No supermercado eu nunca me estressei tanto! Os três não paravam de aprontar e passar vergonha. Meus olhares firmes não adiantavam. Eu chamava a atenção e bastava eu virar, para começarem tudo de novo. O condutor da estrepolia? Luan Rafael. Em contraponto, eu podia ver alegria neles. Como se eu fosse mais lesada do que já sou, eles achavam que eu não estava percebendo e depois do sermão, toda vez que eu olhava, eles fingiam estar normais, quietos. Até o momento que, Laura derrubou uma pilha biscoitos recheados, causando o maior barulho. TODOS OLHARAM! T O D O S. Pior, o maior cúmplice dela, era o próprio pai. Então... só restou ele pedir desculpas, turbinando o cinismo e pegando a filha no colo. E quando se virou pra mim, começou a rir. Ele não prestava!
— Não briga comigo, Tatá. Por favor! – Laura pediu quando chegou perto.
— Tá tudo bem, bebê. Essas coisas acontecem. – ele a tranquilizou e eu respirei fundo, com os olhos apreensivos de Laura sobre mim.
— Laurinha, eu ri demais. Todo mundo te olhou. – João disse rindo, pegando o nosso carrinho.
— Acontece, né, Laura. Vocês não se aquietam! – falei, por fim. — Isso é culpa de vocês dois que incentivam a menina.
— Deixa de ser chata, Tanara. Ela nem deve culpa.
— Olha, Luan Rafael, não passa a mão em cima da cabeça da Laura, não. Mas sim, ela não é dona da culpa toda, a maior parte é sua. Parece um moleque.
— Ranzinza.
— Desse tamanho e fazendo essas coisas! Se vocês três me fizerem passar mais alguma vergonha, vocês vão ver. – ameacei.
— O que você vai fazer? – Luan perguntou, com seu olhar desafiador voltado para o João Guilherme.
— Experimenta. – sorri falsamente. E virei para a prateleira. Quando percebi, eu já estava nos braços do meu futuro ex-marido, como se fosse uma criança e sim, o babaca fazia propositalmente. Ele me apoiava em seu ombro, enquanto eu reclamava esmurrando suas costas, Laura morria de rir e João Guilherme procurava o carrinho vago mais próximo.
Sim.
Ele me colocou dentro de um.
Depois de boas risadas e meus olhares fatais, mais pedidos desesperados, impacientes e embravecidos, ele me ajudou a descer. Todos olhavam. Que vergonha, meu Deus!
Agora os três riem, comemorando, enquanto a minha cara representa a pura indignação.
— Eu vou me vingar de vocês três. Só aguardem.
— Eu não tenho nada a ver com isso, Tatá.
— Fica indo na onda do Luan, João Guilherme!
— Eu acho que tô até com medo. – Luan tremeu as mãos, duvidando de mim. Há-há.
Estávamos dentro do carro já com as compras e ele veio com uma proposta.
— Vamos no shopping depois daqui? Almoçar, passear com as crianças, sei lá.
— Você sabe que pra você é difícil, Luan. Melhor irmos pra casa...
— Vamos, Tatázinha, por favor. – Laura implorou, com as mãoszinhas juntas, olhinhos apertadinhos e um sorriso infalível.
— É... Vamos, Tatázinha! – João Guilherme imitou, fazendo graça, com lábia. Tá, eu acho que fui vencida.
— Tudo bem, vamos.
Assim que entramos, ele me deu a mão e eu o olhei contrariada.
— Caso tenha algum paparazzi. – explicou e eu assenti.
— Lembrei aqui do dia que você me levou para o restaurante mais distante por causa dos mesmos.
— Tempos diferentes. Não vamos falar disso aqui, ok? Uma trégua. – ele pediu. — Pelas crianças.
— Pelas crianças. — confirmei.
Luan's POV.
