terça-feira, 30 de agosto de 2016

Capítulo 54 - Se nós somos dois em um, não temos medo de dizer promundo.


Tanara's POV.

O celular do meu marido tocava freneticamente e, num ritmo lento, ainda com os olhos fechados, estiquei meu braço e peguei-o. Luan estava ao meu lado e pelo o visto, em um sono bem mais pesado que o meu. O nome da sua mãe estava estampado e eu tomei a liberdade de atender. Marizete contava que a neta estava impaciente para conhecer sua nova casa e não parava de perguntar que horas íriamos buscá-la. Lembrei que Marquinhos estava hospedado aqui e que eu teria que preparar um café da manhã, não podia ficar deitada. Então, diante todos esses fatos, disse-a que iria buscá-la sozinha. Luan não gostava de acordar cedo e eu achei melhor poupa-lo de um dia de mau humor.

 - Bom dia, Tatá! - Marquinhos disse, depositando um beijo estalado no meu rosto.
 - Bom dia, Marquinhos. - sorri. - Dormiu bem?
 - Bem demais! Impossível dormir mal naquele quarto. - sentou-se, frente à mim.
 - Gostou da casa, né?!
 - Parece de filme. Se o quarto de hóspedes é confortável daquele jeito, imagina o de vocês?
 - É um sonho mesmo. Eu, Tia Zete e mamãe que escolhemos tudo.
 - Pelo visto não tiveram pena do bolso do boi.
 - Ele não reclamou de nada. - mostrei a língua.
 - Impressionante, viu? Luan é mão de vaca, só você faz esses milagres. Uma casa dessa, carro de presente... Realmente, ter Tanara Accioly é para quem pode. Se trata de uma mulher com o custo de manutenção muito alto.
 - Para, vai. - rimos. - Preparei esse café da manhã bem rápido, se você quiser mais alguma coisa, pode falar.
 - Marina não continuou com vocês, não?
 - Sim, sim, continuou. Mas hoje ela não vem, Luan deu folga.
 - Coitada dela! Aguentar você como patroa não deve ser fácil. E sobre essas comidas, dá pra matar a fome.
 - Controla esse amor por mim! - estreitei os olhos, e ele sorriu, brincalhão.
 - Aonde vai toda arrumada, Senhora Santana?
 - Buscar a Laura, ela está ansiosa.
 - É estranho, né, Tatá? Ganhar uma filha do nada.
 - Muito. - sorri de canto. - Mas acho que já estou me acostumando. Eu nunca imaginei que seria madrasta, muito menos com 23 anos.
 - A vida é muito louca. Eu lembro de vocês dois namorando, bem no comecinho... Uma coisa meio incerta. Depois, o fim. Que os dois ficaram mal demais e ninguém dizia que teria volta. Agora estão casados, são uma família.
 - Own, meu gordinho! Você tem razão, a vida nos surpreende. E graças a Deus você participou de toda essa história, hum?!
 - Sendo vítima dos ciúmes do Luan, mas participei. - deu de ombros e eu liberei uma risadinha. Ele tinha razão.
 - Quer ir comigo? Buscar a Laura?
 - Quero! - respondeu prontamente.
 - Que ótimo! Aí eu já te uso como fotógrafo.
 - Fotógrafo? - franziu a testa.
 - Olha meu look, Marquinhos. - levantei. - Merece uns cliques, não?
 - Ah, claro! Já estava demorando. - riu, revirando os olhos.
 - Querido, dessa vez a Laura também vai participar.
 - Vou fotografar vocês duas?
 - Uhum. Já até separei as peças que ela usará! Agora termina aí que eu vou pegar minha bolsa.
 - Certo, popozuda. - concordou, enquanto eu desocupava a cozinha.

Marquinhos terminou de comer e nós fomos para a casa da minha sogra. Adivinha como? Exatamente, no meu carro. Abre parênteses. Emoji amarelinho de olhinhos de coração. Fecha parênteses. Conversamos um pouco com Marizete, Bruna, Seu Amarildo... e trouxemos Laura. Ela, como o previsto, ficou encantada com a casa e deslumbrada com o seu quarto. Me abraçou, com os olhos brilhando e um sorriso gigante. Contei-a da minha ideia e logicamente, exibida como só ela, aceitou sem nem questionar.

 - Ficaram ótimas, Marquinhos! Você dá pra fotógrafo. - usei duplo sentido na frase e ele me mostrou o dedo do meio.
 - Eu também gostei, apesar de nunca ter feito isso.
 - Não tem segredo! Parabéns e obrigada. - beijei seu rosto.
 - Não foi nada, Tatá. Até me diverti! Aliás, vai querer tirar mais algumas?
 - Não, temos o suficiente.
 - Então avisa pra Laurinha porque ela ainda está fazendo pose.
 - Ela está dançando. - ri, enquanto observávamos.
 - Mas sem música?
 - Coisa de criança. - expliquei, sendo atrapalhada pelo o meu celular. Toque de chamada. Luan.

 - Oi, amor!
 - Amor? Você me abandona e vem me chamar de amor? Pra onde você foi com o Marquinhos? Sua desnaturada.
 - Quem manda você dormir muito? Acordou agora?
 - Acordei. E sozinho! So-zi-nho. - soletrou.
 - Fomos buscar a Laura, meu bem. Sua mãe ligou e ele foi comigo. Voltamos pra casa, mostramos o quarto dela e saímos de novo pra tirar umas fotos. Terminamos agora.
 - Muito bonito, né, Dona Tanara?
 - Já estou voltando, meu amor.
 - Fica o dia todo aí com o Marquinhos!
 - Ai, amor, vai comer, vai. - desliguei e o Marquinhos já ria. Com certeza deduziu o que o amigo queria.

                               🚺🚹

 - Papai, eu amei meu quarto! Ele é tão lindo, parece de princesa. - Laura se jogava nos braços do pai.
 - Você tem que agradecer a sua avó e a Tatá. - levantou-a. - Demoraram por quê?
 - Fomos no mercado, comprei uns ingredientes que não tinha aqui.
 - Diz ela que vai fazer um almoço delicioso. - Marquinhos arregalou os olhos, contraindo a pele do pescoço.
 - E uma sobremesa! - Laura lembrou, animada.
 - Fica duvidando, Marcos! Amor, comeu? - fez que sim. - Então me ajuda com as sacolas. Você, reclamão, - apontei para Marquinhos. - também.
 - Pede só pro Marquinhos. - sorriu, cínico.
 - Para de piada, viado. Com esse drama todo tá parecendo a Tatá!
 - Meu pai não gosta de ficar sozinho, tio. - alisou o rosto do pai, carinhosa e compreensiva. Ele beijou ela, achando graça no seu jeitinho.
 - Seu pai é um... - Marquinhos começou.
 - Ó os palavrão perto da Laura! - repreendeu o amigo, pondo a filha no chão. - Vai brincar, Laurinha!
 - Vou pro meu quarto. - saiu correndo, entusiasmada, radiante de tanta alegria.
 - Ela amou o quarto. - comentei, sorrindo.
 - Até eu amaria. Vocês dois não querem me adotar não?
 - Cala a boca, Marquinhos. - eu e Luan falamos ao mesmo tempo, nos aproximando em seguida. Acabamos rindo.
 - Eu odeio vocês. - Marquinhos disse e saiu, certamente indo levar as compras para a cozinha. Beijei meu marido.

Eu fiz o almoço aos olhos dos dois, que revezavam entre conversar sobre música, fofocar dos amigos e implicar um com o outro. Mais atrapalharam do que ajudaram. Na sobremesa, então. “Tira o dedo daí, Luan!” “Marquinhos, não mexe nisso.” Eu tinha que me desconcentrar para chamar a atenção das duas crianças. Laura só apareceu pra almoçar e foi um momento gostoso, nós quatro na mesa. Ah, meu tempero fez sucesso. Tanto o almoço como a sobremesa: morderam a própria língua e amaram. Durante a tarde, editei as fotos tiradas mais cedo e postei no site. Luan adorou e nos elogiou.

tataccioly OLHA QUE SURPRESA BOA! 😵😍 Eu e a Laurinha (uma blogueirinha toda) fotografamos hoje mais cedo com esses looks, na intenção de inspirar vocês! 💗 Espero que tenhamos conseguido... 🙈  Tudo no site, deem uma olhadinha! 🙌🏻 E sim gente, ela ama demais essas coisas, é uma figura! Coisa mais linda! 👧🏻✨ @lausantanareal

lunara Aaaaaaaa vê se eu aguento! 😍Fofurometro explodindo aqui, sériooooo! 💖 Duas lindas! Poderosas! Estilosas! Lacraram nesse editorial.. 👏🏻👏🏻👏🏻 Adorei a ideia, mais uma vez Tatá surpreendeu. Sem contar que isso serviu pra mostrar a relação das duas: madrasta e enteada entrosadas, se dão muito bem. Luan merece demais tudo isso e nos resta ficar felixxxxx! Isabel é sortuda, né?! Quer dizer, a Laura kkkkkkkkk Ahhhhhhh, vocês viram os créditos das fotos? MARQUINHOS QUE FOTOGRAFOU, estava com elas 😂 ARRASOU QUERIDINHOOOO! 📸 Morri, sério! @tataccioly @marquinhoswef @lausantanareal @luansantana
 faslunara Como a Pri diz, as santanareal mais lindas! 👏🏻👭 O fandom está destruído! 💟 Faltou só a @brusantanareal hahahahahahah Confiram todas as fotos no site, vale a pena ver! 😍🔝 @tataccioly 


 - Eu acho que você podia demorar mais, Marquinhos. Poxa, você mal vem em São Paulo... - nos despedíamos.
 - Com essa casa à minha espera, eu não vou mais demorar, Tatá. - o abracei, rindo das suas bobagens.
 - Desculpa qualquer coisa, viu?! E aparece logo, é sério, eu fico com saudade. - beijei seu rosto e ele me apertou, como um panda.
 - Tchau, viado. Obrigado pela a ajuda com o carro e boa viagem! - Luan abraçou-o de lado, era o cumprimento deles.
 - Tchau, boi. Não foi nada! Qualquer coisa, é só chamar. - sorriu, se afastando de nós dois. Antes de entrar no carro, acenou. O motorista, buzinou. Logo a partida foi dada e o veículo foi ficando cada vez menor, se distanciando e sumindo das nossas vistas.

 - Odeio despedidas. - choramingava, no ombro de Luan.
 - Ele não vai morrer, Tatá. Ele só vai voltar pra casa!
 - Marquinhos podia morar em São Paulo.
 - Vocês dois podiam não se dar bem.
 - Ciumento! - beijei seu pescoço. - Nossa, amor, deu vontade de comer pipoca. Vamos assistir filme?
 - De novo, Tatá?
 - Poxa, amor, o quê que tem? - mordi sua orelha.
 - Meio contraditório. Você propõe filme, mordendo minha orelha?
 - Não precisa pensar besteira. - sussurrei, provocativa. Ele se arrepiou.
 - Vai querer mesmo filme? - sorriu, sacana.
 - Vou! Pipoca e filme, porque eu tenho que arrumar minha mala e dormir. Amanhã acordo cedo, você sabe que eu vou pro Rio!
 - Mas precisa de mala? Cê num vai e volta no mesmo dia?
 - Precisa, amor. Claro que precisa, tenho que estar prevenida.
 - Vamos levar o João na Xumba?
 - Na mamãe também. Quero apresentar ele a todos!
 - Acho melhor eu fazer um churrasco aqui. A gente apresenta ele e a casa nova.
 - Adorei, amor.
 - Cê vai fazer a pipoca agora?
 - Vou! - selei seus lábios e levantei do sofá.

Fiz a pipoca e voltei pra sala, flagrando Luan entretido na tevê. O chamei e ele a desligou, despertando. Subimos para o nosso quarto e dessa vez, quem escolheu o filme foi ele. Laura havia dormido antes que o Marquinhos saísse. Mesmo de férias, ela não conseguia ficar até tarde acordada.


tataccioly Os loucos do combo: filme e pipoca! 😂💜 @luansantana 


O filme era um suspense, género que não me agradava muito. Diferente do meu marido, que adorava.

 - Gostou?
 - Gostei, Loli. Deu medo, mas é bom.
 - Você é medrosa demais! - caçoou de mim. - Vou beber água.
 - Não! - o interrompi. - Eu vou com você.
 - Não acredito, Tatá!
 - É sério, amor. - fiz beicinho.
 - Tudo bem. - suspirou derrotado.
 - Vamos beber água e você vai me ajudar com a mala.
 - Amor, você vai fazer um bate e volta.  Vai pro Rio, volta do Rio, no mesmo dia. Não vai nem ficar em hotel!
 - Mas e se acontecer algum imprevisto? E eu tenho que escolher a roupa que vou viajar.
 - Eu desisto de você. - levantou.
 - Me leva nos braços, amor. - fiquei em pé na cama e ele me olhou sério e desacreditado.
 - Pra quem tá negando fogo desde ontem, você tá pedindo demais.
 - Deixa de ser chato. - aproximei nossos rostos e enfiei os meus dedos entre seus fios. Abri a boca, como se fosse beijá-lo, e ele fez o mesmo. Só, que, fiquei brincando, demorando a encaixa-las. Algo tão bobo, que mesmo sendo de tamanha bobagem, foi capaz de nos causar uma risada. Então, com os nossos dentes à mostra, ele tomou meus lábios, impaciente. Nosso beijo me fez abaixar. O trouxe comigo. Sentei na cama. Ele se inclinou, entre minhas pernas. Deitei. Ele se debruçou sobre mim. Entrelacei minhas pernas ao redor dos seus quadris e ele cortou o beijo, me deixando desentendida. Olhou para a minha calça e desabotoou a mesma. Foi descendo-a, enquanto eu só conseguia rir. Íamos transar?

 - O que é isso? - perguntei, cessando minha risada e tentando controlar minha respiração.
 - Relaxa que não é o que você tá pensando. Calcinha de coração, Tatá?!
 - Qual o problema, amor? É fofa.
 - Broxante.
 - Você disse que não é o que estou pensando. É ou não é?
 - Não é, mas caso fosse, deixava de ser. Broxaria na hora.
 - Para de cena, a calcinha ia ser tirada mesmo.
 - Mas antes de ser jogada, ia estragar tudo.
 - Por que você tirou minha calça, Loli?
 - Condição pra eu te levar no colo.
 - Eu tenho que estar só de calcinha?
 - Sem essa calça frouxa.
 - Mas tá frio, amor.
 - Tô nem aí!
 - Você sabe que não vai rolar e quer me ver só de calcinha?
 - Eu gosto de me torturar.
 - Pelo amor de Deus, Luan! Cresça!
 - Até tentaria, mas a calcinha não ajuda.
 - Seu idiota. - acusei, puxando sua cabeça e selando nossos lábios novamente. Depois de mais esse beijo, Luan virou de costas e pediu que eu subisse nelas, de cavalinho. Ele pegava apoio nos meus joelhos e eu, continha meus braços assegurados ao redor do seu pescoço. Descemos desse modo, bebemos água e voltamos do mesmo jeito. Foi divertido.

No nosso closet, eu escolhia minhas peças para o dia seguinte e Luan me contava algumas coisas do seus amigos, com o celular na câmera frontal, testando ângulos.

