- O que você quer, Luan? - cruzou os braços, me encarando.
- Você. - respondi focado, sem parar de olhá-la nos olhos. Ela mudou a expressão defensiva e começou a transformar o olhar em um olhar sem graça.
- Não é hora para brincadeiras. - respondeu agora totalmente sem graça.
- Quem disse que eu estou brincando, Tanara? - levantei uma das sobrancelhas, com um ar superior, me possibilitando um sorrisinho debochado. Eu precisava mostrar que estava dominando aquela situação.
- Seja direto, por favor. - falou ríspida, desviando o olhar. Naquele momento, todas as palavras, frases, diálogos que eu havia ensaiado, fugiram. E agora? Estava com um frio na barriga e isso para mim era horripilante. Há exatos dois anos eu desconhecia aquela sensação.
- Você é muito cara de pau, Tanara. - acuso, ganhando tempo para lembrar de tudo que eu havia planejado; ou, recomeçar o planejamento.
- Por que eu sou cara de pau? - descruzou os braços.
- Ah, então você esqueceu da noite que tivemos? Esqueceu que transamos? Esqueceu que você traiu, até então, o seu noivinho? - perfeito, Luan. Encurrale ela. Bandida. Não podia me ter dessa vez e agora vai sofrer as consequências.
- Não, eu não esqueci. Mas quero mais que tudo, esquecer esse episódio desnecessário da minha vida. - sorriu irônica. Será que ela não vai perder essa marra nunca?
- Achou que fugindo de mim, isso aconteceria?
- Achei, Luan. Você não me procurou, por que fazer isso agora?
- Eu te conheço, Tanara. Perfeitamente. Premeditei que você faria isso, fugiria. Você sempre foge. - dei de ombros, com um sorrisinho de canto. - Te dei esse tempo pra ver até onde você iria. Pensei que você ao menos abrisse jogo com ele sobre o nosso namoro, mas pelo o visto, nem isso.
- Você não tem nada a ver com o que eu conto ou deixo de contar pro meu namorado. É nossa intimidade!
- São os chifres dele. E sim, eu tenho muito a ver. Dessa vez você não vai brincar comigo. - me dirigi até o copo que eu estava bebendo meu uísque e pus mais um dose. - Aceita? - ofereci, vendo-a balançar a cabeça negativamente.
- Eu tô brincando com você? Por quê?
- Vai se fazer de inocente? Pra mim, Tanara? Quer que eu repita que te conheço perfeitamente?
- Eu realmente não tô te entendendo. - revirou os olhos, nervosa e impaciente.
- Por que ficar com esse cara? Noivar?
- Esse cara é o Felipe, seu amigo, e uma pessoa maravilhosa que me faz bem.
- Vai casar com alguém por te fazer bem? - ri, debochado. - Uau! Me surpreendeu.
- Quem você pensa que é pra debochar assim do meu relacionamento?
- Sou o Luan, aquele que você usou e jogou fora. Pra mim isso não passa de uma palhaçada.
- Para de se fazer de coitado. Para com esse drama! Você é o cafajeste da história, eu não te usei.
- Usou sim. Usou em 2015 e usou agora.
- Por que eu te usei? Por que eu pus um fim no nosso relacionamento?
- Porque eu te amava, merda. Você desmereceu meus sentimentos! Você foi egoísta, Tanara. Dizia me amar, mas que eu saiba, quem ama enfrenta. Quem ama se adapta à vida do outro, quem ama luta pelo o outro. Você cansou da minha correria e por isso, desistiu da gente. Não pensou se eu sofreria, não pensou. Egoísta. Mimada. Sempre quer o melhor pra você!
- Você não pode me julgar. Confesso que não estava disposta a enfrentar tudo, apesar do que eu sentia por você. Mas esse meu cansaço foi consequência dos seus erros, Luan! Eu não fui egoísta, você que foi o causador.
- Vai passar isso na minha cara até quando? Eu errei e fui atrás do seu perdão, porque eu errei por te amar.
- E eu te perdoei. E te deixei ir, por também te amar.
- Se me amava, por que não se questionou se isso seria bom pra mim?
- Nossas vidas entrariam numa confusão ainda maior, Luan. Me entende! Eu não queria te ver passando por isso. Me poupei, mas te poupei muito mais. É a sua carreira, é a sua vida.
- E se eu quisesse passar por tudo? Só precisava estar do seu lado, porra. Não tenta se explicar. Agradeço por ter pensando em mim, mas me poupando disso você me causou um sofrimento muito maior e eu não vou te perdoar por isso.
- Então não perdoa. Você é um idiota! Não sabe que só amor não resolve tudo. Não sabe o que vem depois disso, não sabe as coisas além. Não sabe, principalmente, o que eu estava sentindo. Me desculpa se te contrariei, mas as minhas intenções foram as melhores. Não só pra mim, como você acusou, para nós dois. Se era só isso, eu tô indo embora. - fez menção de andar e mais rápido do que seus passos, foi a minha pronúncia:
- Sai por essa porta, Tanara, e eu ligo pro Felipe agora e conto tudo. - ameacei, fazendo-a parar na mesma hora. Eu não estava mais medindo nada, essa era a única forma de mantê-la ali.
- Será que sua mágoa é tão grande que não pode me deixar ser feliz, quieta?
- Não posso deixar você ser feliz com outro. Sua felicidade tá comigo, e isso tá claro nos seus olhos. - disse, a fazendo virar.
- Meus olhos não sabem de nada. - falou, com uma expressão triste.
- Você talvez não queira, mas eles sabem, e demonstram.
- Luan... - suspirou.
- Eu falei que te amava. Na cozinha que está a metros da gente agora, quando você estava totalmente entregue. Você desprezou minha sinceridade e fugiu, de novo, pra variar.
- Eu não desprezei nada!
- E na hora, eu lembro perfeitamente que você deixou minha declaração no ar. Você não respondeu. - ri triste. - Por que não deixou que seus olhos respondessem por você? Medo de soltar um "eu também te amo", para um cara que não é o seu noivo?
- Você não sabe o que eu tô passando. - sentou no sofá, abaixando a cabeça.
- Eu sei. Sei o que eu estou causando.
- Eu não podia esperar você acordar, eu não sabia o que te dizer.
- Um “bom dia”, talvez?
- Eu nunca traí, você sabe. Eu fiquei com vergonha, arrependida.
- Você nunca me traiu porque me amava. Não deve se culpar por trair ele, então. - dei de ombros, sentando também segurando meu querido e companheiro copo.
- Você não tá no meu coração pra saber o que eu sinto pelo o Felipe. - me olhou de relance, negando com uma sorrisinho amarelo.
- Você tem razão, eu não sei. Mas sim, eu estou sim no seu coração e exatamente por esse motivo te afirmo que você não o ama. Por mim. Você é incapaz, Tanara.
- Não seja tão convencido. Eu te esqueci. - olhou-me profundamente. Sustentei seu olhar, com uma expressão realmente
convencida.
