Capítulo 48

 - Amor, você nem perguntou o que a vovó queria comigo em Fortaleza.

 - Verdade. Diz aí, uai. - deu de ombros, pegando o controle da tevê e vindo deitar ao meu lado. Agora era a hora. 

 - Era sério mesmo, Loli. - larguei o celular e me aconcheguei em seus braços. Beijei seu peitoral e ele afagou meus cabelos, prestando atenção no que passava na tevê. - Amor, eu estou falando com você. 

 - Eu tô esperando, Tatá!

 - Eu tenho um irmão. - soltei a bomba de uma vez e obtive seu olhar confuso como resposta. 

 - Oi?

 - É, Loli. Um irmão. - passei as unhas na sua barba. - Meu pai tinha um filho.

 - Nossa, Tatá. Sério?

 - Claro que é sério. Qual a graça de inventar isso? 

 - Sei lá. - deu de ombros novamente, passando seus dedos entre os fios dos meus cabelos. - Dona Fátima descobriu e queria te contar pessoalmente?

 - Uhum. Mas não é só isso...

 - Não? - arqueou as sobrancelhas, com o olhar sobressaltado para mim. 

 - Não, meu bem. A situação é mais complicada. Vovó ficou sabendo porque a Livia, amiga do meu pai e madrinha do meu irmão, foi procurá-la. Você não vai nem acreditar... 

 - Não imagino o que seria tão grave pra todo esse seu suspense.

 - Não imagina mesmo! Meu irmão tem 14 anos e era criado somente pelo meu pai. 

 - E a muié dele? Mãe do menino?

 - Morreu quando ele era novo. 

 - Nossa, Tatá. Órfão dos dois pais? Que barra. - deslizou a mão na curva da minha cintura. 

 - Meu pai casou de novo; mas pelo o a Livia contou, a madrasta não se dava bem com ele. Livia e o marido são padrinhos dele. 

 - Hum, então vão ficar criando ele? 

 - Não. - franziu a testa. - Quer dizer, sim. - me atrapalhei. - Ai, amor, essa é a parte difícil. A Livia não foi só contar que eu tinha um irmão...

 - Não? Tatá, cê tá me confundindo todo. 

 - Meu pai deixou a tutela do menino comigo, Loli. - abaixei o olhar e ele continuou mudo. O olhei e entendi sua expressão: um belo "hã?". - A vontade dele é que eu crie o menino, entendeu?

 - Caralho! - seus olhos arregalaram. 

 - É, caralho, foi assim que eu fiquei.

 - Tem certeza que não é brincadeira com a minha cara, Tanara?

 - Amor. - respirei fundo e me sentei, o encarando frontalmente. Ele nunca engoliria essa história. Será que se irritaria? - Livia disse que meu pai queria isso como prova do meu perdão. João Guilherme não tem ninguém e os padrinhos são só padrinhos, não têm poder diante a lei. Meu pai me pôs como tutora, mas se não tivesse posto, a guarda dele viria diretamente pra mim. Eu sou registrada como filha dele também, entende? 

 - Isso é muito louco, amor. Um menino de 14 anos? Como pode uma adolescente criar outro adolescente?

 - Não tem graça. - semicerrei os olhos.

 - Não é pra ter graça, é a verdade. Você é menina. Patricinha, mimadinha... Se seu pai tivesse convivido com você, com certeza não arriscaria a vida do menino desse jeito.

 - Um assunto mega sério e você tirando onda com a minha cara? Depois eu sou a infantil. - emburrei e se ele não tivesse puxado meu braço, levantaria imediatamente. 

 - Desculpa eu, vai... Te peguei pra criar, gosto desses desafios. - me abraçou. 

 - Vai atrás de uma madura, então. Idiota! - ele riu, se divertindo. 

 - No momento tô preferindo minha menina. Não tem nem tamanho e se acha no direito de ser marrenta. - alisou a extensão da minha perna, querendo mostrar que eu realmente não tinha tamanho. Dei fé que havíamos fugido totalmente do assunto e tratei de retoma-lo: 

 - Amor, para, o assunto é sério, não foge dele. - deitei de bruços no seu corpo e ele assentiu, mexendo nas mechas do meu cabelo. - Eu fiquei muito assustada.

