Tanara's POV.
O celular do meu marido tocava freneticamente e, num ritmo lento, ainda com os olhos fechados, estiquei meu braço e peguei-o. Luan estava ao meu lado e pelo o visto, em um sono bem mais pesado que o meu. O nome da sua mãe estava estampado e eu tomei a liberdade de atender. Marizete contava que a neta estava impaciente para conhecer sua nova casa e não parava de perguntar que horas íriamos buscá-la. Lembrei que Marquinhos estava hospedado aqui e que eu teria que preparar um café da manhã, não podia ficar deitada. Então, diante todos esses fatos, disse-a que iria buscá-la sozinha. Luan não gostava de acordar cedo e eu achei melhor poupa-lo de um dia de mau humor.
- Bom dia, Tatá! - Marquinhos disse, depositando um beijo estalado no meu rosto.
- Bom dia, Marquinhos. - sorri. - Dormiu bem?
- Bem demais! Impossível dormir mal naquele quarto. - sentou-se, frente à mim.
- Gostou da casa, né?!
- Parece de filme. Se o quarto de hóspedes é confortável daquele jeito, imagina o de vocês?
- É um sonho mesmo. Eu, Tia Zete e mamãe que escolhemos tudo.
- Pelo visto não tiveram pena do bolso do boi.
- Ele não reclamou de nada. - mostrei a língua.
- Impressionante, viu? Luan é mão de vaca, só você faz esses milagres. Uma casa dessa, carro de presente... Realmente, ter Tanara Accioly é para quem pode. Se trata de uma mulher com o custo de manutenção muito alto.
- Para, vai. - rimos. - Preparei esse café da manhã bem rápido, se você quiser mais alguma coisa, pode falar.
- Marina não continuou com vocês, não?
- Sim, sim, continuou. Mas hoje ela não vem, Luan deu folga.
- Coitada dela! Aguentar você como patroa não deve ser fácil. E sobre essas comidas, dá pra matar a fome.
- Controla esse amor por mim! - estreitei os olhos, e ele sorriu, brincalhão.
- Aonde vai toda arrumada, Senhora Santana?
- Buscar a Laura, ela está ansiosa.
- É estranho, né, Tatá? Ganhar uma filha do nada.
- Muito. - sorri de canto. - Mas acho que já estou me acostumando. Eu nunca imaginei que seria madrasta, muito menos com 23 anos.
- A vida é muito louca. Eu lembro de vocês dois namorando, bem no comecinho... Uma coisa meio incerta. Depois, o fim. Que os dois ficaram mal demais e ninguém dizia que teria volta. Agora estão casados, são uma família.
- Own, meu gordinho! Você tem razão, a vida nos surpreende. E graças a Deus você participou de toda essa história, hum?!
- Sendo vítima dos ciúmes do Luan, mas participei. - deu de ombros e eu liberei uma risadinha. Ele tinha razão.
- Quer ir comigo? Buscar a Laura?
- Quero! - respondeu prontamente.
- Que ótimo! Aí eu já te uso como fotógrafo.
- Fotógrafo? - franziu a testa.
- Olha meu look, Marquinhos. - levantei. - Merece uns cliques, não?
- Ah, claro! Já estava demorando. - riu, revirando os olhos.
- Querido, dessa vez a Laura também vai participar.
- Vou fotografar vocês duas?
- Uhum. Já até separei as peças que ela usará! Agora termina aí que eu vou pegar minha bolsa.
- Certo, popozuda. - concordou, enquanto eu desocupava a cozinha.
Marquinhos terminou de comer e nós fomos para a casa da minha sogra. Adivinha como? Exatamente, no meu carro. Abre parênteses. Emoji amarelinho de olhinhos de coração. Fecha parênteses. Conversamos um pouco com Marizete, Bruna, Seu Amarildo... e trouxemos Laura. Ela, como o previsto, ficou encantada com a casa e deslumbrada com o seu quarto. Me abraçou, com os olhos brilhando e um sorriso gigante. Contei-a da minha ideia e logicamente, exibida como só ela, aceitou sem nem questionar.
