depois de saber dela.
— Qual é?
— Antes de virmos buscar você passamos em um motel e ele broxou.
— Tanara! – olhei-a, incrédulo.
— Isso é normal, Luan. – disse numa normalidade convincente, enquanto João Guilherme se acabava no banco de trás.
— Eu não broxei, sua maluca! Eu não broxo, João Guilherme!
— Ai, ai. Homens e sua masculinidade frágil. – lamentou, como se aquilo fosse um fato verídico.
— Nós estávamos num restaurante, sua louca! Meu Deus do céu! – João não parava de rir e ela acabara se entregando ao riso também. O motivo agora era minha reação. Tá, eu sabia que ela estava brincando, mas, poxa, e se ele acreditasse? Eu só tenho 27 anos! Eu não broxo!

tataccioly HELLO HELLO, NEW HAIR! 😍 “Mudanças são sempre necessárias...” 🙊💇🏻💗 E aí, aprovaram? 🙈




lunara  MEU DEUS DO CÉU!!!! 😱😱😱😱😱😱😱 ME ACODE, TÔ É NO CHÃO!!!! TATÁ CORTOU O CABELO!!!!! 😱😱😱😱😱😱😱 Mas genteeeeeeee 😦😦😦😦😦😦😦 TÁ LINDAAAAA!!!!! 😍😍😍😍😍😍 detalhe: TAVA NO PARIS 6, JUNTO COM O LUAN E A BIA, SIIIIIIIIIIMMMMMM! Engole o veneno, XUXU! 😅😘 Tô em êxtase, reaaaaaal oficial!!! 💇🏻💗💇🏻💗




lunara Enquanto o Luan gravava o Faustão, Tatá tava na peça da Biancooo com a Taci! (de cabelo cortado já!!!!!) 👯 Amizade linda, né?! E depois, como vocês já sabem, foram pro restaurante e a Bia gravou com o Luan! 😍💘 Muita emoção pra um dia só!!!!! 🆘🆘🆘🆘



Flashback OFF.

24 de dezembro de 2018.

Fortaleza era calor, mesmo em uma das épocas mais frias e chuvosas do ano. E para quem ainda não entendeu, eu passaria o Natal em Fortaleza, sim. Na casa de pessoas que me odeiam, sim. Mas por uma pessoa muito especial, que é a minha quase-ex-esposa. Não julgo quem não consegue compreender minhas atitudes recentes, eu também não as compreendo. É como se eu estivesse no modo automático e, consequentemente, não faço a menor ideia de onde chegarei.

Quando desço do Uber, levo o pior choque da minha vida. No portão estava Marcos e Erick, que me encararam.

Depois de anos,
de novo,
esse cara?

Puta merda, hein!

Pareciam me fuzilar (como se esse direito não fosse meu) enquanto eu pegava minha mala no bagageiro. Me despedi da motorista simpática e doce, que correspondeu eufórica. Ela veio o caminho todo assim. Creio que deve ter sido uma surpresa ter o Luan Santana de passageiro em plena véspera de Natal. Diferente de mim, as pessoas se importavam bastante com o poder que meu nome carregava. Nayara devia ser da idade da minha mãe. Tiramos uma foto e ela também pediu vídeo de beijo para as duas filhas que admiravam meu trabalho. Conversamos sobre a rotina dela no volante e eu me senti confortável. Pensei que fosse o início de uma boa noite, mas a visão do portão, me broxou. Considerei a hipótese de entrar novamente no carro e pedir para Nayara me levar de volta para o aeroporto, com alguma desculpa esfarrapada. O máximo que poderia acontecer era ela contar para as filhas que o cantor que as mesmas admiravam, era um retardado. E tudo bem colocar essa interrogação na cabeça de três ouvintes, né?!

Tanara.

Por Tanara, não estava tudo bem. Aliás, por mim também, não. O que esse imbecil estava fazendo ali? Eu tinha que entrar, como o marido que sou, e tirar as devidas satisfações.

Imaginei imediatamente a cara de Tanara e o que me responderia: eles são amigos.