 - Se você tirar foto minha assim, você vai ver. - olhei, vendo que ele fazia pose, com a câmera me pegando de uma maneira distraída e horrorosa.
 - Então vem cá, faz tempo que não tiramos uma foto.
 - Tiramos várias no show das meninas, Loli.
 - Mas não postamos nenhuma, eu quero postar.
 - Você gosta de provocar elas, né?!
 - Você ainda acha que existe alguém contra nós?
 - Acho. Sempre existe. E se não existe, vai existir. Casal que fica postando foto toda hora é chato.
 - Mas nós somos legais. E de quem é o Instagram? Eu posto a foto que eu quiser. Acho que daqui em diante só vou postar foto com você, quero ver quem vai reclamar.
 - Ui, bichão! - me aproximei. - Deixa eu me ajeitar. - ajeitei o cabelo e virei de lado. Pus a mão na boca e sorri. Luan fez uma expressão séria e tirou duas fotos. - Que cara é essa, Loli? Dá um sorriso.
 - Não. Ia ficar gay.
 - Machista.
 - Realista.
 - E esse peito estufado?
 - Eu sou forte.
 - Até parece! Apaga essa foto, não quero você postando sua tatuagem.
 - Por que, muié? Tá doida?
 - Porque eu tenho ciúmes. Você não manda eu apagar foto de biquíni? Lembra do Beach Park? Então, não quero que você poste a minha tatuagem.
 - Ah, o terço é em você agora?
 - É em você, mas é meu. E mesmo sendo só um terço, causa muitos pensamentos maliciosos. Acho sexy. - mordi sua orelha e ele riu, aquela risadinha gostosa.
 - Você é doida, amor. E eu vou postar, sim! Você tá dizendo que um terço é sexy, vai pro inferno.
 - E suas fãs vão todas comigo.
 - Gostei de saber disso. Vou postar! E se reclamar muito, eu te corto e posto só eu e esse meu peitoral foda.
 - Você se acha, né?! Ama provocar elas e as piranhas que te seguem. - pôs o dedo na minha boca, se gabando, como se quisesse me calar.
 - Que culpa eu tenho se sou gostoso?
 - Amanhã você vai ter uma foto minha bem linda só de biquíni no meu Instagram.
 - Eu sei sua senha. Serão dois trabalhos: você postar e eu apagar.
 - Ridículo! - me afastei, voltando para as minhas roupas.

luansantana A muié gosta de comédia romântica e eu de terror, como que faz? Medrosaaaa!😜 @tataccioly 




Nos esforçamos para não esticar o nosso papo e irmos dormir logo, porque senão, eu sofreria para acordar cedo.

Amanheceu e eu desejei jogar meu celular no chão; para despedaça-lo em vários pedaços, mesmo! O toque do despertador era irritante e agonizante. Ou seja: só me restou levantar. Não queria acordar Luan, ele podia dormir até tarde. Tomei banho, me arrumei e desci, cumprimentando Marina e comendo o que ela havia feito. Conversamos durante esse curto tempo, até minha mãe ligar, dizendo que estava chegando. Corri para pegar minha bolsa e me despedir do meu marido.

 - Já estou indo, meu bem. - beijei seu rosto, ele se mexeu um pouco. - Te aviso da hora que vou voltar! - selei seus lábios.
 - Hum...
 - Está ouvindo? Mando mensagens, vou deixar você dormir.
 - Tô ouvindo, amor. - balbuciou. - Como você vai pro aeroporto? - abriu os olhos e eu alisei sua barba. - Espera que eu vou deixar você... - elevou o tronco e eu o impedi de sentar.
 - Não precisa, Loli. Mamãe está vindo!
 - Por que você pediu pra ela, eu estando em casa?
 - Porque ela tem um compromisso, só vai me dar uma carona.
 - Você já contou pra ela do João Guilherme? - falava com os olhos inchados.
 - Não. Só você, a Bruna e a vovó sabem. Eu inventei que ia pra uma reunião, ia ver as minhas amigas... Alguma coisa assim, ela acreditou.
 - Ah, sim.
 - Tchau. - o abracei e ele pousou as mãos na minha nuca e na minha bunda, respectivamente. Eu estava sobre ele, agora rindo do seu jeitinho sonolento. - Loli, tchau. - repeti, tentando me soltar das suas mãos, levantar do seu corpo; não consegui. Meus cabelos já estavam caídos sobre os nossos rostos e ele parecia não se importar. - Amor, eu preciso ir.
 - Uhum. - grunhiu, de olhos fechados. - Deita aqui comigo, deita. - subiu a mão que estava na minha nuca e afagou os meus cabelos.
 - Sua proposta é bem tentadora, mas eu preciso ir. Combinamos isso ontem!
 - Eu quero descombinar.
 - Você tá me descabelando! - explorou as minhas duas nádegas com a mão que estava naquela região. - Meu short, Luaaan! - protestei e ele deu uma risadinha.
 - Tá cheirosa, amor.
 - Eu nunca fui?
 - Sempre foi, mas... Tá com um cheirinho diferente!
 - Passei outro perfume.
 - Gostei.
 - Agora eu posso ir?
 - Pode, mas... vai ter que enfrentar um beijo do gostosão aqui que acabou de acordar e não escovou os dentes.
 - Até parece que eu nunca fiz isso! Somos casados, e não namoradinhos há um mês, que dormiram juntos pela primeira vez.
 - Quando éramos namoradinhos há um mês, transávamos com mais frequência. Eu preferia.
 - Então arranja uma namoradinha! - selei seus lábios. - Você. - mais uma vez. - Tá. - mais um selinho. - Me. - mais um. - Atrasando. - encerrei a série de selinhos.
 - Boa viagem, minha linda. Cuidado por aí.
 - Pode deixar! Vou encontrar o meu amante e ele cuida muito bem de mim.
 - Eu sei que sou corno mesmo. - nos olhamos nos olhos e sorrimos, como dois adolescentes. Puxei seus lábios para um beijo de verdade, sem nenhuma frescura.

Enfim desci, com pressa e desengonçada. Minha mãe já estava em frente à minha casa e questionou minha demora. Eu contei, ainda rindo. Ela me perguntou como nós dois estávamos, se ele gostou do resultado casa, etc. Eu ia respondendo, enquanto procurava uma foto para postar.

tataccioly Bom dia assim, bem cedinho mesmo, já à caminho do aeroporto! 🌤💛✈ Qual é a cidade? 🤔 Dica: essa foto eu tirei na última vez que estive nela. 🙊






 - Tatá? - João Guilherme atendeu a porta surpreso, mas com um sorriso no rosto. Antes que eu respondesse, ele me abraçou. Sua atitude me comoveu.
 - Oi, João! Tudo bom? - o apertei.
 - Gui, Tatá! Gui! - me repreendeu. - Tudo sim, e você?
 - Tudo ótimo.
 - Você me deixou no vácuo! - acusou, me fazendo rir. Desde que nos conhecemos, nós nos falávamos pelo o WhatsApp. Mas a minha vida estava um caos, corrida demais e eu, desatenta como sempre, acabava dando esses vacilos.
 - Desculpa! É que muita gente fala comigo, eu não tô tendo tempo ultimamente... Às vezes deixo até o Luan no vácuo.
 - Ele me deu o número dele, ia até falar, mas fiquei com vergonha. - passou a mão no cabelo.
 - Que besteira, João! Me fala, sua madrinha está aí? Antes de vir eu liguei pra ela e ela disse que estaria.
 - Tá sim! Entra! Eu vou chamar! - segurou na minha mão e eu sorri, encantada. Sentei no sofá e logo a Livia apareceu.
 - Tanara! - me abraçou. - Fiz o almoço especialmente pra você, mas você nem veio.
 - É, eu almocei nas minhas amigas. Não sabia que você me esperaria pro almoço, desculpa.
 - Imagina! Veio ver o João Guilherme? Luan não veio?
 - Não, ele ficou em casa. E... eu não vim para vê-lo especificamente! - sorri de canto, receosa. - Eu vim te pedir uma coisa!
 - Coisa? Que coisa?
 - Eu queria fazer um convite pra ele, mas depende de você.
 - Convite? Outro show? Eu quero! - João se adiantou.
 - Não, não é show. Mas é uma coisa tão especial quanto...
 - Do que se trata, então? - Livia arqueou as sobrancelhas, com um semblante mais sério.
 - Eu queria levar ele pra São Paulo, pra conhecer minha família. Estamos em julho, ele está de férias, então acho que não tem problema.
 - Hoje?
 - Sim, João! Você quer? Eu e o Luan acabamos de nos mudar. Morávamos num apartamento pequeno e agora, a nossa casa é grande, confortável. Acho que você vai adorar!
 - Ele não quer. - ela respondeu, com um sorriso cínico.
 - Não? Por quê?
 - Lembra, Gui? Você estava marcando com seus amigos.
 - Mas eu vi meus amigos esses dias todos, madrinha! Eu vou gostar de conhecer a família da Tatá, do Luan... Eu já conheço São Paulo, fui quando era mais novo, mas vai ser demais ir de novo! - comemorei em segredo.
 - Então, Livia? - mantive a postura.
 - É, sendo assim...
 - Vai arrumar sua mala, João! - pedi, feliz.
 - Mas já? Vocês vão hoje? E a passagem? - Livia parecia... desgostosa?
 - Vou comprar pela internet agora ou lá mesmo. Me passa os documentos dele?
 - Vou ajeitar minhas coisas. - João sumiu da sala, numa velocidade incrível. Ele amou a ideia, que alívio!

                               🚺🚹

 - Foi impressão minha ou a sua madrinha não gostou muito de você ter vindo?
 - Madrinha é assim mesmo, Tatá! Não liga, não. Essa é a sua casa? - observou, quando o táxi parou.
 - Sim, essa é a nossa casa.
 - Nossa?
 - Er... minha e do Luan! - disfarcei.
 - Ah, entendi. - deu de ombros. Paguei o motorista e descemos, agradecendo. Expliquei ao meu irmão que estava havendo um churrasco, porque o Luan estava de folga e adorava essas coisas. Ele entendeu e pareceu ansioso para entrar.

 - Tatá! - minha enteada estava passando pela sala e correu para os meus braços.
 - Oi, Lau! - me abaixei para abraçá-la. - Olha, esse é o João Guilherme!
 - Oi, João!
 - Oi, Laura!
 - Você me conhece? - perguntou, sabida.
 - Conheço! - João riu.
 - Quem é ele, Tatá? - sussurrou no meu ouvido.
 - Ele é meu irmão! - sussurrei de volta.
 - Mas você não tinha só a Dudinha? - continuávamos conversando baixinho.
 - Não, eu tenho ele também! - sorri. - Cadê o pessoal?
 - Papai tá fazendo churrasco.
 - Vamos lá. - abandonei nossos pertences na sala e levei os dois até onde estavam todos. João Guilherme estava meio tímido, o que era totalmente compreensível. Minha sogra foi a primeira a nos avistar e quando disse meu nome, chamou a atenção de todos, principalmente a do meu marido, que estava distraído. Luan abriu um sorriso lindo, vindo me dar um beijo. Cumprimentou João com suas brincadeiras e o menino ficou todo bobo. Acho que o lado fã falava mais alto...

Todos ficaram curiosos, mas não falaram nada. Educados, se preocuparam em cumprimentar o garoto. Depois de todos os cumprimentos, eu me pronunciei. Expliquei, abraçada ao meu marido, como João Guilherme surgiu em nossas vidas. Ficaram boquiabertos! Principalmente, minha mãe. Mas Luan me ajudou a contar a história desde o princípio e eles entenderam; ou fingiram entender. Com o tempo se acostumariam, nós esperávamos.

Eu e Luan fomos colocá-lo em um dos quartos de hóspedes, que futuramente, seria dele. Nossas famílias estavam se esforçando para entrosa-lo e pelo o visto, estava dando certo. João Guilherme ficou trocando de roupa para curtir o churrasco e eu, fui tomar banho.

 - Você acha que eles vão demorar a se acostumar?
 - Espero que não, Loli. Você sabe que ele não vai ser só 'o meu mais novo irmão que mora no Rio'...
 - Eu sei, mas eles não sabem! Acabamos de apresentar o Joca, cê num acha que deve esperar mais um pouco? Já foi um susto, sua mãe tá espantada até agora.
 - A reação deles foi normal para a situação. Eu mesma fiquei bem pior quando a Livia me contou!
 - Amor...
 - Eu tô entendendo o que você tá querendo dizer, Loli!
 - Não vai ser fácil ele absorver a novidade. De repente morar com a irmã que acabou de conhecer? Já conversamos sobre isso, Tatá! Vai com calma, por favor.
 - Estou com muita calma. Relaxa, vai? Sei o que estou fazendo! - terminei de me vestir.
 - Meu medo não é por eles, até porque as vidas são nossas... Não me importo com o que vão pensar, mas sim, com o próprio João Guilherme! Se ele reagir mal? Se ele interpretar de uma maneira maldosa? Se ele descontar em você? Ele é adolescente, não vai pensar duas vezes antes de te maltratar.
 - Luan, respira, tá?! Você tá mais nervoso que eu! - me aproximei, fazendo um coque no meu cabelo. - Vai dar tudo certo. - tentei passar segurança.
 - Eu não sei se devo confiar em você.
 - Deve, sim. - me inclinei, beijando seu olho.

Deve?

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Capítulo 53 - E todo mundo diz que ele completa ela, e vice-versa, que nem feijão com arroz.


 - Uai? Quê isso? Festa surpresa? - perguntou no seu jeitão, como se nada tivesse acontecido. Eu só tive uma reação: sorrir e correr para abraçá-lo. - Oi, amor. - beijou minha cabeça, enquanto eu o apertava, aspirando seu cheiro, para ter a  confirmação que ele estava bem, intacto.
 - Que bom que você tá bem. - beijei seu tórax, respirando aliviada.
 - Eu devia estar mal? - perguntou com um sorriso serelepe no rosto, me fazendo acordar para o que ele tinha nos feito passar.
 - Como você some do nada? Você quer me matar, é isso? - me afastei e estapeei seu braço.
 - Ai, muié, para. - se defendeu, enquanto todos olhavam-o indignados.
 - Luan Rafael Domingos Santana! Aonde você estava? - Marizete levantou, séria. - Você quer nos matar de tanta preocupação? Sai de casa cinco horas da manhã, não avisa a sua mulher, não avisa a ninguém, e só chega agora?
 - Credo, Xumba! Eu só fui dar uma volta.
 - Dar uma volta? - Bruna perguntou, com sua expressão facial sendo tomada pela a indignação. - Bate mais, Tatá, bateu pouco.
 - Irresponsável! - Amarildo acusou e de repente, a sala foi preenchida por burburinhos, todos criticando meu marido. Ele até tentou se defender dos sermões, mas acabava liberando seus risos desentendidos e assustados.