- Ficaram ótimas, Marquinhos! Você dá pra fotógrafo. - usei duplo sentido na frase e ele me mostrou o dedo do meio.
- Eu também gostei, apesar de nunca ter feito isso.
- Não tem segredo! Parabéns e obrigada. - beijei seu rosto.
- Não foi nada, Tatá. Até me diverti! Aliás, vai querer tirar mais algumas?
- Não, temos o suficiente.
- Então avisa pra Laurinha porque ela ainda está fazendo pose.
- Ela está dançando. - ri, enquanto observávamos.
- Mas sem música?
- Coisa de criança. - expliquei, sendo atrapalhada pelo o meu celular. Toque de chamada. Luan.
- Oi, amor!
- Amor? Você me abandona e vem me chamar de amor? Pra onde você foi com o Marquinhos? Sua desnaturada.
- Quem manda você dormir muito? Acordou agora?
- Acordei. E sozinho! So-zi-nho. - soletrou.
- Fomos buscar a Laura, meu bem. Sua mãe ligou e ele foi comigo. Voltamos pra casa, mostramos o quarto dela e saímos de novo pra tirar umas fotos. Terminamos agora.
- Muito bonito, né, Dona Tanara?
- Já estou voltando, meu amor.
- Fica o dia todo aí com o Marquinhos!
- Ai, amor, vai comer, vai. - desliguei e o Marquinhos já ria. Com certeza deduziu o que o amigo queria.
🚺🚹
- Papai, eu amei meu quarto! Ele é tão lindo, parece de princesa. - Laura se jogava nos braços do pai.
- Você tem que agradecer a sua avó e a Tatá. - levantou-a. - Demoraram por quê?
- Fomos no mercado, comprei uns ingredientes que não tinha aqui.
- Diz ela que vai fazer um almoço delicioso. - Marquinhos arregalou os olhos, contraindo a pele do pescoço.
- E uma sobremesa! - Laura lembrou, animada.
- Fica duvidando, Marcos! Amor, comeu? - fez que sim. - Então me ajuda com as sacolas. Você, reclamão, - apontei para Marquinhos. - também.
- Pede só pro Marquinhos. - sorriu, cínico.
- Para de piada, viado. Com esse drama todo tá parecendo a Tatá!
- Meu pai não gosta de ficar sozinho, tio. - alisou o rosto do pai, carinhosa e compreensiva. Ele beijou ela, achando graça no seu jeitinho.
- Seu pai é um... - Marquinhos começou.
- Ó os palavrão perto da Laura! - repreendeu o amigo, pondo a filha no chão. - Vai brincar, Laurinha!
- Vou pro meu quarto. - saiu correndo, entusiasmada, radiante de tanta alegria.
- Ela amou o quarto. - comentei, sorrindo.
- Até eu amaria. Vocês dois não querem me adotar não?
- Cala a boca, Marquinhos. - eu e Luan falamos ao mesmo tempo, nos aproximando em seguida. Acabamos rindo.
- Eu odeio vocês. - Marquinhos disse e saiu, certamente indo levar as compras para a cozinha. Beijei meu marido.
Eu fiz o almoço aos olhos dos dois, que revezavam entre conversar sobre música, fofocar dos amigos e implicar um com o outro. Mais atrapalharam do que ajudaram. Na sobremesa, então. “Tira o dedo daí, Luan!” “Marquinhos, não mexe nisso.” Eu tinha que me desconcentrar para chamar a atenção das duas crianças. Laura só apareceu pra almoçar e foi um momento gostoso, nós quatro na mesa. Ah, meu tempero fez sucesso. Tanto o almoço como a sobremesa: morderam a própria língua e amaram. Durante a tarde, editei as fotos tiradas mais cedo e postei no site. Luan adorou e nos elogiou.