É, infelizmente isso é verdade.

Infelizmente, minha mulher tem um tio que me odeia.
Infelizmente, minha mulher tem um tio que me odeia porque é amigo do ex.
Infelizmente, esse mesmo ex sempre foi jogado entre nós dois, propositalmente.
Infelizmente, esse desgraçado, foi pivô da nossa separação.
Infelizmente, esse filho-da-puta não tem senso e continua frequentando as festas de família da ex, que agora é CASADA.
E talvez, infelizmente, esse merda faça isso com o maior prazer do mundo.

Por não ter superado o término,
por gostar dela,
por desejar ela,
por me odiar,
e,
principalmente,
por ter como um hobby me tirar do eixo,
me deixando louco de raiva e ciúme.

Solução: encarar e mostrar que já não o vejo como uma ameaça.

Isso.

"Erick, foda-se você." eu sussurrei e fui andando lentamente em direção ao portão, respirando fundo. Dona Marizete criou um menino educado e calmo.

— Oi, boa noite. – cumprimentei ao me aproximar. Não gastei minhas bochechas e sim, poupei meus dentes, não sorri. Nem esperei respostas. Adentrei aquela grande casa, à procura da minha esposa.

Logo na entrada, dei de cara com a minha cunhada e Dona Fátima, que gritava com ela para parar de correr. As duas, carinhosas, me abraçaram. A avó da minha mulher agradeceu minha presença e em seguida, gritou pela neta, anunciando minha chegada. — Você precisa ver como minha Tatá está linda! Se bem que ela já deve ter lhe mandando foto... – riu docilmente e saiu, dando um piscadela.

Excluíram Marcos na distruibuição de doçura e gentileza da família. Porque, sim, todos que eu conhecia, eram.

Fátima,
Érika,
Alexandre
e meu amor.

Não.
Meu amor, não.

Espera...
Meu amor, sim.

Vi os pés de Tanara na escada e me aproximei. Ela estava de vestido. Caramba, estava deslumbrante! O cabelo curto estava lindo, mas estava diferente. E quando notei o elemento que causou essa diferença, eu paralisei.

Ela. Estava. Loira.

Em dois segundos fiz a proeza de me apaixonar por Tanara Accioly novamente. Como pode? Quando foi? Já não bastava ter cortado o cabelo, agora ela estava loira? E o melhor, esse tom nos seus fios a deu um ar mais sexy e charmoso.

Ela descia as escadas e para mim, era em câmera lenta. Sorria, enquanto o seu vestido vermelho de rodado perfeito, fazia o seu trabalho, que era fazer um movimento primoroso e ressaltar seu corpo e seu sorriso. Estava estonteante! Que saco! Por que o vermelho a deixava uma perdição?

— Amor! – ela chegou perto, me surpreendendo com um beijo, que eu, mesmo sendo pego de desprevenido, retribuí muito bem.
— Oi, meu bem. – não sei porquê, mas eu sorri, a encarando confuso. Além de loira, gostosa, ela ainda estava simpática? Estávamos sozinhos, então, não precisava daquilo. Não era a hora de começar a manter as aparências, todos tinham ido para algum cômodo da casa.
— Como eu estou? – ela deu um rodadinha, mostrando todo o conteúdo. Ela estava maravilhosa e estou certo de que o meu elogio não era o primeiro da noite.
— Você está horrorosa! Que cabelo é esse? – falei, soltando uma risada. Ela se agarrou ao meu pescoço e de repente, estávamos muito próximos.
— Poxa, era o meu presente de natal. – ela riu com deboche, me dando um selinho.
— Você é uma caixinha e suas surpresas estão me assustando, tá? – eu disse, arrancando um sorriso seu. Mas ao lembrar da primeira pessoa que vi quando cheguei, minha cara fechou. Ahgr. — Tatá, o que o Erick está fazendo aqui?
— Uau, meu amor! – me analisou. — Você está um gato! – espalmou as mãos no meu peitoral. — E respondendo a sua pergunta, eu não sei...  – deu de ombros, sorrindo e deixando claro que estava se forçando para não deixar a presença do maldito atrapalhar nossa noite. Pegou meu rosto e iniciou um beijo doce. O beijo dela era o meu sabor preferido e, por um momento, pensei em Erick, mas resolvi esquecer. Era Natal e eu não deveria me torturar daquela maneira. Então retribuí. Quando ela encerrou aquele beijo maravilhoso e intenso, a sala já estava cheia. Minha sogra veio me cumprimentar e alguns a acompanharam.
— Vai tomar um banho, meu filho. Deve estar cansado... – Dona Fátima disse, me abraçando de lado. Tanara mentiu, eu não estava nem um pouco gato.