 - Pode me explicar o que foi isso? - me seguiu até a cozinha, eu queria beber água.
 - Você não dirige a palavra pra mim, não, Luan Rafael. - peguei o copo.
 - Meu bem, o que eu fiz?
 - Sumiu. Acha pouco? Poxa, nem pra deixar a merda do celular ligado.
 - Ele descarregou. - se aproximou.
 - Sai. - me afastei. - Você me preocupou, fiquei desesperada, tive que avisar seus pais, liguei pra todos os seus amigos... - ele riu, debochando. - Fica rindo mesmo, não foi você. Sabe quantas coisas horríveis eu imaginei? Não, você não sabe.
 - Eu só fui dar uma volta porque ontem fiquei muito nervoso. Mal consegui dormir! Estava agoniado, então, decidi sair. Eu não quis te acordar, meu amor. Só isso.
 - Não justifica! - exclamei.
 - Que fofinha cê toda preocupadinha. - sorriu, encantado.
 - Vai tomar no seu... - revirei os olhos.
 - Ó! Ó os modos, muié. - me repreendeu, com um ar brincalhão. Será que ele não percebe que quase me matou? Não respondi, só bebi minha água sem olhá-lo. Ele ficou me encarando, com um sorrisinho de lado, tentando cessar minha marra. - Vai ficar brava mesmo?
 - Vou! Posso?
 - Pode, uai. Quer que eu vá embora de novo? Aí só volto amanhã. - deu de ombros.
 - Faz o que você quiser. - sorri, cínica.
 - Você é bem chata quando quer.
 - Você é bem idiota quando quer também.
 - Minha baixinha, fica assim, não. - se aproximou, me abraçando à força.
 - Sai! - tentei empurra-lo, com o copo na mão, que acabou me atrapalhando. Ele beijou minha cabeça, com as mãos grudadas ao redor do meu corpo, enquanto eu seguia querendo fugir.
 - Opa, não sabia que já estavam assim. - Breno apareceu, constrangido, fazendo seu cunhado me soltar. Amém. - Dona Marizete mandou chamar vocês! Quer fazer um churrasco, aproveitando que estamos todos reunidos.
 - Se a carne não for a do meu corpo, eu topo. - Luan fez piadinha.
 - Eu não vou. - disse séria, enraivecida com meu marido.
 - Vamos, Tatá! Ignora o boi. - provocou o amigo.
 - Poxa, Breno, quê isso, cara? Vai ficar do lado dela?
 - Vou. - riu. - Você fez ela, minha sogra e minha namorada quase passarem mal. Tá sem moral!
 - Babaca. - o xinguei e saí, deixando os dois à sós na cozinha.

 - Vocês dois vão, Tatá? - minha cunhada perguntou, assim que eu pus o pé no ambiente que todos estavam.
 - Não.
 - Sim. - meu marido apareceu. - Vamos!
 - Sim ou não? - Rober perguntou e eu permaneci calada. Tia Zete nos olhou e pareceu decifrar o que estava acontecendo.
 - Tatá? - praticamente pediu, de uma forma quase irrecusável. Ela não estava a favor do filho e isso me deu apoio. Minha chateação era visível. Luan me olhou sem jeito e eu sorri, respirando fundo.
 - Vamos! - afirmei e o sorriso da Bruna foi comemorativo. - Mas vocês podem ir na frente, eu e o Luan ainda vamos nos arrumar. - avisei e todos concordaram.

Foram saindo e Marizete não deixou de dar seu sábio conselho.

 - Conversa com ele, raiva não leva à nada. - sussurrou no meu ouvido e eu assenti, grata. Luan olhava nosso cochicho de canto, desconfiado. A mãe lhe lançou um olhar intimidador e saiu, sem ao menos se despedir.

Fechei a porta e olhei ao redor, visualizando a sala ocupada apenas por nós dois, num silêncio desconfortante. Passei para o quarto, mais calma, o nervoso já havia passado.

 - Vão ficar as duas contra mim, agora? Só porque eu dei uma saída? Não sabia que eu era preso, que te devia satisfação de todos os meus passos. - Luan entrou no quarto, afiado. O olhei, desacreditada. Como é que é?
 - Péssima hora pra você dar um de dono da razão, Luan Rafael! Péssima hora. - enfatizei, mexendo nas minhas coisas; estavam uma bagunça pela nossa mudança (que aconteceria a dois dias).
 - Não quero ser o dono da razão, mas também não quero você chateada comigo. Por besteira. Você e a Xumba. E se for pra ser assim, não quero mais ir. Se for pra me evitar, me evita aqui, não precisa ser na frente dos outros.
 - Você saiu cinco horas da manhã, caralho! Sabe que horas são? Sabe como eu fiquei? Esperei até a hora do almoço e nada. Tarde, nada. Noite, Luan Rafael! Noite! Poxa, quer dar uma de adolescente revoltado sem motivo, avisa a uma pessoa,  pelo menos. Ninguém é obrigado a ficar preocupado com você.
 - Não é ser adolescente revoltado. Não posso respirar? Me acalmar? Eu fiquei nervoso, você sabe disso.
 - Seu pai ia chamar a polícia, você tem noção? A Laura ficou preocupada.
 - Cadê minha filha?
 - Tá na Larissa, não queria que ela ficasse no clima tenso.
 - Hum.
 - Tudo por culpa sua!
 - Tanara! Para!
 - A minha pressão, a pressão da sua mãe. Você é um inconsequente!
 - Desculpa, tá legal? - finalmente.
 - Não faz mais isso.
 - Não vou fazer. Eu pensei, respirei, me acalmei. Eu gosto da ideia de me desligar um pouco de tudo. Hoje foi preciso. A Isabel é asquerosa.
 - Que bom, pelo menos alguém passou o dia bem.
 - Não faz assim, vai. Eu não sabia que ia causar tudo isso!
 - Está tudo bem. - ele suspirou.
 - Você quer mesmo ir?
 - Quero. Quero me distrair. Ficar aqui com você não vai dar muito certo.
 - Vai me bater? - afrontou.
 - Talvez. - ameacei.
 - Larissa não vem deixar a Laura?
 - Liga pra ela, vou tomar banho. - entrei no banheiro e bati a porta. Fiquei com tanto medo de perder esse idiota e ele simplesmente estava só refletindo.

Luan's POV.

Discutir com a mãe da minha filha sempre era desgastante. Mas, a nossa última briga  foi mais que isso.

Frustrante.

E mexeu intensamente com o meu psicológico. Não consegui dormir e acabei abandonando minha esposa na cama, antes mesmo que o sol nascesse.

Passeei de carro, sem direção, com uma única intensão: paz. O tempo passou rápido demais e quando anoiteceu, eu me dei conta que sequer havia avisado alguém. Fui para casa e obtive uma surpresa: todos me aguardavam.

Criaram a expectativa de coisas ruins e estavam afogados num mar de preocupação. Minha esposa correu para me abraçar, carinhosa. Mesmo sem entender, gostei. Foi, hum, fofo?

Mas, Tanara era uma metamorfose e não demorou para me estapear. A partir daí, fui hostilizado por todos. Meu sumiço sem motivo revoltou minha família, mas, especialmente, minha mãe e minha esposa. Viraram a cara pra mim e confesso, aquilo estava me angustiando.

 - Larissa tá perguntando se a Laura pode dormir lá. Pode? - Tatá perguntou, olhando para o celular. Não respondi. - Pode? - insistiu e eu permaneci do mesmo modo. Quer me perguntar alguma coisa, olha pra mim. - Luan, eu tô falando com você. - finalmente, pôs os olhos em mim.
 - Se você perguntar de novo, me olhando, eu respondo. - expliquei.
 - Ah, me poupe! - resmungou. - Vai deixar ou não?
 - Pode ser. - falei sério, concentrado na pista. Tanara não disse mais nada, simplesmente começou a me ignorar. Seus dedos, digitando rapidamente, deslizando para lá e para cá na tela do celular, me deixava ocioso.
Ocioso. Irritado. Incomodado.
 - Tanara! - repreendi, em um tom alto.
 - O que foi? Tá louco?
 - Larga esse celular, eu tô do teu lado.
 - E?
 - Que falta de educação! Coisa mais alienada. Uma pessoa do lado e só fica aí, mexendo em internet...
 - Seria inconveniente da minha parte se não fosse proposital. - sorriu, cínica. Ok, eu desapareci, deixei todos nervosos, preocupados... Mas, não me precisava me excluir tanto assim, certo?
 - Proposital? - arqueei as sobrancelhas. - Tudo bem, então digamos que isso aqui também seja proposital! - segurei o voltante só com a mão esquerda e com a direita, tomei o celular dela.
 - Luan Rafael! Me dá! - reagiu instantemente.
 - Só vou devolver quando você aprender a dar atenção pras pessoas que estão ao teu redor. Já não basta nas minhas viagens, todo mundo metendo o celular na minha cara pra foto! Só querem saber de foto com o Luan Santana, celular, celular, celular... Você acha que algum pergunta ao menos se eu estou bem? Acham que me dão a mão? Me abraçam?
 - Você quer me culpar por isso? E larga de exagero, existem as fãs que só querem um abraço.
 - A minoria ainda quer. Dá pra contar nos dedos! Esses dias todos eu sinto isso na pele e tenho que atender gentil, simpático. Porque senão, já caem em cima, já viro estrela. Deles eu escolhi suportar. Agora de você, Tanara, não. Não sou obrigado, não quero e não consigo.
 - Quanto drama!
 - Ah, eu tô com drama?
 - Não vou discutir com você.
 - Beleza. - dei de ombros, segurando seu celular com firmeza. Ele só voltaria pra ela no dia seguinte e olhe lá. Vai depender muito da minha boa vontade.
 - Só acha engraçado que, você pode sair sem dizer nada, aparecer horas depois com a cara mais lavada do mundo e eu não posso reclamar.
 - Você tem todo o direito de não gostar, de achar ruim... Mas já deu, poxa! Todo mundo me deu lição de moral, eu preciso mesmo ser desprezado por você?
 - Estou chateada! Devolve meu celular.
 - Não devolvo! Não. Devolvo. Agora eu também estou chateado com você, então, pegar seu celular não me faz inconveniente, porque é proposital. - usei sua própria frase contra ela.
 - Chateado comigo por quê? Por ter ficado mal, o dia todo, esperando notícias suas? Pensando besteiras? Me martirizando?
 - Não. Estou chateado por você prolongar essa revolta. Então estamos quites!
 - Me dá meu celular agora, Luan Rafael. - "Luan Rafael" pra cá, "Luan Rafael" pra lá, que saco.
 - Não dou, já falei. Fica quietinha! - entramos no condomínio dos meus pais e ela bufou. Estacionei na casa deles e assim que desliguei o carro, pus o aparelho no meu bolso. Tanara desceu com a cara mais fechada do mundo e quando se aproximou de mim, introduziu a mão no meu bolso, tentando pega-lo.

 - Já disse que não vou entregar. - segurei seu antebraço e ela se soltou rapidamente; porque eu não pus força, claro.
 - Não estou para brincadeiras, Luan Rafael!
 - E quem está brincando? Amanhã, ou depois de amanhã, quem sabe, se você melhorar seu tratamento comigo, eu devolvo. Até lá, vai ficar sem seu vício. - sorri debochado e apressei meus passos, a deixando para trás.

Tanara's POV.

 - Vocês não conversaram, Tatá?
 - Olha, tia, o Luan quer ser o dono da razão mesmo estando errado! Não aguento.
 - Pensei que esse papel fosse seu, amiga. - Bruna zoou e a mãe riu, enquanto eu sorria sem humor.
 - Não é que eu tenha que ser sempre a dona da razão, mas dessa vez eu estou certíssima em ficar chateada e ele não respeita isso.
 - O que ele fez? - minha sogra questionou.
 - Pegou meu celular.
 - Hã? Como assim?
 - É, Bru, tomou meu celular.
 - Não sabia que minha neta está projetada aqui na minha frente, com 23 anos. - Marizete também brincou, enquanto um bico se formava espontaneamente na minha boca.
 - Luan é seu marido ou seu pai? Porque isso é coisa de pai, não? Esse casal, sei não... Ele dá uma de adolescente fugindo de casa e ela, uma adolescente que teve o celular proibido.
 - Ele pôs no bolso, Bruna. Tentei tirar e ele me impediu. Quer que eu faça o quê? - elas riram, vendo entretenimento na história.
 - Ah, minha filha, você e Luanzinho me divertem.
 - Tirar o celular é sério, Mita. Se eu fosse você, só voltava a falar com ele daqui a um mês.
 - Bruna! Deixa de plantar discórdia! - a mãe repreendeu-a, liberando risos mais fracos.
 - Deixa ele! Chegar em casa eu pego meu celular e nem olho na cara dele.
 - Brigar pra quê, hein? Estão aí, longe um do outro, querendo estar perto.
 - Quem disse que eu quero, tia? - neguei e ela fingiu acreditar. Luan entrou aonde estávamos, mexendo no meu celular, me provocando.
 - Ô Xumba, o que cê acha dessas muié que conversa com esse tanto de gente no WhatsApp? - mostrou a tela do meu iPhone, com o maior cinismo. Elas riram e eu revirei os olhos.
 - Acho que você devia ler todas as conversas com homens, Pi. Sabe que a Tatá é bandida, né?
 - Sempre faço isso.
 - E se ela tiver apagado? - Tia Zete entrou na brincadeira e ele me olhou, como se me controlasse.
 - Aí eu descubro de outra forma.
 - Não sou eu quem some o dia todo. Deve ter outra no meio mesmo! Pra passar o dia fora e nem se importar com o celular, o lugar devia estar muito bom. - destilei meu veneno e ele riu, descarado.
 - Tava num cabaré, da próxima levo o Mone comigo. - provocou a mãe, infelizmente fazendo-me rir também.
 - Tá fazendo o quê aqui? Ninguém te chamou. - impliquei.
 - Não preciso ser chamado. - sentou no meu colo.
 - Sai daqui, Luan Rafael. - empurrei e as duas levantaram-se, rindo.
 - Casal sem-vergonha! - Bruna acusou, antes de nos deixar a sós.

 - Se não me tratar bem, só vai ter o celular daqui a uma semana.
 - Você acha que manda, né?! - ele virou, me olhando nos olhos, com um sorrisinho malandro.
 - Eu mando. Em tudo. Inclusive, você. - beijou meu rosto e roçou a barba, tentando me amolecer. Fechei os olhos e abri rapidamente, não querendo ceder.
 - Se manca. - esmurrei seu ombro. - Sai daqui, sai.
 - Não tô a fim. - mordeu minha orelha.
 - Ai, ai, Luan... - gemi, com ele puxando a coitada. - Filho da mãe! - soltou-a, rindo. Pensei que ele finamente me deixaria em paz, mas só deslocou os dentes para minha bochecha. Mordeu mais forte ainda. - Luan! - alertei a aversão. - Sai! - dessa vez, como vingança, perfurei minhas unhas na pele do seu pescoço.
 - Ô, anã do caralho. - esquivou-se, enquanto eu estava na minha vez de rir. E fiz jus.
 - Pedi pra você sair.
 - Unhas grandes, vei. Doeu, sua otária.
 - Sério? Nem percebi. - me diverti. - Vem cá, deixa eu dar um beijo. - passei a mão, alisando, vendo que realmente havia marcado.
 - Bipolar.
 - Vai deixar ou não?
 - Você quer é morder mais.
 - Não vou, amor. Juro! Vem cá. - trouxe sua cabeça pra mais perto e beijei de leve, sugando a pele em seguida. Ele se contorceu.
 - Saquei, sua safada.
 - Eu não quero nada! - sussurrei, me defendendo, com cinismo. Repeti o movimento com os lábios e ele com pressa, virou a cabeça, selando as nossas bocas.
 - Faz aqui. - pediu, rouco. Inevitável rir. E durante o meu breve sorriso, ele tomou meu lábio inferior e iniciou um beijo lento e instigante.

Infelizmente, não passamos disso. Uns amassos com ele no meu colo, ali, numa parte discreta da casa da minha sogra.  Serviu para cessar nossa briga! Curtimos o churrasco amigavelmente e com certos olhares maliciosos. Acho que meu marido se animou com os beijos.