tataccioly OLHA QUE SURPRESA BOA! 😵😍 Eu e a Laurinha (uma blogueirinha toda) fotografamos hoje mais cedo com esses looks, na intenção de inspirar vocês! 💗 Espero que tenhamos conseguido... 🙈 Tudo no site, deem uma olhadinha! 🙌🏻 E sim gente, ela ama demais essas coisas, é uma figura! Coisa mais linda! 👧🏻✨ @lausantanareal
lunara Aaaaaaaa vê se eu aguento! 😍Fofurometro explodindo aqui, sériooooo! 💖 Duas lindas! Poderosas! Estilosas! Lacraram nesse editorial.. 👏🏻👏🏻👏🏻 Adorei a ideia, mais uma vez Tatá surpreendeu. Sem contar que isso serviu pra mostrar a relação das duas: madrasta e enteada entrosadas, se dão muito bem. Luan merece demais tudo isso e nos resta ficar felixxxxx! Isabel é sortuda, né?! Quer dizer, a Laura kkkkkkkkk Ahhhhhhh, vocês viram os créditos das fotos? MARQUINHOS QUE FOTOGRAFOU, estava com elas 😂 ARRASOU QUERIDINHOOOO! 📸 Morri, sério! @tataccioly @marquinhoswef @lausantanareal @luansantana
faslunara Como a Pri diz, as santanareal mais lindas! 👏🏻👭 O fandom está destruído! 💟 Faltou só a @brusantanareal hahahahahahah Confiram todas as fotos no site, vale a pena ver! 😍🔝 @tataccioly
- Eu acho que você podia demorar mais, Marquinhos. Poxa, você mal vem em São Paulo... - nos despedíamos.
- Com essa casa à minha espera, eu não vou mais demorar, Tatá. - o abracei, rindo das suas bobagens.
- Desculpa qualquer coisa, viu?! E aparece logo, é sério, eu fico com saudade. - beijei seu rosto e ele me apertou, como um panda.
- Tchau, viado. Obrigado pela a ajuda com o carro e boa viagem! - Luan abraçou-o de lado, era o cumprimento deles.
- Tchau, boi. Não foi nada! Qualquer coisa, é só chamar. - sorriu, se afastando de nós dois. Antes de entrar no carro, acenou. O motorista, buzinou. Logo a partida foi dada e o veículo foi ficando cada vez menor, se distanciando e sumindo das nossas vistas.
- Odeio despedidas. - choramingava, no ombro de Luan.
- Ele não vai morrer, Tatá. Ele só vai voltar pra casa!
- Marquinhos podia morar em São Paulo.
- Vocês dois podiam não se dar bem.
- Ciumento! - beijei seu pescoço. - Nossa, amor, deu vontade de comer pipoca. Vamos assistir filme?
- De novo, Tatá?
- Poxa, amor, o quê que tem? - mordi sua orelha.
- Meio contraditório. Você propõe filme, mordendo minha orelha?
- Não precisa pensar besteira. - sussurrei, provocativa. Ele se arrepiou.
- Vai querer mesmo filme? - sorriu, sacana.
- Vou! Pipoca e filme, porque eu tenho que arrumar minha mala e dormir. Amanhã acordo cedo, você sabe que eu vou pro Rio!
- Mas precisa de mala? Cê num vai e volta no mesmo dia?
- Precisa, amor. Claro que precisa, tenho que estar prevenida.
- Vamos levar o João na Xumba?
- Na mamãe também. Quero apresentar ele a todos!
- Acho melhor eu fazer um churrasco aqui. A gente apresenta ele e a casa nova.
- Adorei, amor.
- Cê vai fazer a pipoca agora?
- Vou! - selei seus lábios e levantei do sofá.
Fiz a pipoca e voltei pra sala, flagrando Luan entretido na tevê. O chamei e ele a desligou, despertando. Subimos para o nosso quarto e dessa vez, quem escolheu o filme foi ele. Laura havia dormido antes que o Marquinhos saísse. Mesmo de férias, ela não conseguia ficar até tarde acordada.
tataccioly Os loucos do combo: filme e pipoca! 😂💜 @luansantana
O filme era um suspense, género que não me agradava muito. Diferente do meu marido, que adorava.
- Gostou?
- Gostei, Loli. Deu medo, mas é bom.
- Você é medrosa demais! - caçoou de mim. - Vou beber água.
- Não! - o interrompi. - Eu vou com você.