 - Não é pra menos, né, Tatá? Uma criança muda a vida de qualquer pessoa. Ficar com a guarda, cara. Tipo, pra sempre, como um filho. É muito... 

 - Complexo. E amor, eu fiquei tão atordoada que fui super grossa com a Livia!

 - Quê que cê falou? - pôs uma das mechas atrás da minha orelha, sustentando nossos olhares. 

 - Eu falei que não, né? Que era uma loucura, não tinha lógica, cabimento, nada... Eu tenho 23 anos, acabei de casar, quero ter meus filhos, criar meus filhos! Não um menino de 14 anos que eu nem sabia que existia. 

 - Não foi grossa, Tatá, foi certa. É a sua vida, seu pai não agiu com a razão quando fez isso. 

 - Fui, amor. Negar, tudo bem. Eu levei um susto, fiquei perturbada... Negação é totalmente aceitável. Só que, eu nem me interessei por ele, sabe? Vovó ficou decepcionada comigo. - fiz bico e ele passou o dedo indicador pelos meus lábios.

 - Se interessar como?

 - Ah, tipo, ele é meu irmão, tem meu sangue. Tadinho, acabou de perder a única pessoa que tinha! Me interessar de querer conhecer, se preocupar, saber como ele está, me aproximar...

 - Verdade, Fatinha está certa. 

 - Ela sempre está. Só que agora eu tô super mal... Livia saiu triste, meio envergonhada pelo o fora que eu dei. 

 - Vai atrás dela, uai. Você não sabia que tinha um irmão e não tem culpa disso. Mas agora você sabe, é super importante começar a participar da vida dele! Principalmente se for como você falou: ele só tinha o pai. Ele não tem culpa de nada, é só uma criança. Imagina como deve tá a cabeça dele? Uma morte nunca é entendível, com o pai então? A única família?

 - Ai amor, não fala isso, me sinto a pior pessoa do mundo! - deitei minha cabeça no seu peito, agarrando-o com força, como se ele curasse as sensações ruins que me invadiam. 

 - Olha, você ficou atordoada, não é uma notícia fácil de se receber... Foi uma reação natural, para de se martirizar. Agora é correr atrás do prejuízo!

 - Amor, como eu rejeitei essa ideia de cuidar, os padrinhos vão recorrer sobre o documento. Vão lutar pra ficarem com ele...

 - É o melhor. Seu pai era pra ter pensado neles! Foi super injusto com eles e sem noção com você. Pedisse pra apresentar vocês dois, mas não dar a guarda do garoto... 

 - Amor, eu vou ajudar eles nesse processo, claro. Mas...

 - Mas? 

 - Se eu quisesse acatar a vontade do meu pai? Seguir o documento?

 - Ficar com ele?

 - Uhum. Você me apoiaria? - estava o testando.

 - Eu vou te apoiar em qualquer decisão que você tomar. - levantei a cabeça e o encarei desacreditada. - É sério, pô. 

 - Jura que se eu quisesse isso mesmo, você aceitaria? - semicerrei os olhos. 

 - Somos um casal, não? Tenho que compreender e aceitar suas escolhas. Estamos juntos em tudo e estaremos nessa também. 

 - Eu duvido, Luan! 

 - Ih...

 - Você aceitaria mesmo? Nós dois tomando de conta de uma menino de 14 anos? 

 - Meu cunhado, uai. Você não aceita a Laura? Por que não?

 - Não, não fala da Laura, ela é sua filha.

 - E ele é seu irmão. A Laura tem a mãe, ele não tem ninguém. Se você quisesse mesmo assumir a tutela, 'nois' levava ele pra nossa casa e criava, uai. Eu seria um cunhado massa, cê num acha? Ele seria muito bem tratado... Nos tornaríamos a família dele.

 - Você tá zoando com a minha cara, amor. - ele riu. 