Foi uma das melhores tardes da minha vida. Nunca me senti tendo uma família como naquela tarde. Digo, ser o pai da família, ter uma esposa e filhos. Sim, esposa. Acabei pedindo Tanara uma trégua naquela tarde, pelos meninos. E assim fizemos. Fomos nos soltando durante a tarde, conversando e comentando alguns assuntos.
Fiz todas as vontades de cada um deles, e as minhas também. Muita gente me parou desde o supermercado ao shopping, mas isso não nos atrapalhou em momento algum. Almoçamos, fomos em alguns daqueles brinquedos eletrônicos, entramos em várias lojas e por fim, sentamos na praça de alimentação para lanchar.
Tiramos algumas fotos e ficamos conversando besteiras em plena praça alimentar de um shopping. O tempo tinha voado e já eram quase seis da tarde. Eu e Tanara conversávamos sobre algo que nos fez gargalhar bastante e quando demos conta do que estávamos fazendo, rolou um beijo. Droga, Luan! Você tem que se segurar mais perto dela! Fiquei tão nervoso e chateado comigo mesmo que chamei todos para ir embora.
Fui calado no caminho todo, pensando e pensando. Eu devia ter me segurado. Eu tomei iniciativa, talvez não devesse ter levado eles pra lá. Uma loucura. Eu podia ser agarrado por qualquer pessoa, e eu estava ao lado dela. Quando estacionei na porta de casa, Laura e Joca saíram correndo, nos deixando sozinhos.
— Não aconteceu nada! E foi a última vez. – declarei, aparentemente nervoso, mas não com raiva.
— Você é muito convencido, Luan.
— Por quê?
— Por causa disso, ué. – deu de ombros, tranquila. Tranquilíssima. Ah, maldita! — Está aí se justificando, como se eu fosse me iludir com o beijo que você me deu.
— Só tô falando a real.
— Respira um pouco! Esse beijo significou bem menos pra mim do que pra você, que afinal, procurou, né.
— Você é mesmo uma metida!
— Da próxima vez tenta se controlar perto da minha boca. – balançou a cabeça, como se estivesse surpresa e pasma, cinicamente.
Que filha de uma puta! Érika que me perdoe.
— O que você achou da ideia da Laurinha de passarmos o ano novo em Orlando? – perguntei, para quebrar o gelo (e desbancar a marra dela), assim que entrei no quarto; ela já estava de camisola. Minha filha falou sobre isso enquanto lanchávamos.
— Acho que vai ser ótimo pra vocês.
— "Vocês"?
— Você não vai com ela e sua família?
— É... minha família... – concordei, estranho. Ela não ia?
— Vai ser muito divertido pra vocês. – disse, entrando no banheiro. Ela parecia normal. Estava calma. Falava numa boa, como não acontecia há muitos dias.
— Mas... minha família são vocês. Laura, João Guilherme e você. Claro que minha mãe, meu pai e minha irmã estão inclusos, mas...
— Luan! – ela apareceu na porta, incrédula. – Tá louco? Nós estamos nos separando, não tem sentido eu ir. Qualquer viagem com vocês não vai caber eu e meu irmão. Não mais. – disse com tristeza na voz, eu podia captar seus sentimentos no ar; mas, ainda sim, calma.
— Você sabe da situação, Tanara. É complicado... – falei com cautela, analisando tudo em minha mente.
— Eu sei de tudo, Luan! Eu sei que... é delicado pra você. Eu compreendo mesmo. Mas na verdade, não se prende a mim por causa da sua carreira. Você está com raiva de mim e não é obrigado a nada! Não tem que suportar uma pessoa que você não quer mais olhar na cara com medo do que vão pensar. Chega de colocar o Luan Santana à frente do Luan Rafael. – cuspiu as palavras. É, cuspiu.
Fiquei calado por alguns minutos e ela entrou novamente no banheiro. O pior de tudo era que ela estava certa. Mas, poxa, ia causar tanta confusão! Não só pra mim, pra nós dois. E não era só pelas pessoas, pelas fãs do Luan Santana. Claro que não!