- Não acredito, Tatá!
- É sério, amor. - fiz beicinho.
- Tudo bem. - suspirou derrotado.
- Vamos beber água e você vai me ajudar com a mala.
- Amor, você vai fazer um bate e volta. Vai pro Rio, volta do Rio, no mesmo dia. Não vai nem ficar em hotel!
- Mas e se acontecer algum imprevisto? E eu tenho que escolher a roupa que vou viajar.
- Eu desisto de você. - levantou.
- Me leva nos braços, amor. - fiquei em pé na cama e ele me olhou sério e desacreditado.
- Pra quem tá negando fogo desde ontem, você tá pedindo demais.
- Deixa de ser chato. - aproximei nossos rostos e enfiei os meus dedos entre seus fios. Abri a boca, como se fosse beijá-lo, e ele fez o mesmo. Só, que, fiquei brincando, demorando a encaixa-las. Algo tão bobo, que mesmo sendo de tamanha bobagem, foi capaz de nos causar uma risada. Então, com os nossos dentes à mostra, ele tomou meus lábios, impaciente. Nosso beijo me fez abaixar. O trouxe comigo. Sentei na cama. Ele se inclinou, entre minhas pernas. Deitei. Ele se debruçou sobre mim. Entrelacei minhas pernas ao redor dos seus quadris e ele cortou o beijo, me deixando desentendida. Olhou para a minha calça e desabotoou a mesma. Foi descendo-a, enquanto eu só conseguia rir. Íamos transar?
- O que é isso? - perguntei, cessando minha risada e tentando controlar minha respiração.
- Relaxa que não é o que você tá pensando. Calcinha de coração, Tatá?!
- Qual o problema, amor? É fofa.
- Broxante.
- Você disse que não é o que estou pensando. É ou não é?
- Não é, mas caso fosse, deixava de ser. Broxaria na hora.
- Para de cena, a calcinha ia ser tirada mesmo.
- Mas antes de ser jogada, ia estragar tudo.
- Por que você tirou minha calça, Loli?
- Condição pra eu te levar no colo.
- Eu tenho que estar só de calcinha?
- Sem essa calça frouxa.
- Mas tá frio, amor.
- Tô nem aí!
- Você sabe que não vai rolar e quer me ver só de calcinha?
- Eu gosto de me torturar.
- Pelo amor de Deus, Luan! Cresça!
- Até tentaria, mas a calcinha não ajuda.
- Seu idiota. - acusei, puxando sua cabeça e selando nossos lábios novamente. Depois de mais esse beijo, Luan virou de costas e pediu que eu subisse nelas, de cavalinho. Ele pegava apoio nos meus joelhos e eu, continha meus braços assegurados ao redor do seu pescoço. Descemos desse modo, bebemos água e voltamos do mesmo jeito. Foi divertido.
No nosso closet, eu escolhia minhas peças para o dia seguinte e Luan me contava algumas coisas do seus amigos, com o celular na câmera frontal, testando ângulos.
- Se você tirar foto minha assim, você vai ver. - olhei, vendo que ele fazia pose, com a câmera me pegando de uma maneira distraída e horrorosa.
- Então vem cá, faz tempo que não tiramos uma foto.
- Tiramos várias no show das meninas, Loli.
- Mas não postamos nenhuma, eu quero postar.
- Você gosta de provocar elas, né?!
- Você ainda acha que existe alguém contra nós?
- Acho. Sempre existe. E se não existe, vai existir. Casal que fica postando foto toda hora é chato.
- Mas nós somos legais. E de quem é o Instagram? Eu posto a foto que eu quiser. Acho que daqui em diante só vou postar foto com você, quero ver quem vai reclamar.
- Ui, bichão! - me aproximei. - Deixa eu me ajeitar. - ajeitei o cabelo e virei de lado. Pus a mão na boca e sorri. Luan fez uma expressão séria e tirou duas fotos. - Que cara é essa, Loli? Dá um sorriso.
- Não. Ia ficar gay.
- Machista.
- Realista.
- E esse peito estufado?
- Eu sou forte.