 - Depois de amanhã nós deixamos o apartamento. É estranho, né? Tudo começou aí. - comentei, no caminho de volta.
 - Mas vamos iniciar uma fase ainda melhor, meu bem! - alisou minha coxa.
 - Nossa casa, nem dá pra imaginar.
 - Quem diria que aquele namoro problemático daria nisso? - gargalhei, concordando.
 - Quem diria? Muito surreal, Loli. Eu ainda lembro da nossa amizade, parece que foi ontem!
 - Mas já faz cinco anos.
 - Acho que naquela época, nem nos meus melhores sonhos, eu me imaginei morando com você. - estacionou.
 - Sou seu sonho. - se gabou, com um sorriso galanteador.
 - Convencido! - abri a porta.
 - Realista, bebê. Realista! - deu uma piscadela, enquanto eu ria, indo ao seu encontro.
 - Tô feliz, sabia?! Tipo, muito, muito, muito...
 - Sabia! E fico do mesmo jeito por ser motivo da sua felicidade.
 - Você é muito convicto que eu te amo, isso não é saudável.
 - Trabalho com fatos verídicos. - beijou minha testa, enquanto íamos para o elevador. - A Laura tá mais ansiosa do que você. Se é que isso seja possível...
 - Hum, ela está ciente que o quarto dela será maior, rosa e maravilhoso. Confia no meu bom gosto. - beijei meu ombro e ele semicerrou os olhos.
 - Quero só ver como que tá lá.
 - Eu, Dona Érika e Dona Marizete fizemos tudo com o maior cuidado, caprichando, assim, em detalhes. Por isso demorou!
 - Eu achei que fosse mais rápido.
 - Um mês e meio, mais ou menos. Pro trabalho que tivemos não foi nada.
 - Nossa casa é cor de rosa? Porque se for depender de você...
 - Credo, amor. - o elevador chegou.
 - Tô curioso!
 - Só mais um diazinho! E eu também não vi como ela está pronta. Só quem viu foram as senhoras que nos ajudaram... As duas, juraram, que está a coisa mais linda.
 - Você sabia que elas estão mais nostálgicas que a gente, né?!
 - Você acha, amor? Não acho. Mamãe sempre foi acostumada comigo longe. Eu preferia morar com a minha avó.
 - Mas ela nunca gostou. Sempre joga uma indireta, se mostra insatisfeita, chateada...
 - Tia Zete sempre te teve debaixo das asas, acho que ela que está assim.
 - Claro que não! Eu já tinha saído de casa, esqueceu?
 - Mas não foi casado. Uma casa, uma mulher, uma família.
 - Mas estamos morando juntos, uai.
 - Você entendeu! E ó, pode ir se preparando que elas vão viver lá.
 - Tô sabendo! Ainda mais por termos escolhido um condomínio pertíssimo do da Xumba.
 - Marina vai com a gente, né, amor?
 - Você tá muito mal acostumada. Vou por você pra fazer os trem, pegar no pesado!
 - Ah, coitado. Eu dona de casa? Já trabalho, meu amor. E mesmo que eu não trabalhasse, não daria conta.
 - Claro que ela vai, Tatá. Eu não largo da Marina mais! - disse o óbvio. - Sabe o que eu tava pensando? Da Dona Fátima vir morar com a gente.
 - Amor, já disse, nada tira ela da casa dela.
 - Acho que é mal de família! Nada te tira dali também. - pareceu desgostoso.
 - Você ainda quer me afastar de Fortaleza? - indaguei, incrédula.
 - Quero! E vou!
 - Coitado. - sem cabimento. - Eu vou andar lá sempre, não posso abandonar minha avó.
 - Vou nem falar nada pra você.
 - Meu Deus, parece que você tem medo de Fortaleza! O que lá tem de tão assustador?
 - Digo nada pra você, Tanara. - virou o rosto e eu lhe agarrei, beijando todo seu peitoral.

Bastou passarmos da porta para meu marido retomar a safadeza de mais cedo. Laura não estar ali foi uma coincidência maravilhosa e nós aproveitamos-a. Era nossa penúltima noite ali, naquele espaço tão especial para a nossa história, nosso recomeço, nosso relacionamento...

Tínhamos que ter uma despedida digna. Melhor, digna de lunara.

Luan's POV.

 - Meu Deus! Amor do céu! Eu não sabia que ia ficar tão, tão...
 - Lindo? - ria do deslumbramento da minha esposa.
 - Tá tudo tão perfeito! Parece uma casa de boneca. - me abraçou, feliz. Eu me sentia completo em lhe proporcionar aquilo. - Ai, acho que tô sonhando! - beijou meu rosto.
 - Você é bem louquinha, né, amor? Você que comprou tudo e tá falando como se tivesse sido eu.
 - Eu comprei, mas, sei lá, ver assim é diferente.
 - Graças a Deus já tá tudo arrumadinho, não quero mexer em nada. A partir de agora só quero aproveitar.
 - Viu?! Por isso demorou. Tudo foi organizado enquanto estávamos no apartamento...
 - Acho que já vimos todos os cômodos, né?!
 - Menos a cozinha!
 - Então, vamos ver a cozinha. - a abracei por trás, um pouco nervoso.

Havia uma surpresa na cozinha para ela e minha ansiedade para sua reação era gritante.

 - O que é isso? - sorriu, boquiaberta.
 - Gostou?
 - Um jantar romântico?
 - É, uai. Um jantar de boas-vindas, pra nos dar sorte!
 - Não precisamos de sorte, temos amor, é suficiente. Mas seu gesto foi muito fofo, meu bem.  Amei, sério. - alisou meu rosto. - Amo você romântico. Dedicado. Huuuuuum. - suspirou, feliz.
 - Eu amo te deixar boba, com esse sorrisão. - beijei seu pescoço.
 - Acho que o nosso último jantar romântico foi em 2013, o da nossa primeira vez.
 - Ai, Tatá, não seja exagerada. Tivemos vários outros!
 - Então me diz um! Mas eu quero a data, a situação...
 - Agora eu não lembro, não esse não é o segundo.
 - Se lembrar me diz, porque eu tenho quase certeza que não tivemos!
 - Vamos comer, vai. Já colocamos tudo que trouxemos no lugar, podemos comer, curtir e dormir.
 - O que é isso? - se afastou de mim e se aproximou da mesa, pegando a garrafa. - Vinho, amor?
 - Vinho, uai.
 - Sacanagem!
 - Talvez, uma vez ou outra, eu goste de te ver bêbada.
 - Dessa vez eu não vou te dar esse gostinho! Não vou nem provar.
 - Vai, sim!
 - Onde você comprou essa comida? Hum, o cheiro tá bom.
 - Eu não posso ter feito?
 - Não! - negou prontamente e eu fingi ficar ofendido. Ela riu. Sua risada era música para os meus ouvidos.

Íamos sentar, quando uma buzina começou a tocar freneticamente em frente a nossa nova casa. Olhei as horas imediatamente e vi que não estava na hora que eu havíamos combinado. Por que ele se adiantou? Droga!

 - Amor, tá ouvindo? - Tatá perguntou, percebendo. É, infelizmente ela não era surda. - Tem alguém buzinando.
 - Tem?
 - Claro que tem, Loli! Tá surdo?
 - Mas quem seria? Não autorizamos a entrada de ninguém. - tentei ganhar tempo, na esperança de mandar mensagens e interrompê-lo.
 - Só pode ser as nossas mães.
 - Xumba tá com a Laura!
 - Então, é a Érika. - concluiu, já apressando os passos até a porta.

Vou matar o Marquinhos!

Segui a Tatá e logicamente, era ele. Ela tomou um grande susto, mas pelo o sorriso que abriu, gostou bastante. É, eles se gostavam. Ele desceu do carro rapidamente pra agarrar a minha esposa. Mereço!

 - O que você tá fazendo aqui, seu louco? - sorria, pendurada no seu pescoço.
 - Vim te ver.
 - Quanto tempo, seu... Ahgr, que saudade! - beijou seu rosto e ele me olhou todo se gabando.
 - Chega, né?! Ele não veio por você coisa nenhuma, Tatá.
 - Cala a boca, boi. - me repreendeu. Esperto demais da conta.
 - E veio por quê? - olhou-o, encantada, ainda abraçada.
 - Já deu, vai. - puxei seu braço, ganhando um olhar reprovador seu.
 - Esqueci que a senhora Luana não gosta da nossa amizade, Tatá! Não posso chegar perto de você.
 - Não tem isso, não. - me olhou séria.
 - Você estragou o presente, Marquinhos! Esse não foi o horário que combinamos! - reclamei.
 - Achei que já tivesse na hora, tava impaciente.
 - Hã? Presente? Horário?
 - É, Tatá. Esquenta com esse chato, não! Ele tá irritadinho porque estávamos combinando esse presente pra você. - cruzei os braços, emburrado.
 - Gente? Que presente?
 - O carro, Tanara! - apontei, lesada.
 - Sério? - arregalou os olhos.
 - Seríssimo. Pelo visto acho que atrapalhei o jantar de vocês! Achei melhor vir agora do que vir no horário combinado e ser um empata foda.
 - Você disse isso pra ele, Luan Rafael?
 - Não! - me defendi.
 - Ah, Tatá, cê acha que esse viado aí ia armar jantarzinho romântico sem segundas intenções?
 - Luan!
 - Eu não disse nada disso, muié! - me defendi. Marcos só ria, esse filho da puta.
 - Tô brincando, Tatá! Relaxa! Gostou do carro?
 - É lindo, socorro. - finalmente notou o automóvel, se aproximando, desacreditada. Aproveitei para dar socos no braço do meu amigo (da onça). Tatá o analisou todo, com os olhos brilhando. - Você é louco, amor! Meu Deus!
 - Vale como presente dos dias dos namorados.
 - Um mês depois? - riu.
 - Sim, meu bem. Gostou mesmo?
 - Eu amei, seu sem juízo. - correu para me abraçar. - É tão lindo, minha cara. Parece que foi feito pra mim! Você me conhece mesmo.
 - Eu ajudei a escolher, Tatá. Não dá todo o mérito pra ele, não.
 - Você é insuportável, cara! Já tô arrependido de ter pedido sua ajuda.
 - Dá pra parar os dois? Obrigada, meu amor! - me deu um selinho. - E obrigada, Marquinhos! - sorriu, deitando a cabeça no meu ombro.
 - De nada, Tatá. O dinheiro foi dele, mas a parte mais importante, foi minha, claro. - zoou.
 - Vai se foder, vai. - esbravejei, fazendo os dois rirem.
 - Vamos entrar, Marquinhos? Janta com a gente? - Tatá convidou, educada, e instantaneamente, mostrei meu descontentamento ao meu amigo, fazendo gestos para ele 'vazar'. Marquinhos, continuando sua implicância, sorriu pensativo. Ele não ia aceitar, né?!
 - Se o Luan não se importar. - sorriu, cínico. Meus olhos se arregalaram e eu continuei falando, sem som, indignado. Seu merda!
 - Claro que não, né, Marquinhos? Que loucura é essa, agora? - perguntou, me olhando. Tive que parar com as expressões e sorrir forçadamente.
 - De onde tirou isso, viado? - falei, falso. Ele sabia da minha falsidade e diante esse fato vil, riu.
 - Então eu aceito!
 - Você tá em São Paulo sozinho?
 - Com a minha mãe!
 - Podia dormir aqui, né? - Tanara, porra, cala a boca.
 - Como você é previsível, Tatázinha! Já trouxe até uma mochila. - os dois sorriram, satisfeitos. O único insatisfeito era eu mesmo. Revirei os olhos, sem que minha esposa percebesse.
 - Põe seu carro na garagem, amor, que eu vou colocando o Marquinhos no quarto de hóspedes.
 - Verdade! - assentiu. Meu amigo pegou a mochila e passou por mim, pedindo licença e adentrando na nossa casa.

Começou a admirar tudo, nos parabenizando pelo o bom gosto. Quando estávamos a sós, enquanto Tatá guardava o carro, eu aproveitei.

 - Inventa uma desculpa pra Tatá e vai embora agora, Marcos!
 - Tá nervorsinho?
 - Eu tô falando sério, seu arrombado do caralho! - xinguei, sem calma, tendo sua risada como resposta.
 - A sua mulher me convidou. Acho que ela não ficaria feliz se soubesse que você está me expulsando...
 - Você tá fazendo isso por que, hein?
 - Porque eu tô com saudade da Tatá! Nossa, hein, boi?! Essa casa aqui é demais... Você gastou quanto? A Tatá escolheu tudo, né?! Minha baixinha tem bom gosto.
 - Minha baixinha é o seu... - irritado ao extremo.
 - Você é muito possessivo! Ela é minha amiga e eu chamo como quiser.
 - Vai embora, Marcos! - ou melhor dizendo, puto.
 - Sabe o que é, boi? Meu lance de São Paulo não deu certo. Ou seja, eu tô na seca. Você, como um bom amigo, deve me acompanhar nessa situação, entende?
 - Vai se foder, não tenho culpa se tuas peguetes furam contigo.
 - Não tem culpa, mas eu fiquei triste, então... Nada melhor que minha Tatázinha pra me alegrar.
 - Você é muito cuzão, vei.
 - Tatá vai adorar saber que você está me expulsando só por causa de sexo.
 - Você não é louco!
 - Eu até posso ir embora, mas você vai continuar sem transar! Tatá é dramática e quando souber disso, vai ficar decepcionada com você.
 - Eu devia ter chamado algum dos meninos, não você! Traíra!
 - Só porque os meninos não têm intimidade com a Tatá?
 - Isso pra mim é frescura!
 - Ciúmes, ainda?
 - Eu nunca fiquei de coisa com namorada tua, não.
 - Mas a Tatá me conquistou, sabe? Ela é bem melhor que você. Como amiga, claro.
 - Marquinhos, vai à merda!
 - Duvido que os meninos iam resistir à ficar nessa casa chique, aconchegante, novinha, imensa... Com a recepção de Tanara Accioly, com um jantarzinho delicioso.
 - E ROMÂNTICO! Duas. Pessoas. Você tem a vida toda pra aproveitar a nossa casa, aproveitar a simpatia da Tatá, pode viver aqui se quiser...
 - E você tem a vida toda pra transar.
 - É a nossa primeira noite aqui! É especial, início da nossa vida de casados.
 - Você fica muito bobo com a Tatá, boi. Ser romântico às vezes ajuda, mas toda hora fica chato. Ela, que é ela, nem se importou.
 - Ela só foi educada.
 - Claro que não! Ela me ama e até trocou um jantar romântico pela minha companhia. Mas você não tá assim pelo o jantar, né?! Você queria era encher a coitada de vinho pra rolar mais rápido. Você só pensa com a cabeça de baixo, Luan. Se eu fosse mulher, nunca daria pra você. Cachorro. - afinou a voz e eu revirei os olhos. - Inclusive a Tatá vai gostar de saber dessa minha observação.
 - Para de me ameaçar como ela se mandasse em mim!
 - Ela não manda em você? - indagou, rindo.
 - Claro que não.
 - Ah, não. Você só come na mão dela! Mas relaxa, todos os nossos amigos são assim também. Mas, eu, não quero ser.
 - Fala isso agora, namora 'procê' ver.
 - Se minha namorada fosse estilo Tatá, eu deixava ela mandar em mim de todos os jeitos. Principalmente na cama. Podia até me por coleira.
 - Marquinhos... - respirei fundo.
 - Já olhou pra bunda da Tatá? As fotos dela de costas são as melhores.
 - Não, a gente nem transa, nunca percebi.
 - Deve ser legal, né?! Porque ela é baixinha, você é um poste...
 - Muito legal. Quer que eu grave e mande pra você?
 - Não precisa. Mas se quiser me dar ela pra ela me mostrar pessoalmente, eu aceito.
 - Olha, fica, mas fica sem secar ela. Se eu ver você olhando pra bunda dela, não vai dar certo.
 - Você já leu nossas conversas? Ela mesma sabe que eu tenho uma paixãozinha por isso.
 - Cala a boca, viado! Deixa essa mochila aí e desce. - passei na frente e ele começou a rir, alto.