Fui acompanhado até o quarto, e quando chegamos, ela me agarrou de novo. Sim. Tanara Accioly me agarrou. Não sei vocês, mas pra mim, isso é:

                         Luan 1 X 0 Tanara

— Tanara... – disse, sorrindo. Eu não podia me entregar tão rápido assim. — Não tô entendendo.
— Claro que você está entendendo. – voltou a me beijar e e eu já não sabia mais o que falar. Eu não conseguia não-me-render a ela. É que ela tinha um poder enorme sobre mim. E o que eu posso fazer? Eu também queria, mas sabia que não podia. Estávamos nos separando e não precisávamos fazer aquilo longe das pessoas... Aliás, não podíamos fazer além do que deveríamos fazer perto das pessoas. Por que ela está tentando?

— Tatá...
— O que foi?
— É pecado transar no Natal. – ela parou de me beijar na hora e começou a rir.
— Tudo bem, agora você me broxou. Vai tomar seu banho.
— Vou lá ficar cheiroso pra você. – alguém desliga esse meu modo automático?
— Vai lá. – fez a maior cara de safada.

Cristo.

— O que seu ex está fazendo aqui, Tanara? Você mudou de assunto, mas eu não esqueci. – relembrei.
— Eu não sei, Loli. Deve ter sido o Marcos.
— Que saco! Quando esta óssea cara vai sumir da nossa vida? – perguntei, nervoso.
— Luan, eles querem isso mesmo. Te irritar, nos afastar... Mas, por favor, não deixa isso acontecer. – ela me abraçou forte, amolecendo meu coração. E ao mesmo tempo, o fazendo queimar. Ela ainda se importava?

Fui tomar banho. Eu tinha trago uma blusa azul marinha social e uma calça jeans. Quando saí do banho, só de cueca, Tanara estava deitada, me esperando. Comecei a me arrumar, quando alguém bateu no quarto. Olhei as horas e nem chegava perto da meia noite. Tá, faltavam quarenta minutos.

— Oi, Erick! – Tanara disse com a voz estranha, ao abrir a porta. O que ele estava querendo no nosso quarto? Só de ter encontrado-o na entrada, meu sangue ferveu, porém, me controlei. Mas agora... acho que já é abuso demais!

O QUE ESSE FILHO DA PUTA ESTAVA FAZENDO ALI?

— Oi, Tatá! Podemos conversar? – ele falava em um tom regularmente alto, para que eu escutasse. Respira, Luan. Você lembra o que aconteceu da última vez. Ninguém pode pensar que o divórcio vai sair por causa disso. Tanara me olhou confusa, entre a porta. Ela acabou abrindo um pouco e eu pude ver a cara do desgraçado. Ele sorria olhando pra ela, com uma cara horrorosa. Ele é horroroso.
— Pode? – Tanara continuou me olhando. Essa não era ela! Pedindo permissão? Pensei em falar "não", mas não podia. Não podia bancar o possessivo de novo.
— Vai lá, amor. Daqui a pouco eu vou descer.

E ela saiu. Ela só saiu me olhando e sorrindo de lado. Mas não um sorriso "está tudo bem", ela estava aflita.

Terminei de me arrumar e desci. Quando apareci  na escada, todos os olhos da sala foram diretamente para mim. E eu, também, com dois olhos, percebi todos os indesejáveis ali. Erick e sua família inteira estava ali. Só devia ser tentação. Então, os mesmos olhos que estavam fixados em mim, olharam para a direção onde estava minha esposa, como se tentasse avisar que eu era um corno.