- Até parece! Apaga essa foto, não quero você postando sua tatuagem.
- Por que, muié? Tá doida?
- Porque eu tenho ciúmes. Você não manda eu apagar foto de biquíni? Lembra do Beach Park? Então, não quero que você poste a minha tatuagem.
- Ah, o terço é em você agora?
- É em você, mas é meu. E mesmo sendo só um terço, causa muitos pensamentos maliciosos. Acho sexy. - mordi sua orelha e ele riu, aquela risadinha gostosa.
- Você é doida, amor. E eu vou postar, sim! Você tá dizendo que um terço é sexy, vai pro inferno.
- E suas fãs vão todas comigo.
- Gostei de saber disso. Vou postar! E se reclamar muito, eu te corto e posto só eu e esse meu peitoral foda.
- Você se acha, né?! Ama provocar elas e as piranhas que te seguem. - pôs o dedo na minha boca, se gabando, como se quisesse me calar.
- Que culpa eu tenho se sou gostoso?
- Amanhã você vai ter uma foto minha bem linda só de biquíni no meu Instagram.
- Eu sei sua senha. Serão dois trabalhos: você postar e eu apagar.
- Ridículo! - me afastei, voltando para as minhas roupas.
luansantana A muié gosta de comédia romântica e eu de terror, como que faz? Medrosaaaa!😜 @tataccioly
Nos esforçamos para não esticar o nosso papo e irmos dormir logo, porque senão, eu sofreria para acordar cedo.
Amanheceu e eu desejei jogar meu celular no chão; para despedaça-lo em vários pedaços, mesmo! O toque do despertador era irritante e agonizante. Ou seja: só me restou levantar. Não queria acordar Luan, ele podia dormir até tarde. Tomei banho, me arrumei e desci, cumprimentando Marina e comendo o que ela havia feito. Conversamos durante esse curto tempo, até minha mãe ligar, dizendo que estava chegando. Corri para pegar minha bolsa e me despedir do meu marido.
- Já estou indo, meu bem. - beijei seu rosto, ele se mexeu um pouco. - Te aviso da hora que vou voltar! - selei seus lábios.
- Hum...
- Está ouvindo? Mando mensagens, vou deixar você dormir.
- Tô ouvindo, amor. - balbuciou. - Como você vai pro aeroporto? - abriu os olhos e eu alisei sua barba. - Espera que eu vou deixar você... - elevou o tronco e eu o impedi de sentar.
- Não precisa, Loli. Mamãe está vindo!
- Por que você pediu pra ela, eu estando em casa?
- Porque ela tem um compromisso, só vai me dar uma carona.
- Você já contou pra ela do João Guilherme? - falava com os olhos inchados.
- Não. Só você, a Bruna e a vovó sabem. Eu inventei que ia pra uma reunião, ia ver as minhas amigas... Alguma coisa assim, ela acreditou.
- Ah, sim.
- Tchau. - o abracei e ele pousou as mãos na minha nuca e na minha bunda, respectivamente. Eu estava sobre ele, agora rindo do seu jeitinho sonolento. - Loli, tchau. - repeti, tentando me soltar das suas mãos, levantar do seu corpo; não consegui. Meus cabelos já estavam caídos sobre os nossos rostos e ele parecia não se importar. - Amor, eu preciso ir.
- Uhum. - grunhiu, de olhos fechados. - Deita aqui comigo, deita. - subiu a mão que estava na minha nuca e afagou os meus cabelos.
- Sua proposta é bem tentadora, mas eu preciso ir. Combinamos isso ontem!
- Eu quero descombinar.
- Você tá me descabelando! - explorou as minhas duas nádegas com a mão que estava naquela região. - Meu short, Luaaan! - protestei e ele deu uma risadinha.
- Tá cheirosa, amor.
- Eu nunca fui?
- Sempre foi, mas... Tá com um cheirinho diferente!
- Passei outro perfume.
- Gostei.
- Agora eu posso ir?
- Pode, mas... vai ter que enfrentar um beijo do gostosão aqui que acabou de acordar e não escovou os dentes.