 - Não estou, Tatá! Tamo junto, parceiro. - estendeu a mão, esperando um "toque de amigos". Empurrei ela, afundando a cabeça no seu pescoço. Se ele estivesse sendo sincero, eu tinha o marido mais incrível do mundo. Ele ria do meu desespero. - Se acalma, meu amor. Eu tô aqui com você... Ganhar um irmão não é uma tragédia! Cê vai poder ser especial pra mais uma pessoa. Ele precisa de você. 

 - Eu tô com medo.

 - Medo de quê?

 - Não sei, amor. Foi tão de repente, eu estava tão bem...

 - Você vai continuar bem, só com um irmão a mais. Para com isso! 

 - Você vai me ajudar a retardar o papel que ele deixou? 

 - Sim, minha linda. Vamos colaborar para que os padrinhos fiquem com ele. E por enquanto, você vai se aproximando do seu irmão. Vai nascer uma boa relação! 

 - Eu te amo, sabia?. - beijei seu pescoço e ele riu, compreensivo. Ele era tão maravilhoso. Olha como estava calmo depois de tudo que eu contei! Eu o mereço? Realmente, não. 

 - Sabia também que essa sua saia tá muito curtinha. Você foi pro show com essa imoralidade? Eu pensei que era mais comprida! - começou a pegar na saia, medindo o tecido. Me permiti rir. Estranhei ele não ter falado nada antes...

 - Você que é lerdo!

 - Se desse um vento? Isso aqui subia, sua sem vergonha. 

 - Sobe não, amor. Eu não podia andar com essas saias em shows que eu ficava no meio do povo, né? Me passariam a mão... Mas agora que assisto do palco, por que não? - cheirei sua barba.

 - Tá muito saidinha pro meu gosto. 

 - Recebi altas cantadas, você que é lesado. - mordi seus lábios e ele me olhou descontente. 

 - Ah, é, Tanara? Se eu pegar você com uma saia dessa de novo... - começou a ameaçar.

 - O que vai fazer? - provoquei, rosto a rosto com ele. Mordi sua bochecha e ele procurava as palavras. - Hein? O que vai fazer?

 - Tô pensando em algo pesado. - brincou e eu gargalhei. - Se bem que quando tiver só nós dois, você pode usar... - pôs a mão dentro dela. Cachorro.

 - Posso? - beijei o outro lado do seu rosto. 

 - Pode. Ela é mais pratica. - apertou uma das minhas nádegas e eu arfei, fazendo uma cara que não sei descrever muito bem, mas pela expressão que ele devolveu, havia gostado. Sorriu safado e tomou meus lábios para um beijo. Um beijo que já começou apimentado. 

Luan era sonso e esses são os piores. Enquanto retribuía as carícias da minha língua, foi suspendendo minha saia até meu umbigo. Algo simples que ele certamente adorou. Rapidamente, minha bunda estava de fora, mostrando a minúscula calcinha que eu estava usando. Começou a aperta-la, sem dó, dando ainda mais pegada aos nossos beijos. 

 - Você não estava cansado? - pausei nossos amassos para sussurrar isso no seu ouvido. 

 - Não para uma rapidinha.

 - Rapidinha? Te conheci mais dedicado.

 - Você é muito fogosa, acaba comigo. - deu-me um tapa na coxa, forte. Gemi e ele sorriu satisfeito. Não era o nosso tipo fazer sexo violento, mas não tínhamos tabu com nada e nos entregávamos para as fantasias e as vontades instantâneas. Luan era extremamente carinhoso, porém, às vezes achava que eu merecia uns tapas. O que deixava tudo mais excitante. 

 - A questão não é que eu seja fogosa, mas sim que você está se tornando fraco... - sim, eu queria provoca-lo. Queria esquecer todos os problemas que estavam me atormentando e óbvio, nada melhor do que uma saudosa noite de sexo com o meu marido. 

 - Você está brincando com o fogo, menina. Me chamar de fraco?

 - É só olhar pra sua carinha de cansado. Depois, eu levo a culpa... Vão falar que está assim porque eu não saio de cima. - sussurrei cínica e ele automaticamente nos inverteu na cama. Agora Luan está por cima e eu, o olho ardorosa. 

Completamente oferecida. 

 - Você não vale nada, Tanara.