— Mas não podemos olhar só nós dois, ou só a minha carreira e os nossos sentimentos. Tem a Laura e o João, minha família e a sua.
— A Laura viveu sem mim por muito tempo, Luan... Ela vai se acostumar e com o tempo, entender. O João é meu irmão, tem ficar ao meu lado em todas as situações, circunstâncias. E ele, ainda mais rápido que a Lau, vai compreender nossos motivos. – ela voltou do banheiro, já de peças íntimas, explicando. — E a sua família vai entender o motivo, você vai explicar. A minha, bom, eu explico pra eles o porquê de ter dado tudo errado. Você não gosta deles e não confia em mim.
— Cara, não é assim. – intervi, olhando pra ela.
— É assim, sim. Por que não seria assim?
— Tanara, nós dois, homem e mulher, não temos que misturar as coisas com a Laura e o João Guilherme. – expliquei, cansado. Ela era tão irredutível.
— Mas precisamos! Eu sou só a madrasta, Luan. Ela está acostumada a ver a mãe longe de você, acha mesmo que vai se importar?
— Claro que acho! Nossa! A Laura te adora, sabe? Ela vai sofrer.
— Eu também adoro ela! – sorriu, como se fosse o óbvio. — Mas vamos ter que passar por isso, depois tudo se ajeita.
— Eu sou pai, eu me preocupo. – soltei ar pela boca, a olhando.
— Ela vai entender. Você nunca se casou com a Isabel e ela entendeu o motivo, o que eu julgo ter sido bem mais complicado pra ela.
— Mas eu não amava a Isabel, Tanara. Há um universo separando as situações. São muito distintas.
— Você também não me ama. Tá vendo? Ela vai entender. – deu de ombro, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Como se fosse a mesma coisa de dar um doce a Laura. A Tanara me irrita até quando eu tenho as maiores esperanças que ela não vai conseguir isso. Mas ela supera minhas expectativas! Eu devo dar os parabéns a ela?
— Deixa de ser insensível! – falei baixo, mas minha vontade era gritar. Ela manuseava aquela conversa com calma e tinha certeza do que falava. E eu não queria me fazer o louco da relação.
Tanara's POV.
Nem sei se podia dizer se era uma briga, mas estávamos conversando, discutindo nossa relação. Ou ex. Ele falava sobre os motivos de termos que ficar juntos por enquanto.
— Eu não quero viver um relacionamento de aparências! – desabafei, sentindo um peso imenso no meu coração. Aquilo estava acabando comigo. — Não aguento mais. Eu tô tentando entender tudo isso e os meninos também vão. São mais maduros que nós dois juntos.
— Mas eles são os nossos filhos, Tanara! Entende a gravidade?
Foi a minha vez de me calar. Meu coração se partiu em mil pedacinhos, e eu senti aquele soco na estômago. Já ouviram essa expressão? Ando sentindo muito esses dias. Mas eu tinha que dizer a verdade. Por mais que eu quisesse, a Laura não é minha filha.
— Luan, a Laura é sua filha com outra mulher. E o João, é só meu irmão. E, a partir de agora, não é mais nada seu. Nem cunhado. Talvez amigo, sei lá.
— Eu sempre considerei assim, mas já que você não, eu não posso fazer nada. Você me surpreende cada vez mais. Eu realmente não podia esperar mais nada de você. – alfineta, com a os olhos caídos. Aparência triste e cansada.
— Sabe... O pior é que eu considero. Eu amo muito ela, e por isso, não posso engana-la. Nunca enganaria um filho falando que está tudo bem entre eu e seu pai quando não está.
— Não parece que você ama, Tanara. Você está tão sei lá. Não se preocupa com a cabeça deles? Do que vão pensar, sei lá. Ela é só uma criança que te ama, que fica te esperando chegar do trabalho pra você aprovar a roupa que ela escolheu para ir no restaurante.