Tatá estava deslumbrada com o meu presente e mais uma vez, me agradeceu, completamente encantada. Meu esforço valeu a pena. Nós três jantamos e quem aproveitou o vinho que eu havia preparado, foi Marcos.

 - A Pri é muito sagaz, né, amor? Muito esperta. - Tatá comentava, enquanto provavelmente olhava seu Instagram.
 - Ou muito louca. - Marquinhos riu. - Ela deduz umas coisas tão... sei lá, aposta muito alto! Senão acertasse às vezes, eu diria que ela viaja.
 - Exatamente. Uma viagem pra quem está do outro lado, pra gente já faz sentido. - ponderei. - Mas por que isso, amor? - questionei.
 - Olha a foto que eu postei quando estávamos vindo pra cá e olha a que ela postou há pouco tempo. - peguei meu celular e fiz o que minha esposa disse.

tataccioly Tchau elavadorzinho que sempre serviu perfeitamente como cenário para as my fotitas! 🙌🏻 Obrigada e até qualquer dia! 💙🙊🏡 


brusantanareal A boneca é minha, eu enfeito do jeito que eu quiser! 👧🏻🛍💗 



 - A Bruna acha que a filha é dela, vê se pode! - mostrei a tela do celular para os dois.
 - Que foto mais linda, amor. Toda adulta, toda metida, que fofa. - se derreteu. - E tá igualzinha a Bruna.
 - Ela é a cara da Bruna, Tatá. - Marquinhos palpitou. - A personalidade sua e dela e a aparência só dela. Vocês duas estão transformando a menina numa blogueira.
 - Verdade. - concordei com meu amigo. - a Laura não existe e vocês ainda dão corda! - sorri, balançando a cabeça.
 - Daqui a uns anos o boi vai estar tendo trabalho com ela.
 - Espero que esses anos passem lentamente! - olhei para cima, respirando fundo, como se orasse.
 - Vai atrás da publicação da Pri, amor. - Tatá pediu e eu, novamente, obedeci.

lunara Oi, oi, oi, meus amores! 🙋🏻 Como vão? Essa fotos foram no show das meninas. 💃🏻 Lindas, né?! Fiquei apaixonada! 😍 Tô postando elas pra vocês verem e vou aproveita-las para falar uma coisinha. #bombadatia 💥 A última postagem da maravilhosa me deixou intrigada! 🤔 A foto é em um elevador e ela se despede dele. Só, quê, todas nós sabemos que a residência da Dona Érika, vulgo sogra do cantor, onde a Tatá sempre ficou e 'está', é casa. Casa não tem prédio. Não têm andares. Não tem elevador. Então, aonde foi essa foto? E se foi um prédio aleatório/uma visita, por que ela se despede como se já estivesse íntima? "SEMPRE serviu perfeitamente como cenário das minhas fotos" A Tanara mal posta foto em elevador, no máximo, nesse tempo todo, umas 3 (SOMENTE NO SNAPCHAT). Então, senhora ❓ Se explique.  💅🏻 "Você não tem ideia do que se trata, Pri? E suas paranóias?" CLAAAAARO QUE EU JÁ TENHO A PARANOIA PRONTÍSSIMA. 💁🏻 Todos sabem que o cantor saiu das asas de MariMaravilhosa, vulgo Tia Zete da Tatá, há um bom tempo, né?! Em entrevistas ele diz que é um apartamento simples, pequeno. Creio eu que como NOIVOS, Tatá frequente muito lá (🌚), então, já descobrimos de onde é o elevador. Só, quê, por que ela tá se despedindo dele? Lunara terminou de novo? Luan se mudou? E POR QUE ELA PÔS UM EMOJI DE CASA? Não sei vocês, mas já penso besteirinha. 🙆🏻 TANARA VOCÊ ESTÁ FAZENDO UM JOGO CONOSCO, GAROTA? Ahhhhhh e mais uma coisa: QUERO O PROGRAMA DA ELIANA LOGO, sinto que vem mais 💥. #vem #fimdelunara #MasPQoSorriso #EoEmoji #CasalCasouEcomprouMansãoNoAlpha #ChamaDeTiaZetePraRoubaroFilho #BrunaTerminaEssaFaculdade #ArranjaLogoUmEmprego #ou #ViraBlogueirinha #ou #SeEncostaNaCarreiraDoRepetido #LuanNãoTeBancaMais #AgoraSóPikitinha #ArranjaNoiva #IrmãPerdeaPreferência @tataccioly @luansantana 👁


- Acho ela engraçada. É gata? - Marquinhos perguntou, safado.
- Menino! - minha esposa riu, desacreditada. - A menina é quase uma criança!
- Pena. Muita pena. - Marquinhos lamentou, dengoso. O silêncio voltou a reinar e sempre que minha esposa se distraía, eu mandava ele ir embora, por gestos. Opa. Minha esposa. Que delícia falar isso!
- Essa comida tá ótima, Loli! Qual o restaurante?
- Você não vai acreditar mesmo que fui eu quem fiz? - me fiz de ofendido, fazendo os dois rirem. Meu Pai amado! - A Marina que fez. - respondi, derrotado.

Acabamos de comer trocando algumas palavras. Tanara estava muito animada, para tudo. Queria estrear tudo da casa e logo chamou Marquinhos para assistir filme. Não só um, vários. Ela propôs uma maratona de filmes. Eu aguento? Pior, ele aceitou. Ele. Aceitou. Fiquei chocado com a cara de pau do meu amigo - volto a dizer, da onça. Tatá fez pipoca e arriscou fazer vários sanduíches rápidos. Abre parêntese. Eu não poderia escolher esposa melhor. Ela pensou até em fazer compras para a nova casa. Fecha parêntese. Entre os filmes, só tinha dois de comédias, o resto era tudo romance. Mal pude acreditar, ela sabia o quanto eu odiava.

Durante o primeiro filme, os dois trocavam palavras, mas depois começaram a prestar atenção para valer. Minha esposa suspirava com algumas cenas, me fazendo rir horrores e ser xingado, em seguida. Não era muito tarde, o viado tinha chegado cedo e atrapalhado tudo.

- Esse filme é muito lindo. Sempre choro! - minha namorada comentou. Tínhamos acabado de assistir Qual seu número?.
- Já vi melhores, mas gostei. - meu amigo disse, crítico.
- E você, Loli, o que achou?
- Legal, minha linda.
- Legal? Você é insensível! - ela me acusou e eu ri, sem graça, levando a mão ao peito. - Qual vamos assistir agora? Não quero mais assistir esses de comédias. Vai acabar com o meu lado sentimental de hoje.
- Já que é para sofrer, coloca Querido John! - Marquinhos deu seu palpite. Já disse que ele estava parecendo, realmente, um viado?

Tatá adorou a ideia, procurando logo em seguida. Enquanto deixava carregar, fez mais pipoca e, naquela altura, já tinha desistido de mandar Marcos embora. Filho da mãe! Eu já não aguentava mais ficar pensando que todos os meus planos foram frustrados. Havia planejado tudo bonitinho, para fechar com chave de ouro o nosso dia, a nossa noite; e agora, por causa de um idiota, ficaria no zero a zero.

No meio do filme, dei um beijo na minha esposa que correspondeu carinhosa. Isso me animou, então, passei a selar minha meus lábios mais seu rosto, consecutivas vezes. Também carinhos em seus cabelos castanhos escuros, o famoso cafuné. Ela ficava sorrindo, meio boba. Me abraçou afável, como se me carregasse no colo.

Alguém avisa para a anã que eu sou quase o dobro da altura dela?

Marquinhos não tirava os olhos da televisão, então nem me importei com a vela que ele estava segurando. Ou melhor, eu estava até gostando. Hum, bem feito.

- Essa parte é a melhor! - Tatá comentou, toda derretida com o filme.
- Gente, tô com sono. Não aguento mais. - Marquinhos revelou, bocejando. - E se vocês forem estrear a cama nova, por favor, façam silêncio porque eu não sou obrigado.
- Credo, Marquinhos! O que você pensa de mim? - Tanara perguntou, divertida.
- De você só coisas boas, Popozuda. - lhe acertei com uma almofada, indignado. Quanta liberdade. - Do Luan, só coisas péssimas.
- Dorme com Deus, Marquinhos. Tem tudo lá no armário do quarto. Se precisar, me chama. - Tanara sorriu, hospitaleira. Ela era assim.
- Bons sonhos, boi. - falei, feliz pela sua saída, quando ele começou a subir as escadas. Abracei o meu amor, puxando ela mais para mim.

Beijei seu pescoço. Seria uma boa hora para inaugurar o sofá novo? Me entusiasmei de imediato, começando a imaginar algumas besteiras. Beijei seu pescoço e ela se esquivou, me cortando. Jogo duro? Pô, amor... Tentei virar ela de frente e consegui, lhe dando um beijo em seguida. Tentei animar o beijo, mas novamente fui cortado.

- Amor, eu estou com dor de cabeça... - falou dengosa.

Fui com calma, então. Queria respeitar seu momento, mas tinha uma certa urgência. A beijei com cuidado, acariciando sua bochecha. Ficamos assim por alguns minutos e eu arrisquei levar minha mão até sua bunda, porém, me arrependi. Ela partiu o beijo na hora, impaciente.

- Eu estou com dor de cabeça, meu bem. Já falei. Hoje, não... - se desvinculou.
- Desculpa de mulher casada há dez anos, Tatá? - tentei descontrair, um pouco sem jeito.
- Não, Luan... É só dor mesmo. Dor chatinha, tá me incomodando.
- Preparei tudo bonitinho hoje e olha só... - demonstrei minha chateação.
- E eu agradeço. Amei tudo, Loli. Você é perfeito. - agradeceu, dando beijos no meu olho. - Mas você entende, não é? Veio de repente.
- Aham, linda. - beijei sua bochecha. O que eu poderia fazer? Tinha que respeitar as vontades da minha mulher. Ela estava com dor ou estava inventando que estava com dor. Enfim, de todas as formas, não queria que rolasse. E eu não podia forçar a barra, até porque, Tanara não é dessas que cede por pressão. Mesmo depois da desculpinha de dez anos, eu tinha que aceitar sua escolha.

Ela me chamou para ir para o quatro, toda dengosa. Subiu em meu colo e pediu para que eu a levasse, como se estivéssemos acabado de nos casar, para cumprir a tradição. Será que ela sabia o que rolava depois disso? Tive que rir. Mas ela logo citou um de seus bordões, agarrada ao meu pescoço: "É a magia, né, amor?".

Ao adentrarmos no nosso quarto novo, deitei ela na cama, que não demorou a levantar, toda preguiçosa.

- Tenho que tomar banho, meu amor. Estou exausta.
- Posso ir junto? - perguntei, já esperando seu não.
- Promete não tentar nada? - assenti, mentindo. - Ok.

No banheiro tiramos as roupas e antes que ela entrasse no chuveiro, decidiu colocar uma touca para não molhar o cabelo, me arrancando gargalhadas. A ridícula conseguia ser linda até assim.

- Você para de rir. Dormir com o cabelo molhado não é bom! - falou já embaixo do chuveiro. Eu ainda a zoava.
- Você tá linda, amor. Como consegue? - a abracei, fazendo o chuveiro molhar nós dois.
- Sabe como é, né, lindo? A sorte é para poucos. - se gabou. O que ela faria se eu puxasse aquela touca? Beijei seus lábios, que rapidamente moldaram-se aos meus.

Levei minha mão até sua nuca e sem que ela pensasse em se afastar, puxei a touca e levei seu cabelo à água. Ela deu um grito, chateado. Liberei altos risos. Ficou ainda mais linda, nervosinha. - Ai, Luan! Por quê?
- Você já se olhou no espelho? Fica linda de cabelo molhado.
 - Você é muito gaiato, Luan! - estreitou os olhos.
 - Gosto de ser esse trem aí. Gaiato!

Beijei-a novamente.
Como eu desejava aquela mulher.

Senti meu pau endurecer durante o beijo. E assim que encostou nela, ela se afastou, estarrecida.
- Pô, amor... - reclamei. Ela não ia querer mesmo? Eu sei, estava me contradizendo, mas se soubessem da minha ânsia, julgariam a insistência válida.
- Hoje eu não quero, Luan.
- Por quê? Por que você não quer transar comigo?
- Não é todo dia que a gente quer.
- Eu quero todo dia! E você é tão safada...
- Luan! - repreendeu-me.
- Mas você é, uai. Eu viajo, fico dias fora e quando eu tô aqui, você não quer?
- Mas estávamos em casa, juntos.
- Você não me entende. - suspirei, virando de costas. Chateado, nervoso. Nem um ano de casamento e minha esposa já negava fogo.
- E pelo visto aquele ditado se concretiza: homem é tudo igual e não são capazes de entender a mulher! - ela acusou e abriu o boxe, saindo do banheiro. Fiquei ali, sozinho, acompanhado da minha ereção.

Tanara's POV.

O Luan sabia me surpreender de todas as formas. No dia da mudança para nossa casa, ele conseguiu fazer (em surpresa) um jantar mega romântico para mim.

Dedicado, fofo, lindo, perfeito e meu.

Antes mesmo de colocarmos a primeira garfada na boca, ouvimos buzinas insistentes da porta. Era Marquinhos, trazendo mais uma surpresa do meu amor para mim.

Um carro! Uau! 

Sim, um carro. Ele sabia que eu estava sem e só estava andando com o seu, ou de mamãe. Apesar do costume, não titularia ser bom viver de táxi.

Acabei convidando Marquinhos para jantar conosco. Era o primeiro dia na nossa casa nova, e obviamente, ele seria nossa primeira visita. Aquilo até me animou. Acabou ficando tarde e eu o convidei para assistir filmes e dormir.

Agora, ele já dormia no quarto de hóspedes,  enquanto eu estava tendo um pequeno atrito com meu marido. Motivo? Simples: ele queria transar. Eu, não. Dá pra acreditar? Não estava no clima, não estava com desejo, não estava com vontade. É fácil entender? Claro que é. Além do mais, eu tinha passado o dia quase todo arrumando as nossas coisas mais pessoais que permaneceram com a gente até o nosso último dia no apartamento, para trazer pra cá. Realmente um dia cansativo, cheio.

Estava no closet, terminando de vestir um babydoll e ele apareceu. Sequer olhou na minha cara e foi para sua parte, certamente pegar uma cueca. Suspirei pesado. O que eu poderia fazer? "Ah, Tanara, você poderia transar." Não, gente, não podia. Não iria me submeter a isso para simplesmente, agrada-lo ou não ganhar sua irritação.

Ele passou por mim e foi para a cama, ainda sem me olhar. Era até difícil de acreditar que ele estava fazendo birra porque eu não queria transar. Me deitei do seu lado, mas ele estava de costas pra mim.