 - É por isso que você gosta. - mal terminei de falar e ele me atacou com a sua boca, me impossibilitando de pronunciar um 'a' sequer. Abaixou minha saia por completo e sorriu, ao ver a coisa minúscula que cobria minha intimidade. Beijou ali rapidamente e subiu, com a intenção de me despir-me por completo. Tirou meu cropped e me lançou o seu olhar admirado, avaliando ali, sua mulher, apenas de calcinha e sutiã. Nessas horas Luan sempre me olhava com um encanto, demonstrando o quanto me desejava e merda, meu tesão só aumentava. 

                                  •

Luan's POV. 

 - Vamos, Loli! Acorda, vai, amor. - Tatá beijava meu rosto, na esperança que eu levantasse. - Sua mãe está nos esperando.

 - Pede pra Dona Marizete desapegar da gente, por favor. - reclamei. Estava com muito sono, não conseguia ser simpático com o convite de Xumba. 

 - Vamos, meu bem. Ela convidou, não seja ingrato. Faz tempo que não anda na casa da sua mãe!

 - Nossa, muito tempo. - fui irônico.

 - O que você quer, então?

 - Dormir. Deita aqui com seu Lolizinho, deita... - puxei seu braço e me abraçou com ele. 

 - Já está tarde, amor! A Marina não vem hoje, esqueceu? Não preparei nada confiando que iríamos. 

 - Mas Tatá... 

 - Depois quero passar na mamãe, vamos?  - pedia tão carinhosa que eu não conseguia negar. 

 - Só com uma condição. - fiz charme, ainda de olhos fechados. 

 - Hum?

 - Você vai ter que me prometer que quando chegarmos, vai me proporcionar outra noite como a de ontem. - abri os olhos, sorri sapeca e ela corou. 

 - Você é muito saliente! Anda, levanta, eu já estou pronta.

 - Vai aceitar a minha condição? 

 - Seu ninfomaníaco.

 - Se quiser! Trato é trato.

 - Vou ter que responder isso mesmo?

 - Vai, minha gostosa. Ou melhor, que tal deixarmos a sua Tia Zete pra amanhã e passássemos o dia só nos aproveitando?

 - Quando você disser que está cansado, eu não acredito mais. Levanta, tarado! - puxou seu braço, enquanto minha gargalhada ressoava pelo nosso quarto. 

Minha mãe não conseguia desapegar de mim e da minha esposa. Qualquer brecha, ela estava nos chamando para tomar café, almoçar, jantar... A própria fazia da sua casa um restaurante. Será que ela achava que Tatá era um desastre na cozinha? Atendendo o pedido das mulheres da minha vida, levantei, tomei banho e me arrumei. Tatá e eu estávamos simples, não tínhamos planos de ir para outro lugar. 

Meu pai estava bem melhor quanto à nós dois. Ainda ficava um pouco calado, mas tratava minha esposa muito bem, o que pra mim bastava. Passamos o dia na minha antiga casa e Tatá resolveu contar para a sogra sobre seu irmão. Bruna já sabia e aquele assunto foi pauta para o dia todo. Aliás, ele e nossa casa. Minha mãe estava tão animada quanto Tatá. 

luansantana 👩🏻❤️🐶 @tataccioly 
  

Acabamos nem passando na Érika, o que não foi problema, já que eu não tinha só essa folga. Antes de dormir, Breno me lembrou de algo que com certeza salvou minha vida. O dia seguinte era 12 de junho, dia dos namorados. 

Puta que pariu! Eu havia esquecido completamente. Tanara me mataria. Breno perguntou o que eu havia comprado para ela, que agora dormia profundamente ao meu lado. Olhei-a apavorado. Com certeza ela já amanheceria na espera da sua surpresa. Tanara era romântica e dramática. Estava definitivamente fodido. Lhe contei a verdade e o viado começou a rir da minha cara, despreocupado, já que havia comprado algo especial para Bruna. Nossa primeira briga como casados, eu não queria! O que faria? Meu cunhado me deu a ideia de acordar cedo e correr para comprar algo. Mas o quê? Nem pensei em nada! Não podia dar algo simples... 

Resumindo, tive uma péssima noite. 