Desci e cumprimentei todos, desde os que eu mais gostava até a família dos primeiro namorado da minha esposa e o tio dela. Além do Gabriel. É, também tinha o Gabriel. Eu e ele não conversamos mais depois daquele dia, mas agora ele me olhava com compreensão, de uma forma estranha, amigável também. Eles me odeiam.

Tanara não conversava com patético à vista de todos, mas sim em um quartinho, na parte de baixo da casa, com a porta entreaberta. Tudo bem, Luan. Não é nada demais. Talvez ele esteja pedindo para ela voltar.

Não, não, não, não, não, não, não, não, não! Para!

Eu não vou pensar assim. De todo jeito, ela vai dizer não. E sim, eu disse nove "nãos" baixinho, lutando contra minha insegurança.

Ale, o único dos homens que realmente gostava de mim, além do Joca, veio conversar comigo. Perguntou como estava indo as coisas e por fim, ele questionou o que eu achei dos convidados.

— Acho melhor eu nem achar nada, né? Lembra daquela vez... – eu fiz uma careta, olhando em direção ao quarto.
— Ele é um filho da puta, Luan. Está doido para você caçar confusão, mas não faça isso.
— Eu não vou. Eu estou me corroendo de ciúmes, Ale. Você não faz ideia do quanto eu odeio esse cara! Mas... – respirei fundo. — Tô me controlando.
— Daqui a dez é a ceia, você chama ela. É a ceia, não vai parecer que você está incomodado. Ele deve estar falando algum absurdo.
— Eu imagino. Ele é ridículo, cara. Filho da puta de um caralho! – ele riu, concordando. E voltamos a falar de coisas aleatórias, enquanto, de novo, eu estava em uma luta com a minha insegurança, que ganhava de 10 X 0.

Deu a hora da ceia e ela ainda estava no quarto com ele. Então eu decidi ir atrás. Chegando de mansinho na porta, a primeira voz que ouvi foi a dele.

— Essa é a condição, Tatá. Você vai ter que escolher: se você continuar casada com ele, eu conto tudo pra Dona Fátima.

Contar o quê? Ele está ameaçando ela por quê? ESTÁ OBRIGANDO ELA A SE SEPARAR DE MIM?
Respira, Luan. Matar é pecado, é crime.                      

— Erick, não adianta! Eu não volto pra você, eu tenho nojo de você. – pude sentir raiva em sua voz. — Você é um nojento!
— Se eu fosse tão nojento você não teria vivido sua adolescência ao meu lado. – ele riu, afrontoso, e nesse momento passou pela minha cabeça os dois juntos. Quis vomitar.
— Não!
— Não o quê? Passou sim! Tá louca? – sua voz se alterou.
— Digo não à sua proposta. Eu escolho o Luan.
— Quê? Tem certeza? Quer que eu conte tudo isso para a sua avó? Achei que você tivesse mais consideração. – a chantagem emocional que já era baixa, só piorava. Desgraçado!
— Claro que tenho. Você é um ridículo! Eu escolho o Luan e escolheria mais mil vezes se possível. Faz o que você quiser. Sai desse quarto e conta tudo pra ela. Não estou nem aí. Eu amo muito minha avó, mas amo na mesma intensidade o Luan. Eu não trocaria ele por nada! Ainda mais uma proposta tão debochada, ainda mais vindo de você! Você é ruim, Erick! O que você sente por mim não é amor e nunca foi. Quem ama não trai. Quem ama não machuca. Quem ama não programa maldades assim. Você é mau caráter. Você não tem bom coração. Você é um chantagista, é baixo, é um parasita. Tudo que você fez pra mim e pro Luan em 2015, das interferências até o beijo roubado, só prova que você é um moleque mimado que ficou ofendido quando perdeu o que achava teria pra sempre. Mas acontece, Erick, que eu nunca fui sua. Foda-se se você tirou a minha virgindade, qualquer outro que eu tenha transado transou melhor do que você. Casei com o melhor dos melhores em me amar, de todas as maneiras. O que eu tive por você foi uma paixonite! Amor mesmo, arrebatador, eu sinto pelo o Luan. Eu o amo tanto que o meu coração aperta, entende? Não. Você não entende. Porque você é frio e calculista! Você é desprezível! Se for pra eu e o Luan nos separarmos, será por outro motivo, e nunca mais por você. – me permiti sorrir. Ela disse que... meu Deus! Porém, não pude deleitar-me das suas palavras, porque logo em seguida, fui invadido por uma raiva sobrenatural quando vi Erick indo pra cima dela, alterado. De novo, não. Nem consigo racionar o suficiente para detectar as expressões e o que foi dito. Quando dei por mim, estava atacando o ex da minha esposa com um soco na cara. Eu nunca briguei, então não sei bem, mas esse não foi um soco normal. Eu depositei toda a minha força. Toda, mesmo. E ele caiu, me fazendo acordar para o que eu acabara de fazer. Ele desmaiou e enquanto meus olhos tentavam entender, arregalados, senti Tatá abraçar minha cintura, apavorada. Ela tinha gritado quando eu parti pra cima. Puta merda. O que eu fiz?