- Amor... - o chamei, e não obtive resposta. - Amor! - tentei novamente.
- Oi, Tatá.
- Para com isso, vai. Coisa mais imatura.
- Parar com o quê? De pensar que a minha esposa não tem mais desejo por mim? - ele estava dengoso. Com o orgulho ferido e muito, muito fofo.
- Ai, quanto drama. Eu pensei que esse papel fosse meu! - respirei fundo. - Olha, amor, se eu estivesse com vontade, daria horrores para você. O problema não é você e muito menos minha atração por você. É só o dia, a ocasião, meu interior.
- Não sei como você não sente desejo por mim, eu olho para você e já quero te comer de todas as formas. - insistiu na ideia, com seu palavreado comum (que nunca me incomodou, até eu mesma usava) mas agora, pelo o contexto, soou bastante machista. Pedi paciência aos Deuses, eu tinha que entender que meninos, homens, esses ser humanos que tinham pênis no lugar de vagina, tinha uma mente mais lenta para o amadurecimento, limitada independente da idade é totalmente voltada ao ato sexual.
- Seu amigo ainda tá aqui, Luan! Que falta de respeito.
- Esquece aquele viado! Pode falar, você não gosta de transar comigo... - ele estava tentando me estressar, era isso?
- Claro, Luan, eu finjo orgasmo.
- Joga na minha cara mesmo. - disse, triste. Não contive meu sorriso paciente. O abracei por trás, beijando seu pescoço.

 - Não faz isso! - ele reclamou, pegando um dos travesseiros e colocando entre as pernas. O larguei, chateada, e me cobri, para dormir. Ou tentar. Sem ao menos me importar com meus cabelos úmidos. Que saco, que saco!

Ele se mexeu na cama, pegou no meu maxilar e me deu um beijo. Correspondi.

 - Deixa eu secar seu cabelo? - propôs, me arrancando um sorriso.
 - Por quê? - contraí os lábios.
 - Porque você disse que não gosta de dormir com ele molhado e bom, eu molhei, né, Pikitinha?! - selou meus lábios e puxou o inferior. - Aproveita minha boa vontade!
 - Tudo bem, seu bipolar.
 - Você também é, não pode me criticar.
 - Vamos para a penteadeira?
 - Não pode ser aqui?
 - Pode. Vou buscar o secador! - saí da cama e só voltei para encaixa-lo na tomada. Luan ficou atrás de mim, nós dois sentados. Suas mãos eram pequenas e como se não quisesse me machucar, tentou infiltra-las entre os meus cabelos da forma mais delicada possível. Ter alguém mexendo no seu cabelo sempre era confortante, gostoso... Ainda mais quando é o seu marido, que parecia não saber lidar muito bem com o secador, mas estava se esforçando. E sim, eu deixava escapar algumas risadinhas.

Gente, socorro! Que demora foi essa? Me sorry (arraso nos inglês 💁🏻). Minhas aulas voltaram (há duas semanas), ou seja, paciência! Sim, pra quem presenciou, eu privei o blog. O objetivo era uma coisa mais selecionada, algo mais íntimo... Mas vocês me surpreenderam (pra variar). Apareceu leitora de tudo que é canto e eu fiquei tão assustada, que cedi a deixar ele aberto. Até porque, sou só uma, não tinha tempo/como colocar tantos e-mails. 😂🙋🏻🎉 Eu tô sem pc, então, vocês vão ter que ter mais paciência ainda! Agosto disse que não quer que vocês tenham capítulo (só estou repassando a informação). Queria agradecer à Laura e a Rayza, que deram a ideia do show da banda 5H e resultou nisso, me agradou bastante! Obrigada meninas, vocês arrasaram! (tanto nessa ideia como nas outras, thanks) 😍🙌🏻 Queria agradecer à Lare (ELA VOLTOU COM A FIC DELA, NÃO PERCAM TEMPO)... sim, minha co-escritora da 1ª temporada. Fazer o quê, né?! A temporada muda e nóis num se larga. Ela escreveu esse comigo e me ajudou muito. Obrigada Larinha! 😍 Gente, o que vocês estão achando? Críticas? Ideias? Sugestões? Deduções? #vemcontar #seabra  HAHAHAHAHAHAHA Capítulo de CASA NOVA! 🏡 Gostaram? Beijoxxxxxxxxxxxxxxxx mosamores. 😘

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Capítulo 52 - Não preciso gritar, você vem me salvar.


 - O que eu digo? Deixo subir? - Marina perguntou e eu respirei fundo, pensando em Laura.
 - Manda subir.
 - Tatá, você não conhece a Dona Isabel... Olha, ela é...
 - A filha dela está aqui, Marina. Eu não posso impedi-la de subir.
 - Mas... Seu Luan nunca deixou ela andar aqui.
 - Está tudo bem.
 - Se você diz... - deu de ombros, andando em direção ao interfone.

Fui na cozinha beber água e Marina me acompanhou, após dar a resposta.

 - Você não gosta da Isabel? - indaguei, olhando-a. Eu estava um pouco receosa.
 - Olha, Tatá, eu comecei a trabalhar com o Seu Luan na mesma época que a Laura apareceu. Digamos que o meu santo não bateu com o dela. Talvez seja o jeito, hum, que me incomode um pouco. Você entende?
 - Entendo. - assenti.
 - Você não se engana com ela, Tatá! Ela...
 - Gosta do Luan? Eu já sei. - ri. - Eu já conheço a peça.
 - Bom, pelo menos assim, você não acha que eu estou a difamando.
 - Pode ficar tranquila, Marina! - sorri e no mesmo segundo, a campainha tocou. Engoli seco.
 - Eu vou atender! - Marina se dispôs.
 - Não, deixa que eu vou. - coloquei o copo na mesa e puxei a maior quantidade de ar possível para os meus pulmões, na humilde tentativa de criar coragem.

À passos curtos, fui até a sala novamente. Contei de um até três antes de abrir a porta e quando abri, desejei fecha-lá no mesmo milésimo. Ação e reação.

 - Tanara! - sorriu, sarcástica. Sua expressão era tenebrosa.
 - Oi, Isabel.
 - Que prazer em revê-la, mocinha! - seu tom era esnobe. - Não vai me convidar para entrar? - inevitavelmente lembrei das malditas fotos. Aquele dia foi... dolorido. Que nojo!
 - Entra, Isabel. - sorri pequeno, nervosa e educada. Ela entrou, fitando todos os detalhes do nosso apartamento. Nariz empinado, parecia menosprezar.
 - Cadê minha filha? - depois de muito observar, virou-se para mim, com a cara fechada.
 - Ela tá no quarto, vou chamar! - me prontifiquei.
 - Deixa, eu vou. - me interrompeu, andando na frente, como se ali fosse a sua residência. Audaciosa.

Eu parei meus passos imediatamente. Marina apareceu.

 - Cadê a cobra? - sussurrou.
 - Entrou. - balbuciei e ela arregalou os olhos. Eu dei de ombros, a filha era dela, não podia fazer nada.

Os minutos passaram lentamente até ela voltar com a Laura. Só de saber que ela estava andando pelo nosso primeiro cantinho, com a sua péssima energia, meu estômago revirava. Marina já havia voltado para a cozinha, mas eu tinha certeza que ela estava dando seu jeitinho para poder ouvir tudo. Não quis ao menos cumprimentar a víbora!

 - Você viu, mamãe? Eu conheci as meninas. - Laura relatava e Isabel prestava atenção nela.
 - Eu vi, meu amor. Eu vi muita coisa! Seu pai não tinha ingressos para ir comigo e com você, mas tinha para ir com outra, não é?! - sorriu, cínica. Olha o veneno que ela estava exalando perto de uma criança! Perto da própria filha!
 - Desculpa, Isabel, mas... Eu não sou nenhuma outra, eu sou a mulher dele. - mexi as mãos, entrelaçando-as entre si.
 - Vocês já estavam morando juntos? Aqui? Antes mesmo de casarem no exterior? - disse com um ar superior. Pelo amor de Deus, vai embora! 
 - Sim. - assenti.
 - Hum... Apaixonado o Luan! Casar fora, comprar outra casa... Menina, você é esperta, hein?! Está mesmo arrancando tudo que quer do bestão. - pasmei. Ela estava me ofendendo no meu ambiente? Na cara dura? Eu nunca fiz nada pra ela! Aliás, ela que já havia feito comigo e eu sequer revidei.
 - O que você está querendo insinuar, Isabel? - questionei, enquanto Laura nos olhava atenta.
 - Nada, imagina!
 - A casa e o casamento foram escolhas dele, eu não pedi nada.
 - Ah, claro... Que sorte você tem, não? Ter um homem como o Luan apaixonado por você. Sabia que eu acompanhei o namoro de vocês em 2014? Eu já tinha a Laura e tinha medo de ir atrás dele, então, ficava de olho nele pelas redes sociais. Quer ver como eu sou quase uma lunara? Terminaram depois que voltaram do Caribe e passaram todo o ano de 2015 trocando farpas e provocações. - riu, irônica. - Ahhhh, sem contar de outubro, que ele foi fazer um show lá, estava namorando outra e as más línguas dizem que vocês ficaram. Bom, pelo menos sabemos que não é de agora que vocês dois passam chifres nas pessoas, hum? - ela estava falando do Felipe, merda! 
 - É, eu tenho muita sorte, sim. Luan é um homem maravilhoso! Tem caráter! Sempre foi um ótimo namorado e está sendo um perfeito marido. Eu o amo desde 2014, como você mesma falou. - sorri cínica. - eu tive que responder à altura, não me segurei.
 - Mamãe, a senhora vai me levar embora?
 - Vou, Laura!
 - Mas o papai disse que eu ia ficar com ele. - a carinha dela deu pena.
 - Por acaso ele está aqui? Eu não estou o vendo.
 - Ele foi no estúdio, mas não vai demorar. - respondi.
 - Acontece, Tanara, que eu deixei minha filha vir para ficar com o pai! Pai esse que que está usando minha boa vontade para colocar outra no meu lugar. Está tentando me substituir! Laurinha, vai buscar suas coisas, meu amor. Não quero demorar aqui!
 - Mas mamãe...
 - Laura, me obedeça. - lhe lançou um olhar rígido e Laura saiu cabisbaixa. Ela não queria ir embora, sentia falta do pai, gostava de ficar com ele.
 - Em momento algum Luan tentou me fazer mãe da Laura! Eu sou apenas a madrasta e temos uma boa relação, só isso.
 - Você é muito cínica, hein, garota?! Se faz de boazinha pra mídia, pras fãs, pra família, pros amigos, pra ele... Mas não me engana! Conheço seu tipinho! Quer ganhar minha filha pra prender ainda mais o pateta.
 - Olha, Isabel, você está me ofendendo.
 - Sério? Que esperta! - respirei fundo. - Diz pro seu marido - enfatizou o 'marido', adicionando deboche. - que a mãe da Laura não morreu! Ele pode se apaixonar por outra, namorar, casar... Fazer todos os seus gostos! Mas a primeira filha dele, quem deu fui eu. Você nunca vai ser mãe da Laura! Aliás, me arrisco a dizer que você nunca vai ser mãe de ninguém. Nunca vai dar outro filho pra ele, porque você não tem capacidade de ser mãe! - fui preenchida de sensações horríveis. - Quer um conselho, Tanara? Sai dessa! Você é nova, até bonitinha... Vai viver, menina! Crescer, aprender, amadurecer... Pra poder saber o que é um casamento, o que é um compromisso. Acho que você ganha muito mais não perdendo seu tempo brincando de casinha com o Luan. - a bile veio na garganta, eu estava abismada com o rancor dessa mulher. Fiquei tão perplexa que sequer consegui falar algo. Não fui capaz de me expressar, me defender. Não movi nem um músculo.

Laura voltou com as suas coisas e me olhou, tristonha.

 - Tchau, Tatá. - vinha se despedir e Isabel impediu-a, no meio no caminho.
 - Vamos, Laura! - pegou a bolsa com uma mão e com a outra, a mão da filha. Praticamente a arrastou até a porta, enquanto Laura olhava para trás, certamente desentendida, assustada.

A porta se fechou com força e a pancada fez com que eu acordasse do choque. Sentindo meus olhos encherem-se de lágrimas, fui para o quarto. Depois de me jogar na cama, deixei que o choro molhasse meu rosto. Solucei, como uma criança. Suas palavras foram tão maldosas.

Me tocaram. 

Doeu. 

Machucou profundamente. 

Foi inevitável não lembrar do filho que perdi e aí sim, encharquei meu travesseiro.

Um mar de lágrimas. 

 - Tatá? - percebi Marina adentrando. Odiava chorar na frente dos outros! - Você está bem?
 - Quero ficar sozinha, Ma. Por favor? - pedi, sem olhá-la.
 - Eu acabei ouvindo tudo, me perdoe pela intromissão.
 - Eu imaginei, não tem problema.
 - Dona Isabel é louca, não liga pro que ela fala. - tentou me consolar.
 - Não foi nada, só estou precisando ficar sozinha.
 - Como quiser, Tatá! Qualquer coisa eu estou aqui, fique bem. - passou e fechou a porta. Agora consigo entender o afeto do meu marido por Marina, ela era incrível.

Luan's POV.

Fui pro Studio VIP logo após acordar. Estava com saudades dali. Laura ficou com a Tatá, ela certamente agora gosta ainda mais da madrasta. Minha esposa foi admirável, fantástica. E eu, mesmo de início não estando muito confortável com a situação, no final da noite já estava completo e muito feliz. Nunca duvidei disso, porém, ontem, fiquei mais convicto que estava ao lado da mulher certa.

Somente à noite voltei para casa. Torcendo para Tatá não ter me esperado pro almoço, com certeza estaria chateada. Lembrei da nossa conversa no show e da sua implicância. Ela mesma assumiu que sentia 'ciúmes da minha atenção'. Abri a porta tomando o maior cuidado para não fazer barulho e me deparei com a sala vazia. O silêncio havia dominado o apartamento? Que esquisito!