Mesmo sem saber o que comprar, decidi optar pela ideia dele. Acordar cedo e arranjar algo. Sabia que não daria certo, porém, era melhor tentar. Falhei. Acordei estonteado e estava sozinho na cama. Levantei rápido, em busca da minha esposa pelo o apartamento. Merda! Pra onde ela foi? Estava fodido, estava fodido... 

Não, espera. Flores. Roberval. Claro! Meu secretário iria me ajudar! E ao pensar nisso, graças a Deus, eu estava certo. Pedi que ele arranjasse um buquê de imediato e como Breno, ele riu do meu desespero. Eles sabem como a Tatá é altamente fresca pra esse tipo de coisas? Será que sabiam que daqui a horas eu estaria morto? Acho que não. Ele se dispôs a me ajudar e eu agradeci mil vezes. Um buquê de flores diminuiria a raiva dela, hum? 

A ideia era eu entregar quando ela voltasse do lugar (que eu não tinha conhecimento). Porém, como eu estava numa sorte tremenda, deu errado. Minha mulher recebeu as flores na portaria do meu prédio e já passou pela porta me agradecendo, carregando as flores e um sorriso de orelha a orelha. Com certeza achava que houvesse mais. Agora não me entristeço só pelo o medo de morrer. Me entristeço por decepciona-lá. Tatá é romântica, fica feliz e distribuindo esse sorriso lindo por bobagens. Por que eu não fui capaz de lembrar da data, para a surpreender e fazê-la feliz com pouco? 

 - Amei, amor. Feliz dia dos namorados! - agarrava-me, me dando uma sequência de selinhos.

 - Que bom, amor. - não disfarçava o meu nervosismo. - Feliz dia dos namorados pra gente! - arrisquei um sorriso, mesmo estando no estado que eu estava. Criei um trava-línguas? 

 - Vem cá, vem tirar uma foto minha, quero postar no SnapChat. - pediu, meiga. Me obrigou a tirar a tal foto e ainda se gabou na legenda. Ai, ai, Tanara! 

 - Agora eu preciso te contar uma coisa, amor. - ela disse, enquanto eu tomava café da manhã e ela me observava. Já tinha comido; saiu cedo para resolver alguma coisa sobre a decoração da casa com a minha mãe.

 - Eu também preciso te contar. - resolvi falar logo a verdade. Passaríamos o dia juntos, não teria da onde tirar um presente! 

 - Então fala você. - sorriu, sem graça. 

 - Você primeiro, amor. Aliás, é melhor eu contar logo! 

 - Não comprei presente pra você. - dissemos juntos. Em coro. 

 - Você não comprou presente pra mim, Luan Rafael? - cruzou os braços e me encarou séria.

 - Ai, amor, eu esqueci! Sei lá, tanta coisa... Me perdoa, vai? Eu juro que depois te dou algo massa.

 - Não é pelo o presente, né, amor? Nosso primeiro dia dos namorados como casados, achei que você fosse fazer uma surpresa. - fez um bico e eu levantei, indo abraçá-la. 

 - Own, minha linda, perdoa eu, vai? - cheirei seu pescoço. 

 - Não tem problema, porque eu também esqueci. - riu. - A Bruna me lembrou ontem, fui atrás de algo e não achei nada. 

 - Tá vendo, ó? Cê também esqueceu, não pode me julgar! - obrigado meu pai do céu. 

 - O importante é que vamos ficar juntinhos, né?

 - É sim, meu amor. - peguei em seus cabelos e lhe roubei um beijo. Nem acreditava que foi tão fácil assim. Ufa. 

Tatá não ficou chateada, mesmo sendo uma romântica incurável. Ela queria uma surpresa 'cheia de magia' (até agora não entendo bem as loucuras da minha esposa), mas também esquecer a deixou culpada. Culpada ela não poderia me cobrar nada, certo? Decidimos ir almoçar num restaurante, só nós dois. Afinal, o dia era todo nosso, hum? Apenas comemorar! 