- Me perdoe, menina. Você realmente me esqueceu. Esqueceu tanto que se entregou pra mim em uma primeira aproximação, mesmo depois de dois anos e mesmo estando comprometida. É, esqueceu. - sorri de lado, a fazendo olhar-me embravecida.
- Eu odeio isso em você. Seu jeito de metido, de sempre certo; seu ego, sua superioridade.
- Eu odeio sua confusão melancólica. Seu drama. Odeio você não aceitar o que sente por mim e se atrapalhar toda, entre nós dois. Eu e o Felipe.
- Quer saber, Luan? Eu estou mesmo nessa indecisão. E isso pode parecer fraqueza, erro... Mas infelizmente isso faz parte da minha personalidade. Não posso mudar o que sou.
- Não quero que mude, quero que se decida.
- Eu sou incapaz. - encarou um ponto aleatório na minha sala, evitando nosso contato visual.
- O que você viu nele? O que ele tem que eu não tenho? Me fala, por favor.
- Essa não é a questão.
- Claro que é, merda! Você não pode ficar nessa dúvida. Envolve outras pessoas, outros sentimentos. E entre essas pessoas estou eu, que só me fodo nessa porra toda.
- Não fala assim, nunca quis te fazer sofrer.
- Mas faz. E isso não é culpa sua, a culpa é minha. Eu não deveria sentir o que eu sinto por você. Canto o amor, mas não queria sentir com essa intensidade. Machuca, dói. Eu não me permito sentir isso, mas simplesmente não depende da minha permissão. É além.
- Foi tão lindo o que a gente viveu, Luan. - disse, continuando sem me olhar. - Te ver novamente aflorou meu sentimento e nossa, ele era tão arrebatador. Forte, imenso.
- Aceita isso. É só o que resta!
- Não, não é só isso. Você não entende! Você nunca vai entender. Eu gosto do Felipe, ele apareceu em um momento que eu precisava. Ele gosta tanto de mim, se esforça...
- Não mais que eu. Ele não me supera em nada, Tanara. Nada! No fundo você sabe disso.
- É delicado.
- Às vezes eu fico imaginando vocês dois, sabia? - ri, sem humor. - Me dá ânsia de vômito, mas eu imagino. Eu me torturo pra tentar entender o porquê dessa traição. Traição dupla.
- Eu não sabia de nada, já falei.
- Mas ocultou nossa história, está escondendo. E agora eu sei que não era vergonha, era medo. Medo de não conseguir começar com ele, simplesmente por relembrar nosso namoro e despertar algo que custou muito pra adormecer.
- Essa conversa já está se alongando demais, acho melhor pararmos por aqui. Se era só isso... - ia levantar, mas segurei seu braço.
- Não era só isso. A conversa não é longa, é necessária. Você não vai mais fugir de mim, Tanara. Não vai. - nos olhamos penetrantemente até ela se soltar do meu braço, com uma certa raiva.
- Não pode me ameaçar pra sempre.
- Não pode me tratar como um boneco.
- Eu já assumi, Luan. Eu gosto de você, eu gosto dele... E simplesmente não consigo me entender, me decidir. Está bom pra você?
- Não. Está péssimo! - bufei, bebendo um gole da minha bebida.
- Para de beber isso! - repreendeu-me e eu ri, debochado novamente. - Falei alguma piada?
- Falou. Eu largar meu uísque: piada.
- Eu não acredito que você tá fazendo isso com você, Luan Rafael! Isso faz mal, sabia?
- É um pouco tarde pra você falar isso.
- Não, você não se entregou à bebida... Não é, Luan?
- Posso mentir?
- Larga isso!
- Com que autoridade você se atreve a dizer isso?
- Autoridade nenhuma, apenas com generosidade. - em instantes meu copo estava no chão e minha bebida derramada. Numa agilidade incrível ela o tirou da minha mão e conseguiu essa proeza, espalhar os seus cacos no meu tapete.
- Você é louca? - olhei-a, tentando conter minha raiva.
- Não vou deixar você virar um alcoólatra.
- Você foi a culpada, não adianta tentar remediar o erro. - encarei-a, com nossos rostos mais próximos e nossas respirações aceleradas. - Você é muito atrevida. Isso é um defeito que tem consequências. Sérias.
- Por exemplo? - franziu as sobrancelhas. - Hum... Vai fazer algo comigo? Um crime passional? Por isso me chamou pra cá? - criou um sorriso irônico, como sempre: debochada.
- Eu sei que falei isso durante todo o nosso namoro, mas não posso deixar de citar: eu odeio o seu sarcasmo. - disse por fim, atacando sua boca em seguida. Ela se assustou de início, mas logo levou as mãos para o meu cabelo; as minhas foram para a sua nuca e sua cintura, respectivamente. Estávamos em um beijo delicioso, as sensações causadas eram indecifráveis, até ela parti-lo.
- Não podemos. - ofegou. - Não, podemos. - falou com uma pausa para retomar a respiração. - Me perdoa.
- Não, eu não te perdôo. Não te compreendo, não aceito. - sussurrei.
- Marquinhos foi lá em casa hoje e eu contei nossa situação. - murmurou, conquistando meu interesse naquele assunto. - Ele sabe de tudo que aconteceu com a gente, era a única pessoa que eu podia desabafar no momento. - comecei a prestar mais atenção. - Ele não me julgou, Luan. Pela traição, pela indecisão... Por nada! Ele me tranquilizou.
- Como? - única palavra que pude emitir. Por que meter aquele assunto ali, agora? Após um beijo?
- O seu jeito de levar tudo na esportiva, acabou diminuindo o drama desse meu conflito. - continuou e me olhou, me fazendo 'assentir', incentivando-a a continuar. - Ele arriscou um conselho, Luan. Que de primeira eu fiquei horrorizada e hesitei. Mas depois, pensando com calma...
- Que conselho é esse? - indaguei, encarando-a sério e com a curiosidade por algum motivo desconhecido, eriçada.
- Me aconselhou a... - suspirou. - A ficar com os dois. Numa forma de me ajudar a entender essa complexidade, me ajudar a me entender, a escolher... - gaguejou um pouco, entregando o quão estava nervosa e desconfortável com aquele assunto. - Eu nunca faria isso! Você também, nunca aceitaria... Eu falei pra ele, sabe? Mas ele afirmou que...
- Eu aceito. - a interrompi. Seus olhos arregalaram e suas mãos se afastaram de mim, em susto. Mantive minha expressão séria e tentei uma que mostrasse indiferença, normalidade. Ela continuava intacta, parecia horrorizada.
- Você falou o quê, Luan?
- Eu aceito. - dei de ombros.
- Vo...cê... aceita? - gaguejou, boquiaberta.
- Já falei que sim, não já? - respondi ríspido.
- Mas Luan... Você...
- Não quer mais?
- Não, não é isso... É que...
- Tanara. - interrompi-a. - É isso que você ouviu, eu aceito te ver às vezes, nas escondidas... - falei com desdém e ela ficou totalmente sem graça.
- Ah... Então... Bom, é isso.
- É, é isso.
- Posso ir embora ou você vai me ameaçar de novo?
- Você pode ir.