 - Seu Luan! Que bom que o senhor chegou. - Marina apareceu, antes que eu fosse atrás das meninas.
 - Cê ainda tá aqui, muié?
 - Sei que meu horário de ir embora já passou, mas eu achei melhor ficar esperando o senhor. - tinha alguma coisa acontecendo. 
 - O que foi? Tatá saiu com a Laura? Que silêncio é esse? - questionei, intrigado.
 - A Tatá está no quarto.
 - Laura já dormiu?
 - A Laura foi embora, Seu Luan!
 - Como assim, embora? - ri, desacreditado e desentendido.
 - Dona Isabel esteve aqui e a buscou. Por esse motivo ainda estou aqui.
 - Por que essa louca levou a minha filha? Tínhamos combinado que ela ficaria aqui, comigo. O que tem a ver você ficar me esperando com ela ter vindo? Eu tô confuso, Marina!
 - Eu fiquei pra contar pro senhor o que ela fez. - se aproximou, sussurrando, como se estivesse com medo que alguém a ouvisse.
 - Por que você tá sussurrando? O que ela fez além de pegar a Laura? - cruzei os braços, atento para ouvir o relato.
 - Ela disse coisas horríveis pra Tatá! Dona Isabel é desequilibrada, louca, maldosa... Só me provou ainda mais isso.
 - Que tipo que coisas? - respirei fundo, incrédulo, tentando manter minha pressão normal.
 - Não que eu seja fofoqueira, o senhor sabe. Mas foram absurdos e mexeram muito com a Tatá, deduzi que ela não falaria nada pro senhor.
 - Eu te conheço, né, Marina? Vai, conta logo.
 - Dentre tantas grosserias, ela disse que o senhor queria colocar a Tatá no lugar de mãe dela, substituir...
 - Foi por causa do show! - bufei. - Ontem essa doente me ligou, só que eu não dei importância, desliguei na cara dela. Não imaginei que ela viria aqui, não achei que o veneno dela chegasse a tanto.
 - Ela insinuou que a Tatá estava com o senhor porque o senhor fazia todos os seus gostos. Disse que ela se passava de boazinha, mas não a enganava. Disse também que... a Tatá não tinha capacidade para ser mãe! - senti meu sangue ferver. - Foram tantas coisas, mas o resumo é isso. Falou tudo isso e levou a Laurinha. Tatá ficou muito mal.
 - Eu vou matar a Isabel! Quem ela pensa que é pra vir na minha casa insultar a minha mulher? Tanara nunca disse nada com ela! Aliás, ela que já a ofendeu uma vez, só que por mensagens. As fotos... Essa mulher me dá repulsa, Marina!
 - Tatá não saiu do quarto desde cedo. O senhor não vai falar com ela?
 - Com a Tatá? Não, deixa ela deitadinha. Vou resolver esse assunto com a Isabel!
 - Seu Luan, pelo amor de Deus...
 - Ela vai pagar muito caro por cada palavra. E a Laura vai voltar! Posso te pedir pra ir embora só quando eu chegar, Marina? Não quero deixar a Tatá sozinha.
 - Claro! Ela nem comeu direito, tadinha. - deve estar lembrando do nosso filho. Que ódio! 
 - Obrigado, Ma. Sei que sempre posso contar com você.
 - Não faz besteira, menino!
 - Tudo que eu fizer é pouco pro que essa imbecil merece. Tantas que eu já transei, tinha que engravidar logo ela? Tchau, me espera! - saí, à passos largos, bufando, puto.

Dirigi parecendo que estava com raiva do próprio volante. O apertava com força e a quilometragem marcava uma velocidade jamais permitida. Isabel não precisava se esforçar muito para me irritar. Agora, mexer com a Tatá? Não, aí não. O nome "Isabel" interligado com "deixar minha menina mal" mais os absurdos que Marina relatou, realmente, era demais para um Luan Rafael. 

 - O que você tá fazendo aqui?
 - Cadê a minha filha? - falei entre dentes, tentando me conter, lembrando à todo instante da lei Maria da Penha.
 - Eu busquei ela. - sorriu cínica e eu a empurrei, entrando com tudo. - Ai, seu grosso! - fechou a porta. - Quer uma água? Um café?
 - Quero te matar, pode ser?
 - Tá louco? O que eu fiz? - só se for louco de raiva.
 - Eu tô sabendo de tudo! - me aproximei e peguei em seu braço, com força. Muita força. - Você é muito corajosa, sabia?
 - Se você não me soltar... - transpareceu medo. É, acho que ela nunca havia me visto assim.
 - Vai acontecer o quê? Você banca a louca com os outros, Isabel! Comigo, não. Quer dizer, comigo não mais.
 - Eu não estou entendendo! Me solta!
 - Vai negar que falou um monte pra Tanara?
 - Ahhhhhhh, ele tá assim porque a mulherzinha já foi fuxicar? Não sabe se defender sozinha e precisa apelar, que dó.
 - Ela não me contou nada!
 - Então foi a Laura? - riu, sarcástica. - Porque só estávamos nós três.
 - Não é que te interesse, mas foi a Marina.
 - Empregada enxerida!
 - Qual o seu problema, hein, Isabel? ME FALA! - peguei seu outro braço, ficando bem na sua frente, apertando-a com ainda mais força.
 - Meu problema é você querer me excluir da vida da NOSSA filha! Disse que não tinha as porcarias dos ingressos e foi com aquela...
 - SE VOCÊ FALAR UM 'AI' DA TANARA AQUI, PRA MIM, EU VOU ESQUECER QUE VOCÊ É MULHER! - gritei, nervoso. Meu rosto com certeza estava vermelho.
 - Vai me bater?
 - Você devia ter noção das coisas que você faz. Medir as consequências, sabe? Às vezes podem ser sérias!
 - Você quer que ela me substitua e eu não vou admitir. Ela pode ser sua esposa, mas você tem uma filha comigo!
 - Maldita hora que eu fui comer você. SEU CARÁTER DEVIA VIR ESCRITO NA TESTA! E se você quer saber, eu não arranjei ingresso nenhum. Quem deu de presente pra Laura foi a própria Tanara!
 - Desde quando aquela menina tem mais poder que você?
 - Desde quando ela passou a querer. Porque ela tem capacidade para ser e conseguir o que ela quiser. Você escutou? Inclusive me dar outro filho! Com ela, sim, eu tenho prazer de ter um filho.
 - BABACA! - esmurrou meu peito. - VOCÊ TÁ MENOSPREZANDO SUA PRÓPRIA FILHA POR CAUSA DE UMA NAMORADA!
 - Ela é minha esposa! E não, não estou menosprezando a Laura. Eu amo minha filha, mas se pudesse escolher outra mãe para ela, escolheria.
 - Isso, assume mesmo que quer colocar ela no meu lugar. Nunca mais eu deixo a Laura ver essa Tanara! Nunca. Mais.
 - VOCÊ NÃO MANDA EM PORRA NENHUMA! A Laura é minha filha, vai frequentar a minha casa e vai conviver com a minha família! Que no caso, agora, é a Tanara. Tá escutando, Isabel? Começa com suas confusões que eu entro na justiça e peço guarda compartilhada. Você vai perder a pensão e não vai decidir mais em que dias eu posso ver minha filha. Vou estar viajando e você vai ter que aceitar que a Tanara fique com ela. As duas se adoram. Sabe por quê? Porque a Tatá é uma perfeita madrasta.
 - SEU IDIOTA! VOCÊ NÃO VAI FAZER ISSO! - me deu uma sequência de murros, que sinceramente nem senti.
 - Duvida de mim, Isabel. Testa minha paciência!
 - TUDO ISSO POR CAUSA DELA! PORQUE ELA APARECEU! MALDITA HORA! - atacou, histérica.
 - A Tanara faz parte da minha vida antes mesmo da Laura.
 - SUA FAMÍLIA SOU EU E A SUA FILHA! Quando você vai enxergar isso? - disse, ofegante. Me permiti rir.
 - Você além de louca, doente, é muito palhaça, sabia? Engraçada demais! Quando você - enfatizei. - vai enxergar que eu só sinto pena de você? Somente pena! Nunca vamos ter nada! Esquece a nossa transa porque ela foi SÓ. UMA. TRANSA.
 - Você vai quebrar a cara e vai me pedir perdão por tudo isso.
 - Você é patética, Isabel! - a soltei com tudo. - Cadê a Laura? Eu vou levar ela.
 - Ela tá dormindo, você não vai levar ela.
 - EU JÁ DISSE QUE VOU! Você vai chamar ou prefere que eu vá?
 - Você tá estragando tudo, Luan. Não entende que você é só meu e da Laura? - virei, para olhá-la. - PARA DE BRINCAR DE CASINHA COM A TANARA! ELA É SÓ UMA MENINA! Eu sou mulher, mulher pra você. - sorriu, apaixonada. Psicopata! - Você tem idade pra ter um casamento sério, comigo. Nós dois já temos uma vida juntos, temos uma filha. - neguei, rindo.
 - Por que você não vai atrás de um macho, Isabel? É disso que você precisa! Um pra te comer. Mal amada, infeliz.
 - Eu me declaro e você diz isso, Luan?
 - Vai pra casa do caralho!
 - VOCÊ É UM INGRATO! CACHORRO! VIADO! GIGÔLO!
 - Tanara não me acha viado! Ao invés de você ter exalado seu veneno, deveria ter aproveitado a ida para pegar umas dicas com ela. Chama tanto ela de menina, achando que vai ofender. Mal sabe que essa é uma das coisas nela que eu mais amo. Tanara tem seus momentos de menina, mas sabe ser mulher quando precisa. Inclusive na cama, coisa que você não foi em nenhuma das vezes que eu te comi. Ela, sim, é mulher suficiente para me satisfazer.
 - ESTÚPIDO! - avançou em mim, com fúria. Tentou estapear-me, mas eu a impedi.
 - Segue meu conselho, vai atrás de um homem pra você. Tá precisando de uma rola! Talvez ele te faça feliz, talvez faça você me esquecer. Gente feliz não enche o saco. E agora eu entendo por que você foi agredir a Tatá, você quer minha atenção à todo custo. Só que dessa vez você não fez direito. Você é insignificante. Desprezível. Depois disso, só consigo ter nojo de você. Em todas as vezes que você me xingava, eu ficava calado. Sabe por quê? Porque pode me xingar, ofender, me chamar de tudo, fazer o que você quiser... SÓ NÃO MEXE COM AS PESSOAS QUE EU AMO! PRINCIPALMENTE, A TANARA. Eu quero você longe dela, tá ouvindo? Você não merece nem olhar pra ela. Ela é maravilhosa demais pra ficar perto de uma pessoa lixo como você, pra sentir sua energia péssima. Eu vou pegar a Laura e vou passar os dias que eu quiser com ela, porque eu sou o pai dela. Se você se meter, tentar atrapalhar, eu entro na justiça e melhor, não peço guarda compartilhada. Eu peço a guarda total da Laura! Afirmo que a mãe dela sofre de problemas mentais, é desequilibrada, neurótica... Aí sim, quem não vai ser capaz de ser mãe, será você. Eu sou rico, casado legalmente e posso muito bem criar minha filha com a minha esposa. Tenho certeza que a Laura vai se dar muito bem morando com a gente e os irmãozinhos. Que fique claro que agora eu estou disposto a tudo, não estou brincando. É isso, Isabel. Acho que agora você vai parar de me importunar! Vou acordar a Laura e você fica aí, não precisa vir atrás de mim. Quanto menos olhar pra você, melhor. - disparei, firme, muitíssimo nervoso, dominado por uma raiva sobrenatural. Eu nunca me senti assim. Parecia fora de mim!

Fui até o quarto de Laura bufando, tentando me acalmar, controlar ao menos minha respiração. Meu coração estava acelerado demais.

 - Papai? - Laura surpreendeu-se, enquanto eu abria um sorriso. Ela não estava dormindo, estava assistindo algum desenho animado na tevê.
 - Oi, meu amor. - me aproximei e ela já estava lembrando, abrindo os braços. A abracei forte, na esperança de melhorar meu estado.
 - Mamãe me trouxe embora. Nem deixou eu falar com a Tatá!
 - Sua mãe tá doente. Não sabe o que tá fazendo!
 - Doente?
 - É, doente! Você vai voltar pra casa do papai, você quer?
 - Quero! Eu posso ficar lá até o dia da mudança?
 - Claro, princesa. Vamos nos mudar essa semana, mas você fica até quando quiser.
 - As férias toda? - perguntou, deslumbrada. Eu assenti.
 - Mas temos que ir logo.
 - Eu tô de pijama, papai. Mamãe tá fazendo a janta.
 - Não tem problema! Vamos de pijama mesmo.
 - Papai! - me repreendeu. Esqueci que tinha uma filha blogueirinha. 
 - Você quer pizza? No caminho a gente compra.
 - Quero! Eba!
 - Cadê sua bolsinha? Ajuda o papai a colocar roupas pra você. - pedi e Laura começou a me ajudar, empolgada. Fizemos tudo com a maior pressa, queria sair lado o mais rápido possível.

A peguei no braço de pijama mesmo e ao passarmos pela sala, Isabel tornou a falar merda.

 - Laurinha? Você aceitou ir com seu pai? Vai deixar a mamãe sozinha?
 - Mamãe...
 - Não faz chantagem emocional com a menina, Isabel. - apressei os passos até a porta.
 - Mas Laurinha... - nos acompanhou.
 - Tchau, Isabel! Tchau. - abri a porta e ela prosseguindo resmungando. Passei então a correr literalmente até o carro.
 - Papai o senhor tá correndo. - Laura se divertia, olhando para a mãe ficando para trás.
 - A mamãe tá doente! - liguei o carro e a pus na cadeirinha.
 - Ela vai no médico?
 - Vai! Quando você voltar, ela já vai estar boa. - sorri e ela deu de ombros. Pus sua mala improvisada ao seu lado e depois sentei no meu lugar, ligando o carro na mesma pressa. Laura ainda olhava para a mãe e ria, ria muito. Acho que nunca me viu assim, fugindo de alguém. Ou melhor, fugindo da Isabel.

No caminho eu já sorria aliviado ao ver um sorriso no rostinho da minha filha. As mulheres da minha vida eram as únicas pessoas que conseguiam me proporcionar paz. Falando nisso, foi impossível não lembrar de uma delas: a Tatá. Pelo o que Marina descreveu, ela ficou desolada.

Para mima-la e reanima-la, além de pizza, comprei flores bombons. Laura não ligou muito pro chocolate, estava louca para comer a pizza.

 - Até que fim chegou, Seu Luan! Está tarde, não moro tão perto, o senhor sabe. - Marina agradeceu, assim que eu abri a porta.
 - Marina! - Laura apareceu contente, segurando o refrigerante que era quase do seu tamanho. Ela tinha que suportava, confiei na minha filha.
 - Laurinha! Meu amor! - Marina correu para pegar o refrigerante, certamente já me julgando em pensamento por deixá-la carregar algo pesado demais para uma criança.
 - Eu voltei, Ma! - beijou o rosto de Marina.
 - Eu tô vendo!
 - Preocupa não, Ma. Eu vou te deixar em casa!
 - Nossa, Seu Luan, sério?
 - Tem algum problema?
 - Claro que não. - sorriu, impressionada.
 - Mas só vamos depois que você comer pizza com a gente.
 - Tudo bem. - riu. - Deixa eu ir ajeitar...
 - Eu te ajudo! - Laura se dispôs.
 - Vou chamar a Tatá. - mostrei as flores e a caixa de bombons e Marina sorriu, aprovando meu desempenho. Entrei no quarto e ela estava deitada, entretida em alguma coisa que passava na tevê.

 - Amor?
 - Oi. - olhou-me. Nem reclamou do horário que eu 'cheguei'? Estranho.
 - Trouxe pra você. - me aproximei da ponta da cama que ela estava e me ajoelhei, ficando na mesma altura. Estendi as flores e ela sorriu, meiga.
 - Obrigada.
 - Isso aqui também, ó. Sei que você não tem frescura com dieta e nem sonha em fazer academia. - mostrei os chocolates e ela riu.

Um sorriso. 
Ponto pra mim. 

 - Obrigada meu amor. - depositou as mãos no meu cabelo e cessou a distância entre os nossos rostos, dando-me um selinho gentil. - Mas, por quê?
 - Porque eu te amo.
 - Isso eu já sei.
 - Ih, convencida.
 - Flores e chocolates do nada? Só porque me ama? Como se eu não te conhecesse.
 - Não consigo esconder nada de você, então...
 - Nadinha.
 - A Marina me contou que a Isabel veio aqui e o que ela fez.
 - Foi uma besteira.
 - Você não é lá de se abater com besteiras.
 - Ela é louca, você já me explicou, eu já entendi.
 - Ser louca não justifica o que ela fez. Eu cheguei, a Marina felizmente me contou, e eu fui resolver isso.
 - Luan, o que você fez? - ergueu o tronco, inclinando-se, curiosa.
 - O que devia ser feito. Dei um basta naquela mal amada. Ela nunca mais vai me insultar. Nunca mais vai ofender as pessoas que eu amo. - Tatá me olhou com ternura e aquilo fez valer a pena tudo que eu fiz desde que saí de casa, disposto a enfrentar Isabel, tremendo de tanta revolta.
 - Ela levou a Laura.
 - Eu já trouxe ela de volta.
 - Sério? - deu um sorriso comemorativo.
 - Sério! Trouxe ela e umas pizzas aí pra nós. Se você quiser, claro. Não quero te forçar a nada!
 - Besta! - prensou nossos lábios mais uma vez, me causando a vontade de beija-lá de com fervor, com instigo, com língua.