17 comentários:

  1. AAAAAAAAA MDS!! SOCORRINHO!
    Fala pra mim que agora eles vão voltar!! Na verdade, parar de brigar! Tata tem que contar tudo pra ele, tem que saber o que estava acontecendo!! Pelo amor!!
    Esse Erick não presta, e o tio muito menos! aaaain que raiva que eu to!

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  2. Finalmenteeee o Luan quebrou a cara desse ridículooooo!! Ain qro o casal juntos de verdade e ele tem q assumir a "traição" continuaaa!

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  3. Socorro! Que capítulo foi esse meu Deus?! Luanzinho partiu pro fight mesmo, adoro, Erick merecia mais.

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  4. Meeeeeeeeeu Deus, oq foi isso 😱😱😱😱 nada a declarar só espero o proximo 😱😱😱😱 Jesussssss

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  5. Meeeeeeeeeu Deus, oq foi isso 😱😱😱😱 nada a declarar só espero o proximo 😱😱😱😱 Jesussssss

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  6. CA-RA-LHO 😱
    CAPÍTULO ONTEM E HOJE E EU TÔ COMO 😍😍😍
    LUAN METENDO SOCO NO ERICK? ERA O MEU DESEJO SIIIIM 😚
    FAZ MEU CASAL SE RESOLVER LOGO, PFVR! TATÁ TEM QUE CONTA TUDO PRO LOLLI SIIIM!!
    CONTINUA LOGO PFVR 😍

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  7. Gzuis que capitulo bapho. Continua urgente.

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  8. O pior vai ser ter que esperar o próximo. Esse tio imundo da Tanara vai colocar todo mundo contra o Luan, e eles vão querer partir pra cima dele. Ou tomara que isso tenha sido só um pensamento do Luan e não o que realmente ele fez. Isso tá precisando de um pouco de paz. Ele não pode ser assim o tempo todo. Se não vai ficar difícil pra família dela tirar ess imagem dele.
    Enfim. Nada sei.
    Só sei que quero mais! Sempre. 😬

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  9. ������������������������������

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  10. AIIIII MEU CORAÇÃO!!! O LULIS OUVIUUUUU TUDO!! QUERO PROX CAPPP! Se toda vez q vc sumir voltar com esses cap MARAVILHOSOS, pode sumir mass vezes ta? Hahaha

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  11. Meu coração n aguenta o q foi isso 😱😱😱😱 ele desmaiou o erick MDS isso n vai dar certo vai da muita treta mas q bom agora eles n se separam mais aeewwwww agora ele sabe q ela a ama de vdd cont

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  12. Obs:bem q ele podia ter morrido neh rsrsrsrs brincadeirinha tchau kkkk

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  13. Maaaaana essa é a Tata que eu conheço😍😍😍😍 aaaaah gente do tanto que esperei pra esse dia chegar🙏🙏❤ já preciso dos próximos capítulos. ..

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