luansantana Feliz dia dos namorados para todos os perdidamente apaixonados como eu! ❤️ @tataccioly 

lunara Gente, vê se eu aguento? Tatá é tão menina, tão romântica, boba e apaixonada... 😍 Começaram o dia dos namorados muito bem: ela ganhou flores do amor dela! 💐 Como vocês podem ver, toda feliz só por essa gesto. Esperando as fotinhas que ainda vão postar hoje! 📸 Feliz dia dos namorados para todos aqueles que se amam como o meu casal. 👫❤️💫 @tataccioly @luansantana

19out2013 Cumplicidade é muito mais vivência do que palavras. Casais cúmplices não são aqueles que vivem fazendo juras de amor, mas os que se declaram no cuidado diário com o outro. Cúmplices não são os que se amassam publicamente, mas os que atentam para o desejo um do outro no silêncio da sua intimidade. Cúmplices não são os que concordam em absolutamente tudo, mas os que fazem do respeito seu ponto de equilíbrio. Que a cumplicidade e amor, seja prioridade no relacionamento de vocês. Feliz dia dos namorados! 💑💘🙏🏻 @luansantana @tataccioly

Depois do almoço, Breno mandou mensagens dizendo que estava na casa dos sogros (dos meus pais) e praticamente implorou para que fossemos lá. Será que foi Xumba que o pediu para fazer isso? Depois de tanta insistência, aceitamos. Só que antes, passamos no nosso apartamento para que eu pudesse trocar de roupa. Estava muito arrumado para ir pra casa da minha mãe! 

Foi algo rápido, só troquei de roupa e saímos. Tatá brincou, dizendo que sua mãe ficaria chateada. Mas também não era pra menos! Breno e Bruna riram sobre nós dois termos esquecido os presentes e a Tatá se defendeu dizendo que já éramos casados, eles começaram a namorar agora. "Nosso primeiro dia dos namorados também foi fofo, não é, amor?" Foi. E caramba, já fazem 4 anos dele! 

Meu pai estava bem humorado e isso nos rendeu um ótimo dia. Bruna e Breno estavam numa melação exagerada, que fez até mesmo minha mulher (que adorava essas coisas) zoar. Em certo momento, resolvi me redimir com ela. Peguei um violão e escolhi uma música em especial para dedica-la. 

Eu já tô preparando o nosso cantinho

Do jeito que você sempre sonhou

Na porta o tapete de "bem-vindo" 

E na janela aguinha pro beija-flor  

Na estante tem porta retrato com foto do primeiro beijo 

Na sala aquele carpet que você viu e gostou 

Pequenos detalhes a gente arruma com tempo 

O importante é que aqui nessa casa habita o amor 

Meu e seu, seu e meu, nosso amor  

As paredes pintadas da cor preferida 

Até nosso gosto é igual 

E se falta dinheiro a gente dá jeito 

Tem crise em qualquer casal 

Não faz mal, a nossa riqueza é sentimental Não faz mal, minha mega sena, meu prêmio ideal  

As paredes pintadas da cor preferida 

Até nosso gosto é igual

E se falta dinheiro a gente dá jeito 

Tem crise em qualquer casal 

Não faz mal, a nossa riqueza é sentimental Não faz mal, minha mega sena, meu prêmio ideal 

É você... é você... é você 

Não faz mal, minha mega sena, meu prêmio ideal

Tatá gravou, toda boba e depois de beija-la e passar o violão para o meu cunhado, vi a postagem no seu Instagram. 

tataccioly Que o dia dos namorados nos faça relembrar que o AMOR é essencial em nossas vidas. Feliz dia dos namorados para todos e especialmente, para o meu eterno namorado. ❤️ (sim, eu amo escutar somente a voz dele com o violão) 😍🎸 @luansantana

Curti e fiquei olhando mais algumas, enquanto ela tinha ido na cozinha. 

brusantanareal Feliz dia dos namorados ❤️ @brenocesarbcc

lunara MEU OTP COMEMORANDO O DIA DOS NAMORADOS NUM RESTAURANTE. Viram a  foto que ele postou? Eu não aguento, não. Meu Deus do céu! 😫 O dono do restaurante que postou essa foto, agradecendo a presença deles. 💁🏻 Lindos da tia! 👫💛❤️💙 @tataccioly @luansantana 

Fui olhar as minhas marcações (que não paravam um segundo sequer) e me arrependi disso quando vi uma foto, ou melhor, um ig. 