- Muito gentil da sua parte. - sorriu cínica. - Para de beber, por favor. Isso faz mal de verdade! - falou... preocupada?
- Você não tem que se meter na minha vida. Vamos ficar e só. - disse indiferente.
- Você é um grosso, Luan! Não sei porque eu tento. - levantou, com pressa. - Tchau. - se despediu sem olhar pra trás.
- Espera! - intervim. - Me passa seu número. - ela olhou pra trás, me olhando desentendida. - Como vamos marcar? É preciso. - transpareci um pouco que eu estava tão "sem graça" quanto ela. Aquilo não combinava com a gente!
- Que sem magia. - revirou os olhos. Ela e suas magias.
- Vamos logo, Tanara. E anota o meu também! - sorri arrogante e ela tirou o celular da bolsa, começando a digitar enquanto eu ditava meu número. - Pronto? Agora me dá o seu. - assentiu, enquanto eu pegava o meu celular. Anotei o número e depois um silêncio constrangedor de formou entre nós.
- É, então... Eu te ligo! - falei, não sabendo mais disfarçar.
- Isso. Só... cuidado.
- Cuidado? Tá querendo me ensinar a ser amante? - ri irônico.
- Claro que não! Eu só acho que...
- Quem vai ter que aprender alguma coisa aqui, é você. Boa sorte!
- Tchau, Luan. - bufou, saindo e batendo a porta com força, em seguida. Soquei o vento, com raiva de mim mesmo. Ela foi embora. Por que você deixou, seu merda? Segurei meu cabelo com força, sentindo o arrependimento me possuir.
Passaram-se os minutos e ela não voltou, não ligou, me deixando desesperado. Eu precisava dela. A chamei com a esperança de fazermos esse acordo e também, aproveitar a noite ao seu lado. A parte do acordo deu certo, mas, mais uma vez ela fugiu. Por que eu deixei? Eu devia ter inventado outro assunto, ou simplesmente agarrado-a.
Inútil.
Encarei a garrafa do meu uísque caro, fazendo menção de andar até ele, mas, antes, lembrando do que ela havia falado. Não, ela tem razão. Eu não posso me acabar por causa do Felipe. Ele não vai acabar comigo. Ele vai perder. Eu vou ganhar essa disputa, vou recuperar o que é meu.
Deitei no sofá, levando o antebraço à testa e pensando nela. Peguei meu celular e fiquei encarando o seu contato. No mesmo momento fui na minha galera, vendo o álbum com todas as nossas fotos. Todas.
Eu era feliz e não sabia.
Bloqueava, rosnando algo que nem eu mesmo entendia. Obrigado por me tirar mais uma noite de sono, Tanara.
Tanara's POV.
Depois de conversar com Marquinhos, eu comecei a pensar naquela hipótese. E se não fosse tão loucura? Afinal, de loucura por loucura, eu e Luan não nos rotularíamos como um casal normal. Um lado de mim gostava daquele conselho e o outro, não. Mas gostando ou não, eu tive que comparecer no seu apartamento. No horário marcado eu estava tocando sua campainha e ele me atendeu mais lindo que nunca.
Entrei. Entre ofensas, mágoas e ameaças, minha preocupação acabou falando mais alto. Ele estava bebendo aquilo como um louco, se continuasse assim eu temia o que poderia acontecer. Lembrei do quanto ele odiava quando eu bebia e o imitando em uma das nossas situações de 2014, eu empurrei o copo. O que contraditoriamente acabou gerando um beijo. Seu gosto conseguia me deixar bêbada, do mesmo tanto que ele ficaria se continuasse tomando o que eu fiz escorrer no seu tapete.
Situação perfeita para eu mudar totalmente de assunto e citar o conselho de Marquinhos, tendo uma surpresa e tanto.
Luan apoiou a ideia do amigo e aceitou, sem me deixar ao menos terminar, sem pestanejar.
Minha boca foi ao chão. O meu Luan nunca aceitaria isso. Quem era aquele? O que fizeram com ele? Fiquei tão assustada que fiquei boba na sua frente, levando uma das suas patadas em seguida. Se ele aceitou, quem eu era pra contrariar? Era pro meu bem, estranhamente era. Tinha esperança de conseguir me entender. Entender o que eu andava sentindo... Isso seria essencial.
Trocamos nossos números, como dois estranhos, tratando nosso envolvimento com uma frieza que nunca tivemos. Me deixou até mal. E assim eu saí, querendo entender o que tinha acontecido naquela sala. Éramos tão bipolares. Combinamos de sermos amantes...? É isso? Ri negando. Eu vou trair meu noivo. Como eu sou radical!
Cheguei em casa inevitavelmente pensando nele. Outra vez, sem entender aquilo. Eu precisava ser mais esperta comigo mesma. Não sei, não entendo o que acontece comigo. Como isso é possível? Tomei banho sem conseguir tirá-lo da minha mente, me xingando por isso. Por que eu fui embora, se eu queria que rolasse outros beijos? Se eu no fundo, queria que rolasse mais que beijos? Ok. Pare!
Tomei banho e vesti minha camisola, deitando pensativa. Era cedo pra dormir. Peguei meu celular e fiquei encarando seu contato. Meu Deus, me ilumina!
Incontrolavelmente, eu liguei pra ele. É, liguei sim. Mas desliguei antes que chamasse. Respira fundo. O que você tá fazendo? O que você quer? Meus dedos, totalmente involuntários, me desobedeceram e ligaram novamente. Juro, a culpa é deles! E dessa vez, chamou duas vezes. SUA BURRA. Para. Sua louca. Abestada. Não faz mais isso!
Ainda bem que ele não vai ver e não vai dar importância pra isso... Ou não. Em segundos, seu nome estampou na minha tela. Ele estava retornando, oh droga! Respirei fundo e atendi, dois toque depois.
- Alô. - fingi normalidade e ele riu irônico. Ele já começa com esse tom superior dele?
- Tá rindo do quê? - perguntei irritada, já sabendo que o motivo da sua risada sou eu.
- Da sua urgência.
- Você é um metido, sabia? Fique você sabendo que eu liguei errado.
- Ia ligar pra quem à essas horas? Já sei! Pro seu noivinho? Que romântica você. Deu saudade?
- Por que você não vai se foder?
- Vocês dois até me inspiram para compor. Mas não música apaixonada, e sim, música de corno. Você é uma cretina.
- E você é um cachorro. - sussurrei.
- Por que você foi?
- Porque você não me pediu pra ficar. - algo mais forte do que eu me impulsionou a falar isso. E infelizmente saiu com naturalidade.
- Meu Deus! Como eu sou idiota.
- Ainda bem que sabe. - me gabei, lhe causando uma gargalhada. Que risada gostosa!
- E aí? O que a gente faz?
- O que todo mundo faz nesse horário.
- Uia, que bom muié!
- Que bom o quê?
- Ué, todo mundo transa nesse horário. Que bom que você tomou a iniciativa, isso é inédito.- falou, sendo a minha vez de rir.
- Não querido, todo mundo dorme. Vamos dormir!
- Se você conseguir, por mim tudo bem.