- Até parece que eu nunca fiz isso! Somos casados, e não namoradinhos há um mês, que dormiram juntos pela primeira vez.
- Quando éramos namoradinhos há um mês, transávamos com mais frequência. Eu preferia.
- Então arranja uma namoradinha! - selei seus lábios. - Você. - mais uma vez. - Tá. - mais um selinho. - Me. - mais um. - Atrasando. - encerrei a série de selinhos.
- Boa viagem, minha linda. Cuidado por aí.
- Pode deixar! Vou encontrar o meu amante e ele cuida muito bem de mim.
- Eu sei que sou corno mesmo. - nos olhamos nos olhos e sorrimos, como dois adolescentes. Puxei seus lábios para um beijo de verdade, sem nenhuma frescura.
Enfim desci, com pressa e desengonçada. Minha mãe já estava em frente à minha casa e questionou minha demora. Eu contei, ainda rindo. Ela me perguntou como nós dois estávamos, se ele gostou do resultado casa, etc. Eu ia respondendo, enquanto procurava uma foto para postar.
tataccioly Bom dia assim, bem cedinho mesmo, já à caminho do aeroporto! 🌤💛✈ Qual é a cidade? 🤔 Dica: essa foto eu tirei na última vez que estive nela. 🙊
- Tatá? - João Guilherme atendeu a porta surpreso, mas com um sorriso no rosto. Antes que eu respondesse, ele me abraçou. Sua atitude me comoveu.
- Oi, João! Tudo bom? - o apertei.
- Gui, Tatá! Gui! - me repreendeu. - Tudo sim, e você?
- Tudo ótimo.
- Você me deixou no vácuo! - acusou, me fazendo rir. Desde que nos conhecemos, nós nos falávamos pelo o WhatsApp. Mas a minha vida estava um caos, corrida demais e eu, desatenta como sempre, acabava dando esses vacilos.
- Desculpa! É que muita gente fala comigo, eu não tô tendo tempo ultimamente... Às vezes deixo até o Luan no vácuo.
- Ele me deu o número dele, ia até falar, mas fiquei com vergonha. - passou a mão no cabelo.
- Que besteira, João! Me fala, sua madrinha está aí? Antes de vir eu liguei pra ela e ela disse que estaria.
- Tá sim! Entra! Eu vou chamar! - segurou na minha mão e eu sorri, encantada. Sentei no sofá e logo a Livia apareceu.
- Tanara! - me abraçou. - Fiz o almoço especialmente pra você, mas você nem veio.
- É, eu almocei nas minhas amigas. Não sabia que você me esperaria pro almoço, desculpa.
- Imagina! Veio ver o João Guilherme? Luan não veio?
- Não, ele ficou em casa. E... eu não vim para vê-lo especificamente! - sorri de canto, receosa. - Eu vim te pedir uma coisa!
- Coisa? Que coisa?
- Eu queria fazer um convite pra ele, mas depende de você.
- Convite? Outro show? Eu quero! - João se adiantou.
- Não, não é show. Mas é uma coisa tão especial quanto...
- Do que se trata, então? - Livia arqueou as sobrancelhas, com um semblante mais sério.
- Eu queria levar ele pra São Paulo, pra conhecer minha família. Estamos em julho, ele está de férias, então acho que não tem problema.
- Hoje?
- Sim, João! Você quer? Eu e o Luan acabamos de nos mudar. Morávamos num apartamento pequeno e agora, a nossa casa é grande, confortável. Acho que você vai adorar!
- Ele não quer. - ela respondeu, com um sorriso cínico.
- Não? Por quê?
- Lembra, Gui? Você estava marcando com seus amigos.
- Mas eu vi meus amigos esses dias todos, madrinha! Eu vou gostar de conhecer a família da Tatá, do Luan... Eu já conheço São Paulo, fui quando era mais novo, mas vai ser demais ir de novo! - comemorei em segredo.
- Então, Livia? - mantive a postura.
- É, sendo assim...
- Vai arrumar sua mala, João! - pedi, feliz.
- Mas já? Vocês vão hoje? E a passagem? - Livia parecia... desgostosa?