antilunara Oi xuxuzinhos! Sejam bem-vindos ao perfil mais sensato de todos os tempos. Antes de tudo: lunaras, não me sigam, eu não as quero. E a rainha das chatas já está devidamente bloqueada! De quem estou falando? A "tia Pri"! 😊 Tá pra nascer criatura mais imbecil, viu? Se acha a dona do fandom porque tem moralzinha com a nossa Maria Microfone. Ela eu já apresentei, agora vou me apresentar. Bom, eu não quero ser revelada, então serei uma hater anônima. Sim, eu não suporto o casal do momento! 😬 Sou fã do Luan? Sou. Justamente por isso, por amá-lo, eu lhe desejo coisa melhor. Como a sua ex, rainha DE VERDADE! Sabem de quem estou falando, hum? Então não vou citar o nome da minha mãe. Fiz essa conta e fui conseguindo seguidores. Essa é a minha primeira postagem, achei que agora era a hora de começar a exibir meu ponto de vista... "Por que a Tanara é Maria Microfone se ela só namorou ele de cantor?" Não quis dizer nesse sentido. A chamei assim porque tenho plena certeza que ela só está com ele pelo o fato dele ser cantor, rico e famoso. "Mas ela era fã..." Sem mimimi, por favor. Então é isso, xuxuzinhos! Esse post foi só para apresentações. Espero que embarquem comigo nessa... 😉 Volto logo! 👍🏼

ps: sim, irei marcar os dois em todas as fotos! 😅 @luansantana @tataccioly 

Revirei os olhos. Claro que a Tanara não era assim! Às vezes essas fãs obsessivas, que me queriam à todo custo com a Jade, passavam dos limites. Tirei da postagem imediatamente e bloqueei o celular, rindo. 

 - Que foi, amor? - Tatá se aproximou, com um sorrisinho de lado.

 - Nada! - a puxei para sentar no meu colo.  - Ama me ver cantar só com o violão, é?

 - É. Sua voz assim é a minha vida todinha! - beijou meu olho, carinhosa. 

Tanara's POV. 

Depois do nosso dia dos namorados sossegado, voltei a martelar o assunto "João Guilherme". Seguindo o conselho de todos, procurei Livia. Ela foi super gentil, o que me pesou ainda mais minha consciência por te-la tratado tão mal. Mas, irei me remediar. Eles moravam no Rio de Janeiro e coincidentemente, meu marido tinha dois shows seguidos na cidade. Contei isso pra ela e ela me contou uma coincidência ainda maior: o primeiro show seria no aniversário da sua filha mais nova. Me convidou. Contou também que João Guilherme já sabia da minha existência. Disse que não deu muitos detalhes pro garoto, mas explicou que a nossa distância era culpa do meu pai. Totalmente dele. 

Comuniquei meu marido e ele me deu a maior força. Fiquei tão nervosa! Como ele reagiria? Tinha que levar um presente pra menina e sai de São Paulo sem ele. Ou seja, teria que comprar no Rio! Por sorte, meu marido estava a fim de dar uma volta no shopping. Ele e suas sombras me acompanharia. Luan estava no banheiro e eu estava me arrumando. Como sempre, primeiro que ele! Meu telefone tocou e eu fiz careta ao ver que era meu tio. O que ele queria?

 - Oi, tio.

 - Oi, Tatá! Como você está? 

 - Tô bem, e o senhor? 

 - Também, mas poderia estar melhor. 

 - Hum...

 - Está viajando com seu marido?

 - Sim. 

 - Imaginei. Então, eu preciso falar com você! 

 - Sobre?

 - Esqueceu o nosso trato? Lembra da nossa conversa, quando você estava triste depois de ter dado um fora no Luan? - respirei fundo.

 - Olha...

 - Você casou e eu esperei um tempo para poder cobrar. Bom, esse tempo se esgotou e eu preciso do dinheiro do seu marido! - foi frio. Que raiva! 

 - Eu não posso falar disso agora. - respondi nervosa e estremeci quando ouvi outra voz além da minha e a do meu tio: 

 - Não pode falar do quê agora? - Luan. Que merda.