- Por que eu não conseguiria?
- Pelo o mesmo motivo que eu. Tá pensando na gente!
- Você é um convencido, não?
- Só acho que se você tivesse pensando no seu namorado, não me ligaria. Ou eu tô enganado?
- Está enganado. Bastante enganado.
- Será que um dia você aprende a mentir? Não consigo acreditar quando você tenta, acredita? - me fez rir novamente. Como eu me odeio quando fico dessa forma. Por ele. O pior de tudo: sempre ele.
- Você é um babaca.
- E você, já tá arrumada?
- Arrumada? Pra quê?
- Uai, tô passando aí pra te buscar.
- Não! Você tá louco? - levantei, sob suas risadas. - Não, Luan. Eu tô falando sério, não vem aqui.
- Só não vou se você vier.
- Eu não vou.
- Então estou chegando.
- Luan! Eu tô falando sério, não vem.
- Tá sozinha?
- Tô, mas...
- Meu apartamento é bem melhor mesmo.
- Eu não posso ir.
- Por que não?
- Não posso dormir fora de casa, de novo.
- Tem razão. É perigoso você vir sozinha, de táxi.
- Seu mal é sono.
- Eu também acho.
- Então boa noite.
- Boa noite. - respondeu, demorando uns segundos para desligar. Ficamos ouvindo nossas respirações? Não posso crer.
A ligação se encerrou e eu olhei desnorteada pro teto do meu quarto. Suspirei, tentando me recompor do que acabara de acontecer.
Fiquei rindo boba, por longos minutos; rodando o celular com uma mão só, até o próprio vibrar. Uma mensagem. DELE?
“Tô em frente ao seu condomínio. Aparece aqui, pra gente dormir...”
Ele era mesmo louco!
“Você é louco ou o quê?”
“Sou tudo que você quiser, só pra você.”
“Luan... Vai embora!”
“Só vou quando você vier. E eu não me importo de amanhecer aqui, de alguém me ver...”
“Você continuou bebendo, não é?”
“Não bebi mais. Não vinha te beijar com o hálito de whisky, né?!”
“Que bom então!”
“Está bom assim pra senhora?”
“Está bom pra você, que não vai virar um alcoólatra. E fique sabendo que eu não vou!”
“Tudo bem... Se mudar de ideia eu tô aqui, te esperando viu?!”
“IDIOTA!”
Gargalhei da sua atitude. Ele era louco mesmo! Me olhei no espelho e soltei o cabelo. Me ajeitei, e antes de sair, me avaliei dez vezes. Eu tinha que estar no mínimo apresentável, mesmo saindo de camisola, à essas horas, no meio da rua. Coincidentemente eu não menti pra ele, estava sozinha. Saí, com o maior nervosismo, e com uma certa sensação desconhecida que estava me fazendo sorrir como uma retardada.
Saí do condomínio e andei um pouco, com um certo medo (já que era tarde) e logo vi seu carro. Carro luxuoso, que, nós estávamos juntos quando ele comprou. Presenciei a primeira vez ele o dirigiu, feliz como uma criança brincando com seu novo e esperado brinquedo. Tudo em 2014, claro.
Precisava me aproximar dele, e completamente guiada por meus instintos, eu entrei no carro, passando uma de minhas pernas sobre as dele e me sentando em seu colo. Fechei a porta da Ferrari, deixando Luan totalmente perdido, e jogando no lixo qualquer vestígio de sanidade que ainda me restasse, uni sua boca à minha sem a menor delicadeza.
Os lábios dele permitiram a passagem de minha língua imediatamente, misturando o gosto dele ao meu e me causando um efeito quase anestesiante. Suas mãos, ainda surpresas com a minha pressa, demoraram a se decidir entre minha cintura e minhas coxas, e sem conseguir escolher, foram parar em meus quadris. Eu bagunçava seu cabelo macio, sentindo um calor dominar meu corpo, especialmente onde havia contato com o corpo dele.
Não sei por quanto tempo nos mantivemos ali, apenas nos beijando (lê-se: “nos engolindo feito duas enguias”) e sentindo a presença um do outro. Pela intensidade com a qual ele retribuía o beijo, e até sorria de vez em quando, eu não era a única ansiosa por aquele momento, o que de certa forma me reconfortou. Eu pressionava meu tronco contra o dele com cada vez mais desejo, sentindo-o reagir da mesma forma como se quisesse fundir nossos corpos num só. Quando meus lábios já estavam ficando doloridos pela pressão contra os lábios dele, Luan começou a puxar minha camisola para cima conforme explorava meu corpo com suas mãos. Minhas pernas se contraíam inconscientemente ao redor de seus quadris, me impulsionando para cima e quase o prensando contra o encosto do banco. Ele continuou subindo seus toques até encontrar meus seios, e envolveu-os com suas mãos, soltando um gemido abafado contra meus lábios. Deixei que ele aproveitasse por um tempo, e logo parti o beijo, com uma mordida em seu lábio inferior, para tirar a camisola.
Voltei a me inclinar sobre ele, colando nossas bocas novamente e deslizando minhas mãos por todo o seu tronco, só parando quando encontrei o que queria. Abri o botão e o zíper da calça sem demora, sentindo-o aumentar sua agressividade no beijo, e acariciei sua já considerável ereção por cima das boxers. Luan agarrou meus cabelos da nuca em sinal de aprovação, e colocou mais força em seus dedos quando eu passei a beijar seu pescoço, tentando compensar o desvio de minhas mãos para sua blusa. Dedilhei o caminho de volta, sentindo cada músculo de seu abdômen se contrair ao meu toque conforme eu subia, e segui para suas costas quando atingi a altura máxima possível. Ele puxou a camisa pela parte de trás, e eu me afastei, observando-o tirar a peça e jogá-la em qualquer lugar.
Ele segurou minha cintura com firmeza, me inclinando um pouco para trás, e eu apoiei minhas costas sobre o volante, me arrepiando por inteiro quando senti sua língua tocar a pele de minha barriga. Luan fez uma trilha de beijos enlouquecedores até alcançar meu pescoço, me trazendo de volta à minha posição ereta, e quando seus lábios voltaram a buscar os meus, uma de suas mãos se colocou por dentro de minha calcinha, me provocando com seus dedos. Ensandecida, eu correspondi seu beijo com o triplo de ferocidade, fincando o que restava de minhas unhas em seus ombros tensos sem nem pensar se doeria. Graças à experiência dele, que o possibilitava tocar os lugares certos, eu já estava quase atingindo o clímax quando sua outra mão escorregou até minha bunda, dedilhando o leve alto-relevo causado pela estampa de ovelhinha de minha calcinha. Apesar de todos os outros acontecimentos, aquilo pareceu diverti-lo, já que pude sentir um sorrisinho moldar seu rosto. Gemi alto contra seus lábios quando Luan ameaçou parar de movimentar seus dedinhos, e ele só o fez quando sentiu que havia terminado seu trabalho. Vesgo cretino. Suada e precisando urgentemente de ar, eu afastei meu rosto do dele, sugando seu lábio inferior e sentindo-o se afastar na direção oposta só para me fazer sugá-lo com mais força. Ambos sorrimos de leve com a provocação, e se o volume entre as pernas dele não estivesse extremamente convidativo, eu teria voltado a beijá-lo. Luan segurou meu rosto com uma mão, mordiscando o lóbulo de minha orelha lentamente e me arrepiando com sua respiração ruidosa, enquanto eu descia sua calça jeans ao máximo com um sorriso pervertido. Rocei meus lábios nos dele por um segundo, encarando seus olhos cheios de luxúria, e desci suas boxers até os joelhos, onde a calça havia parado.