- Vou comprar pela internet agora ou lá mesmo. Me passa os documentos dele?
- Vou ajeitar minhas coisas. - João sumiu da sala, numa velocidade incrível. Ele amou a ideia, que alívio!
🚺🚹
- Foi impressão minha ou a sua madrinha não gostou muito de você ter vindo?
- Madrinha é assim mesmo, Tatá! Não liga, não. Essa é a sua casa? - observou, quando o táxi parou.
- Sim, essa é a nossa casa.
- Nossa?
- Er... minha e do Luan! - disfarcei.
- Ah, entendi. - deu de ombros. Paguei o motorista e descemos, agradecendo. Expliquei ao meu irmão que estava havendo um churrasco, porque o Luan estava de folga e adorava essas coisas. Ele entendeu e pareceu ansioso para entrar.
- Tatá! - minha enteada estava passando pela sala e correu para os meus braços.
- Oi, Lau! - me abaixei para abraçá-la. - Olha, esse é o João Guilherme!
- Oi, João!
- Oi, Laura!
- Você me conhece? - perguntou, sabida.
- Conheço! - João riu.
- Quem é ele, Tatá? - sussurrou no meu ouvido.
- Ele é meu irmão! - sussurrei de volta.
- Mas você não tinha só a Dudinha? - continuávamos conversando baixinho.
- Não, eu tenho ele também! - sorri. - Cadê o pessoal?
- Papai tá fazendo churrasco.
- Vamos lá. - abandonei nossos pertences na sala e levei os dois até onde estavam todos. João Guilherme estava meio tímido, o que era totalmente compreensível. Minha sogra foi a primeira a nos avistar e quando disse meu nome, chamou a atenção de todos, principalmente a do meu marido, que estava distraído. Luan abriu um sorriso lindo, vindo me dar um beijo. Cumprimentou João com suas brincadeiras e o menino ficou todo bobo. Acho que o lado fã falava mais alto...
Todos ficaram curiosos, mas não falaram nada. Educados, se preocuparam em cumprimentar o garoto. Depois de todos os cumprimentos, eu me pronunciei. Expliquei, abraçada ao meu marido, como João Guilherme surgiu em nossas vidas. Ficaram boquiabertos! Principalmente, minha mãe. Mas Luan me ajudou a contar a história desde o princípio e eles entenderam; ou fingiram entender. Com o tempo se acostumariam, nós esperávamos.
Eu e Luan fomos colocá-lo em um dos quartos de hóspedes, que futuramente, seria dele. Nossas famílias estavam se esforçando para entrosa-lo e pelo o visto, estava dando certo. João Guilherme ficou trocando de roupa para curtir o churrasco e eu, fui tomar banho.
- Você acha que eles vão demorar a se acostumar?
- Espero que não, Loli. Você sabe que ele não vai ser só 'o meu mais novo irmão que mora no Rio'...
- Eu sei, mas eles não sabem! Acabamos de apresentar o Joca, cê num acha que deve esperar mais um pouco? Já foi um susto, sua mãe tá espantada até agora.
- A reação deles foi normal para a situação. Eu mesma fiquei bem pior quando a Livia me contou!
- Amor...
- Eu tô entendendo o que você tá querendo dizer, Loli!
- Não vai ser fácil ele absorver a novidade. De repente morar com a irmã que acabou de conhecer? Já conversamos sobre isso, Tatá! Vai com calma, por favor.
- Estou com muita calma. Relaxa, vai? Sei o que estou fazendo! - terminei de me vestir.
- Meu medo não é por eles, até porque as vidas são nossas... Não me importo com o que vão pensar, mas sim, com o próprio João Guilherme! Se ele reagir mal? Se ele interpretar de uma maneira maldosa? Se ele descontar em você? Ele é adolescente, não vai pensar duas vezes antes de te maltratar.
- Luan, respira, tá?! Você tá mais nervoso que eu! - me aproximei, fazendo um coque no meu cabelo. - Vai dar tudo certo. - tentei passar segurança.
- Eu não sei se devo confiar em você.
- Deve, sim. - me inclinei, beijando seu olho.
Deve?