— Eu fico muito feliz escutando isso e ela vai poder fazer isso quantas vezes ela quiser. Quero muito manter contato, ela não vai sair da minha vida. Laurinha vai sempre morar no meu coração, ser especial... jamais vou deixar que qualquer coisa estrague isso. E não vai ser difícil, já que ela é amiga da nossa afilhada e as duas podem viver na casa da mamãe. Esse não é o problema.
— Acontece que com ela você fez o que você faz com todo mundo! Você constrói o paraíso e depois o destrói. Você vai embora, Tanara. Você sempre vai embora. Sempre abandona. E eu não queria que a Laura sofresse isso tão nova!
Eu nem conseguia pensar e observar seus gestos. Falávamos sem pausa e sem observar um ao outro. Eu nem consegui olhar em seus olhos, porque as lágrimas já davam o ar da graça no meu rosto. E então, eu parei para observa-lo, e nem consegui. Pois eu precisava acabar com isso, antes que isso acabasse com nós. Não podia ter mais essa culpa sobre mim, mais esse peso.
— Você sempre põe a culpa em mim! Sendo que eu ainda sou uma esposa apaixonada que sofreu inúmeras acusações injustas. A Laura vai ter que passar por isso, eu sinto muito! Eu amo ela e vou amar receber ela na minha futura casa. Ela vai se acostumar. Ela se acostumou com os pais separados. Eu enfrentei uma separação trágica na idade dela e estou aqui, não estou? E bom, ela é sortuda, porque não será com os pais dela como foi comigo. Ela é sortuda porque o pai não vai abandonar ela. Ela é sortuda porque é amada e amparada. Ela é sortuda, Luan! Laurinha é uma menina linda e especial, que será a menos afetada. Você não está enxergando isso. Se nós tivéssemos filhos, Luan, eles teriam que enfrentar essa separação também. Eu já disse. Eu não nasci para manter um casamento fracassado, eu não nasci para me oprimir, para me contentar com a infelicidade em pró do que vão pensar... eu não nasci para enganar meus filhos, só pra eles acharem que têm a família perfeita. Nada e nem ninguém é perfeito. O que importa é o amor! Hoje em dia isso é tão normal... acho que existe até mais pais separados do que pais juntos. Claro que existem pais ruins, como o meu, que foi embora e não lembrou mais de mim. Mas também existe os bons. Existe ex-marido, ex-esposa, mas não existe ex-filho. A Laura não é minha filha, mas mesmo assim, jamais será uma ex minha! Nem o João seu, certo? Eles vão ficar bem, porque continuarão amados por nós dois. Formamos uma família, Luan. Mas... infelizmente... as coisas nem sempre saem como planejamos! O que importa é que tivemos as melhores intenções. Quer dizer, você não acha o mesmo de mim, mas essa já não é mais a questão, né?!
Ele tirou a blusa sem me olhar, enquanto eu falava tudo aquilo. E quando acabei, ele entrou pro banheiro batendo a porta, o que fez as minhas lágrimas caírem. Ele estava mal e eu pior. Que merda!
Luan's POV.
Quando ela terminou de falar tudo aquilo, tão séria, tão exausta, eu não me aguentei. Sempre fui muito frágil em tudo relacionado a ela. Nunca fui tão duro quanto aos meus sentimentos e mais uma vez repito: queria que o amor fosse fácil como cantar o amor.
Eu entrei pro banheiro e me permiti soltar algumas lágrimas presas há um bom tempo. Já não aguentava mais segurar tudo aquilo, aquela pressão. Chorei feito uma criança, chorei até me sentir fraco. Eu estava me sentindo só, mesmo com eles ainda do meu lado. Eu já podia sentir minha vida voltar ao mesmo marasmo de sempre.