Envolvi sua ereção com uma mão, sentindo-a quase pulsar de tão enrijecida, ao mesmo tempo em que as mãos de Luan acariciaram minhas coxas. Agarrei seus cabelos com a mão livre, puxando-o para um beijo, e com a outra, comecei a masturbá-lo o mais depressa que consegui. Ele se esforçava ao máximo para corresponder às carícias de minha língua, mas a contração ainda mais freqüente de seu abdômen deixava nítido que aquilo não era sua prioridade no momento. Luan agora soltava gemidos contínuos e quase chorosos de tanta excitação, mas eu não desisti de beijá-lo. Eu queria mesmo que ele sofresse por ter demorado tanto pra chegar.
Ele subiu suas mãos até o cós de minha calcinha e colocou seus polegares por dentro do elástico da mesma, trazendo-a para baixo sem surtir muito efeito. Entendi aquilo como um aviso de que ele não agüentaria por muito mais tempo, e imediatamente parei o que estava fazendo para me desfazer da última peça de roupa que ainda restava. Enquanto eu me despia, ele resgatava a camisinha do bolso de sua calça e rasgava sua embalagem com os dentes, daquele jeito grosseiro e extremamente sexy. Atirei minha calcinha longe, e quando viu que eu já estava livre, ele me deu o preservativo com um sorriso nada angelical. Retribuí seu sorriso safado e coloquei a camisinha nele com cuidado, sentindo meus talentos manuais sendo reconhecidos.
- Você sabe o que fazer. - ele murmurou com a voz falha, quando eu terminei, e meus olhos se ergueram até encontrar os dele. Senti um arrepio percorrer minha espinha, eriçando meus pêlos da nuca e acelerando meus batimentos cardíacos ao reconhecer aquela mudança. Eu poderia passar a vida inteira encarando aqueles olhos sinceros, sem saber classificar o sentimento que eles causavam em mim.
Meu rosto avançou lentamente na direção do dele, unindo nossos lábios com calma, e eu ergui meu corpo até encontrar a posição certa. Luan colocou suas mãos em minha cintura com sutileza, como se quisesse me incentivar, e eu o coloquei dentro de mim devagar, sentindo-o apertar minha cintura com mais força quando cheguei ao fim. Eu segurei em seus ombros, trêmula, e deixei que todas aquelas novas sensações, que ao mesmo tempo eu já conhecia, fizessem efeito sobre mim. Paramos de nos beijar, mas mantivemos nossos lábios unidos, e abrimos nossos olhos, encarando profundamente um ao outro. A conexão entre nossos olhares por pouco poderia ser tocada, de tão intensa que era. A compreensão e a paciência, apesar de sua vontade gritante de que eu me movimentasse novamente, eram nítidas em seus olhos, o que só me deixou ainda mais tonta.
Ele fechou os olhos, franzindo de leve a testa e escorregando suas mãos até meus quadris, e eu reiniciei o beijo, sentindo o prazer crescer monstruosa e subitamente dentro de mim. Envolvi seu pescoço com meus braços, embrenhando meus dedos em seus cabelos umedecidos de suor, e comecei a me movimentar sobre ele, acelerando a cada segundo como se aquilo fosse natural pra mim. Logo ele estava gemendo de novo, assim como eu, e estava ficando quase impossível nos beijarmos. Nossos rostos se mantiveram próximos, intensificando a mistura quente de nossas respirações, até que atingi o clímax novamente, sendo seguida por ele.
Deixei que meu tronco se apoiasse sobre o dele, sem conseguir definir qual dos dois estava mais ofegante. Minhas mãos deslizaram de seus cabelos para seus ombros, enquanto as dele ainda eram incapazes de largar meus quadris. Afundei meu rosto na curva de seu pescoço, deixando que o perfume dele me acalmasse, e após alguns segundos, senti seus braços envolverem minha cintura e me aconchegarem ainda mais em seu peito. Fechei os olhos, abraçando-o pela cintura também, e pude ouvi-lo rir de leve. Ainda tensa demais para perguntar qual era a graça, apenas ignorei seu riso, e como se tivesse lido minha mente, ele sussurrou, com o pouco de ar que lhe restava:
- Por favor, prometa que vai continuar me surpreendendo com essas suas chaves de coxa... Porque sinceramente... Fica cada vez melhor.
Mesmo sem ar, eu não tive como evitar que a risada baixa dele me contagiasse. Assim como, por mais que eu tentasse fugir ou negar, tudo nele me contagiava quando estávamos juntos.
Aos poucos, minha respiração ia voltando ao normal (não totalmente, porque com ele perto de mim, era inútil conseguir respirar direito) e a tremedeira de minhas mãos ia passando. Luan esperou calmamente, acariciando desde meus ombros até meus quadris, fazendo uma massagem gostosa conforme deslizava as palmas de suas mãos e vez ou outra dedilhava minha pele devagar. Seu coração batia forte contra meu peito, apesar da respiração calma, o que parecia acelerar ainda mais as batidas do meu.
- Está sentindo isso? - finalmente sussurrei contra a pele de seu pescoço, com os olhos fechados. Deslizei minha mão esquerda até seu peito, indicando a que me referia, e o ritmo acelerado de seus batimentos pareceu se intensificar sob meu toque suave.
- Desde a primeira vez que pus meus olhos em você. - ele murmurou, imitando meu gesto com sua mão esquerda. - Você também está sentindo isso?
Me afastei dele para poder olhá-lo, e assenti inocentemente, vendo um sorriso se alargar em seu rosto. Logo depois, deixei que meu olhar mergulhasse em seus olhos , como sempre acontecia, e franzi a testa de leve, em sinal de confusão.
- O que foi? - ele perguntou, novamente imitando minha expressão, porém sem se desfazer de seu sorriso.
- O que é isso? - balbuciei, sem conseguir formular direito as frases que colidiam em minha mente - Isso que eu tô sentindo... Que nós estamos sentindo... O que é?
Luan acariciou meu rosto com as costas de sua outra mão, me olhando daquele jeito intrigado e deslumbrado ao mesmo tempo, e levou alguns segundos para responder:
- Você sabe muito bem.
Meus olhos se fixaram em seus lábios quando ele falou, observando o quão lindos, apesar de serem apenas lábios como os de qualquer outra pessoa, eles eram. Sem que eu pudesse controlar aquele impulso, minha mão subiu lentamente até meus dedos conseguirem tocá-los, e assim que o fiz, dedilhei-os de leve, desenhando seu formato e sentindo sua textura macia. A expressão confusa em meu rosto permaneceu, refletindo o que eu sentia por dentro, e devido a isso, os lábios que eu sentia sob os nós de meus dedos deixaram de sorrir.