Me controlei após ela cortar rapidamente o beijo.

 - Quero ver a Laura.
 - Quero te beijar, e aí?
 - Amor! - repreendeu-me, com a expressão mais corada. Respiro, aliviado.
 - Vamos deixar a Marina, tudo bem?
 - Ela ainda está aqui? - seus olhos arregalaram-se, ficou admirada.
 - Sim!
 - Nossa, eu nem percebi. Claro que vamos, amor. Tá tarde! Posso tomar um banho rapidinho?
 - Pode, estou bonzinho. Mas tem que ser rapidinho mesmo, quero comer com você.
 - Não vou demorar! - beijou meu rosto e ia sair, quando eu segurei seu braço.
 - Ei, você é capaz, sim, de ser mãe. Tenho certeza que meus filhos vão ter a melhor mãe do mundo. - sorriu encantada e veio me dar um beijo digno.

Tatá tomou banho, se arrumou e nós quatro comemos as pizzas. Laura ainda só de pijama, mas pareceu esquecer desse fato. Terminamos e fomos deixar Marina em casa. Era um perto longe e ela ficou bastante agradecida. Na volta, Laurinha já estava dormindo e eu aproveitei para contar minha conversa com Isabel à Tatá.

Tanara's POV.

Isabel conseguiu me atingir, mas meu marido, como o anjo que ele sempre foi pra mim, desfez todo o mal que ela me causou. Pedi detalhes do que eles conversaram e ele contou, sem ver a necessidade de esconder qualquer parte que seja. Fomos dormir cedo (para o que estávamos acostumados), mas nosso sono foi entendível, o dia havia sido cheio demais.

No dia seguinte, acordei e fui surpreendida pelo um silêncio intimidador. Ao olhar pro lado, notei a falta de Loli na nossa cama. Se ele já levantou, deve estar tarde.

Errado.
10h07. 
Cedo.

O que deu nele para acordar tão cedo? Aproveitando o celular na minha mão, fui responder minhas mensagens e me atualizar nas redes socais. Abri o Instagram e imediatamente, lembrei de Priscila.

Lembrei que estava olhando suas postagens quando a cobra me atrapalhou.

Inaceitável! Eu precisava curtir o restante das postagens do lunara.

lunara ESSA MULHER É MUITO DEUSA NÉ NON? 😎 Foto postada antes do show começar. É pedir muito, muitas fotos da Laura com lunara? Lunara com fãs? É? Eu acho que não heinnnnn. Titia e todas as sobrinhas merecem. 🙋🏻🙌🏻🙏🏻 @tataccioly



lunara Você percebe que o jogo virou quando o Luan ao invés de ouvir um multidão chamando ele de gostoso, precisa ouvir a filha e a noiva (vamos fingir que não desconfiamos de nada rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs) aos berros, chamando outra mulher de gostosa. 🌸 Bom, a vingança é um prato que se come frio, principalmente quando essa vingança vem da vida, bebê 🌸 Nossos papitos agradecem 🙌🏻🙌🏻🙌🏻 Do lado, Bruna Vieira, Tanaravilhosa e Kéfera. Essas três: LACRE. Quero pic do Gusta com o Luan, com a Tatá, da Kéfera com o Luan, com lunara, ahhhh quero foto de todo jeito! Andem, escravos! Me satisfaçam! 👐🏻📸 @tataccioly @kefera @brunavieira 🙅🏻🙆🏻💆🏻💗


lunara Primeiramente: aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa TEVE PIC LUNARA DURANTE O SHOW! 💃🏻💥🎶 SE VOCÊS QUEREM ME MATAR ME DEEM UM TIRO NA CARA, NÃO PRECISA IR TORTURANDO AOS POUCOS. Gente, que lindos, puta que pariuuuuuuuuu! 😱😵😫 QUE FOTO MAIS AMORZINHO 😍❤ PARECE QUE UM CERTO CANTOR INVADIU O SNAP DA NOIVA, non é meixmoooo? 💅🏻 Já tô feliz, nem precisam postar mais nada. ✨ ps: péssimo dia para ser hater lunara 🤗 @tataccioly @luansantana 



lunara Publicação da Kéfera no seu SnapChat. 🆘 Mas por que os senhores estão me arrasando tanto? 😩 Antes de tudo, reparem aonde estão as mãozinhas da senhorita (rsrsrsrsrsrs) Tanara. 😍 Na cintura dele, tô morreeeeeendo de amores. 😰❤ Abraçadinhos, muito amor! 🌟 Que Deus proteja vocês de todo o mal. 🙏🏻 Esse amor é lindo, é real, é recíproco, é abençoado. Só não concordo em esconder que já casaram rsrsrsrsrsrs Mas, titia entra no jogo e pergunta: quando saí o casamento? Desculpa, essa pergunta é muito humor. 😂 Aaaaaaah: KEFERA OBRIGADA!!!!!!!! 🙆🏻 @luansantana @tataccioly @kefera 

lunara EU TÔ É CHOCADA! 🐣 Num é que aquele twitter do 5H estava certo? O cantor lembrou que tem o aplicativo SnapChat, minha gentí!!!! 😱 "Acabou as gostosas 🙄" Desculpa eu ri Kkkkkkkkkkkkk os olhos revirados dizem tudo... Conta pra tia, Luanzinho: gostou? Amoooooo demais vocês dois! ❤ @tataccioly @luansantana 
 
Curti todas e especialmente na última, comentei quatro corações vermelhos. Fui para as minhas marcações e tinha mais fotos.

luandaily @luansantana e a noiva Tanara Accioly, sendo tietados no show da banda Fifth Harmony, ontem, em São Paulo. 



tanarizamos Lindos! 💕 @tataccioly sendo tietada no show da banda Fifth Harmony. #TanaraAccioly 



Fiz minhas higienes matinais e quando finalmente saí do quarto, Marina me cumprimentou.

 - Bom dia, Tatá!
 - Bom dia! - respondi, bem humorada.
 - Seu Luan ainda tá dormindo?
 - Não. Pensei que ele estivesse tomando café da manhã, não?
 - Não! Só quem já tomou foi a Laura, agora ela está brincando de boneca.
 - Pra onde o Luan foi tão cedo?
 - Bom, eu cheguei e ele já não estava, pensei que estivesse dormindo com a senhora.
 - Que estranho! - dei de ombros.
 - Daqui a pouco ele volta. - sorriu. - Vai comer, menina. Já já é hora do almoço! - Marina às vezes lembrava minha mãe.

Tomei café da manhã com a companhia dela e depois, Laura percebeu que eu já estava acordada. Me deu um abraço apertado e começou a perguntar sobre o seu quarto na casa nova. Estava mais ansiosa que eu e o pai, se duvidar! Acabei lembrando de João Guilherme, eu teria que preparar o quarto dele também.

 - Marina, você acha que eu vou parecer grudenta se ligar pra ele? Já são duas horas e nada.
 - Você é esposa, tem todo o direito! Mas acho que ele deve estar na casa da mãe. Seu Luan não é de sair cedo pra canto nenhum. Às vezes madruga no estúdio, mas...
 - Será?
 - Ele já foi ontem, né?
 - É. Não vou ligar pra ele, vou ligar pra Tia Zete. Pelo menos dá pra disfarçar. - sorri sugestiva e Marina riu.

Liguei pra minha sogra e estávamos erradas. Ele não estava lá! O que estava acontecendo? De intrigada eu já passei a ficar nervosa e preocupada. Não teve outro jeito, tive que ligar pra ele.

Caixa postal. 

Droga! 

Será que estava na casa de algum amigo? Mas tão cedo? E por que não me avisou? Resolvi esperar meia hora e mesmo depois desses minutos, nada de Luan.

Liguei pro Élton, pro Dudu, pro Roberval e pro Wellignton.
Nada também!

Ele queria brincar comigo, era isso? 

 - Tatá, cadê meu papai? Não chegou ainda!
 - Foi resolver umas coisas! - respondi, agora altamente nervosa. Meu celular alegava que eram 17h28 e sim, isso me perturbava ainda mais.
 - Mas eu acordei cedo e já tá de noite.
 - Não tá de noite, Laurinha! Olha, você quer ir brincar com a Alice?
 - Quero!
 - Vou ligar pra Larissa.
 - Vem Lau, vamos escolher uma roupa! - Marina me ajudou a esconder o que estava acontecendo e levou Laura para se arrumar, serelepe.

Onde ele estava, meu Deus?

Curiosidade, preocupação, nervosismo... A junção não era nada legal e me proporcionava pensamentos não tão bons. Nessas horas, infelizmente, pensamos em tudo, certo?

Mas pra onde ele iria tão cedo? E por que não avisou? Por que o celular desligado? Por quê?

Nada fazia sentido e à essas horas, todo mundo já sabia. Minha mãe me mandava ficar calma, dizia que não deveria ser nada demais, já Dona Marizete estava tão nervosa quanto eu. Liguei para Larissa, expliquei a situação e ela, aceitou de boa vontade. Alice estava com saudades da Laura e além do mais, eram crianças, não precisavam saber do que estava acontecendo. Minha comadre buscou minha enteada e ao ver meu estado, mandou eu me acalmar também.

 - Ele chegou? - Tia Zete perguntou ao entrar no nosso apartamento. Ela, Amarildo, Bruna e Breno quiseram vir.
 - Nada, tia. - a abracei, suspirando pesado.
 - Liguei pra central assim que você comunicou a Lizete e eles disseram que ele não passou por lá. Qualquer coisa eles avisam!
 - Ele saiu que horas, Tatá? - Bruna perguntou.
 - Vocês querem alguma coisa? - Marina perguntou, ela ainda estava ali. Todos responderam que não e agradeceram, em coro.
 - Marina chega cedo e quando ela chegou, ele já não estava. Laurinha também acordou cedo e disse a mesma coisa. Perguntei na portaria, pedi para olharem no sistema que horas um dos carros dele saiu e lá tinha cinco e pouco da manhã.
 - Caramba, muito cedo! - Bruna pasmou.
 - Breno, já falou com os amigos de vocês? - perguntei.
 - Já, nenhum sabe do boi.
 - Wellignton e Roberval estão vindo pra cá. - Seu Amarildo disse, mais calmo. Ele era mais sério nessas situações. Já eu, não conseguia disfarçar meu nervosismo e muito menos minha preocupação.
 - Vamos acionar a polícia, vidinha! - Tia Zete falou, tomada pelo o nervosismo, o medo.
 - Não, Lizete. Melhor não! Pode vazar na mídia e...
 - Ele desapareceu, você não percebe?
 - Pode não estar acontecendo nada demais! Afinal, ele que saiu, normalmente.
 - Mas pode ter acontecido alguma coisa! Ninguém sabe dele, ele não atende o celular. Já ouviu falar em assalto? Sequestro? - minha sogra levantou hipóteses, impaciente. Meu coração apertou. 
 - Ai, mãe, não fala besteira, você vai matar a Tatá! - Bruna veio pra perto de mim. - Ela tá pálida! Marina, traz água com açúcar, por favor.
 - Vou buscar.
 - Odeio pensar isso, mas seu pai é muito cabeça dura! Antes dele ser o Luan Santana, ele é meu filho, um ser humano.
 - Lizete, você tá nervosa, é melhor esperar mais um pouco.
 - Não quero esperar nada! Quero meu filho! - respondeu numa grosseria nunca vista por mim. Meu sogro respirou fundo, seguindo Marina.
 - Calma, Dona Marizete. Ele vai aparecer! - Breno tentou acalmar a sogra.
 - Eu nem sei mais o que pensar. Passei o dia agoniada! - confessei.
 - Você era pra ter ligado mais cedo, Tatá! - minha cunhada disse.
 - Mas eu pensei que ele estava na tia, ou na central, eu não sei. - fui atrapalhada pelo meu celular, era minha mãe.

Esperava notícias do meu marido e eu contei que estávamos na mesma. Perguntou se eu gostaria que ela viesse e eu disse que não precisava.

Marina trouxe minha água junto de Seu Amarildo e eu bebi, sentindo minha cabeça doer. Tia Zete estava no mesmo estado que eu e eu sequer podia sentir pena dela.

 - Nada? - Roberval perguntou, ele e Wellignton haviam chegado.
 - Nada!
 - Já já mamãe e Tatá vão passar mal.
 - Acho que elas estão passando mal há um tempo, amor. - Breno falou, alisando o braço da namorada. Eu estava deitada no ombro da minha sogra, angustiada.
 - Ele não falou com a gente. - Wellignton se pronunciou. - Não é melhor comunicar a polícia?
 - Eu já disse isso, mas o Amarildo não quer.
 - Eu só acho que devemos esperar mais um pouco, Lizete! - respondeu mais contido, frio. Ele não queria demonstrar, para não abalar ainda mais nós três. Sim, Bruna agora também estava tão mal quanto nós.
 - O pior é que não têm chances de não ser nada, Seu Amarildo. Nenhum amigo sabe dele, não passou na central, ele não falou com o Assis e o jatinho não saiu de Jundiaí. Só investiguei porque temos que ver tudo, mas Luan não viaja sem o Well, sem mim. Enfim, vocês entenderam.
 - Tem que checar tudo mesmo, Rober. Até as mínimas possibilidades! - Breno disse, da mesma forma do sogro, tentando passar equilíbrio.
 - Cadê a Laura? - Roberval perguntou.
 - Eu pedi pra Larissa vir buscar. Ela é criança, não tem que passar por isso. Fiquei o dia todo com ela, mas tentei disfarçar.
 - É melhor assim! - Bruna ponderou.
 - Se ele não voltar hoje, é melhor deixar ela dormir lá.
 - Deus me livre, Amarildo!
 - Lizete, eu só estou supondo...
 - Liga pra polícia! Eu não aguento mais esperar! Você não tá vendo como eu estou? Sua filha? Sua nora?
 - É melhor vocês três se acalmarem, desespero não vai levar à nada. - Wellignton aconselhou, comovido com o nosso estado. Eu não conseguia dizer mais nada! Só tentava afastar os pensamentos ruins.
 - Pensar positivo, gente. - Marina disse, igualmente à Wellignton. - Eu sei que é difícil, mas...
 - Vou ligar antes que você me bata, né, Marizete? - Seu Amarildo levantou e no mesmo segundo, a maçaneta da porta começou a se mexer, enquanto todos estavam distraídos. Só eu percebi.

E de repente, a porta se abriu por completo, me dando a melhor visão possível.

 - Uai? Quê isso? Festa surpresa? - Luan perguntou no seu jeitão, como se nada tivesse acontecido. Eu só tive uma reação: sorrir e correr para abraçá-lo. - Oi, amor. - beijou minha cabeça, enquanto eu o apertava, aspirando seu cheiro, para ter a  confirmação que ele estava bem, intacto.