Devo ter ficado no banheiro por mais de uma hora e quando saí, ela já não estava mais no quarto. Depois de vestir minha roupa, fui dar um beijo na minha filha e quando cheguei lá, ela já não estava mais sozinha. Na verdade, já ia ficar. Tanara saía do seu quarto e pela aparência já tinha tomado banho. Quando meus olhos encontraram o dela, mais uma vez me senti um derrotado. Será que eu não sou nem capaz de conquistar uma mulher como ela? Ah, meu Deus! Logo eu, que me achava tão sortudo em tê-la. Ela já tinha lágrimas nos olhos e por estar saindo do quarto da minha filha, previ o pior.
— Você não contou, não é? – perguntei, assustado. Ela negou com a cabeça e passou, limpando o rosto.
Fui para o quarto da minha filha, mas ela já dormia. Dei um beijo nela e desci para sala, encontrando uma das minhas garrafas de Whisky.
Tanara's POV.
Tomei banho em outro banheiro e depois fui para o quarto da Laura. Ficamos assistindo um desenho na sua televisão, abraçadas, como mãe e filha. Minha filhinha do coração! Era sobre uma princesa e naquele momento, decidi perguntar.
— A princesa e o príncipe vão se separar, o que você acha disso? – o enredo da história era em que a princesa se separava do príncipe por algum desses motivos clichês desses filminhos.
— Que nem a mamãe e o papai... – ela pareceu pensar, pensar... — Mas eles nunca se casaram, né, Tatá?
— É. E o que você acha disso?
— Acho que acontece quando a princesa não gosta do príncipe... ou o príncipe não gosta da princesa. Tanto faz. – quando não é recíproco, Laurinha. Recíproco, correspondido... essas são as palavras que define o que você está dizendo. Você aprenderá elas e outras futuramente, Laurinha! Ela estava pensativa. Acho que princesa e sapos era mesmo um assunto que ela dominava. — Que nem o meu namorado, Tatá.
— Que namorado, Laura? – perguntei alto, assustada. Ela levou o indicador até a boca, pedindo silêncio.
— O papai pode escutar!
— Mas me explica isso direito.
— Ele não gosta de mim. – deu de ombros. — Não anda mais comigo no recreio, sabe? – explicou numa naturalidade que me pasmou.
— E você fica triste? O que você acha disso?
— Eu acho que ele não me merece, que nem a mamãe falou. Não vamos mais ser namorados que nem o príncipe e a princesa.
— Então você entende essas coisas?
— Sim. – disse como se fosse óbvio. — A princesa vai achar um príncipe que ame ela e o príncipe também vai achar uma princesa que ame ele.
— E eu e o seu pai, o que acha?
— O papai te ama muito muito muito e nunca vai te deixar. — sorriu, com ternura. — Ele já me disse que te ama muito! E você também ama ele, né?! Vocês são o príncipe e a princesa feitos um pro outro e tá tudo certo, tudo bem. – enfatizou o "bem", cantando as últimas palavras ditas, como se estivesse comemorando.
— É, tá tudo bem, minha adulta dentro de um corpinho de criança. – fiz cosquinha nela, nos causando risadas e finalizando o assunto. Voltamos a assistir e ela logo dormiu, já estava mesmo tarde. Fiquei pensando na nossa conversa, na maturidade dela, o que faltava em mim e no pai dela. E quando vi que não aguentaria segurar mais o choro, saí do quarto dela.
Ele estava no corredor, mas nem consegui dar atenção direito para o que ele veio interrogar. Fui no quarto, peguei meu celular e fui para a varanda. Disquei o número do melhor aconselhador e levei o celular ao ouvido.
— Alô?
— Marquinhos? – disse, com um nó na garganta. Era notável minha voz embargada.
— Oi, Tatá! Tudo bem?
— Marquinhos, eu não aguento mais. Eu vou perder o amor da minha vida! Eu estou desesperada, eu não sei o que fazer. – falei, começando a chorar.