- Não sei se vou conseguir. - confessei, com o meu olhar indo da sua boca para os seus olhos. Vesgos e intensos.
- Você vai. - murmurou.
- É muito anormal pra mim. Não sou capaz.
- Depois disso, Tanara, você definitivamente não pode voltar a trás. Confia em mim, nós vamos conseguir. - sorriu pequeno, me passando realmente confiança. Ele não tinha o direito de me deixar dessa forma!
- Não me julgue, por favor.
- Jamais, menina. Eu te compreendo, eu vou te esperar. - me causou um sorriso e como se isso fosse um incentivo, ele foi aproximando nossos lábios até eles se selarem. Permiti que se intensificasse e começamos mais um beijo, porém mais calmo e doce.
- Insaciável. - sussurrei entre o beijo, já decifrando no que aquilo estava se tornando.
- Efeito seu. - respondeu da mesma forma, mordendo meu lábio inferior. - Sei onde pode ser melhor. - disse sapeca, pondo força nas mãos e carregando-me para o banco de trás. Nos confortou ali e eu senti meu corpo inteiro formigar com a proximidade dele; deixei que ele me beijasse, apesar de ainda sentir meus lábios sensíveis. O peso de seu corpo sobre o meu acelerava meu coração de um jeito indescritível, assim como suas mãos determinadas em minha cintura pareciam ter sido feitas para estarem ali. Envolvi seus ombros com minhas mãos, passando meus braços por seu pescoço logo depois e aprofundando o beijo. Luan apertou minha cintura com mais força, sorrindo, e eu também sorri, enroscando meus dedos em seus cabelos e puxando-os pra trás. Ele deixou que meu puxão afastasse sua cabeça, mordendo meu lábio inferior enquanto a distância aumentava. Senti uma leve dor na região quando ele voltou a me beijar, mas nem liguei pra isso, até que um gosto fraco de sangue começou a se manifestar. Logicamente, ele também sentiu, já que partiu o beijo com a testa franzida e lançou um olhar levemente preocupado para meus lábios.
- O que houve? - ofeguei, encarando-o com o mesmo olhar, e ele ergueu as sobrancelhas num tom surpreso.
- Acho que exagerei um pouco por aqui - ele sussurrou, sorrindo de um jeito quase envergonhado - Hum... Vamos dar um jeito nisso.
Luan voltou a aproximar nossos lábios, sorrindo agora de um jeito sedutor, e sugou meu lábio inferior devagar, fazendo a dor aumentar um pouco, mas logo cessar quase que completamente. A ponta de sua língua deslizava sobre meu pequeno ferimento, como se quisesse estancar o sangramento.
- Só não pense que eu vou pedir desculpas. - ele sorriu daquele seu jeito cafajeste, afastando-se novamente para olhar como estava a situação do corte que ele mesmo havia feito - Porque eu não vou.
- Tudo bem. - eu murmurei, posicionando minhas mãos em sua região lombar, fincando o pouco de unhas irregulares que me restava ali e subindo com elas por toda a extensão de suas costas, até alcançar seus ombros - Eu também não.
Sem conseguir conter um sorriso ao ver a expressão de dor e prazer dele, ergui um pouco minha cabeça para poder beijá-lo, voltando a deslizar minhas unhas por sua pele. Luan desceu seus beijos por todo o meu colo, fazendo minha respiração quase parar tamanho foi o seu capricho, e segurou meus seios com firmeza, aproveitando-se da posição favorável na qual se encontrava.
- Até que enfim tenho tempo suficiente pra dar a devida atenção a essa parte. Eles foram feitos pra mim. Já te falei, não é?! - ele suspirou, olhando para meu busto com uma expressão desejosa, e eu soltei um risinho, agarrando seus cabelos. Ele sugou-os, fazendo movimentos circulares com a ponta da língua, e eu arqueei minhas costas para cima, sentindo o tesão se acumular em cada pedaço de mim. Sua respiração quente batia em minha pele, e ele gemia baixo de olhos fechados, concentrado em extrair o máximo de prazer daquele momento.
Satisfeito, ele continuou seu caminho até minha barriga, e só parou quando alcançou minha intimidade. Luan me lançou um olhar quase selvagem de tão reluzente quando me tocou com sua língua, e eu imediatamente senti uma onda de calor percorrer minha espinha. Seus movimentos eram quentes e precisos, porém não tinham a menor pressa e brutalidade. Me apoiei em meus cotovelos, quase rebolando devido aos movimentos involuntários de meus músculos contraídos de prazer, e joguei a cabeça pra trás, de olhos fechados para poder senti-lo melhor. A cada segundo, ele intensificava suas carícias, me fazendo gemer cada vez mais alto até chegar ao ponto máximo. Contive um grito, mordendo sem querer a região machucada de meu lábio e me esforçando ainda mais pra não berrar, dessa vez também de dor.
Ele terminou seu serviço e distribuiu beijos lânguidos pelo interior de minhas coxas, acariciando-as com suas mãos, e eu não conseguia me mexer, anestesiada pelos toques dele. Luan me olhou, afastando seus lábios de minhas pernas, e eu nem esperei que ele voltasse. Ergui meu tronco depressa e praticamente o ataquei, beijando-o com fúria. Ele se sentou, apoiando-se na porta atrás de si, enquanto eu me inclinava cada vez mais sobre ele. Passei minhas mãos por seus ombros e abdômen, parando em seus quadris e dedilhando suas entradas deliciosas. Ele segurava firmemente em minha cintura, correspondendo com muito mais do que avidez ao beijo, e eu segurei sua ereção com uma mão, sentindo-a mais enrijecida do que nunca. Parti o beijo contra a vontade dele e embrenhei meus dedos da mão livre nos cabelos de sua testa, levando-os para trás e fazendo-o jogar a cabeça na mesma direção, totalmente submisso. Sorri maliciosamente, mesmo sem ser vista, e passei rapidamente o dedo indicador da mesma mão por seu tronco, parando quando atingi seu umbigo e simultaneamente começando a masturbá-lo. Ele agarrou minhas coxas e jogou a cabeça para a frente, observando os movimentos rápidos de minha mão. Seus músculos se contraíam visivelmente, e as veias de seus braços estavam saltadas, o que só me deixava ainda mais louca. Tudo nele parecia me atiçar, me convidar, me atrair. Passei a língua devagar por sua glande, fazendo pressão contra ela, e ele gemeu alto, dolorosamente excitado. Repeti esse ato algumas vezes, tendo a mesma reação dele, até que seus dedos se fecharam ao redor de meus braços, e antes que eu me desse conta, eu já estava deitada e com ele sobre mim, prestes a me penetrar.
- A camisinha, Luan! - exclamei, com os olhos arregalados de pânico, e ele imediatamente paralisou, retribuindo meu olhar de um jeito tão ensandecido que me fez pensar no que eu tinha feito pra deixá-lo tão fora de si. Sempre esquecíamos da camisinha, mas dessa vez tinha que ser diferente; não podíamos abusar da sorte. Luan voou até sua calça, e poucos segundos depois já estava de volta, devidamente protegido. Soltei um rápido suspiro aliviado, fechando os olhos por um momento, e percebi que dessa vez ele hesitou antes de ir direto ao ponto. Olhei-o em dúvida, e logo percebi o que estava errado.
- É assim que você quer? - pude ouvi-lo arfar, com a testa fortemente franzida em sinal de máximo autocontrole, e eu involuntariamente sorri, quase comovida. Só mesmo na hora do sexo para Luan ser gentil comigo e me perguntar se eu queria ficar por baixo. Envolvi seu pescoço com meus braços e aproximei minha boca de seu ouvido, sussurrando logo em seguida:
- Me mostre do que você é capaz.
Senti um jato forte de ar sair de seus pulmões e atingir meu pescoço em cheio, demonstrando sua rendição e me arrepiando da cabeça aos pés. Imediatamente, ele investiu, com uma força extraordinária, e eu por pouco arranquei mechas de seu cabelo, tamanha foi a força coma qual eu o agarrei. Podia senti-lo profundamente dentro de mim, sentia seu corpo quente estremecer rente ao meu, sua voz rouca gemer ao pé do meu ouvido, e a cada vez que ele se movimentava, eu sentia meu coração quase sair pela boca de tão rápido que batia. Envolvi seus quadris com minhas pernas, puxando-o pra mais perto ainda, sendo que ele já estava prestes a me rasgar por dentro, e Luan afundou seu rosto em meu pescoço, mantendo seus lábios selados contra a minha pele na tentativa de abafar seus gemidos. Minhas mãos nunca estiveram tão indecisas como estavam naquele momento, percorrendo toda a extensão entre seus ombros e suas costas.
- Merda! - ele xingou algum tempo depois, quase que num grunhido, e em seguida, chegou ao clímax. Luan investiu mais algumas vezes em vão, soltando urros de raiva por não conseguir prolongar aquele momento, até finalmente relaxar e deixar-se cair sobre mim, respirando com dificuldade. Eu apenas encarava o teto do carro, tentando absorver o turbilhão de prazer que ele havia desencadeado em mim, extremamente impressionada.
- Me desculpe. - ele sussurrou, interpretando mal minha breve paralisia, e eu imediatamente franzi a testa, horrorizada - Mas é que... Você me provoca demais, e... Eu não aguento por muito tempo.
Tudo que consegui fazer foi rir, apesar da falta de ar, e ele se afastou para me olhar, com a expressão confusa. Será que excesso de orgasmos podia causar demência?
- Eu te desculpo por ter salvado a minha vida. - eu expliquei, após algum tempo de riso. - Se você tivesse continuado, era bem capaz de ter me matado.
Luan soltou um risinho aliviado, fechando os olhos de um jeito exausto, e eu continuei observando-o. Difícil resistir a uma beleza tão gritante e espontânea como a dele...
Ele se levantou, tomando as devidas providências em relação ao preservativo, e vestiu sua boxer, enquanto eu colocava minha camisola e minha calcinha. Assim que o fiz, ele me puxou para si, deitando-me sobre seu peito no banco de trás, e me abraçou. O contraste entre sua respiração, já calma sob minha mão, e seu coração, levemente acelerado sob meu ouvido, estranhamente me tranquilizou, fazendo com que minhas pálpebras pesassem cada vez mais.
- Pode dormir se quiser. - ele sussurrou contra meus cabelos, notando minha moleza sobre ele. - Te acordo quando começar a amanhecer, já que vou ficar acordado de qualquer maneira.
- Por que não vai dormir? - sussurrei com esforço devido ao cansaço, acariciando timidamente sua pele com meus dedos.
- Não vou conseguir. - ele respondeu com um risinho discreto - Não depois de tudo isso... Ainda há muito para eu observar aqui.
Meu estômago revirou, me causando uma sensação inquietante pelas palavras dele, mas eu estava cansada demais para responder. Tudo que fiz foi sorrir de leve e deixar que o sono me ganhasse após um último suspiro.
...
- Tatá?
Senti uma mão acariciar desde meu ombro até meu pulso devagar, e abri os olhos com a mesma velocidade, acostumando minhas pupilas à pouca claridade do ambiente.
- Hum? - respondi, espreguiçando-me um pouco e abrindo os olhos de vez. A pele de Luan, que havia servido de travesseiro para mim durante as últimas horas de sono, ocupavam metade de minha visão, enquanto a outra metade era preenchida pelo interior do carro e pelos trechos do céu que os vidros me permitiam ver. Já estava começando a amanhecer.
- Acho melhor você voltar pra sua cama. - a mesma voz suave e rouca voltou a falar, enquanto seu dono me fazia um leve cafuné - E eu, pra minha.
Suspirei preguiçosamente, sentindo seu perfume invadir meus pulmões, e por um segundo, o impulso de continuar ali com ele quase foi mais forte que a vontade de voltar para casa. Saí do seu colo um pouco envergonhada e ele riu de mim, indo para a direção.
- Vou te deixar na entrada. Não se preocupe, acho não tem ninguém acordado para poder me ver. - se explicou, dando partida enquanto eu ajeitava meu cabelo, atordoada.
Como disse, parou na frente do condomínio.
- Bom... tchau. - sorri sem graça, fazendo-o virar a cabeça para me olhar.
- Espera. - disse doce, com um sorriso lindo. - Quando eu posso te ver de novo?
- Você sabe onde me encontrar. - sorri de lado e ele sorriu ainda melhor.
- Vem cá. - pôs as mãos no meu rosto e levou-o até o seu, causando um selinho demorado. - Adorei vigiar seu sono. - riu, após nos afastarmos.
- Com certeza eu estava linda. - falei com sacarmo e ele negou, sem fechar o sorriso.
- Você é linda.
- Deixa eu ir, vai. - beijei seu rosto e antes de sair, o ouvi sussurrar:
- Bom dia, Pikitinha! - olhei para trás rindo, me afastando contra a minha vontade. Era preciso, infelizmente. Eu sou errada. Sou errada em fazer o que fiz, em ficar feliz depois disso e para piorar minha situação, ainda quero continuar no ato errado.
Feliz ano novo, meus amores! Mais um ano com vocês, amizade longa a nossa hein... Obrigada por todas as coisas lindas que vocês disseram e toda a torcida, deu tudo certo. A virada foi ótima, ele estava lindo. Não consegui vê-lo, mas isso não tira minha felicidade. Primeiro capitulo do ano, do jeitinho que vocês gostam! Mas claro: Élito, por favor, Élito! Comentem vai? Eu tô sozinha aqui, Élito. Ajude essa pobre escritora, Élito.
HAHAHAHAHAHAHA
Melhor vídeo da vida! O 9 só vai depender do comentário de vocês para sair. Impulsa muito hein? PARÔ, esqueci de uma coisa: Lua meu amor, obrigada por dar ideias pra esse capítulo. Tentei por suas dicas, deu certo? Neném! HAHAHA ✨ Beijos e bye...
Élito continuou Élito KKKKKK amei o cão hotttt kk
ResponderExcluirEsse capítulo foi bem hot mesmo viu,ARRASA. LUNARA BRILHANDO COMO OS FOGOS DE ARTIFÍCIO DE COPACABANA. Continua Élito pufavô nunca te pedi nada em Élito kkkk
ResponderExcluirÔ elito brigado pelo capítulo - meu casal de volta tuts tuts tuts agora tem que dar um pé na bunda logo desse Felipe ô élito haha continua tanarieteeee ❤
ResponderExcluirPrevejo muitos hots nessa temporada hahahha. E eu amo hot sabe. Nao acho ruim todo cap ter hot deles nao. Isso esta bom demais. Tatah nem vai querer transar com o Felipe, ela tem Luan pra satisfazer. Pra que Felipe ne? E eu amo esses dois. Posta mais ! Necessito demais logo. Beijoss!
ResponderExcluirContinua e feliz ano novo!!! E tem que ter hot com o Felipe tbm!-_-b
ResponderExcluirPAAAARA TUDOOOO, Q CAPITULO FOI ESSE???? COMEÇANDO O BEM NA FIC HEIN HAHAHA'
ResponderExcluirTOMARA Q ELA SE DECIDA LOGO, E LARGUE ESSE FELIPE -_- E FIQUE COM O LÚ :D o/
Feliz ano novo pra tu muié ;)
Passar o último/primeiro dia do ano ao lado do NEGO foi PERFEITOOOOOOO! ELE TAVA LINDOOOOOOOO <3
Elito pufavô continua nunca te pedi nada
ResponderExcluirMeu Deus do céééu!! Começar o ano cm esse capitulo é TUDO oq foi isso, sem duvida nenhuma eu nunca li fic melhor!! Meu casal cara juntos dnovo cm a memsa magia lunara de ser, amei real vo ler dnovo com toda ctz ! Cont logo Tatá pf e junta logo esses dois pf tipo assim SÒ OS DOIS ok kkk preciso disso !! Cont cont cont
ResponderExcluirÉlito pufavô me ajude porque estou chocada. O que foi isso Tanara?! Esse capitulo vai entrar pra lista de melhores capítulos da fic, serio...
ResponderExcluirSem palavras de novo, esse hot então? Amei ❤❤ A Ferrari foi batizada falta o bicuço agora viu?! Quero hot no jatinho brazeuuu.
Felipe para sempre corno uhul, adoroooooo.
#BRILHALUNARA #BrilhaOsChifresDoFelipe #FêCornoForever #QueroaPri
#FELIZANONOVOTATAH
KKKKKKKK Ligou errado? Que desculpa péssima Tanara Accioly kkkkkkk
ResponderExcluirTô no chão com esse capítulo, com essa traição e com os chifres do Felipe
Sério gente, tô ficando com pena do corno, quero ver como a Tatah vai reagir com ele, se ela vai conseguir "agir normalmente"
A minha dúvida maior é sair qual cabeça pesa mais, a da Tatah por conta da consciência pesada, ou a do Felipe por causa dos chifres kkkkkkkk
Mortaaaaaa
#Capitulo9PufavôÉlitu KKKKKKKKK
Élitu, pufavô Élitu KKKKK Mano, esse vídeo vai ficar na história do fandom kkkkkkk
Ass:Mona
Mulheeeeer, viadaaaaa, Elitooooo! Que capítulo maravilhoso! Estou xoxo! Já quero Felipe sendo jogado pela janela, e não será por mim. Ou sim! Quero eliminar todos, para meu casal ficar juntos! Sou lunara meixxxxxxmoo!
ResponderExcluirPufavo Elito, pufavo, não demore para postar!
q cap cara q hot magnifico #BRILHALUNARA #LUNARAFOREVER e feliz ano novo n sei mas o q falar deste foi maravilhoso cont
ResponderExcluirC O N T I N U A T A N A R A
ResponderExcluirEsperei tanto por esse capítulo. Arrasoooooou! E já quero outro!! Não demora não...
ResponderExcluirContinuaaaa
ResponderExcluirÔ Élito, continua por favor Élito!!!!
ResponderExcluirVai menina Tanara continue
Para tudo! E esse copo no chão? Que intensidade! Eu amo tanto a intensidade desse casal que vou pirar nessa temporada, por que vai pega fogo negócio aqui pelo visto!
ResponderExcluirEsses dois não param nunca! Chocada com esses hots... Quem te vê lá no WhatsApp não pensa né dona!
PS: Eu não te disse que ia ficar demais?!
ResponderExcluirCaracaaaaaa que capítulo perfeitoooo sério to amando cada dia mais e vamos combinar? Com um hooot desses fica melhooor ainda parabens e feeeeliz anoooo novoooo minha linda #Eduarda
ResponderExcluirCaramba!! Ameei o capitulo nega, esse casal é vida demais ❤. Continua
ResponderExcluirTanaraaa to atrasadooona mas to aqui,nunca imaginei isso acontecendo meu Deus. Essa temporada vai ser bem hot em, mas que ela perceba logo que é totalmente de Luan!!! Continua Tatah
ResponderExcluirLaura Araujo
Contínuaaaaaaaa..
ResponderExcluirÉlito, por favor, Élito!
ResponderExcluirVamos continuuuar Tanara, pfv
Arrasou. 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirManda o 99999999!
"Vou trair meu namorado q radical" melhor frase kkkk continua Tatah
ResponderExcluirQue coisa mais linda esses dois, enquanto isso o pobre do felipe está com a cabeça doendo graças aos chifres que lunara colocou nele
ResponderExcluirKkkkkkkk
O.M.G que cap foi ezse mds?? MARAVILHOSO. Luan gostoso de mais! Saudade da pri do "luanara" acabou?
ResponderExcluir-Dani.
A-man-do! Tatá, tu me surpreende cada dia mais mulher! Continuaaaaa!
ResponderExcluirMds, já prevejo a confusão que isso vai dar quando o Felipe descobrir (que isso aconteça logo 😌)
ResponderExcluirContinuaaaa
Mas gente esse casal é sem vergonha mesmooo. Que capítulo maravilhoso, tão intenso como nosso casal. Sempre vou dizer Lunara é Lunara, não tem nada de Fenara. Quero o 9 para já viu.
ResponderExcluirBeijão!
Mas gente esse casal é sem vergonha mesmooo. Que capítulo maravilhoso, tão intenso como nosso casal. Sempre vou dizer Lunara é Lunara, não tem nada de Fenara. Quero o 9 para já viu.
ResponderExcluirBeijão!
Li e reli varias vezes kkk lunara brilha o rexto é pisca pisca kkkk saudades da prii ! Cont Tatá
ResponderExcluirÉlito pufavô!! KKKKKKKKKK
ResponderExcluirCapitulo massa
Oq é isso ?! Me explica fazendo favô naun entendi
ExcluirAlguém me explica esse negócio aí de "Élito pufavô" ?! Tô super boiando😕
ResponderExcluir